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Redação

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  1. Chatô se deliciava com o poder.

    PiG imita gangsterismo de Chatô

    Morais: é um acinte usar a tevê e o rádio para defender interesses empresariais    publicado 17/01/2016 no Conversa Afiadachatô_.jpg

    Chatô (em pé) mandaria o Fernando Henrique pagar a folha de salários do jornal

    Em CartaCapital:

    Chatô e os chatôzinhos

    Ele fundou um estilo de jornalismo. O de hoje imita seu gangsterismo. Não sua inteligência

    por Nirlando Beirão

    Enquanto o escritor e jornalista Fernando Morais, 69 anos, dava esta entrevista a CartaCapital, chegou à casa dele um reparte da novíssima edição de Chatô, a biografia do magnata das comunicações Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello (1892-1968). “É por causa do filme”, comentou.

    O Chatô de Morais, publicado em 1994 pela Companhia das Letras, inspirou o filme dirigido por Guilherme Fontes – mais do que isso uma atormentada saga cinematográfica que se prolongou por 20 anos até seu recente lançamento. Aqui, Fernando Morais traça um revelador retrato da mídia nativa, a de antes e a de hoje.

    Carta Capital: O que mudou na imprensa desde os tempos de Assis Chateaubriand?

    Fernando Morais: Na essência, não mudou nada. A mídia – e, para não ficar repetindo isso o tempo todo, ressalvo as exceções que nós conhecemos – continua sendo um instrumento exclusivamente dos interesses econômicos e políticos do dono.

    O que não seria muito grave no caso de jornal e revista, porque são propriedade privada – e aí seria outra discussão. Mas é um acinte que isso aconteça em veículos eletrônicos, o rádio e a televisão, que são concessão pública.

    Qual é a diferença que a gente vê entre os impérios midiáticos de hoje e o do Chatô? A personalidade do Chateaubriand. O caráter diabólico que ele tinha. Ao mesmo tempo que era capaz do pior gangsterismo, ele deixou o legado do melhor museu de arte do Hemisfério Sul, o Masp.

    CC: Gangsterismo? Por exemplo.

    FM: Mandou capar a tiros um sujeito com quem ele tinha uma dívida. Era Oscar Flues, grande importador de máquinas de São Paulo. Oscar vendeu a dívida para o Getúlio (Vargas) quando Chatô estava preso, por ter aderido à Revolução de 1932.

    Getúlio comprou a dívida e tomou um jornal de Chateaubriand. Tão logo foi solto, Chatô despachou o Amâncio para São Paulo, com o retratinho do Flues na mão, e, bom capanga dos anos 30, o Amâncio ficou de tocaia, chapéu enfiado na cabeça. O Oscar morava no casarão que é hoje a sede do Iate Clube de Santos, em Higienópolis.

    Parou o carro, o filho desceu para abrir os portões, o Amâncio abriu a porta, enfiou o revólver entre as pernas do Oscar, atirou duas vezes e foi embora. Uma barbaridade. Não havia nenhuma razão nobre ou política para aquilo.

    CC: Então, Chateaubriand estava do lado dos paulistas em 1932. Tinha aquele discurso de defesa da democracia?

    FM: Em parte por isso, mas o que pesava mesmo era a relação freudiana com o Getúlio. Do dia em que se conheceram até a hora em que ficou sabendo que Getúlio tinha dado um tiro no coração, a relação foi de amor e ódio, amor e ódio, o tempo todo. Eram personalidades vibrantes, magnéticas, como não existem mais.

    Insisto: o sujeito que mandava capar um credor montou o maior museu do Hemisfério Sul. Que é propriedade pública, não é dos filhos do Chatô. Não é do Gilberto, não é da Terezoca e dos filhos da Terezoca. É meu, é seu. Sua empregada, o porteiro do prédio podem ir lá ver um raro Rembrandt. Nenhum magnata da mídia atual é capaz de oferecer ao País uma coisa da importância do Masp, sem falar dos aeroclubes que Chateaubriand espalhou pelo Brasil.

    Obrigava os milionários a doar aviões. Porque achava que um país deste tamanho você só iria conquistar pelo ar, não adiantava construir estrada de ferro ou rodovia que fosse de São Paulo para Manaus. Mas não era um santo.

    CC: Interessante esse tema: herança. O que a gente vê por aí, nos veículos da grande imprensa, é o que Mino Carta chama de sucessão por direito divino. Famílias da oligarquia que vão ficando no comando. Quase sempre depredando o patrimônio que herdaram.

    FM: É o que a gente está vendo aí. O Chateaubriand inventou uma coisa maluca, deixou todos os veículos que tinha para um condomínio de empregados. Todos eram funcionários. Mas a diferença principal do Chateaubriand para os atuais donos de jornais me veio à cabeça com a leitura deste livro do Fernando Henrique Cardoso, Diários da Presidência.

    Nele, Fernando Henrique conta, não sem certa empáfia, que dois jornalistas da Folha escreveram no jornal – não dá para entender se artigo ou reportagem – textos que o deixaram indignado. Passou a mão no telefone e ligou para o senhor Frias (Octávio Frias). Reclamou, disse que era inadmissível. O senhor Frias respondeu: “Não se preocupe, presidente. Pode dormir em paz que eu vou obrigar os dois a engolir os artigos”. No dia seguinte, os dois tiveram de escrever um mea-culpa, “desculpa, não foi bem assim”.

    CC: E com o Chatô, como era?

    FM: Esse tipo de ameaça o Chateaubriand sofreu várias e várias vezes. Por parte do presidente da República, de ministros, de militares. Respondia sempre da mesma maneira: para poder mandar aqui dentro dos meus jornais, de minhas revistas, tem de se responsabilizar pela folha de pagamento no final do mês.

    Se o senhor quiser assumir a folha de pagamento, pode demitir repórter, contratar, mudar texto. E o que valia para fora valia para dentro também. Lembro o caso do David Nasser, que era o monstro sagrado de O Cruzeiro, revista que vendia 700 mil exemplares quando o Brasil tinha 30 milhões de habitantes e 50% de analfabetos, e não havia assinatura, você tinha de ir à banca. Um dia, o David fez um artigo contra o Juscelino, então presidente.

    O Chatô estava se arrumando para uma festa, tirando alfinete de uma camisa de smoking novinha em folha – a cena é muito engraçada, aconteceu no escritório dele no O Jornal. Chega o David e o Chatô diz: “Que merda é essa, David, de falar mal do Juscelino na sua coluna?” O David respondeu: “Mas, doutor Assis, é minha coluna, tem meu nome lá em cima, é minha opinião”. Chateaubriand respondeu: “Se quiser ter opinião, monta um jornal só para você; na minha revista você defende a minha opinião”.

    CC: É a noção que a mídia hegemônica ainda tem hoje de liberdade de imprensa, não é?

    FM: Essa clareza, essa sinceridade do Chateaubriand não existe mais. Se o presidente da República reclamava, como fez o Fernando Henrique, ele dizia: “Se quiser mexer nos meus editoriais, tem de pagar a conta no fim do mês”. O mesmo valia para a redação. Rubem Braga trabalhava em Belo Horizonte para o Estado de Minas e escrevia crônicas semanais.

    Numa delas desceu o cacete na Igreja da Espanha, que estava apoiando Francisco Franco. Estamos falando, portanto, de 1936, 1937, durante a Guerra Civil. Aí, dom Antonio dos Santos Cabral, o rígido arcebispo de Belo Horizonte, fez uma homília, a ser distribuída em todas as suas paróquias, dizendo que os Diários Associados eram inimigos da família católica e que as pessoas não tinham mais que assinar o Estado de Minas. Imagina a força da Igreja em Minas Gerais 80 anos atrás.

    Chatô soube disso, passou a mão no telefone, ligou para o Gegê (Geraldo Teixeira da Costa, diretor do jornal). Disse: “Senhor Gegê, descobri que dom Cabral, quando moço, estuprou a irmã várias vezes. Quero uma reportagem enorme sobre isso”. Passa um dia, dois, cinco, uma semana, duas semanas depois. Chatô, furioso, ligou cobrando a matéria.

    Gegê, constrangido, argumentou: “Doutor Assis, botei o melhor repórter, mas tem aí um problema. Descobrimos que dom Cabral é filho único, não tem irmã”. Resposta do Chateaubriand: “Isso não é problema meu nem seu, senhor Gegê. Isso é um problema do dom Cabral. Ele que explique depois”.

    CC: Se a verdade atrapalhar o que se quer dizer, esqueça-se a verdade. Ainda se pratica muito isso.

    FM: Muito, muito. E com mais hipocrisia. É o avesso do que deveria ser o jornalismo. Tenho 50 casos como este, a propósito do Chatô. Acho que, se o livro fez sucesso e o filme faz sucesso, é porque o Guilherme (Fontes, o diretor) soube ler o personagem.

    Que na verdade não é só um, são vários. Dá para fazer Chatô II, Chatô III, Chatô, a Volta. Não tinha limites no usufruto do poder. Mas não buscava enriquecer. Não tinha muito dinheiro. Uma casa boa em São Paulo, outra na Rio – só. Achava que dinheiro era coisa de pobre.

    CC: Nos anos 30, 40, havia mais debate na imprensa, não havia? Não era essa tirania do pensamento único.

    FM: Pelo menos não era monolítico. Em todos os estados havia jornais locais que não eram tão grandes quanto os jornalões, mas que faziam oposição, crítica, deboche. E havia também muita imprensa operária, de sindicato. Não existe mais, ou pelo menos a gente não tem acesso.

    O direito de emitir opiniões estava à disposição de quem quer que seja. Mas aí começam os grandes impérios da mídia, e o do Chateaubriand é o primeiro. Era tão maquiavélico que em cada lugar tinha um jornal sério e um jornal de escândalo, de polícia. Em São Paulo, Diário de S. Paulo e Diário da Noite. No Rio, O Jornal e Diário da Noite. Em Minas, Estado de Minas e Diário da Tarde.

    Um jornal de sangue e um jornalão de opinião. Tinha uma revista nacional, O Cruzeiro, que, proporcionalmente, tinha uma tiragem dez vezes maior do que qualquer uma hoje. Tinha rádio bombando, a televisão começando.

    CC: Era um homem inteligente, não é? Faz contraste gritante com os chatôzinhos de hoje.

    FM: Diabolicamente inteligente. Falava mal quatro idiomas, o único que falava bem era o alemão, cantava Noite Feliz em alemão no dia do Natal. Um sujeito sofisticado, você vê pelos 11 mil artigos que escreveu ao longo da vida. Um personagem 100% brasileiro, com fumaças de genialidade, esse lado dele incontrolável, sedutor, sua paixão pelo poder.

    Antes da eleição do Dutra (general Eurico Gaspar), em 1945, Adhemar de Barros foi ao escritório de Chatô, no Rio, querendo convencê-lo a ser candidato à Presidência. Ele respondeu: “Não tem a menor graça, o bom não é ser presidente, o bom é que, para o cara ser presidente, ele tem de bater naquela porta, pedir para entrar, tirar o chapéu, sentar aqui e perguntar se pode ser candidato à Presidência”.

    CC: A porta a bater mudou de endereço, mas continua existindo, não é?

    FM: É, nisso ele deixou uma herança ruim para nós. Boa parte desses maus costumes da nossa mídia vem de lá. Depois de assistir ao filme de Guilherme Fontes, um crítico afirmou: “Isso não é sobre o Chateaubriand, o Brasil dos anos 50, é o Brasil de hoje”. Você apenas troca as figuras, o enredo é o mesmo.

    CC: Um nordestino que teve a ousadia de peitar a plutocracia paulista.

    FM: Peitou, não – humilhou. Você pode imaginar o doutor Julinho Mesquita botando um chapéu de cangaceiro por imposição do Chatô?

    CC: A tal Ordem do Jagunço, que ele inventou…

    FM: É, se botou no Churchill, por que é que não iria botar num Mesquita? Os Ermírio de Moraes penaram na mão dele. Certa vez, Chatô entrou no estúdio e invadiu uma novela – não tinha videotape, era ao vivo – para ameaçar: “O senhor Ermírio de Moraes, eu preciso educar esse sujeito com surras de rabo-de-tatu”. Fazia o diabo. O que fez com o conde Chiquinho Matarazzo…

    CC: Em 1964, a mídia, inclusive o Chateaubriand, se juntou e entrou no golpe, com a solitária exceção da Última Hora do Samuel Wainer. Hoje, ela continua flertando com o golpe. Mas tem o mesmo poder dos anos 60?

    FM: Toda ela aderiu ao golpe. Em relação aos dias de hoje, tenho uma opinião um pouco herege para uma pessoa de minha idade e de minha formação. Sou um jornalista do papel, meu mundo era o Jornal da Tarde – sonho de todo grande jornalista, assim como foi a Realidade e, antes, o Jornal do Brasil.

    Estou convencido de que jornal e revista no formato de hoje acabaram. Televisão volta a ser um eletrodoméstico, uma tela, o conteúdo vai estar no seu celular. Veja o Jornal Nacional, a audiência da Globo – está desabando. O Boni disse um dia desses: “Esses caras perderam o juízo”. Não vejo em que o jornalismo que se faz no Brasil possa seduzir as novas gerações.

    Se tivesse de escolher uma epígrafe para esta entrevista, seria um versinho profético do Gilberto Gil, de 1967, na música chamada Domingou: O jornal de manhã chega cedo/ mas não traz o que eu quero saber/ As notícias que leio/ já sabia mesmo antes de ler.

     

  2. Marina: tão golpista quanto o Aécio Neve, mas muito mais viva

    Bláblárina é uma malandrina …

    Quer o Golpe na Dilma, mas só pra ela…   
     publicado 17/01/2016 no Conversa Afiadamoro___.jpg

    (De Fábio Sexugi)

    A Bláblárina se acha esperta.

    Seus patrocinadores ( Itaúúúú e Natuuuura) são tão espertos que ela pensa que esperteza se dá por proximidade.

     Ou por financiamento privado de campanha.

     A Rede Sustentabilidade defende o Golpe contra a Dilma.

    A Blábá é outra que não aceita o resultado da eleição.

    Mas, ela é malandrina…

    Ela não apoia o impítim do Ministro (PSDB-MT), nem do Pauzinho do Dantas, nem do Eduardo Cunha da Marta, nem o do Aecím de Furnas.

    O Golpe dela é malandrino.

    Ela quer o Golpe no TSE: “a melhor forma de dar encaminhamento (ao Golpe e a sua posse na Presidência da República) é o processo no TSE. Dilma e Temer são faces da mesma moeda”, disse ela ao Estadão.

    (Ato falho – liderada do Itaúúú a falar em moeda com duas faces …)

    O que significa a mandrinhagem ?

    Primeiro ela conta com o Ministro (PSDB-MT) que, nesse mesmo TSE, contra a Ministra Carmen Lúcia, tentou legitimar a Rede quanto ela não tinha meia dúzia de gatos pingados.

    Segundo, se a Dilma e o Temer forem enforcados pelo TSE do Gilmar, haverá nova eleição.

    E aí ela acha que derrota o Aecim.

    O Aecim e todos os outros parvos que se candidatariam nessa hipotética – e improvável eleição.

    Depois que o Brasil e a Ministra do Meio Ambiente Izabela Teixeira enfiaram os verdes locais numa poça de xisto betuminoso, na COP-21, em Paris, a Blablárina ficou sem verde para respirar.
     
    A Blablárina não passa de uma malandrina.

    PHA

     

  3. Quantos bilhões vale a obra de Moro para o capital?

    Tijolaço

    Quantos bilhões vale a obra de Moro para o capital? O Brasil na bacia das almas…

     

    baleia

    A Folha diz hoje que os fundos de investimento – leia-se grandes grupos estrangeiros e nacionais, sobretudo bancos têm 25 bilhões de dólares – ou R$ 100 bilhões de reais – para comprar empresas em países emergentes, aproveitando a crise.

    E que o Brasil é um deles onde os “principais alvos são empresas de energia, concessões na área de estradas, aeroportos e saneamento pertencentes a grupos envolvidos na Operação Lava Jato”.

    É obvio que, graças ao Dr. Sérgio Moro tratar dos crimes cometidos não como eventos a serem punidos e ressarcidos, mas como uma cruzada de demolição destes conglomerados empresariais, as bocarras se abriram para engolir as empresas em um dos poucos setores onde o capital nacional ainda fazia frente ao estrangeiro.

    “O Brasil tem boas empresas, o mercado interno é grande, e está barato”, diz Flávio Valadão, diretor da área de fusões e aquisições do Santander.

    “Hoje é possível comprar uma empresa de R$ 1 bilhão com US$ 250 milhões. Não dava para fazer isso no primeiro semestre do ano passado”, diz  à Folha Marco Gonçalves, dirigente do honestíssimo banco BTG Pactual, ele próprio em processo de “depenação” depois da descoberta das falcatruas de seu controlador (ou não, porque desde o Amador Aguiar eu ponho pouquíssima fé nesta história de bancário que vira banqueiro), André Esteves.

    Nestes negócios privados, como todos sabem, ninguém leva dinheiro. Negociam-se bilhões com um ascetismo daquelas imagens que assistem, plácidas, o que se passa nos bordéis. São todos santos, puros, honestos como um frade capuchinho.

    Com serenidade e responsabilidade, os  milhões  de reais surrupiados pelos “ladrões de carreira” da Petrobras estariam sendo recuperados talvez até com mais eficiência. Mas, em lugar disso, estamos vendo se esvaírem – no santo e puro “altar” do “Deus Mercado” bilhões de reais de patrimônio empresarial  brasileiro.

    Em lugar de gravar o patrimônio pessoal dos empreiteiros, destrói-se o das empresas, que têm (ou tinham) poder para investir, empregar e realizar.

    Os  acordos de leniência, que os procuradores da Lava Jato se esforçam – amplificados pela mídia – em barrar, seriam isso: a empresa paga pelo que fez, em dinheiro; os empresários pagarão – ou não, segundo seu julgamento – com sua liberdade e seus bens.

    “Este parece ser um momento único na história, pela quantidade de bons ativos de empresas brasileiras que podem ser colocados à venda”

    A frase, do diretor gerente do banco  Morgan Stanley, Alessandro Zema, seria traduzida pela minha avó como “meu filho, estão vendendo tudo na bacia das almas”.

    A simplória D. Innocência Barbosa, com seu quinto ano  primário de Conservatória, uma das vilas mortas do café no Vale do Paraíba, resumia o que o letrado professor de Economia da Unicamp da Unicamp, Fernando Nogueira  da Costa define com erudição: “Na bacia das almas” é expressão que se usa para designar a situação de alguém que está passando grande dificuldade e tem de vender algo o mais rapidamente possível, consequentemente, por um preço bem abaixo do que se obteria em circunstâncias normais. A expressão provém dos preparativos para o sacramento da Extrema Unção, quando a bacia em que se colocavam os óleos, unguentos e paramentos do sacerdote ficavam ao lado do moribundo.

    O Dr. Sérgio Moro acha, talvez, que isso “não vem ao caso”.

    http://tijolaco.com.br/blog/quantos-bilhoes-vale-a-obra-de-moro-para-o-capital/

  4. A “delação” de Cerveró: propina por obra que nem sequer foi feit

    Tijolaço

    A “delação” de Cerveró: propina por obra que nem sequer foi feita, segundo o TCU?

     

    cerveromascara

    Há dois dias atrás, você lembra, o Valor Econômico publicou que, ao contrário do que chacoalharam os jornais em manchetes escandalosamente, Lula e Dilma não foram citados na tal “delação premiada” de Nestor Cerveró, algo que os demais jornais trataram quase em nota de rodapé.

    Quanto a Lula, o que Cerveró teria dito sobre uma propina de US$ 4 milhões da Odebrecht para sua campanha em 2006 teriam virado dinheiro de outra empreiteira, a UTC, para o PT.

    Veja como O Globo descreveu a “emenda”:

    O ex-­diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, teria modicado sua versão sobre um suposto pagamento de propina de US$ 4 milhões à campanha do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, segundo um documento obtido pelo jornal “Valor Econômico”. De acordo com o texto, os recursos teriam origem na obra de Renovação do Parque de Refino (Revamp) da refinaria de Pasadena, no Texas.

    O valor do suposto caixa dois foi citado num resumo apresentado por Cerveró, ao negociar o acordo de delação premiada, sobre as informações que revelaria. O texto, entregue pela defesa do ex-diretor aos investigadores da Operação Lava­Jato, registra que “foi acertado que a Odebrecht faria adiantamento de US$ 4 milhões para a campanha do presidente Lula, o que foi feito”. O tal pagamento seria a contrapartida por contrato obtido pela construtora e pela UTC para a refinaria do Texas.

    A menção à suposta propina paga pela Odebrecht à campanha do ex-­presidente, no entanto, desaparece do termo de depoimento em que Cerveró trata do assunto na delação premiada, homologada pelo ministro Teori Zavascki, relator da investigação no Supremo Tribunal Federal (STF). No termo, Cerveró cita a UTC ao invés da Odebrecht como pagadora de suborno para o PT.

    Bem, dirá o leitor, a propina foi então para o PT, que recebeu da empreiteira uma parte do valor pago pela obra.

    Pequeno problema: não houve valor pago pela obra, simplesmente porque não houve a obra.

    É o que está repetidamente consignado no Relatório do Tribunal de Contas da União sobre Pasadena, fonte insuspeita de qualquer simpatia ao governo ou ao PT. Destaco dois itens apenas:

    149. Em primeiro lugar, importa esclarecer que a condição suspensiva do negócio jurídico não se concretizou, haja vista que o Revamp não foi executado. Segundo a Petrobras, contribuíram para a não execução do projeto, principalmente, a crise mundial de 2008, mudanças na estratégia de investimentos da companhia, que realocou recursos destinados ao exterior para o desenvolvimento do pré-sal, e os desentendimentos havidos entre as sócias (peça 1, p. 185).

    150. Abstraindo o fato de o projeto não ter sido executado, percebe-se que o cenário após o Revamp seria atrativo para a Petrobras, de acordo com os estudos que antecederam o fechamento do negócio.

    Será que é esta história que venderam para o Ministro Teori Zavascki para homologar o acordo de redução de pena de Cerveró e não usar para acusar pessoas? Está faltando pedaço na história ou sobrando história…

    E faltando, além de profissionalismo dos investigadores, vergonha na cara de quem conta e de quem vaza essa “história sem fim” de Cerveró.

    http://tijolaco.com.br/blog/a-delacao-de-cervero-propina-por-obra-que-nao-foi-feita/

     

  5. Pena de delatores cai de 283 para 7 anos

    Brasil 247

    Pena de delatores cai de 283 para 7 anos

     

    :

    Acordos de delação premiada beneficiaram nomes como o do doleiro Alberto Youssef, ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, Pedro Barusco, ex-gerente da estatal, e o lobista Fernando Baiano; Augusto Mendonça e Julio Camargo, ex-executivo e ex-consultor da Toyo Setal, foram dispensados até do uso de tornozeleira eletrônica, apesar de terem confessado crimes que renderam penas de mais de 40 anos de prisão; procuradores do caso dizem que esses acordos têm sido indispensáveis para o avanço das investigações; “Nos acordos de colaboração, o princípio é de que se troca um peixe por um cardume, ou um peixe pequeno por um peixe grande”, diz Deltan Dallagnol, coordenador da operação; já o advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira diz que a delação “é um instituto de duvidosa legalidade e legitimidade”

    18 de Janeiro de 2016 às 06:07

     

     

    247 – Os acordos na Lava Jato garantiram aos treze delatores da operação reduzir penas de 283 anos e 9 meses de reclusão para, no máximo, 6 anos e 11 meses em regime fechado.

    Segundo levantamento da ‘Folha de S. Paulo’, dois deles, Augusto Mendonça e Julio Camargo, ex-executivo e ex-consultor da Toyo Setal, respectivamente, cumprem os noves anos em regime aberto, sem a tornozeleira eletrônica, apesar de terem confessado crimes que renderam penas de mais de 40 anos de prisão.

    Os procuradores do caso dizem que esses acordos têm sido indispensáveis para o avanço das investigações. “Nos acordos de colaboração, o princípio é de que se troca um peixe por um cardume, ou um peixe pequeno por um peixe grande”, diz Deltan Dallagnol, coordenador da operação.

    Ele afirma que os cerca de 40 acordos de colaboração feitos pela força-tarefa permitiram acusações criminais contra 179 pessoas por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, sendo que 80 delas já foram condenadas criminalmente –as penas totais somam 783 anos de prisão.

    Para o advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira , a delação “é um instituto de duvidosa legalidade e legitimidade”. “Dá-se uma credibilidade absoluta à palavra do delator, que na verdade está delatando pura e simplesmente para se ver livre de prisões”. “[O delator] Delata e fala o que as autoridades queiram que ele delate e fale”, afirma Mariz (leia mais).

    http://www.brasil247.com/pt/247/parana247/213640/Pena-de-delatores-cai-de-283-para-7-anos.htm

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