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  1. Blogueiro inicia coleta de apoios para representar contra Moro

    Blogueiro inicia coleta de apoios para representar contra Moro

     

    25 de abril de 2015 | 09:45 Autor: Miguel do Rosário 

    marice-capa

    Os desmandos autoritários do juiz Sergio Moro, que se tornou um juiz “político” disfarçado de juiz técnico, mandando prender pessoas na contramão dos mais básicos princípios constitucionais que garantem a presunção da inocência e as liberdades civis, tem incomodado as pessoas (poucas, muitas?) cujo amor à democracia é bem maior do que supostas cruzadas morais contra a corrupção.

    Todos somos contra a corrupção. Mas solapar a democracia em nome de uma suposta cruzada moral na política é um filme que já vimos muitas vezes no Brasil, e sempre terminou mal.

    O blogueiro Eduardo Guimarães, na qualidade de cidadão brasileiro, tomou a nobre iniciativa de representar contra este novo “Batman” do judiciário, junto ao Conselho Nacional de Justiça.

    Se você apoia, e concorda com o texto abaixo, entre no blog dele e deixe um comentário com uma mensagem de apoio.

    Eu só acrescentaria uma coisa: essa história da Marice Correia de Lima, cunhada de Vaccari, é muito louca. Ela foi presa porque acharam que ela aparecia num vídeo, fazendo um depósito bancário. Acabou que não era ela. Era a própria mulher do Vaccari, fazendo um depósito – de valor pequeno, aliás – na própria conta.

    Então eu fico pensando: e se fosse a Marice mesmo? Isso lá é prova – como acusou o MP, e o juiz aceitou – de que ela lidera algum “grande esquema criminoso”?

    O MP agora quer nos fazer acreditar que um grande “esquema criminoso” seja operado através de pequenos depósitos, feitos pelos próprios “criminosos”, em suas próprias contas? É isso mesmo produção?

    *

    No blog Cidadania, de Eduardo Guimarães

    Eu gostaria de representar ao CNJ contra Sergio Moro. E você?

    Ao longo da semana passada, uma cidadã brasileira passou por um constrangimento terrível, verdadeiramente impensável: essa mulher apareceu em todas as grandes redes de tevê do país – e, quiçá, do mundo – sendo acusada de operar um esquema criminoso. Sua imagem algemada, cabisbaixa, sendo conduzida pela polícia irá persegui-la para sempre.

    A vida social dessa cidadã está literalmente extinta. Inclusive, muito provavelmente, essa desmoralização irá perdurar mesmo que nada fique provado contra ela – a mídia que expõe à execração pública é a mesma que não retira essa execração mesmo quando o execrado prova sua inocência.

    Marice Correia de Lima, cunhada de João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, teve que deixar um Congresso de que participava no exterior e voltar às pressas ao Brasil para se apresentar à polícia devido à ordem de prisão que o juiz Sergio Moro emitiu contra ela.

    Essa senhora foi dada como “foragida” pela mídia só por estar fora do país, ainda que não houvesse restrição alguma a que viajasse. Passou cinco dias presa. A mídia em peso apresentou vídeo em que mulher que supostamente seria ela fazia depósito na conta de sua irmã, Giselda Rousie de Lima, esposa de Vaccari.

    Nas notícias, Marice estaria depositando dinheiro sujo.

    Estava provado que Marice era uma criminosa. Nas redes sociais, ela, a irmã, o cunhado, enfim, a família toda virou um bando de mafiosos. Por conta disso, o Ministério Público pediu a prorrogação da prisão de Marice por tempo indeterminado.

    Felizmente, a indignação coletiva e as provas apresentadas pela defesa de Marice OBRIGARAM Moro a soltá-la, apesar da “certeza” que tinha de sua culpa.

    Como se chegou a isso? Como alguém pode ser condenado dessa forma, tão rapidamente? Por que essa mulher teve que largar uma viagem de trabalho ao exterior e pouco depois aparecer como criminosa condenada em todos os grandes impérios de comunicação do país?

    Foi tudo por causa de um vídeo.

    A imagem captada pela câmera de um caixa-automático provocou essa sucessão de eventos dramáticos na vida de Marice. Essa foi a “prova” que o Ministério Público apresentou ao juiz Moro para que ele tomasse a decisão de mandar prender Marice. Ele, inclusive, proclamou-se convencido de que o vídeo bastaria para jogar Marice na cadeia afirmando que as imagens “não deixavam qualquer margem para dúvida”.

    Em poucas horas, porém, tudo desmoronou. A “certeza” do juiz Moro, a fundamentação para a prisão de Marice (o vídeo) e, concomitantemente, o Estado Democrático de Direito.

    Moro mandou soltar Marice após ficar claro que havia uma margem quilométrica para dúvidas, ainda que ele tivesse dito, um dia antes, que não havia nem um centímetro.

    Moro pediu desculpas, fez alguma reparação à ofendida, soltou alguma nota que lhe permitisse gozar do princípio universal do Direito de que todos são inocentes até prova em contrário? Coisa nenhuma. O que fez foi como dar um chute no traseiro da agravada, enxotando-a de sua masmorra, sem reconhecer que se açodou na decisão de prendê-la.

    Ninguém sabe se, amanhã, aparecerão provas – verdadeiras ou forjadas – que liguem Marice a algum esquema criminoso. Porém, o que havia no momento dessa prisão arbitrária e ilegal de que ela foi vítima, não era suficiente. A perdurar práticas como essa, qualquer cidadão, sob qualquer farsa que construírem, pode passar pelo mesmo.

    Uma acusação falsa ou sem fundamentação adequada pode custar seu emprego, sua família, seu respeito e até a sua saúde física ou mental. A mácula temporária que estendam sobre a vida de um inocente, jamais será retirada.

    E tudo isso, por que? Porque Moro teve “certeza” de que a mulher do tal vídeo era Marice. Uma certeza tão absurda, tão inexplicável, tão asquerosa que mal dá para qualificar com palavras. Simplesmente porque era visível, para qualquer um que estivesse investigando criteriosamente a vida de Vaccari, de sua esposa e de sua cunhada que a mulher do vídeo não era Marice e, sim, Giselda.

    Qualquer leigo é capaz de olhar as imagens e dizer que a mulher do vídeo é a esposa de Vaccari, não a irmã. Isso desde que conhecesse as duas. Ora, como é possível que o juiz estivesse tão mal informado sobre o caso que conduz que não soubesse que as irmãs Giselda e Marice são muito parecidas?

    Aliás, a facilidade para chegar a essa conclusão foi até traduzida para meios científicos por reportagem da Folha de São Paulo publicada nesta sexta-feira, 24 de abril. O jornal submeteu as fotos de Giselda e Marice e o vídeo “incriminador” a uma empresa especializada em reconhecimento facial. O laudo é extremamente “interessante”.

    Confira, abaixo, a matéria da Folha. O post prossegue em seguida.

    marice-1

    Como se vê, tecnicamente se conclui que a possibilidade de confundir Giselda com Marice é desprezível. O que, então, fez o juiz Moro dizer que não haveria “qualquer margem para dúvida” de que a mulher do vídeo era Marice?

    A resposta a essa pergunta é muito simples: um possível interesse do juiz que não tenha sido compatível com a sua função jurisdicional.

    A partir daqui, peço ao leitor que pare a leitura por um momento e vá se olhar no espelho, e depois volte a ler.

    Voltou. Sabe o que você viu no espelho? Uma possível vítima de Sergio Moro, ou de outros magistrados como ele. Mas você viu mais alguma coisa: um cidadão brasileiro. A cidadania, meu caro leitor, lhe confere prerrogativas que muitas vezes você não conhece.

    Vejo muita gente indignada com os abusos de Moro. As pessoas pedem que Dilma faça algo, que o PT faça algo, que alguém faça alguma coisa. Porém, à presidente não cabe e ao seu partido, neste momento, acho que, politicamente, não caberia. Pois bem, então eu sugiro a você – e a mim mesmo – que usemos nossa cidadania para fazer alguma coisa.

    Você tem queixa desse magistrado? Eu também tenho. Então por que não reclamamos dele? A quem? Ora, ao órgão competente, ou seja, ao Conselho Nacional de Justiça.

    Ah, mas aí envolve dinheiro, envolve advogado, envolve um monte de coisas e eu não posso porque não tenho tempo, tenho medo de me prejudicar, não é minha obrigação etc., etc., etc.

    Não é bem assim. Caso você não saiba, qualquer cidadão brasileiro pode representar contra um magistrado ao CNJ. É preciso advogado? Não. Qualquer cidadão pode representar ao Conselho desde que apresente petição escrita e assinada e documentos que comprovem sua identificação e endereço.

    Na petição, a pessoa deve contar em detalhes o seu problema e dizer qual providência espera que seja tomada pelo CNJ, podendo encaminhar os documentos que julgar necessários para a comprovação do alegado.

    Você não quer assinar esse documento? Não precisa. Basta que uma pessoa assine. Oficialmente, essa pessoa será responsável pela denúncia.

    Este blogueiro, então, propõe-se a assinar como responsável. Em nome de todos. Todavia, para demonstrar que essa medida não está só na minha cabeça seria bom que um abaixo-assinado fosse juntado à representação.

    Não importa se forem 100, 200 ou mil cidadãos. O importante é que não seja uma medida isolada.

    Eu gostaria de representar contra Sergio Moro. Estou disposto a dar meu RG, meu CPF, meu endereço, meu título de eleitor, meu tipo sanguíneo, minha foto, o que mais, diabos, eles quiserem. A você, caberia apenas assinar um documento endossando minha reclamação. E esse documento não lhe causará consequência alguma, pois serei o responsável pela representação.

    Eis uma chance de não ficarmos só na reclamação, à espera de que outros façam alguma coisa em defesa do direito de todos. Pode não dar em nada? Claro que pode. É provável que o sistema se proteja da cidadania. Porém, o que não cabe em minha cabeça é ficar assistindo impassível à democracia ser exterminada no país em que crescerão minhas netas.

    Entre no blog do Eduardo e deixe lá o seu apoio.

    http://tijolaco.com.br/blog/?p=26456

  2. Em memória de uma vítima esquecida do mundo

    Diário do Centro do Mundo

    Em memória de uma vítima esquecida do mundo que a Globo ajudou a criar em 1964. Por Paulo Nogueira

     Postado em 25 abr 2015 por :                    Dodora e seu sorriso invencível

    Dodora e seu sorriso invencível

    Uma figura feminina aparece na minha mente sempre que leio a respeito do papel da Globo no golpe de 1964.

    Não a conhecia até recentemente, mas me apaixonei assim que a vi.

    Ela estava num documentário sobre o golpe a que assisti no ano passado.

    É um trabalho rústico, uma câmara e depoimentos. E é sublime como retrato de uma época sinistra.

    O documentário foi gravado em 1971, no Chile. Os autores foram dois cineastas americanos – Haskell Wexler e Saul Landau — que estavam no Chile para entrevistar Allende.

    Eles souberam que havia um grupo de exilados brasileiros com histórias de tortura e decidiram registrá-las com sua câmara. O grupo tinha sido trocado pelo embaixador da Suíça no Brasil.

    Surgiria, como que por acaso, “Brasil, um relato da tortura”, um pequeno épico do cinema que não se curva aos poderosos. Eram talentosos os americanos. Haskell posteriormente receberia dois Oscars por trabalhos na área de fotografia de grandes produções de Hollywood.

    É uma mulher que me fisga no filme, uma jovem médica que narra as barbaridades que ela e os companheiros sofreram nas mãos dos agentes da ditadura.

    Ela é bonita, articulada, e pesquisando vejo que fascinou também os documentaristas americanos.

    Ela tinha 25 anos na ocasião, e riu ao lembrar as torturas, que narrou meticulosamente. Parecia invencível diante das violências.

    “Fui colocada nua numa sala com cerca de 15 homens”, disse ela. “Fui espancada e esbofeteada.”

    Seu rosto bonito ficou, contou ela, completamente deformado, conforme queriam os algozes.

    Durante a sessão puseram num volume ensurdecedor “música de macumba”, e ela lembrou que os torturadores pareciam “excitados, felizes” como se estivessem numa festa.

    A certa altura, a agarraram pelos seios e puseram uma tesoura em seu mamilo. Pressionavam e soltavam, e ameaçavam extirpá-lo. Também diziam que iriam matá-la.

    Uma das forças do vídeo é que os entrevistados mostram como eram as torturas, como o pau de arara. São reproduções realistas e assustadoras.

    Comecei a ver, por sugestão de minha filha Camila, e não consegui parar em quase 1 hora de conteúdo extraordinário. Fiquei perturbado como há muito tempo não ficava.

    E depois quis saber mais das pessoas. Particularmente dela: passados mais de quarenta anos, que estaria fazendo?

    E então vem a parte triste. Como escreveu Machado de Assis em Dom Casmurro quando as coisas degringolam, pare aqui quem não quer ver história triste.

    Maria Auxiliadora Lara Barcelos, este o nome daquela guerreira que comoveu aos cineastas e a mim. Dora ou Dodora, como a chamavam.

    Ela não viveu para ver o fim do horror militar.

    Pouco tempo depois, como Ana Karenina, se jogou sob as rodas de um trem. Ela estava com problemas psiquiátricos derivados da selvageria a que foi submetida, e tinha acabado de se consultar com seu médico.

    Morava, então, em Berlim.

    Dois anos depois de feito o documentário, Pinochet tomou o poder no Chile, e Dora teve que partir de novo.

    Primeiro foi para a Bélgica, e depois para a Alemanha Ocidental. Era brilhante: passou em primeiro lugar entre 600 estrangeiros e conseguiu aprovação para complementar seus estudos de medicina na Universidade de Berlim.

    Fiquei triste, quase enlutado, ao saber do que ocorreu com ela. Já imaginava entrevistá-la, e especulava sobre como ela estaria hoje. Conservaria vestígios da beleza sobranceira e altiva do passado?

    Num voo mental, penso que se ela tivesse nascido na Escandinávia, hoje seria uma avó, cheia de histórias para contar aos netinhos. Fantasio-a de bicicleta em Copenhague, feliz entre pessoas que são felizes porque aquela é uma sociedade como prescreveu Rousseau: sem extremos de opulência e de miséria.

    Mas ela nasceu e cresceu na terra da iniquidade, que combateu com coragem assombrosa e idealismo inexpugnável. Não há em sua fala vestígio de remorso por ter caminhado o caminho que escolheu.

    Em Laura, o filme clássico de Preminger, o detetive se apaixona pela foto de uma mulher assassinada. Como que me apaixonei por Dora ao vê-la no documentário.

    Fico tolamente satisfeito quando minha filha Camila me conta que, pesquisando, descobriu que Dilma prestara tributo àquela brasileira indomável.

    Em fevereiro de 2010, quando o PT confirmou a candidatura de Dilma para a presidência da república, Dilma disse em seu discurso: “Não posso deixar de ter uma lembrança especial para aqueles que não mais estão conosco. Para aqueles que caíram pelos nossos ideais. Eles fazem parte de minha história. Mais que isso, eles fazem parte da história do Brasil.”

    Dilma citou três pessoas. Uma delas era Dodora. “Dodora, você está aqui no meu coração.”

    E no meu também.

    E é nela que penso quando reflito sobre o papel da Globo no golpe.

    E nela projeto todos os outros tombados.

    A Globo ficará eternamente impune – rica e impune — pelos assassinatos que indiretamente promoveu ao abrir as portas para a ditadura?

    Nem um miserável pedido de desculpas será endereçado à memória de Dodora?

    Ninguém a protegeu em vida, que ela ceifou ao se atirar sob as rodas de um trem nas remotas terras germânicas.

    E a opulência impeninente da Globo em seu conquentenário mostra que também na morte Dodora continua desprotegida.

    Roberto Marinho virou bilionário com o mundo que ele se empenhou tanto por moldar, o das botas e das metralhadoras assassinas, e Dodora só conseguiu escapar de tudo sob as rodas de um trem.

    Tinha 31 anos.

    http://www.diariodocentrodomundo.com.br/em-memoria-de-uma-vitima-do-mundo-que-a-globo-ajudou-a-criar-em-1964-por-paulo-nogueira/

     

    1. Triste e trágica lembrança!

      Triste e trágica lembrança!

      Documentário Brazil: A Report on Torture (1971), de Haskell Wexler e Saul Landau.
      Filmado no Chile, logo após a chegada dos 70 presos políticos brasileiros trocados pelo embaixador suíço, é um documentário com cenas fortes (há reconstituições de vários tipos de tortura).

      Os idiomas usados no documentário são majoritariamente português e “portunhol”, com legendas em inglês. Para quem fala inglês, há uma pequena introdução de quinze minutos, na mesma página, com os autores do documentário, falando, recentemente, sobre como foi feito. Eles estavam no Chile, para entrevistar Salvador Allende, e, enquanto esperavam para marcar a entrevista, ficaram sabendo da chegada do grupo. Resolveram entrevistá-los. É um documento histórico. Um dos entrevistados é o Frei Tito, que, mais tarde, veio a se suicidar (em 1974, na França), assim como uma outra entrevistada, Maria Auxiliadora Lara Barcelos, que também se matou (em 1976, em Berlim).
      No vídeo, aparecem também Jean Marc van der Weid, ex-presidente da UNE e Nancy Mangabeira Unger, irmã do ex-ministro.

      DITADURA NUNCA MAIS
      “Quem esquece o passado esta condenado a repeti-lo.”
      (Leon Bloy) Vídeos dos relatos de Maria Auxiliadora e outros. Seus relatos aparecem a partir de 4:44min e 1:40 min respectivamente.    
      https://youtu.be/yFfD4f-lg8w  – 1ª parte(4:44 min)     https://youtu.be/Kkm9s818xLs – 2ª parte (1:40 min)

       

  3. Deutsche Bank anuncia redução de tamanho.

    http://www.dw.de/deutsche-bank-anuncia-redu%C3%A7%C3%A3o-de-tamanho/a-18408606

    Maior banco alemão decide vender parcela majoritária que detém do Postbank e fará cortes no setor de investimentos. Executivos esperam que, menor, Deutsche Bank possa ser mais rentável a longo prazo.

    O Deutsche Bank pretende reduzir sua participação acionária no Postbank para “menos de 50%, pelo menos”, declarou um porta-voz do maior banco alemão após uma reunião extraordinária de seu conselho administrativo, nesta sexta-feira (24/04). Hoje, o Deutsche Bank detém 91,4% do Postbank.

    Os diretores anunciaram cortes também no setor de investimentos e explicaram que a empresa pretende se concentrar em suas atividades no exterior. Os detalhes da nova estratégia, no entanto, deverão ser apresentados na próxima segunda-feira.

    Ao contrário do que vinha sendo especulado, o Deutsche Bank anunciou que vai passar a investir no setor de operações com clientes particulares.

    Com a redução de tamanho, os executivos do Deutsche Bank esperam que a instituição possa ser mais rentável a longo prazo. O banco também responde, assim, às exigências cada vez mais rigorosas das autoridades regulatórias em questões de capitalização.

    Além disso, o banco enfrenta diversos processos e, para tal, precisa de reservas. Recentemente, autoridades britânicas e americanas impuseram multa de 2,5 bilhões de dólares pelo envolvimento do Deutsche Bank em um escândalo de manipulação da taxa de juros interbancária Libor.

    O Postbank possui atualmente 14,8 mil empregados. Há meses o banco enfrenta um conflito tarifário com seus funcionários, que paralisaram várias vezes suas atividades este ano. A principal exigência deles é a prorrogação da proteção dos empregos até 2020, o que foi rejeitado pelo Postbank. Há poucos dias, os funcionários do banco entraram em greve ilimitada.

    CA/dpa/rtr/afp

     

  4. REDE GLOBO

    http://www.msn.com/pt-br/tv/topnews/ap%C3%B3s-homenagem-ao-jornal-nacional-ex-apresentadora-reclama-por-ter-sido-deixada-de-fora/ss-BBiFfKa?ocid=mailsignoutmd

     

    Após homenagem ao “Jornal Nacional”, ex-apresentadora reclama por ter sido deixada de fora

     

    Na noite da última sexta-feira (24), após o “Jornal Nacional” especial de 50 anos da TV Globo, Valeria Monteiro reclamou sobre o fato de ter ficado de fora das comemorações da emissora, por meio de seu perfil no Facebook.

    Conhecida como a primeira mulher a apresentar o telejornal global, a jornalista queixou-se de até Cid Moreira e Sérgio Chapelin terem participado da atração e ela não.

    “Interessante que não me incluam em livro e comemorações do ‘JN’, tendo sido a primeira mulher a apresentar o jornal da noite, antes um bastião masculino na Globo”, iniciou o desabafo.

    A profissional ainda disse: “Mesmo tendo sido por um ano, aos sábados, como na época foi acordado para a transição para a modernidade, em que a mulher participava finalmente de todos os âmbitos da programação jornalística, é uma gafe, me parece que há uma vontade de se reescrever a história”.

    Valeria foi além da queixa pessoal e detonou a emissora carioca. “Depois ficam chateados com a suspeita da população quanto a credibilidade do jornalismo da empresa. Por que você acha que isso acontece?”, disse ela nas redes sociais”, encerrou.

    Para quem não sabe, Valeria Monteiro foi âncora do “Jornal Nacional” no início da década de 1990.

    Ela ainda passou ainda pelo “Fantástico”, “Jornal Hoje” e o “RJTV”. Depois de deixar a Globo, foi morar nos Estados Unidos, onde passou nove anos.

  5. *

    Thomas Piketty: Uma dívida deve sempre ser paga?

    Carta Maior

    http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Economia/Thomas-Piketty-Uma-divida-deve-sempre-ser-paga-/7/33339

    Alemanha e França, que reestruturaram suas dívidas após a guerra, explicam hoje ao sul da Europa que as dívidas públicas devem ser pagas até o último euro.

    ara alguns, a resposta é óbvia: dívidas devem sempre ser reembolsadas, não havendo alternativas à penitência, especialmente quando gravadas no mármore dos tratados europeus. No entanto, basta olhar para a história das dívidas públicas, assunto fascinante e injustamente negligenciado, para notar que as coisas são bem mais complexas.

    Primeira boa notícia: houve, no passado, dívidas públicas maiores que as de hoje e, de diversas maneiras, sempre foi possível superá-las. Podemos distinguir, de um lado, o método lento, que visa a acumular pacientemente excedentes orçamentários para, gradualmente, pagar os juros e o principal da dívida. Por outro lado, há uma série de métodos que visam a acelerar o processo: inflação, impostos excepcionais, ou anulação pura e simples.

    Um caso particularmente interessante é o da Alemanha e da França em 1945, quando os dois países encontram-se com dívidas públicas da ordem de dois anos de produto interno bruto (200% do PIB), ou seja, níveis maiores de endividamento do que os da Grécia ou da Itália hoje. No início dos anos 1950, porém, aquela dívida havia caído para menos de 30% do PIB. Evidentemente, uma redução tão rápida jamais teria sido possível com o acúmulo de excedentes orçamentários. Ambos os países utilizaram, em vez disso, todo o conjunto de métodos rápidos. A inflação, muito alta dos dois lados do Reno entre 1945 e 1950, desempenha o papel central. Com a liberação, a França também institui um imposto excepcional sobre o capital privado, de até 25% sobre os grandes patrimônios, e de até 100% sobre os maiores casos de enriquecimento ocorridos entre 1940 e 1945.

    Os dois países também utilizam diversas formas de “reestruturação da dívida”, nome técnico dado pelo mercado para a anulação pura e simples da totalidade ou de parte da dívida (também chamada, de forma mais prosaica, de haircut). Como, por exemplo, nos famosos acordos de Londres de 1953, quando foi anulada a maior parte da dívida externa alemã. Foram estes métodos rápidos de redução da dívida – incluindo a inflação – que permitiram à França e à Alemanha iniciar a reconstrução e retomar o crescimento no pós-guerra, sem o fardo da dívida. Foi assim que estes dois países puderam, nos anos 1950 e 1960, investir em infraestrutura pública, educação e desenvolvimento. E são estes mesmos dois países que explicam hoje ao sul da Europa que as dívidas públicas devem ser pagas até o último euro, sem inflação e sem medidas excepcionais.

    Atualmente, a Grécia estaria com um leve superávit primário: os gregos pagam um pouco mais de impostos do que recebem em gastos públicos. De acordo com os acordos europeus de 2012, a Grécia deverá destinar um enorme superávit de 4% do PIB ao longo de décadas para pagar suas dívidas. Trata-se de uma estratégia absurda, que a França e a Alemanha nunca aplicaram a si mesmas.

    Nesta amnésia histórica extraordinária, a Alemanha tem, obviamente, uma enorme responsabilidade. Mas suas decisões nunca teriam sido adotadas sem a aprovação da França. Os sucessivos governos franceses, de direita e depois de esquerda, provaram-se incapazes de reconhecer a complexidade da situação e propor uma refundação democrática verdadeira da Europa.

    Com seu egoísmo míope, Alemanha e França maltratam o sul da Europa e, dessa forma, maltratam a si mesmas. Com dívidas públicas se aproximando de 100% do PIB, inflação zero e baixo crescimento, os dois países também levarão décadas para recuperar a capacidade de agir e investir no futuro. O mais absurdo é que, em 2015, as dívidas europeias são essencialmente dívidas internas, assim como em 1945. As detenções cruzadas entre os países atingiram de fato proporções inéditas: os poupadores dos bancos franceses detêm uma parte das dívidas alemã e italiana, e as instituições financeiras alemãs e italianas possuem uma boa parte da dívida francesa, e assim por diante. Mas se considerarmos a área do euro como um todo, nós possuímos a nós mesmos. E mais: os ativos financeiros detidos por nós fora da zona euro são maiores do que detidos pelo resto do mundo na zona euro.

    Mais do que continuar a reembolsar nossas dívidas a nós mesmos durante décadas, depende apenas de nós começarmos a nos organizar de forma diferente.

    Thomas Piketty é diretor de estudos na École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS) e professor da École d’économie de Paris.

     

    Tradução de Clarisse Meireles

  6. BURACOS MORENOS

    Globo 26abr15

    BURACOS MORENOS

    Luiz Fernando Veríssimo

    Ministros do Supremo decidiram mandar o processo contra Eduardo Azeredo para ser julgado em Minas. No caminho, teria se desfeito no ar. Nunca mais se ouviu falar nele.

    Amais nova especulação da Física é que existem mais buracos negros no Universo do que se imaginava. Eles não estariam apenas na imensidão sideral, como gigantescos aspiradores engolindo galáxias inteiras, mas também à nossa volta, como pequenos ductos para o Universo paralelo. Seriam tão comuns e fariam parte do nosso cotidiano de tal maneira que deveríamos parar de chamá-los de buracos “negros”, com sua conotação de obscuridade e terror, e adotar um nome mais íntimo, como buracos morenos (mas não, claro, buracos afrodescendentes). Qualquer um de nós está sujeito a ser tragado por um desses buracos e se ver, de repente, no outro Universo. Onde poderia muito bem encontrar aquela caneta favorita que tinha sumido, o último disco do Chico que desconfiava que alguém tinha roubado, livros e outros objetos inexplicavelmente desaparecidos e até a tia Idalina, que todos pensavam que tinha fugido com um boliviano e fora apenas sugada por um ducto.

    Uma possível vitima de um desses hipotéticos buracos morenos seria o ministro do Supremo Gilmar Mendes, que pediu vistas do projeto de alteração das leis eleitorais para impedir doações de empresas a partidos políticos, que estava sendo votado no tribunal, guardou o projeto numa gaveta da sua casa para estudar depois, fechou a gaveta com chave — e a chave desapareceu. O ministro estaria procurando a chave por todos os lados, preocupado em não atrasar a votação, e não a encontrando. Só haveria uma explicação possível para o desaparecimento da chave: buraco moreno.

    Outro caso em que um buraco moreno seria a única explicação aceitável é o da ação penal contra o senador Eduardo Azeredo, do PSDB, suposto beneficiário maior do que ficou conhecido como o “mensalão” mineiro, ou “mensalão” tucano, origem e modelo do “mensalão” que mais tarde beneficiaria o PT. Exaustos depois do julgamento do PT, os ministros do Supremo decidiram mandar o processo contra Eduardo Azeredo para ser julgado em Minas. No caminho de Minas, o processo teria se desfeito no ar. Pelo menos nunca mais se ouviu falar nele. Buraco moreno.

    Aliás, um mistério sobre o qual a Física também deveria especular é o da predileção dos buracos morenos pelo PSDB. Por exemplo: a compra de votos para possibilitar a reeleição do Fernando Henrique caiu no esquecimento ou caiu num buraco moreno? O PT não quer outra coisa a não ser que um buraco moreno venha a aspirar todas as suas agruras, como faz com o PSDB. É pura inveja.

     

  7. Terremoto no Nepal

    Peritos sabiam que a tragédia estava chegando

    Sismólogos visitaram e advertiram o Nepal uma semana antes do terremoto

    Uma semana antes do terremoto; 50 sismólogos visitaram Kathmandu, capital do Nepal, para orientar e preparar a cidade para a probabilidade de ocorrência semelhante ao terremoto que devastada a capital em 1934.

    Povo nepalês olhar para uma estrada rachado após um terremoto em Kathmandu

    Nepalese observam uma rodovia com fendas após o terremoto em Katmandu | Foto AP

    Os especialistas sabiam que estavam em uma corrida contra o tempo, mas não sabiam que seus medos se materializariam em seguida.

    O forte terremoto de magnitude 7,8 deixou mais de 2.000 mortos e mais de 6000 feridos, até o momento, segundo informações dos funcionários do Ministério de Resgate.

    Sismólogo James Jackson: “Uma espécie de pesadelo estava esperando para acontecer”

    “Foi uma espécie de pesadelo esperando para acontecer”, disse o sismólogo James Jackson, chefe do departamento de Ciências da Terra da Universidade de Cambridge. “Física e geologicamente o que aconteceu é exatamente o que nós pensamos que iria acontecer”, disse Jackson, cientista-chefe da Earthquakes Sem Fronteiras, um grupo que tenta tornar a Ásia mais capacitada para se recuperar destes desastres naturais.

    Mas ele não esperava que o forte terremoto de sábado acontecesse tão cedo. O terremoto de magnitude 7,9 matou mais de 2.000 e causou destruição generalizada.

    O terremoto de Kathmandu foi o que muitos temiam, não apenas por causa da falha sísmica natural, mas por causa das condições locais deterioradas.

    Um abalo do mesmo tamanho pode ter efeitos maiores em diferentes partes do globo por causa da qualidade da construção civil e da ocupação populacional, que é algo que o US Geological Survey pode calcular com antecipação.

    Assim, o mesmo nível de abalo causaria a morte de 10 a 30 pessoas por milhão de residentes na Califórnia, mas talvez mais de 1.000 no Nepal, e até 10.000 em regiões do Paquistão, Índia, Irã e China, disse o sismólogo David Wald da USGS.

    As equipes de resgate busca nos escombros dos edifícios derrubados para os sobreviventes (EPA)

    Enquanto o gatilho da catástrofe é natural – um terremoto – “as consequências são resultado da ação humana”, disse Jackson. “Exceto por deslizamentos de terra, que neste caso são um problema sério, são os edifícios que matam as pessoas não terremotos”, disse Jackson. Quem vive em um deserto plano, sem água, um terremoto não iria prejudicá-lo.

    “O verdadeiro problema na Ásia é a forma como as pessoas se concentraram em lugares perigosos”, disse Jackson.

    Kathmandu foi avisada, primeiro pela própria Terra: este é o quinto terremoto significativo lá nos últimos 205 anos, incluindo o mais impactante ocorrido em 1934.

    “Eles sabiam que tinham um problema, mas ele era tão grande que não atuaram para saber por onde começar, como começar”, disse Hari Ghi, coordenador regional no sudeste da Ásia para Geohazards International, um grupo que trabalha na análise dos riscos de terremotos em todo o mundo. Ghi, Jackson e Wald disseram que o Nepal estava fazendo progressos na redução da sua vulnerabilidade a terremotos, mas não rapidamente ou grande o suficiente.

    O grupo de Ghi, em 12 de abril de 1990,  publicou um relatório atualizado que resume os riscos de Kathmandu Valley.

    “Com uma taxa anual de crescimento populacional de 6,5 por cento e uma das maiores densidades urbanas do mundo, os 1,5 milhões de pessoas que vivem no Vale do Kathmandu estavam enfrentando claramente um risco terremoto grave e crescente”, segundo o relatório, definindo o “o problema ” que o vale enfrenta.

    “Também ficou claro que o próximo grande terremoto a atingir regiões perto do Vale causaria significativamente maior perda de vidas, danos estruturais e as dificuldades econômicas que terremotos passados ​​tinham infligido.”

    Durante anos as estruturas foram construídas sem qualquer prevenção a terremotos (Reuters)

    Por anos não havia normas de construção e o desenvolvimento desenfreado provocou a construção acelerada de casas e outras estruturas ser construídas sem intervenções protetivas contra a ação de terremotos, revelou o relatório. Existem normas para novos edifícios, que não ajudam as estruturas mais antigas, e elas não são rigorosas, disse Ghi.

    Na verdade, a situação é ainda agravada por causa das leis de herança locais que regulam a divisão da propriedade igualmente entre todos os filhos, disse Jackson. Então isso significa que os edifícios são divididos verticalmente entre os irmãos que constroem apartamentos raquíticos, com paredes muito finas, porque precisam de mais espaço para adicionar mais pessoas, criando espaços inseguros em andares adicionais, disse ele.

    “A construção é espantosa em Kathmandu”, disse Jackson.

    A pobreza e a poluição pioram o problema, disse Jackson. As pessoas não gastam tempo se preocupando com eventuais terremotos no futuro, porque eles têm problemas mais urgentes.

    “Se você mora no Vale do Kathmandu, você tem outras prioridades, e coisas desagradáveis diárias ​​acontecem com você em termos de qualidade do ar, qualidade da água, poluição, trânsito e muita pobreza”, disse Jackson. “Mas isso não significa que os terremotos foram embora.”

    Intomações e imagens do The Telegraph

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