Clipping do dia

As matérias para serem lidas e comentadas.

Redação

11 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. A grande FOX e seus telespectadores unipolares.

    A grande FOX e seus telespectadores unipolares.

    Hoje li um artigo na Carta Capital do Cientista Social Marcos Coimbra que falava do crescimento da extrema-direita nos Estados Unidos e no Brasil.

    Leia-o neste link:

    http://www.conversaafiada.com.br/pig/coimbra-o-pig-fez-crescer-a-extrema-direita

    Interessante a ideia do pesquisador sobre a mídia brasileira. Seríamos uma grande FOX, a emissora de TV norte-americana de extrema-direita.

    Por que uma grande FOX? Porque no Brasil não existe um equilíbrio de posições ideológicas na mídia (nos meios de comunicação).

    Não temos meios de comunicação de grande penetração plurais (de esquerda e de direita), + meios de comunicação isentos e + meios de comunicação ligados a partidos.

    A imensa maioria das emissoras de TV e rádio, portais, jornais e revistas de grande penetração na sociedade, atualmente, se posicionam num espectro de visão de mundo situado na extrema-direita política/econômica como a FOX nos Estados Unidos. Só que lá existem os contrapontos à FOX e não apenas, quase que exclusivamente, a extrema-direita política/econômica é formadora da opinião pública dos norte-americanos. Há equilíbrio nos meios de comunicação, indo além da FOX e sua visão de mundo de extrema-direita.

    E como visualizar a grande FOX no Brasil? É fácil.

    Forma-se com a liderança da Rede Globo e seus diferentes meios de comunicação de TV, rádio, impressos e Internet + a Editora Abril e suas revistas Veja e Exame + a Folha de São Paulo e o seu portal UOL + o Estadão + a Band e suas Band News e Band FM + a rádio Jovem Pan e outras. Todos meios de comunicação defendendo um mesmo modelo de sociedade para o Brasil e apoiando os partidos e políticos conservadores.

    Esta grande FOX detém mais de 80% de todos os meios de comunicação que podem levar notícias aos brasileiros sobre o País e o Mundo e, agem decisivamente na construção unipolar da opinião pública no Brasil.

    No Brasil é muito difícil encontrar espaço para uma análise equilibrada do que acontece dentro e fora do País. Vivenciamos a realidade com o olhar jornalístico, praticamente, de uma sociedade apenas possível: a do neoliberalismo radical, que traduzindo para uma linguagem comum seria a presença mínima do Estado nas relações entre os agentes/participantes da sociedade e valorização da iniciativa privada e do mercado financeiro (temas recorrentes: bolsas de valores, ações, cotações, investimentos/investidores, CEO, taxa de juros, etc.), caminhos que seriam centrais para o desenvolvimento de um País e para o progresso de nossa sociedade.

    A Lei do mercado e a ideia do mérito acima de um Estado indutor e fiscalizador da economia, Estado provedor de bem-estar social e garantidor de, ao menos saúde, educação, transporte, moradia, infraestrutura urbana e de qualidade para a sociedade como um todo.

    Qualquer legenda política/Ideologia/pessoa/organização social que possa figurar em um campo minimamente distante deste radicalismo político/econômico se busca deslegitima-la, destruí-la de suas qualidades e se coloca os mais pejorativos adjetivos nela, alimentando a ideia na sociedade de que todo este conjunto de outros agentes da sociedade é incompetente, está fazendo/pensa tudo errado; e ai vai se radicalizando o discurso desta mídia, a grande FOX, no sentido de ferir de morte os adeptos e os filiados a partidos com desejos de um modelo de desenvolvimento e progresso social do Brasil diferente do da grande FOX.

    Imagina você ter mais de 80% de todos os meios de comunicação de um País e utilizá-lo com dois objetivos principais:

    1) Defender 24 horas do dia um único modelo de sociedade possível para o Brasil e o Mundo;

    2) Atacar todos partidos e seus partidários + ideólogos + organizações sociais e + simpatizantes que defendem um outro modelo de sociedade.

    Quem segura a opinião pública? Parece óbvio que acabamos enveredando em uma situação de radicalização.

    Se só é possível ouvir, ler, assistir um único discurso com interlocutores defendendo a Ideologia da grande FOX na grande FOX, onde só há uma única forma correta de sociedade, uma única verdade, um único ponto de vista correto sobre os fatos do cotidiano do Brasil e do Mundo só se pode esperar a formação de um sujeito/telespectador unipolar, ou seja, que só aceita uma verdade e que vai defendê-la com unhas e dentes.

    Afinal, se todos os meios de comunicação que ele ouve, assiste ou lê dizem as mesmas coisas depreciativas sobre pessoas, partidos, organizações sociais, ideologias, modelos de sociedade outro como será possível outra opinião dos telespectadores desta grande FOX, não é verdade?

    Em um País, onde, a Imprensa não é plural, não há o contraditório.

    Contraditório: essencial às democracias, porque gera pontos de vista outros dos fatos do cotidiano do Brasil e do Mundo e promove a reflexão dos que estão recebendo a informação.

    Em uma mídia plural o telespectador seria multipolar, porque ele teria vários pontos de vista sobre um mesmo fato e poderia tirar a sua conclusão dos acontecimentos, para além da notícia fabricada pela grande FOX.

    A intencionalidade da grande FOX de levar o seu telespectador a defender os mesmos interesses da grande FOX, interesses de não mais que 1% da população mundial e quase nunca os dessas pessoas, não seria contemplado na maioria das vezes.

    Uma opinião outra, uma notícia com outro ponto de vista, um acréscimo de dados à notícia, a voz de outros personagens para além dos defensores da Ideologia da grande FOX e até a possibilidade de defesa daqueles que a grande FOX coloca como “inimigos”, como “desonestos” aconteceriam numa Imprensa plural, na unipolar, não acontecem. O interesse dela não representa o interesse de toda a coletividade, parece óbvio o que digo. O interesse de 1% da sociedade não é o interesse de 100%.

    Um exemplo bem nítido do que relatei no parágrafo acima, da ausência de pontos de vista na grande FOX, pode ser visto na notícia cotidiana da falta d´água na cidade de São Paulo e o reservatório da Cantareira.

    Bem sabemos que lá no reservatório estão tirando água até do seu volume morto, certo? A opinião pública que segue a grande FOX diz todo dia: – precisa chover! A discussão da falta d´água termina ai, a culpa de a represa estar com pouca água, o problema no abastecimento d´água fica restrito à ausência de chuvas.

    A grande FOX noticia sempre desta forma: – faltam chuvas nas represas. E, tudo se resume a um noticiário simplório e unidirecional que cria um telespectador unipolar.

    Quem tem a oportunidade e/ou consegue se informar para além da grande FOX sabe que o problema da falta d´água na cidade de São Paulo vai além da falta de chuvas e passa pela falta de investimentos públicos na infraestrutura ligada ao abastecimento de água, responsabilidade do Governo Estadual e sua empresa SABESP, e já detectada a necessidade de investimentos públicos estaduais pela ANA (Agência Nacional da Água) desde 2003. E, que não foram tomadas as medidas necessárias desde quando se deu o alerta da ANA.

    Como a grande FOX é aliada ideológica e defende o mesmo modelo de sociedade do Governo do Estado de São Paulo, o neoliberalismo radical, não se busca formar na opinião pública uma imagem negativa do Governador e seu Governo, então a questão da Água na cidade de São Paulo é resumida a falta de chuvas e ponto final.

    Se a falta d´água acontecesse em um Estado, onde, ideologicamente, o Governador não defendesse o modelo de sociedade da grande FOX, ai, sim, a questão da falta de investimento público no setor estaria na ordem do dia e o governante e seu Governo estariam sendo criticados, considerados irresponsáveis e a opinião pública da grande FOX tenderia a estar revoltada, xingando, esbravejando, pedindo até a deposição do cargo do Governador desse Estado. Afinal, imagina a grande FOX e seu poder de persuasão no telespectador dizendo 24 horas por dia da incompetência do administrador com a questão d´água o que não pode gerar de reação negativa ao governante no seu telespectador, não é verdade?

    E, a recíproca não é verdadeira.

    Imaginemos, agora, um Governador aliado da grande FOX.

    Este Governador pode cometer todos os erros do mundo na questão d´água e não gerar nos seus telespectadores nenhuma revolta, nenhum xingamento e nem pedidos de sua deposição, pois, como disse antes, a grande FOX poupou o governante de notícias negativas sobre a questão d´água, não o culpou pela falta de planejamento e investimentos na infraestrutura do setor, e até o elogiou por fazer alguma gambiarra para levar água de um local para outro à população e até por entregar à população água barrenta e de qualidade duvidosa retirada do volume morto de uma represa.

    Como só há, praticamente, a grande FOX nos informando, outro ponto de vista, outros fatores responsáveis pela falta d´água na cidade de São Paulo deixaram de ser “martelados” no inconsciente coletivo e não podemos assistir reportagens precisas sobre a questão da água, opiniões outras, além de comentários, revoltas na maioria da sociedade que é informada via a unipolaridade da grande FOX. 

    A sociedade se cala, aceita a fácil desculpa e a repete: – precisa chover para encher a represa! E tudo fica explicado assim: – falta de chuva!

    E, então, depois do exemplo da água na cidade de São Paulo, parece óbvio que nos tempos de agora, a unipolaridade seja tão visível na sociedade.

    Enquanto, a grande FOX poupa os seus aliados ideológicos/ defensores do seu modelo de sociedade até nos grandes erros, ela não poupa seus “inimigos” em nenhuma situação. E até os acertos deles a grande FOX procura negativar, colocar um porém, pois, elogios enfraquecem, de algum modo, a unipolaridade da grande FOX.

    A grande FOX tem uma postura maniqueísta sempre, lembre-se disto. É a luta do bem (o seu modelo de sociedade) contra o mal (qualquer outro modelo de sociedade possível).

    Quem defender o bem (o seu modelo de sociedade) será seu aliado e poupado de críticas, quem estiver do outro lado da contenda será visto como o “mal/”mau”, aquela pessoa que está fazendo as coisas de forma errada, errada somente porque não faz as coisas exatamente como a grande FOX quer e não necessariamente errada sob muitos outros pontos de vista possíveis.

    O telespectador da grande FOX é o espelho dessa postura da grande FOX, onde, os seus aliados podem abusar de errar que não serão cobrados e os seus “inimigos” não podem sequer acertar.

    Se a gente observar na Internet, existem aos milhões, sujeitos unipolares, veja os comentários em qualquer postagem da NET e perceba.

    Eles repetem a grande FOX como papagaios.

    Tudo o que comentam é unipolar:

    É erro administrativo e corrupção, visão equivocada de mundo, merece ser deposto do cargo que ocupa, quando se trata dos “inimigos” da grande FOX.  (Claro que não com esta linguagem polida que escrevo).

    Já os amigos da grande FOX são esquecidos, não cometem erros administrativos, não se fala de suas corrupções e nem se pensa em tirá-los do cargo que ocupam.

    A grande FOX cria seus telespectadores à sua imagem e semelhança: telespectadores que possuem o RG da grande FOX e repetem o seu discurso e sua visão de mundo nos quatro cantos do País, telespectadores que não aceitam o contraditório, pois, como a grande FOX lhes direciona todo o pensamento para uma única verdade, não há como formar nesses indivíduos outra maneira de enxergar o Brasil e o Mundo em setembro de 2015.

    É a grande Fox para seus telespectadores: a verdade. E não se discute. Ninguém consegue argumentar com um telespectador da grande FOX, pois, ele já sabe a verdade e, sabe, também, que quem quiser argumentar contrário à “verdade” estará mentindo.

    E esta “verdade” inquestionável, maniqueísta e radicalizada criou em nossa sociedade a intolerância e vocabulários chulos diários, na violência escrita nos comentários e presente até nas ruas, na voz decibéis acima do normal na hora de um contra-argumento, quando ousamos pensar diferente dos telespectadores unipolares da grande FOX.

  2. Mídia realiza ‘gigantesco esforço golpista’, afirma secretário d

    Correio do Brasil

    Mídia realiza ‘gigantesco esforço golpista’, afirma secretário do MiniCom

     

    Por Redação, com Felipe Bianchi – de São Paulo

     

     Representante do Ministério das Comunicações (MiniCom) na abertura do Seminário Internacional Mídia e Democracia nas Américas, realizado na capital paulista ao longo deste fim de semana, o ex-deputado Emiliano José da Silva Filho, atual secretário de Comunicação Eletrônica, identificou o movimento golpista que move as empresas controladoras da mídia no país.

    Edson Lanza (relator especial para Liberdade Expressão da OEA), Venício Lima e Emiliano José defenderam que sem pluralidade na mídia, não há liberdade de expressão
    Edson Lanza (relator especial para Liberdade Expressão da OEA) e Venício Lima defenderam que sem pluralidade na mídia, não há liberdade de expressão

    Segundo o também jornalista Emiliano José, “é inegável que os meios (de comunicação) têm empreendido um gigantesco esforço golpista”. Apesar da certeza do envolvimento das principais empresas de comunicação na tentativa de derrubar a presidenta Dilma Rousseff, José concorda que pouco tem sido feito com o objetivo de mudar o atual cenário.

    A urgência de democratizar a comunicação no Brasil foi exatamente o tema de debate na abertura do Seminário Mídia e Democracia nas Américas. Por videoconferência, na noite desta sexta-feira, Edison Lanza, Relator Especial para Liberdade de Expressão da Organização dos Estados Americanos (OEA), defendeu que diversidade e pluralidade nos meios de comunicação é uma condição fundamental para a garantir a liberdade de expressão.

    Ciente da ausência de regulação do setor no Brasil – o advogado e jornalista esteve em Brasília recentemente, reunindo-se com autoridades políticas e entidades da sociedade civil – Lanza criticou a concentração dos meios de comunicação e o falso argumento de que regulação é censura, o que já se tornou uma espécie de ‘ antra’ dos grandes empresários do setor.

    — Monopólios e oligopólios atentam contra a democracia e a liberdade de expressão. É obrigação do Estado garantir este direito a partir da regulação do sistema de comunicação — afirmou.

    Segundo ele, os governos não devem intervir no que se produz, mas sim facilitar e construir políticas públicas para garantir que haja diversidade de vozes nos meios. Segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, explica Lanza, é papel do Estado impedir uma excessiva concentração de meios por grupos privados, o que atenta contra a diversidade de fontes e opiniões.

    — É fundamental que haja intervenção em um mercado com tendência ao monopólio — acrescenta.

    Os organismos que implementem essas regulações, conforme explica o relator da OEA, têm de gozar de autonomia e independência, tanto do ponto de vista político quanto em relação ao poder econômico.

    — Estes órgãos não devem ser instrumentos para calar vozes ou beneficiar interesses privados — pontua.

    Mídia brasileira
    ‘corrompe’ opinião pública

    Referência em estudos de mídia e democracia no Brasil, Venício Lima avalia que a urgência em se democratizar a comunicação no país diz respeito a findar um processo sistemático de corrupção da opinião pública.

    — Se a corrupção, palavra preferida dos grandes meios, é a prevalência de interesses privados e ilegítimos sobre interesses públicos, o que a mídia brasileira faz é corromper a opinião pública. A própria elite política da América Latina identificou, em uma pesquisa feita há dez anos, que os meios de comunicação são um dos principais obstáculos para a consolidação da democracia no continente. Se houve alguma alteração nesse panorama, é de que a situação se agravou — sublinha o professor.

    As condições para que os meios cumpram o papel de formar uma opinião pública democrática não ocorre no Brasil, na opinião do estudioso.

    — Em primeiro lugar, a legislação está desatualizada. Além disso, até hoje os princípios previstos na Constituição de 1988 (dentre eles a proibição do monopólio e do oligopólio no setor) seguem sem regulamentação — aponta.

    Segundo Venício, uma simples folheada nas manchetes dos grandes jornais, em um único dia, escancaram a falta de diversidade e pluralidade.

    — A narrativa da mídia é tão homogênea que é como se houvesse um super editor que editasse as notícias de todos os meios. É essa a impressão que você terá se ler diariamente os grandes jornais, todos com as mesmas pautas e narrativas — afirma.

    O único remédio, de acordo com ele, é cobrar do Poder Executivo que saia da armadilha na qual o próprio governo caiu.

    — Os governos dos últimos 12 anos acreditaram, equivocadamente, que poderia ser feita uma aliança com os oligopólios midiáticos. Por isso, perdemos oportunidades históricas de se fazerem mudanças fundamentais, de fazer o mínimo para sanar os problemas que nos colocam na situação crítica de hoje — lamenta.

    Pressão golpista

    O Ministério das Comunicações foi representado por Emiliano José, histórico militante pela democratização da comunicação que ocupa o cargo de Secretário de Serviços de Comunicação Eletrônica. Segundo ele, existe a clareza, no MiniCom, de que o debate sobre a regulação é fundamental para o avanço da democracia no país.

    — O ministro Ricardo Berzoini tem dito que está disposto a desenvolver esse debate, assumindo o compromisso de intensificar esse processo — diz ele.

    De acordo com Emiliano José, a luta pela democratização da mídia é árdua e, infelizmente, esbarra no cenário político desfavorável ao governo.

    — Imaginar que haverá alguma proposta concreta de regulação do setor é uma contradição. Sabemos a composição e como funciona esse Congresso, e nenhum governo pode prescindir do Congresso — disse, lamentando a conjuntura desfavorável.

    Para o executivo do MiniCom, é bastante difícil separar seu papel no Ministério e o histórico na luta por uma mídia democrática, causa à qual se dedico “há décadas”. Como militante, Emiliano opina que a mídia não está ao lado do povo brasileiro.

    — O suicídio de Vargas, em 1954, quando já estava praticamente consumado um golpe contra ele, vanguardeado pela imprensa, tem relação íntima com o bombardeio midiático sobre a presidenta Dilma. É inegável que os meios têm empreendido um gigantesco esforço golpista — aponta.

    Emiliano José também listou iniciativas que o Ministério das Comunicações tem tomado. Além do Canal da Educação e do Canal da Cidadania, que fomentam canais educativos e públicos, Emiliano José cita também o Plano Nacional de Outorga de Rádios Comunitárias, que deve desburocratizar o processo de outorgas.

    — É preciso cavar espaços para amenizar o problema do monopólio. Não se trata de excluir vozes, mas ampliá-las — conclui.

     

  3. O golpe é para ‘privatizar tudo’

    Carta Maior

     

    18/09/2015

     

    O golpe é para ‘privatizar tudo’

     

    A economista Elena Landau, que foi apelidada de ‘musa das privatizações’ durante o reinado de FHC, escancara os interesses que movem esta conspiração.

     

     

    Por  Altamiro Borges

     

     

     

     

      Marcos Fernandes

     

    Animados com a possibilidade do impeachment da presidenta Dilma, alguns tucaninhos começam a abrir o bico e a revelar as verdadeiras razões deste golpe. Em artigo publicado na Folha desta quinta-feira (17), a economista Elena Landau, que foi apelidada de “musa das privatizações” durante o triste reinado de FHC, escancara os interesses que movem esta conspiração. Para ela, “é hora de privatizar” – de preferência, entregando o patrimônio público e as riquezas nacionais para o capital estrangeiro.
     
    A entreguista Elena Landau, conhecida por seu doentio complexo de vira-lata, teve papel de destaque no criminoso processo da “privataria tucana” – tão bem descrito no livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr.. Ela foi assessora da presidência do BNDES e diretora do “Programa Nacional de Desestatização” do governo FHC. Ela faz parte do grupo de economistas ultraneoliberais da PUC-RJ, que tem entre os seus expoentes figuras como Armínio Fraga, Pérsio Arida, Gustavo Franco e André Lara Resende. Ela também tem sólidas ligações com o império, tendo estudado no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), um antro mundial das teses destrutivas e regressivas do neoliberalismo.
     
    Com este currículo, Elena Landau tornou-se a musa dos tucanos e porta-voz dos interesses de rapina das corporações estrangeiras. A partir da vitória de Lula, em outubro de 2002, a economista caiu no ostracismo e passou a cuidar dos seus negócios. Só voltava à tona nas campanhas eleitorais, ajudando na elaboração dos programas dos candidatos derrotados do PSDB – José Serra, Geraldo Alckmin e, no ano passado, do cambaleante Aécio Neves. A Folha tucana, sempre tão generosa, até garantiu um palanque para a economista neoliberal, mas sem maior repercussão. Agora, com a ofensiva golpista pelo impeachment de Dilma, Elena Landau adquire novamente “prestígio”.
     
    No artigo intitulado “É hora de privatizar”, ela demonstra que mantém o bico tucano afiado. Do seu palanque, ela critica o pacote fiscal apresentado nesta semana pelo governo federal. Ele seria muito tímido. “Os ajustes propostos não atacam erros fundamentais que levaram ao descalabro nas contas, entre eles o gigantismo do Estado, e pouco avança neste campo. A privatização não foi mencionada uma vez sequer”. Para ela, “a privatização é parte da solução dessa crise. Ela não depende, na maioria dos casos, de apoio do Legislativo. Apenas da vontade política do Poder Executivo”.
     
    Após passar um período de esquecimento, ela até tenta se jactar dos seus feitos no desastroso reinado de FHC. Vaidosa, ela se gaba do “sucesso” do Programa Nacional de Desestatização. Só não diz que parte do patrimônio público foi vendida a preço de banana – é só lembrar da entrega da Vale – e que, mesmo assim, o país ficou de joelhos por três vezes diante do FMI e quase quebrou totalmente. FHC e Landau, entre outros privatistas e entreguistas, foram escorraçados do governo pelo voto popular. Agora, eles desejam voltar ao poder através de um golpe para concluir o serviço sujo da privatização.
     
    “A crise abre oportunidade para nova rodada de privatizações… A lista de ativos federais, estaduais e municipais a serem vendidos pode e deve ser ampliada. Há oportunidades na área de distribuição de gás, transportes e saneamento. A quantidade de empresas e o montante de recursos a serem arrecadados é grande. Some-se ainda o plano de desinvestimento da Petrobras e os valores duplicam. O PND (Plano Nacional de Desestatização) precisa sair de sua longa hibernação e o BNDES deve recuperar sua vocação para coordenar o projeto de desestatização nacional, com lei específica e regras claras. A gravidade da crise não permite tergiversação”, conclui a economista neoliberal.

    http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/O-golpe-e-para-privatizar-tudo-/4/34530

  4. Terrorismo: o miléssimo apagão que não houve; já a Copa foi um

    sucesso.

    E o “apagão” das hidrelétricas, como vai?

    Uhidro

    No Brasil, com a mídia militante de oposição, existe um critério para a divulgação de notícias: só as ruins.

     

    Por isso, o distinto leitor e a querida leitora não lêem, faz tempos, notícias sobre a crise elétrica, a não ser para algum chororô remanescente das empresas, todas indo muito bem, obrigado, com os reajustes cavalares que receberam este ano.

     

    Não lêem, embora os dados estejam todos disponíveis a um clique de computador.

     

    Se os nossos jornais os publicassem, saberíamos que os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste e do Centro Oeste, que respondem por quase 70% de nossa capacidade de geração estestavam quinta-feira, quando escrevi este texto,  com 34,1% de seu volume máximo, contra 27,5% na mesma data de 2014.

     

    Embora se preveja uma semana sem chuvas, com novas precipitações só acontecendo na região após o dia 25, é provável que se termine setembro aproximadamente no mesmo nível, o que é muito superior tanto ao que se registrou ano passado (25,3%) como o que os estudos no próprio Operador Nacional do Sistema, que controla o fluxo das barragens para o final do mês. O valor estimado para o final do mês, na primeira projeção para setembro, era de 27,1% e a “melhor das hipóteses” considerada de 31,4%.

     

    Agora, o ONS estima que a 30 de setembro termine com 32,7, podendo chegar a 32,4% se as chuvas dos últimos dias do mês forem um pouco mais fortes. Para o fim de outubro, o cálculo sempre conservador do comitê do ONS estima um baixa para 28,2%. Em outubro de 2014, era 18,7%.

     

    Dificilmente se terá, no final do período seco, em novembro um quadro em que mostre as represas entre 10 e 15% acima do desastre do nível de 16% registrado ao fim daquele mês no ano passado.

     

    Mesmo que tecnicamente o risco de um “apagão” já tenha sido”zerado” há duas semanas, o comportamento das reservas no final do período seco abre a perspectiva de, com a chegada da estação das chuvas (dezembro/janeiro a maio) tenhamos, em 2016, níveis de armazenamento superiores a 50%, o que não ocorre desde 2013.

     

    A situação só não é melhor porque a estação seca, no Nordeste, está sendo mais severa que há um ano, embora, em parte, isso esteja sendo compensada pela usinas eólicas, que têm gerado perto de 30% de toda a produção elétrica nordestina, aliviando a carga das hidrelétricas.

     

    Com isso, é quase certa a retirada da bandeira tarifária vermelha, aliviando o custo da energia elétrica e, com ele, a inflação no fim de 2015/início de 2016.  Com a queda de consumo provocada pela estagnação econômica (e, este mês, ampliada pelos dias de baixa temperatura da primeira quinzena do mês) e a entrada em operação das primeiras turbinas de Belo Monte, não haverá razões de forçar a restrição de consumo de energia elétrica.

     

    Claro que isso ainda depende do comportamento das chuvas no último trimestre do ano, que os meteorologistas projetam seja dentro da normalidade.

     

    Normalidade, porém, parece ser a palavra mais proibida na imprensa brasileira, atualmente.

     

     

  5. Em dias de RiR- Rock in Rio- Aécio… pronto para ….

    ÔOOOOOOOOOOOOOOOOOOÔ SENSACIONALISTA:

     

    Após críticas a Adam Lambert, Aécio diz que está pronto para assumir o Queen

     

    O senador Aécio Neves ficou animado com a rejeição a Adam Lambert que tomou conta das redes sociais. Logo após o show do Queen, Aécio entrou no Facebook e viu muita gente reclamando do novo vocalista e resolveu agir. “Eu não queria, mas o Brasil está clamando. Ninguém aguenta mais. É hora de entrar com um pedido de impeachment de Adam”, disse o ex-governador de Minas.

    Aécio ligou para Fernando Henrique ainda de madrugada, e ele estava dormindo. Mal humorado, o líder do PSDB resmungou: “Ainda isso, Aecinho. Descansa, rapaz. Espera mais uns anos.”.

     

    Aécio retrucou que Adam não podia mais continuar representando Freddie Mercury pois estava envergonhando. Um fã de Adam retrucou: “Então por que você não tenta entrar no American Idol e ganhar no voto?”.

  6. *

    Censura política no Facebook?

    http://outraspalavras.net/blog/2015/09/18/censura-politica-no-facebook/

    facebook-censorship

    Rede retira do ar texto de Patrick Cockburn, que aponta responsabilidade dos EUA na origem da onda de refugiados que chega à Europa. Questionado, Facebook silencia

    Por Antonio Martins

    As práticas de censura adotadas pelo Facebook podem ter assumido caráter aberto de controle político. Na madrugada de hoje, a plataforma excluiu um texto publicado porOutras Palavras sobre um dos temas centrais da conjuntura global: a crise dos refugiados que se espalha pela Europa. Redigido pelo jornalista irlandês Patrick Cockburn, considerado em todo o mundo1 um dos principais especialistas em questões do Oriente Médio (vale conhecer seu livro magistral sobre o ISIS), o texto tem uma marca especial. Amparado em farta pesquisa e análise, ele aponta a responsabilidade dos Estados Unidos e seus aliados no deslocamento em massa das populações islâmicas – que compõem o grosso da maré humana em movimento. Ao intervir militarmente sobre países árabes, ou desestabilizar de modo consciente seus Estados, argumenta Cockburn, Washington engendrou guerras que estão desabrigando milhões.

    Estampado ontem como manchete, em nosso site, o texto teve seu título, subtítulo e imagens publicados no Facebook à tarde. Foi compartilhado e curtido por algumas centenas de pessoas, e alcançou algumas dezenas de milhares. Porém, pela madrugada, foi excluído sumariamente e sem aviso prévio. Todas as pessoas que o compartilharam também tiveram o texto excluído. Como “aviso”, a rede registrou, de modo lacônico: “Esta mensagem contém conteúdo que foi bloqueado pelos nossos sistemas de segurança”. Nossa contestação à censura, enviada por volta das 10h, não recebeu resposta até o momento. Diversas tentativas de repostar o conteúdo foram igualmente bloqueadas, com idêntico aviso.

    facebook censura

    declínio da democracia nas nações ocidentais que por séculos juraram defendê-la é uma ameaça crescente e assustadora. Outras Palavras tem tratado do tema com insistência. Procuramos demonstrar que a ameaça já não se expressa apenas nosequestro da política por uma elite (a “casta”, diriam os espanhóis) que evita a qualquer custo o debate dos temas cruciais para a definição do futuro coletivo. Manifesta-se também em ataques mais diretos às próprias liberdades civis: perseguição de dissidentesvigilânciaviolação constante da privacidade na brutalidade das políciascontra os que divergem. A censura praticada costumeiramente pelo Facebook é parte deste retrocesso. Os laços entre o Facebook e o setor de espionagem politica do Estado, nos EUA, são fartamente conhecidos. Mas os métodos de controle social empregados pela rede pareciam ter, até o momento, um caráter mais sutil.

    Por um lado, a censura era “justificada” pelo suposta opção de não ferir sensibilidades dos leitores. Corpos nus, por exemplo, são banidos – mesmo quando retratam povos que optam por não se vestir, ou quando estão presentes em obras de arte com as quais a própria Inquisição era mais tolerante… Por outro lado, o Facebook parece optar, na maior parte do tempo, por um controle mais difuso e pervasivo. Ao invés de excluir, escolhe os conteúdos que chegarão a seus leitores. Afirma fazê-lo por meio de algoritmos “neutros”, mas se recusa a revelar que critérios orientam tais instruções – evidentemente construídas por seres humanos. Outras Palavras tem publicado, aliás, textos (2) que apontam os gravíssimos riscos de manipulação política presentes nesta prática.

    Se a esta forma mais dissimulada de manipulação veio somar-se, agora, a censura política primária, é porque podemos estar diante de algo grave. Como diz John Pilger — um autor que nos orgulhamos de traduzir e publicar –; e como mostram, por exemplo, o encarceramento de Chelsea Manning e a perseguição a Julian Assange e Edward Snowden, podemos estar à beira de algo como “um 1984 high-tech”.

    Outras Palavras continuará usando o Facebook. Vê as redes sociais como bens comum da humanidade, por reunirem conhecimento, diálogo e experiência imensamente superiores às pretensões de seus “proprietários”. Mas atitudes como a censura de hoje levam a lançar ao menos duas perguntas. Não é hora de incluir em nossas agendas políticas a democratização das redes sociais? Enquanto este objetivo permanecer distante, não será preciso multiplicar esforços para a criação de alternativas aos gigantes que ameaçam controlar a internet?

     

    1. Patrick Cockburn foi considerado melhor jornalista no Oriente Médio pela British Journalism Awards e melhor repórter do ano pela The Press Awards em 2015.

     

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador