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  1. Com apoio do ministro da Defesa, Bolsonaro truca Fux e sugere golpe se chapa do presidente for cassada no TSE em “julgamento político”
    12/06/2020 – 23h48

    O Brasil reingressou esta noite no período em que as forças políticas tabulavam os comandantes das forças policiais e militares com os quais poderiam contar antes de tomar decisões.

    Foi assim em quase todo varguismo, no início do governo JK e no período que antecedeu a quartelada de 1964, com apoio de empresários e dos Estados Unidos.

    Em nota, esta noite, contando com a assinatura do ministro da Defesa, o presidente Jair Bolsonaro disse que as Forças Armadas não vão aceitar “ordens absurdas” ou “tentativas de tomada de Poder por outro Poder da República”, por conta de “julgamentos políticos”.

    Mais cedo, em entrevista à revista Veja, o ex-comandante militar do Sudeste, general da ativa Luiz Eduardo Ramos, hoje ministro-chefe da Secretaria de Governo, sublinhou que foi instrutor de muitos comandantes de forças da ativa e que uma possível cassação da chapa Jair Bolsonaro-Hamilton Mourão pelo TSE “não é pertinente no momento”.

    Ramos disse que existiam provas contra a chapa Dilma-Temer, mas o TSE decidiu não cassá-la — na verdade, para evitar novas eleições e permitir que o usurpador Michel Temer tomasse o poder no golpe de 2016.

    Hoje existem oito ações contra a chapa Bolsonaro-Mourão no TSE.

    Cabe agora ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, decidir se compartilha ou não o conteúdo do inquérito aberto de ofício pela Corte para investigar as fake news com as ações de cunho eleitoral movidas no TSE contra Bolsonaro e Mourão a partir da campanha de 2018.

    As investigações da Polícia Federal chegaram ao entorno do presidente da República e à bancada do PSL que continua apoiando Bolsonaro.

    O filho do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro, é suspeito de ser o organizador do chamado gabinete de ódio, cujo objetivo desde o início do governo foi compensar a falta de maioria parlamentar do governo com o amedrontamento de integrantes do Congresso e do STF.

    Diz a nota do Planalto divulgada esta noite:

    Lembro à Nação Brasileira que as Forças Armadas estão sob a autoridade suprema do Presidente da República, de acordo com o Art. 142/CF.

    As mesmas destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

    As FFAA do Brasil não cumprem ordens absurdas, como p. ex. a tomada de Poder. Também não aceitam tentativas de tomada de Poder por outro Poder da República, ao arrepio das Leis, ou por conta de julgamentos políticos.

    Na liminar de hoje, o Sr. Min. Luiz Fux, do STF, bem reconhece o papel e a história das FFAA sempre ao lado da Democracia e da Liberdade.

    Presidente Jair Bolsonaro.

    Gen. Hamilton Mourão, Vice PR.

    Gen. Fernando Azevedo, MD.

    Mais cedo, a partir de uma provocação do PDT, o ministro Luiz Fux havia interpretado o artigo 142 da Constituição — invocado por bolsonaristas para pregar intervenção militar — para dizer que as Forças Armadas não tem poder moderador no Brasil.

    Ele escreveu:

    1 — A missão institucional das Forças Armadas na defesa da Pátria, na garantia dos poderes constitucionais e na garantia da lei e da ordem não acomoda o exercício de poder moderador entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário;

    2 — A chefia das Forças Armadas é poder limitado, excluindo-se qualquer interpretação que permita sua utilização para indevidas intromissões no independente funcionamento dos outros Poderes, relacionando-se a autoridade sobre as Forças Armadas às competências materiais atribuídas pela Constituição ao Presidente da República;

    3 — A prerrogativa do Presidente da República de autorizar o emprego das Forças Armadas, por iniciativa própria ou em atendimento a pedido manifestado por quaisquer dos outros poderes constitucionais – por intermédio dos Presidentes do Supremo Tribunal Federal, do Senado Federal ou da Câmara dos Deputados –, não pode ser exercida contra os próprios Poderes entre si;

    4 — O emprego das Forças Armadas para a “garantia da lei e da ordem”, embora não se limite às hipóteses de intervenção federal, de estados de defesa e de estado sítio, presta-se ao excepcional enfrentamento de grave e concreta violação à segurança pública interna, em caráter subsidiário, após o esgotamento dos mecanismos ordinários e preferenciais de preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, mediante a atuação colaborativa das instituições estatais e sujeita ao controle permanente dos demais poderes, na forma da Constituição e da lei.

    Embora o teor geral da nota de Bolsonaro pareça concordar com Fux, o diabo mora nas nuances.

    O ponto chave da declaração de Fux está na afirmação de que “o emprego das Forças Armadas” autorizado pelo presidente da República “não pode ser exercido contra os próprios Poderes entre si”.

    Ou seja, na avaliação de Fux, Bolsonaro não poderia, exercendo a “autoridade suprema” sobre as Forças Armadas, mandar fechar o Congresso ou o STF — independentemente de “ordens absurdas” ou “julgamentos políticos” dos outros Poderes que considere equivocados.

    Na votação do habeas corpus do ex-presidente Lula pelo STF e, mais recentemente, quando houve pedido de apreensão do telefone celular de Jair Bolsonaro, foi o ex-comandante das tropas brasileiras no Haiti, general Alberto Heleno, quem se manifestou pelas redes sociais, pressionando o STF.

    Heleno é da reserva e ocupa o gabinete da Segurança Institucional.

    Agora, porém, os dois outros integrantes do núcleo duro dos militares no Planalto assumiram a dianteira, sendo a nota assinada pelo ministro da Defesa, General Fernando Azevedo, que exerce comando direto sobre as três forças.

    Em 1964, bastou um movimento de tropas de Minas Gerais em direção à capital da época, o Rio de Janeiro, para consolidar a quartelada.

    Desta vez, embora minoritário na sociedade, Jair Bolsonaro já está no poder e dispõe do apoio de milicianos, policiais militares e das Forças Armadas, além de quatro das seis redes de TV.

    O quarteto militar, que inclui o ex-interventor no Rio de Janeiro, general Walter Souza Braga Netto, chefe da Casa Civil, está de fato exercendo o poder.

    https://www.viomundo.com.br/politica/com-apoio-do-ministro-da-defesa-bolsonaro-truca-fux-havera-golpe-se-chapa-do-presidente-for-cassada-no-tse.html

    1. Justamente.
      O bozo e seus “acepipes” já estão providenciando a ” excepcionalidade ” que justifique a tomada do poder pelas FFAA.
      A ditadura já chegou, se instalou no planalto e os sapos cozidos do congresso e do supremo ainda pensam que podem pular da panela.

  2. Se Bolsonaro não fosse um maloqueiro…

    O que disse Flávio Dino sobre ele:
    Se Bolsonaro não fosse essa pessoa despreparada e desesperada, saberia que não precisa mandar invadir hospital. Basta verificar os boletins que os governos estaduais publicam com o número de leitos ocupados. E se ele quiser visitar os nossos hospitais, eu mesmo mostro para ele.

    https://www.conversaafiada.com.br/brasil/dino-convida-bolsonaro-a-visitar-hospitais-do-maranhao-nao-precisa-mandar-invadir

  3. O outro lado
    “O ‘outro lado’, ninguém se engana, é toda e qualquer oposição ao demente que ora nos governa, mas Ramos e a camarilha fardada instalada nos cargos do governo federal miram sempre a esquerda”, escreve o jornalista Leandro Fortes
    12 de junho de 2020, 19:27 h
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    General Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria do Governo, e Jair Bolsonaro
    General Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria do Governo, e Jair Bolsonaro (Foto: Agência Brasil)
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    Por Leandro Fortes, para o Jornalistas pela Democracia

    No mesmo dia em que o comandante das Forças Armadas dos Estados Unidos, general Mark Milley, pediu desculpas por participar de uma palhaçada ao lado do presidente Donald Trump, outro general, o brasileiro Luiz Eduardo Ramos, chefe da Secretaria de Governo, inaugurou um novo tipo de puxa-saquismo, a bajulação quatro estrelas: confessou ter se infiltrado em uma manifestação contra Jair Bolsonaro, em Brasília, na qual afirma ter detectado petistas disfarçados de verde e amarelo.

    Milley, maior autoridade militar dos EUA, arrependeu-se de caminhar da Casa Branca até a Praça Lafayette, onde o Trump tirou uma foto com uma Bíblia, em frente a uma igreja danificada por manifestantes, durante atos antirracismo pela morte de George Floyd, asfixiado por um policial branco, em Minneapolis. Na visão do general do império, a presença dele passou a impressão que os militares americanos têm permissão constitucional de se agregar à política comezinha dos governantes locais.

    Não têm, nem querem ter. Não no país deles. Deixam isso para os serviçais das repúblicas de bananas, como o Brasil de hoje, onde o general Ramos, ainda na ativa, concede uma entrevista informando que, embora o Exército não queira participar de um golpe de Estado, é bom o outro lado não esticar a corda.

    O “outro lado”, ninguém se engana, é toda e qualquer oposição ao demente que ora nos governa, mas Ramos e a camarilha fardada instalada nos cargos do governo federal miram sempre a esquerda – ou os “comunistas”, fantasmas que todas as gerações de milicos pós-1964 perseguem de forma tão estúpida quanto obsessiva. Não por outra razão, o general colocou, segundo ele próprio, gorro e óculos escuros para se infiltrar entre o inimigo.

    Estamos falando de um homem feito, de 64 anos, militar da ativa, que, ao invés de estar comandando uma tropa – missão para a qual o contribuinte lhe paga salários, há mais de quatro décadas –, dá-se ao desfrute, em plena pandemia de Covid-19, de ficar sassaricando em meio à multidão.

    Assim como o general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (o que é uma piada pronta), e o atual ministro da Saúde, o inefável general Eduardo Pazuello, o secretário Luiz Eduardo Ramos é resultado do esquecimento a que foram relegados os militares, depois da redemocratização do País, em 1985.

    Deixados à própria sorte, sem que nenhuma intervenção do poder civil fosse feita nas escolas de formação, a milicada estagnou-se na guerra fria e no único papel que lhes foi dado, naquele teatro de outrora: o papel subalterno de exército de ocupação, com a missão de caçar, prender, torturar e assassinar patrícios de esquerda.

    O resultado dessa vida perdida no anacronismo é essa tragédia verde-oliva que se convulsiona, melancolicamente, no Palácio do Planalto.

    Participe da campanha de assinaturas solidárias do Brasil 247. Saiba mais.

    https://www.brasil247.com/blog/o-outro-lado

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