Clipping do dia

As matérias para serem lidas e comentadas.

Redação

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  1. A sujeira da Revista Veja

    Mais um truque sujo da Revista Veja

    O que o PIG quer com esse papo de que o impeachment não vai ser aprovado? Exatamente o contrário: DESMOBILIZAR os movimentos sociais para aprovar o impeachment. Leia sobre a armadilha nesse trecho do editorial do detrito de maré baixa, como diria PHA. Se quiser ler o editorial como um todo, leia (http://www.vermelho.org.br/noticia/279019-1). Mas não se engane, o golpe é político e o PIG está se lixando para qualquer tipo de legalidade jurídica. O vídeo postado abaixo é relativamente longo,  mas veja o que diz o autor dessa avaliação da semana 9 de abril, até pelo menos os primeiros 40 minutos. 

     

    Veja prevê derrota do golpe e culpa Eduardo CunhaEditorial da Veja, sinaliza que a oposição não tem os votos necessários para consumar o golpe contra a democracia que vem sendo conduzido pela aliança entre os “moralistas” do PSDB e o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).  

     

    AP 

    A revista da famiglia Civita, que faz dupla com a Globo nos ataques mais truculentos contra o governo, afirma ainda que a presidente Dilma Rousseff tem razão ao dizer que Cunha instalou o processo por “vingança”, o que já bastaria para anular o processo, e diz que a oposição errou ao se aliar ao presidente da Câmara; “Desmoralizado por propinas e contas secretas na Suíça, Cunha, com sua presença, contamina a lisura do impeachment”.

    [video:https://youtu.be/kwGwoBhiMSI%5D

     

     

  2. Atenção: Ato em defesa da Democracia- HOJE.

    Fernando Morais, Chico Buarque, Leonardo Boff, Éric Nepomuceno e Wagner Moura convocam para o ato em defesa da Democracia.

    Hoje, dia 11 de abril,às 17 h.  Local Fundição Progresso.  Lapa, Rio de janeiro.

    À luta!    

  3. http://www.opovo.com.br/app/o

    http://www.opovo.com.br/app/opovo/dom/2016/04/09/noticiasjornaldom,3600492/artigo-o-golpe-desrecalcado.shtml

    Artigo. O golpe desrecalcado

    Sandra Helena de Souza
souza.

    [email protected]
Professora de Filosofia da Unifor
Membro do Instituto Latino-Americano de Estudos em Política, Direito e Democracia



    Durante quase duas décadas, convivi intimamente com pessoas diretamente atingidas pelo terror do Estado na última ditadura civil-militar. Essa convivência com quem insiste na memória de uma dor inominável me ensinou mais sobre a história recente do Brasil que todos os livros que porventura tenha lido.

    Minha juventude encontrou o País em distensão. Ao chegar à universidade na aurora dos contagiantes anos oitenta, participei das grandes manifestações pela redemocratização. A lembrança das “Diretas Já” me soa triste: na noite da derrota da emenda Dante de Oliveira, voltei a casa sofrendo sem ainda conseguir perceber o curso poderoso das coisas para além de nossas vontades, aquilo que se costuma chamar o espírito do tempo. Eram tempos de abertura. Que tempos são os nossos, afinal?

    Embora a Lei de Anistia resista e os agentes oficiais da repressão continuem impunes, a Comissão Nacional de Anistia, bem como as estaduais, tem feito nos últimos anos um trabalho incansável quanto ao resgate da significação do Estado de Exceção por meio das indenizações laborais e pedidos de perdão às vítimas. Entre 2012 e 2014, a Comissão Nacional da Verdade vasculhou os escombros da nação e trouxe à tona um extenso relatório com recomendações, sem a participação dos arquivos militares, que se recusaram a colaborar. Quanto a estes, cabe recordar que, durante todos os anos dos governos FHC e Lula, a ordem do dia nos quartéis nos 31 de março era de apologia da “revolução”. Coube à presidente Dilma pôr termo ao absurdo.

    Houve já quem dissesse que fazemos a história, sim, mas não do modo que queremos. Bingo. A passagem dos 50 anos da quartelada nem de longe significou uma apropriação simbólico-narrativa do País a respeito da recente violência de Estado. Bem ao contrário, poucos meses depois de apresentado o relatório final da referida comissão, vimos estupefatos pelas ruas pedidos de intervenção militar e o que antes era um envergonhado silêncio tornou-se um agressivo discurso que retoma a narrativa da “gloriosa” que livrou o País dos “comunistas”. E, pasmem, o governo é comunista.

    Então, como um grito preso na garganta ecoa o reprimido brado retumbante, a par de todo o assombroso roteiro de deposição do governo legitimamente eleito, que vai do impeachment, passa pela renúncia e chega à convocação de novas eleições. Ele sacode o País inteiro em um multiverso de eventos políticos emocionantes, o que montanhas de livros, filmes, relatórios não pareciam capazes de galvanizar como uma verdade moral e cívica – o fantasma sai da tumba: golpe, golpe.

    O #NãoVaiTerGolpe avança finalmente como a dessublimação do “não houve golpe”, “não foi golpe, foi revolução” e congêneres. Nunca antes na história deste País, nem nos 50 anos de 64, o País assumiu tão desabridamente seu passado de golpe e ditadura.É mesmo de Marx com Hegel que se trata. A gente vai retrocedendo ao fundo: a única maneira de avançar.

    Um salve aos velhos combatentes. Estamos nas ruas. O tempo nos levará.

  4. Janot é vitima ou autor de pressões fora da lei?

    Tijolaço

    Janot é vitima ou autor de pressões fora da lei?

     

    janotpratodolado

    Meu colega – e repórter da melhor qualidade – Marcelo Auler publica hoje em seu blog  um post onde sugere que Rodrigo Janot estaria sendo vítima de processos de pressão interna no MP;

    “A qualquer leigo soa muito estranha a mudança de posição do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Em dez dias, embora não seja Cristo, mudou do vinho para a água, ou vice-versa. Deu um giro de 180°, sem que nenhum fato novo ocorresse.

    Mesmo para quem não domina o Direito, parece óbvio que não foi baseado na doutrina jurídica que isto aconteceu. Certamente outros fatores lhe influenciaram. Afinal, com a experiência que tem, jamais se deixaria levar por um entendimento errado a ponto de modificá-lo em poucos dias.

    Muito provavelmente repetiu-se a pressão interna da sua corporação, tal como ocorreu no início de 2015. Isto, aliado ao fato de Janot estar com o fígado virado com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, provavelmente contribuiu para esta mudança.”

    Diz Auler que, ano passado, aconteceu um “episódio jamais revelado”:

    Na época, a Controladoria Geral da União (CGU) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), do Ministério da Justiça, discutiam a elaboração de acordos de leniência com as empresas envolvidas na corrupção da Petrobrás. Tentava-se salvar as empresas, cobrando-lhe multas e devolução de recursos. A responsabilidade penal cairia sobre as pessoas físicas que ocuparam suas diretorias.

    Janot estava propenso a aceitar estas negociações, mas, segundo boa fonte, sofreu uma pressão dos procuradores da Lava Jato que chegaram a falar em demitirem-se do caso, o que provocaria certa convulsão social. A enfrentá-los, preferiu ceder na sua posição.

    Detesta-me não concordar com Marcelo, embora não tenha um grama de desconfiança das informações que publica, porque jamais as faz sem checar com mais de uma fonte.

    Mas não descarto a responsabilidade pessoal, direta, do Procurador Janot.

    Mostrei, aqui, com suas próprias palavras, como foi caviloso e preparou a “mudança de posição” que Auler destaca.

    Se não é possível impedir a nomeação nem há,nestes processos, alicerce suficiente para a desconstituir (sem prejuízo de que a validade do ato venha a ser rediscutida, ante elementos mais amplos, se for o caso), parece harmônico com o controle dos atos do poder público evitar que ela produza os efeitos negativos acima apontados nas investigações ligadas ao cidadão LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA, mantendo-as no primeiro grau de jurisdição da Justiça Federal

     Ao que disse, soma-se a reportagem de Conceição Lemes, hoje, no Viomundo, que se inicia com uma série de perguntas não respondidas:

     

    Neste momento, certamente, milhares de brasileiros gostariam de perguntar ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot:

    1) Por que apesar de o senador Aécio Neves, presidente Nacional do PSDB, ter sido citado por vários delatores na Operação Lava Jato, o senhor até hoje não abriu nenhum inquérito para investigá-lo?

    2) Por que tamanha inação da PGR em relação ao seu conterrâneo tucano, considerando o enorme passivo judicial dele, guardado nas gavetas do Ministério Público e do Tribunal de Justiça de Minas Gerais?

    Entre esses brasileiros, está o jornalista mineiro Marco Aurélio Flores Carone, que editava o site NovoJornal, onde publicava denúncias sobre os tucanos mineiros, especialmente Aécio, que governou Minas de 2003 a 2010.

    Em 20 de janeiro de 2014, Carone foi preso. Seu jornal literalmente saqueado pela polícia de Minas: computadores, pen-drives, impressoras e documentos apreendidos sequer foram relacionados.

    Ficou encarcerado até 4 de novembro de 2014, no complexo penitenciário segurança máxima Nélson Hungria, em Contagem, região metropolitana de BH.

    Detalhe: nos três últimos meses, permaneceu incomunicável.

    Ao tornar-se um centro de conspiração contra os governos que lhe deram liberdade e autonomia, o Ministério Público Federal trabalha contra si mesmo.

    O Dr. Janot tem um mandato não apenas para se proteger das pressões do Governo, que nunca recebeu.

    Mas para se proteger das chantagens da própria corporação e dos políticos poderosos que não hesitam em fazê-lo.

    Dr. Janot, os livros de História não costumam ser superficiais e generosos como são as páginas de jornal e as reportagens de televisão, viu?

    http://www.tijolaco.com.br/blog/janot-e-vitima-ou-autor-de-pressoes-fora-da-lei/

  5. Mino: por que Moro não quer saber da Mossack?

    Do Conversa Afiada

    Mino: por que Moro não quer saber da Mossack?

     

    A Lava Jato presta-se a fornecer munição a uma tentativa de Golpe  <a href=”http://twitter.com/home?status=Mino%3A%20por%20que%20Moro%20n%C3%A3o%20quer%20saber%20da%20Mossack%3F%20-%20http%3A//www.conversaafiada.com.br/brasil/mino-por-que-moro-nao-quer-saber-da-mossack%20via%20″>Tweet</a>

    publicado 09/04/2016moro dj.jpg

    O Conversa Afiada reproduz editorial de Mino Carta, de CartaCapital:

    A crise é mental

    O bestialógico galopa enquanto um criminoso decide o destino do Brasil. Mas há um problema mundial…

     
    O escândalo chamado Panama Papers cabe com encaixe perfeito entre os resultados da sujeição do mundo ao deus mercado que o papa Francisco mais propriamente definiria como demônio do dinheiro.

    Antes de cogitarmos de uma reforma política brasileira, de resto, por ora tão improvável quanto duvidosa, seria altamente recomendável uma reforma do globo terráqueo. De sorte a reverter o processo destinado a enriquecer cada vez mais uns poucos para empobrecer e imbecilizar os demais. Aludo a bilhões de seres ditos humanos.

    Um jurista italiano em recente visita ao Brasil, ex-integrante da força-tarefa da Operazione Mani Pulite, Gherardo Colombo, convidado com o transparente propósito de constatar convenientes similitudes entre aquela ação justiceira e a Lava Jato, cuidou de desencantar os anfitriões, de sorte a não merecer maior repercussão na mídia nativa, a do pensamento único a favor do golpe.

    A tese central de Colombo, exposta no debate promovido para favorecer Sergio Moro e os promotores curitibanos, é a seguinte: em situações de corrupção desenfreada, a magistratura terá de agir para prender e incriminar quem quer que seja, mas não extirpará o mal se este for da cultura do país. O pecado só será remido pela educação dos graúdos e dos miúdos. Dura lição, que não se coaduna com as pretensões da Lava Jato.

    A corrupção é global, como, por exemplo, os Panama Papers comprovam. Nem por isso Moro e sua operação deixam de ser representativos de um país a seu modo único. A Lava Jato presta-se a fornecer munição a uma tentativa de golpe, vale-se de uma polícia disposta a desservir ao Estado para favorecer a manobra em sintonia com a mídia compactamente envolvida no processo.

    Atenta contra a lei impavidamente e tanto esquece a origem da corrupção e seus mais atilados praticantes, bem como liquida em um piscar de olhos a possibilidade de qualquer envolvimento da Mossack.

    Desponta a urgência de interrogar os botões: por que será que Moro e cia. enterraram o assunto? Respondem: talvez o peso de nomes graúdos detentores das offshore à margem do canal, nomes retumbantes, tenha aconselhado o súbito recuo, mesmo depois da prisão de cinco suspeitos da Mossack, logo postos em liberdade.

    Uma pergunta chama outra: e por quais cargas-d’água as atividades do empresário Fernando Henrique Cardoso e do seu endiabrado herdeiro Paulo Henrique não mereceram eco da mídia nativa? Ora, ora, respondem os botões, FHC é ainda mais invulnerável do que Aquiles, o herói grego de calcanhar indefeso. Nem mesmo Páris, de excelente pontaria, conseguiria abater o ex-presidente sem pontos fracos.

    A incerteza do momento precipita mais perguntas. Por que ressurge a proposta da renúncia da presidenta Dilma, formulada tempos atrás pelo acima citado FHC? A Folha de S.Paulo ressuscita a ideia como portadora da bandeira a abrir o desfile olímpico. Marcha imponente, a convocar muitos dos titulares da casa-grande, seus aspirantes e fâmulos.

    E por que Dilma haveria de renunciar? Nada empurra a tanto o vencedor de uma eleição, menos ainda a lei. Há quem diga: antecipemos as eleições, outubro próximo seria uma boa data. A presidenta reage com louvável ironia: pois então, renunciemos todos em bloco, governo, governadores e congressistas.

    A quem aproveita a proposta? Panorama confuso, de névoa do Mar do Norte, na madrugada invernal. Em meio à cerração, aparecem desentendimentos na tripulação do barco golpista. Não vale a pena perder tempo em relação ao patético comportamento de Marina Silva, crente ferrenha das pesquisas, incapaz de perceber que a coisa pega somente nas cercanias do pleito.

    Permito-me outros exemplos: eleições em outubro não comovem, por motivos diversos, Michel Temer e Aécio Neves. Encantam, porém, por razões insondáveis, Paulo Skaf, aquele que estimula imensa saudade de Antonio Ermírio de Moraes e Olavo Setubal, dois empresários que praticaram a política com outros méritos e válidos atributos. Tampouco está claro se Skaf é empresário.

    Algo é certo, soletram os botões: a proposta da renúncia nasce de uma forte dúvida a respeito do desfecho da manobra golpista do impeachment. A tigrada deu para temer, de uns dias para cá, que o complô soçobre no fracasso final.

    Retomada a normalidade democrática, e diante de uma crise iniciada no exterior que não tende a arrefecer, a possibilidade de antecipar eleições gerais poderia ser levada em conta, ao cabo de um amplo debate e de uma adequada emenda constitucional, operada pelos poderes previstos em lei.

    Antecipação de um ano, para outubro de 2017, quem sabe. Não é por acaso, de todo modo, que a Folha assuma o papel de portador da proposta da renúncia, inequivocamente golpista nas circunstâncias. Diz um caro amigo que o jornalão da família Frias é o mais hipócrita da categoria.

    Abriga textos que contradizem a linha do jornal, sem contar a pretensão do ombudsman faccioso, para alardear uma isenção desmentida na totalidade dos demais espaços. O Estadão é um vetusto fazendeiro que não consegue enxergar além da cancela das suas terras. O Globo é homem de negócios suspeitos, sem escrúpulos, entregue ao demônio do dinheiro.

    Os jornalões, os revistões e os programões abrigam o bestialógico mais grandioso da história do País. No confronto, o Febeapá da Stanislaw Ponte Preta empalidece. O que se lê e se ouve, imediatamente repetido por uma fatia conspícua da sociedade, é algo que não tem similar mundo afora. Trata-se de um besteirol clangoroso que exibe o estágio cultural primitivo de uma nação carente de saúde mental.

    Não falta quem escape ao desastre, mas o conjunto da obra é apavorante. Fôssemos diferentes, nos riríamos dos equívocos, dos mal-entendidos, das acusações pueris, e das pretensões descabidas, das ambições idem, dos exibicionismos provincianos, da pompa ridícula, da ostentação grosseira, da vulgaridade geral. O fenômeno apresenta, contudo, uma imponência tão avassaladora a ponto de provocar por parte de quem dispõe de bons olhos, vergonha e desalento.

    Perguntam agora meus envergonhados botões: quem haverá, neste Brasil em apuros, capaz de entender que o impeachment não resolve a crise, pelo contrário, a complicaria? E quem se dá conta de que os Panama Papers desvendam o ninho do ovo da serpente da crise que, sem isentar o País, transcende a economia?

    Há outra discrepância, ainda mais espantosa, a denunciar ausência de saúde mental, bem como política: enquanto se discute se Dilma cometeu um crime inexistente, decide os destinos do Brasil um notório criminoso chamado Eduardo Cunha. http://www.conversaafiada.com.br/brasil/mino-por-que-moro-nao-quer-saber-da-mossack

     

  6. MBL pede boicote a empresa de deputado que não declarou apoio ao

     

    MBL PEDE BOICOTE A EMPRESA DE DEPUTADO QUE NÀO DECLAROU APOIO AO GOLPE

    BRASIL247

    http://www.brasil247.com/pt/247/bahia247/225104/MBL-pede-boicote-a-empresa-de-deputado-que-não-declarou-apoio-ao-golpe.htm

     

     

    :

     

    O Movimento Brasil Livre (MBL) enviou nota à imprensa nesta segunda-feira comemorando a intimidação que tem feito contra deputados baianos que ainda não declararam seu voto e podem ser contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff; viadutos na região do Iguatemi e no Vale do Canela amanheceram esta segunda com faixas de protesto contra Bebeto Galvão (PSB) e José Nunes (PSD); ‘Bebeto covarde’ e ‘Zé Nunes com Dilma? Boicote Iguatemi Pneus. É dele!’ estão em duas das faixas; o movimento programou para esta semana a ‘operação minerva’, que consiste em intimidar os parlamentares em suas residências e bases eleitorais

     

    11 DE ABRIL DE 2016 ÀS 09:36

     

    Bahia 247 – O Movimento Brasil Livre (MBL) enviou nota à imprensa nesta segunda-feira (11) comemorando a intimidação que tem feito contra deputados federais baianos que ainda não declararam seu voto e podem ser contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

    Viadutos na região do Iguatemi (centro financeiro de Salvador) e no Vale do Canela amanheceram esta segunda com faixas de protesto contra os deputados Bebeto Galvão (PSB) e José Nunes (PSD). ‘Bebeto covarde’ ou ‘Zé Nunes com Dilma? Boicote Iguatemi Pneus. É dele!’, estão escritas em duas das faixas.

    Como se vê, o MBL incita até boicote às atividades comerciais do deputado José Nunes.

    A ‘Operação Minerva’, informa o MBL, vai realizar atos para ‘sensibilizar’ os deputados federais baianos a votarem pelo impeachment até a data da votação do afastamento da presidente Dilma Rousseff. Nesta segunda-feira, haverá manifestações para intimidar os deputados Márcio Marinho (PRB) e Félix Mendonça Jr. (PDT).

    “O deputado Márcio Marinho precisa se definir e não ficar neste jogo de enrola, querendo orar a Deus e o diabo”, diz o coordenador do MBL, Ricardo Almeida.

    Segundo ele, estão programadas para esta semana ações nas residências e bases eleitorais dos deputados indecisos Antônio Brito (PSD), Sérgio Brito (PSD), João Bacelar (PR), José Rocha (PR), João Carlos Bacelar (PTN), José Carlos Araújo (PR), Ronaldo Carletto (PP), Caca Leão e Fernando Torres (PSD).

     

  7. Clima de caça às bruxas

    Clima de caça às bruxas contra ideias de esquerda é muito preocupante, alerta sociólogo

      Rodrigo Ghiringhelli de Azevedo: "Há uma caça às bruxas muito preocupante dirigida contra um tipo de pensamento (de esquerda), como se ele fosse inaceitável". (Foto: Joana Berwanger/Sul21)

    Rodrigo Ghiringhelli de Azevedo: “Há uma caça às bruxas muito preocupante dirigida contra um tipo de pensamento (de esquerda), como se ele fosse inaceitável”. (Foto: Joana Berwanger/Sul21)

    Marco Weissheimer

    Nos últimos meses tem crescido o número de relatos de casos de “denúncias” dirigidas contra professores de universidades e também de escolas de ensino médio, acusados de praticarem uma espécie de “doutrinação marxista” dentro das salas de aula. Inicialmente restritas a figuras mais caricatas como Olavo de Carvalho, essas denúncias vêm ganhando, porém, maior visibilidade midiática e o suporte de grupos de direita e extrema-direita articulados nacional e internacionalmente. “Há uma caça às bruxas muito preocupante dirigida contra um tipo de pensamento (de esquerda), como se ele fosse inaceitável”, diz Rodrigo Ghiringhelli de Azevedo, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da PUC-RS. Em entrevista ao Sul21, o sociólogo fala sobre o crescimento da atuação desses grupos dentro do ambiente acadêmico e relata um caso que viveu recentemente, quando um aluno gravou clandestinamente uma conversa na sala da coordenação do PPG e divulgou-a nas redes sociais como suposta prova da existência de uma “doutrinação marxista” dentro do programa de pós-graduação.

    “Por mais que a gravação não tivesse nada que pudesse ser usado contra mim, ela causa um constrangimento. Para as pessoas que não gostam de mim, que acham que eu sou um esquerdista defensor de criminosos, é mais um argumento. Não interessa se é verdadeiro ou não, ele vai ser jogado nas redes sociais”, diz o professor.

    Sul21: Em uma recente atividade na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, você falou sobre o crescimento de um clima de caça às bruxas, de caráter ideológico, dentro do ambiente acadêmico, dirigido contra o que seus promotores chamam de “doutrinação marxista” dentro das universidades. Qual é a dimensão deste fenômeno?

    Rodrigo Ghiringhelli de Azevedo: Estou na PUC há dez anos e a instituição é muito isenta neste sentido. Há cerca de 20 anos, a PUC estabeleceu um sistema de pós-graduação muito sólido que foi se consolidando ao longo do tempo. Hoje, os critérios e contratação de professores, especialmente os vinculados à pós-graduação, são muito objetivos e vinculados aos critérios da Capes, como produção acadêmica e publicação em revistas científicas, o que nos permite ter uma total liberdade de cátedra e de pesquisa. Os professores são submetidos a avaliações anuais com critérios que são bastante claros, que não se vinculam inclusive à própria questão da confissão religiosa da instituição. No contexto político que estamos vivendo hoje é evidente que há tensões, que aparecem mais em alguns cursos do que em outros. Em certas faculdades, há alguns alunos que têm uma posição mais ideológica de defesa de um pensamento liberal, entre aspas, e contrário ao governo, que tem tentado, de alguma forma, criar algum constrangimento a professores que têm outra posição sobre a conjuntura que o país está vivendo. Mas ainda podem ser consideradas situações normais e não vinham sendo motivo de grandes preocupações.

    "Tivemos um caso preocupante aqui na Pós-Graduação das Ciências Sociais, que é um curso que lida com temas bastante polêmicos do ponto de vista político, sob uma perspectiva científica". (Foto: Joana Berwanger/Sul21)

    “Tivemos um caso preocupante aqui na Pós-Graduação das Ciências Sociais, que é um curso que lida com temas bastante polêmicos do ponto de vista político, sob uma perspectiva científica”. (Foto: Joana Berwanger/Sul21)

    Mas tivemos um caso preocupante aqui na Pós-Graduação das Ciências Sociais, que é um curso que lida com temas bastante polêmicos do ponto de vista político, sob uma  perspectiva científica. Como ocorre todos os anos, nós fizemos em dezembro a seleção para o mestrado e um aluno que foi selecionado em 19º lugar (em um total de 20 vagas) ingressou no Programa. Esse aluno tinha no currículo uma formação em Direito na USP e outra em Administração na Fundação Getúlio Vargas, uma formação considerada boa do ponto de vista de uma seleção de mestrado, embora não tivesse apresentado nenhuma produção acadêmica. Uma coisa chamou a atenção da banca de seleção: no seu currículo, ele dizia ser funcionário da Abin (Agência Brasileira de Informação) e que , para ingressar na agência que sucedeu o SNI (Serviço Nacional de Informações) ele teve que fazer cursos de investigação e espionagem via internet, entrevistas de suspeitos e de operações especiais. Mas ninguém levou isso muito a sério. Era um aluno com formação em Direito e Administração, querendo fazer mestrado em Ciências Sociais, que acabou entrando nestas 20 vagas que o curso oferece.

    Sul21: Quais foram os problemas enfrentados neste caso?

    Rodrigo Ghiringhelli de Azevedo: No início de março começaram as aulas. A primeira aula foi ministrada pelo professor da disciplina de “Movimentos e Organizações Sociais”. Esse aluno, já nesta primeira aula, se mostrou muito interessado em confrontar o professor e os colegas, dizendo que a visão dele (aluno) era uma visão liberal e que gostaria que os temas fossem discutidos a partir dos autores que ele achava importantes e não aqueles que estavam sendo apresentados pelo professor. Também disse que os alunos que estavam ali eram, em sua maioria, bolsistas e representantes de minorias, o que, para ele, era muito estranho, pois não aceitava bolsa. Por fim, ele acabou acusando o professor de incitação à violência, por discutir o papel dos movimentos sociais no tensionamento da ordem estabelecida. A bibliografia utilizada por esse professor é, basicamente, ligada à Escola de Frankfurt, com nomes como Habermas, Honneth e outros nomes atuais que estão filiados à tradição dessa escola que é absolutamente legítima dentro das Ciências Sociais. O aluno considerava essa bibliografia inadequada por ter, na visão dele, vinculação com o marxismo.

    Na aula, o clima ficou tenso e alguns alunos se confrontaram com ele. Se a situação tivesse ficado apenas neste âmbito acho que não teria havido maiores consequências. No entanto, neste mesmo dia ele foi para casa e escreveu um post no Facebook, dizendo que a turma era formada por minorias, que ele nem sabia quais eram, que ele tinha se sentido constrangido pois não era aceito dentro da turma, que a maioria da turma era ligada ao PT e tinha votado na Dilma nas últimas eleições, o que mostraria uma falha no processo seletivo da PUC. Além disso, acusou o professor de incitar a violência dos movimentos sociais, o que era algo muito grave e perigoso e que ele tomaria providências em relação a isso.

    No mesmo dia, isso chegou ao meu conhecimento como coordenador do programa de pós-graduação e eu chamei ele para conversar, pois havia se criado um clima de constrangimento e insegurança na turma. Eu conversei com ele na mesma semana em que essa aula aconteceu. Ele chegou acompanhado de um assessor do deputado Marcel van Hattem.

    Sul21: Ele se apresentou como assessor do deputado van Hattem?

    "Antes dele argumentar qualquer coisa eu falei sobre o que ele havia escrito no Facebook, agredindo o programa de pós-graduação, o professor e os colegas". (Foto: Joana Berwanger/Sul21)

    “Antes dele argumentar qualquer coisa eu falei sobre o que ele havia escrito no Facebook, agredindo o programa de pós-graduação, o professor e os colegas”. (Foto: Joana Berwanger/Sul21)

     Rodrigo Ghiringhelli de Azevedo: Sim. Ele foi apresentado como assessor do deputado. Eu disse a eles, então, que a conversa dizia respeito a uma questão interna do programa e que seria uma conversa minha com esse aluno, sem a participação de terceiros. O assessor do deputado aceitou a minha argumentação, os dois conversaram entre eles e ele foi embora. Tivemos então uma conversa de uma hora e dez minutos nesta mesma sala. Antes dele argumentar qualquer coisa eu falei sobre o que ele havia escrito no Facebook, agredindo o programa de pós-graduação, o professor e os colegas. Disse ainda que ele estava entrando em um curso de pós-graduação onde os professores são avaliados pela instituição pela sua produção acadêmica que é, por sua vez, avaliada pela Capes, uma instituição criada para o monitoramento das pós-graduações e que analisa o que é feito a partir de publicações científicas que também são hierarquizadas.

    Falei também que cabia a cada professor definir o tema, a bibliografia e a metodologia utilizada em aula, e que isso não era objeto de discussão. Disse que, se ele não estava satisfeito com isso e achava que tinha feito uma escolha errada, poderia reavaliar sua permanência no curso. Mas se a decisão fosse por continuar no curso, teria que aceitar as regras de funcionamento do mesmo. Ele tentou argumentar, dizendo que no exterior as coisas não eram assim, que os alunos tinham muito mais autonomia para apresentar suas visões e havia muito mais preocupação com a pluralidade. E me perguntou se, no curso de pós-graduação, havia algum professor cuja visão fosse mais próxima da dele. Respondi que o programa tem dez professores, com várias visões, inclusive próximas da dele em relação a crítica ao atual governo. A conversa ficou por aí.

    No outro dia, ele escreveu um post em uma rede social dizendo que havia conversado com o coordenador do programa de pós-graduação em Ciências Sociais da PUC e que este teria dado o passo-a-passo de toda a doutrinação ideológica dos programas de pós-graduação. “Só que ele não sabia que eu tinha um i-phone”, acrescentou, sugerindo que tinha gravado toda a conversa. Isso ocorreu numa sexta-feira. Na segunda-feira vim para a PUC já disposto a conversar com o setor jurídico para informar o que estava acontecendo e ver as providências a serem tomadas. Quando cheguei aqui no programa, havia várias ligações do assessor do deputado van Hattem. Eu liguei para ele, que me disse o seguinte: “Eu estive aí com esse aluno, mas nós constatamos que a situação não era aquela que ele havia nos colocado. Então, nós não estamos dando guarida para essa ação dele. O nosso mandato atua na defesa de vários alunos que têm sofrido perseguição ideológica e doutrinação ideológica nas escolas e faculdades, mas sabemos que na pós-graduação as coisas são diferentes”. Me parece que verificaram o conteúdo da gravação e avaliaram que não havia o que pudesse ser utilizado contra mim ou contra a instituição. De fato, eu não disse nada que não fosse institucional. Eu até imaginava que ele pudesse estar me gravando, mas eu diria a mesma coisa em qualquer situação.

    Sul21: Você já suspeitava que poderia ter a conversa gravada?

    "Há colegas que já foram acusados de assédio sexual e assédio moral. Aí, até provar que a situação não é aquela (se de fato não é), a pessoa já está condenada nas redes sociais". (Foto: Joana Berwanger/Sul21)

    “Há colegas que já foram acusados de assédio sexual e assédio moral. Aí, até provar que a situação não é aquela (se de fato não é), a pessoa já está condenada nas redes sociais”.
    (Foto: Joana Berwanger/Sul21)

     Rodrigo Ghiringhelli de Azevedo: Sim, eu suspeitava. Nós temos tido situações envolvendo professores e alunos que têm gerado certo desconforto. Muita gente já me disse: ‘não conversa com aluno sozinho’. Eu nunca adotei esse tipo de procedimento, acho bom ter uma relação de confiança com alunos e orientandos. Mas há colegas que já foram acusados de assédio sexual e assédio moral. Aí, até provar que a situação não é aquela (se de fato não é), a pessoa já está condenada nas redes sociais. Então, tem muita gente que está preocupada com isso. Eu nunca havia me deparado com uma situação como esta, mas suspeitei que ele poderia tentar fazer uma gravação ou algo do tipo. Quando ele chegou com um assessor do deputado, aí eu senti que era uma situação mais delicada mesmo e me precavi. Mas a minha conversa foi totalmente espontânea. Falei para ele o que falaria para qualquer outro aluno.

    A assessoria jurídica da PUC me informou que, pelo regimento, ele não poderia ser expulso simplesmente por esse fato, mas poderia sofrer uma advertência do coordenador do programa. Fiquei aguardando ele retornar ao curso para encaminhar a advertência, mas ele não apareceu. Então  publicou um terceiro post, alguns dias depois, com a gravação de nossa conversa de uma hora e dez minutos. Junto com a gravação, ele publicou uma carta dirigida a mim, que não tem nada a ver com o conteúdo gravado. Pouca gente vai ouvir uma hora e dez minutos de uma conversa sem maior interesse. O objetivo da carta era criar um clima para afirmar que a conversa era uma prova da existência de uma doutrinação ideológica marxista no curso. Segundo ele, nove dos dez professores do programa seriam marxistas. A PUC já estava alerta e eu procurei novamente o jurídico e também a assessoria de comunicação da Universidade. A sugestão foi mais uma vez pela advertência e, se ele fizesse mais alguma coisa, estaria fora.

    Sul21: Enquanto tudo isso ocorria, ele seguiu participando das aulas?

    Rodrigo Ghiringhelli de Azevedo: Não, ele compareceu somente naquela primeira aula. Se ele quisesse produzir uma crítica mais embasada e profunda sobre o Programa deveria ao menos ter assistido mais aulas e conhecido outros professores. Mas não, ele veio a apenas uma aula. A repercussão do que ele publicou ficou restrita basicamente à rede da qual ele participa. No final do ano passado, o blog de um jornalista gaúcho havia publicado um texto dizendo que, nas Ciências Criminais da PUC, havia vários alunos reclamando de doutrinação ideológica de professores petistas e comunistas. Eu era um dos citados, junto com outros colegas meus. Mas, desta vez, não houve maior repercussão, apesar de um grande número de compartilhamentos entre os seguidores do aluno.

    No último capítulo desse caso, eu redigi uma carta de advertência para ele e encaminhei via correio. Ele recebeu a carta e publicou um último post dizendo que estava desistindo de fazer mestrado na PUC, porque aqui não havia espaço para as ideias dele, que éramos um bando de doutrinadores comunistas e que ele estava indo para Harvard…

    Sul21: Por que você decidiu falar sobre esse episódio?

    "Há um movimento mais amplo que envolve não só a derrubada do governo, mas também a ocupação de espaços, que esse grupo acredita, foram perdidos no âmbito acadêmico". (Foto: Joana Berwanger/Sul21)

    “Há um movimento mais amplo que envolve não só a derrubada do governo, mas também a ocupação de espaços, que esse grupo acredita, foram perdidos no âmbito acadêmico”. (Foto: Joana Berwanger/Sul21)

     Rodrigo Ghiringhelli de Azevedo: Quem ouve toda essa história pode achar que se trata de um maluco que não oferece grande perigo. Eu não acho que seja isso. Trata-se de alguém articulado, com alguma formação acadêmica. Além disso, eu relatei esse episódio para uma rede de colegas das Ciências Sociais do país inteiro e uma colega minha de São Paulo disse que esse mesmo sujeito havia feito algo muito parecido na FGV contra o cientista político Cláudio Couto, um pesquisador reconhecido que é da direção da Anpocs (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais). Ele fez um movimento pela demissão do Cláudio Couto porque ele estaria defendendo o PT e o PT seria um grupo criminoso que teria matado o Celso Daniel. Parece que, na FGV, ele conseguiu algum apoio entre colegas, coisa que, aqui na PUC, não aconteceu. Aqui caiu no vazio, a partir da gravação que ele fez comigo.

    Outra razão que me levou a falar sobre o caso foi o fato de que ele fez a postagem com a gravação numa sexta-feira e na segunda-feira seguinte, Luiz Felipe Pondé publicou um artigo na Folha de S.Paulo falando sobre a “doutrinação ideológica” nas universidades brasileiras e como ela funcionaria a partir da concessão de bolsas e de controle de recursos que seriam direcionados para alunos e professores que concordam com o governo. Antes disso, Fernando Schüller publicou recentemente um artigo na revista Época sobre a suposta “contaminação comunista” dos livros didáticos do MEC para o segundo grau. Eu acredito que a atitude desse aluno está vinculado a um movimento mais amplo que envolve não só a derrubada do governo, mas também a ocupação de espaços, que esse grupo acredita, foram perdidos no âmbito acadêmico, discurso muito repetido por Olavo de Carvalho, entre outros.

    Esse aluno participa também de uma rede de formação de jovens de direita, ou “liberais”, que eu sempre coloco entre aspas, pois liberais não se comportam dessa maneira. Essa rede conta com a participação de várias figuras importantes  na área de ciência política, que defendem uma ideologia mais à direita. Se o resultado dessa formação se limitasse a uma disputa de ideias não haveria problema algum. A academia é plural e essa disputa de ideias é importante. O problema é que se o método é esse de gravações escondidas e ataques pessoais, aí tem alguma coisa errada. Alguém que grava conversas de forma clandestina no ambiente acadêmico pode editar tais conversas e publicá-las de forma totalmente deturpada, entre outras coisas. Por isso acho importante que isso venha a público.

    Sul21: Essas acusações dando conta de uma suposta doutrinação marxista na universidade e nas escolas começaram há alguns anos, feitas por algumas figuras meio caricatas. Mas, graças aos espaços que ganharam na mídia, essas acusações parecem que vem crescendo de dimensão. Além disso, há relatos de situações similares a estas que você vivenciou em outras universidades e escolas também. Como você avalia esse fenômeno?

    Rodrigo Ghiringhelli de Azevedo: Embora os argumentos sigam caricaturais, pela abrangência que vêm ganhando e pela aceitação que acaba tendo dentro da mídia e dentro de uma sociedade muito polarizada, isso ganhou repercussão. É preciso assinalar que, mesmo dentro das Ciências Sociais, o pensamento marxista hoje está muito marginalizado. Desde os anos 80, com a queda do Muro de Berlim e do chamado socialismo real, houve um aprofundamento do debate teórico e até metodológico que trouxe outras influências. A teoria social contemporânea incorporou alguns elementos de Marx, mas incorporou várias outras coisas também. Por isso, para nós, essa conversa de “doutrinação marxista” é algo muito estranho.

    "Na verdade, o que eles chamam de marxismo é qualquer coisa que envolva a defesa de direitos humanos, direitos sociais, de “minorias”, e de tudo o que, nestes últimos doze anos, possa ter significado um avanço social". (Foto: Joana Berwanger/Sul21)

    “Na verdade, o que eles chamam de marxismo é qualquer coisa que envolva a defesa de direitos humanos, direitos sociais, de “minorias”, e de tudo o que, nestes últimos doze anos, possa ter significado um avanço social”. (Foto: Joana Berwanger/Sul21)

    A realidade da universidade no Brasil, hoje, não tem nada a ver com isso. Na verdade, o que eles chamam de marxismo é qualquer coisa que envolva a defesa de direitos humanos, direitos sociais, de “minorias”, e de tudo o que, nestes últimos doze anos, possa ter significado um avanço social. Com todas as críticas que se possa ter, os governos do PT avançaram muito deste ponto de vista. Lula promoveu no Brasil uma espécie de pacto social, trazendo para o governo outros partidos e outros setores, incluindo o empresariado. Em troca disso, conseguiu inserir na agenda do País o combate à miséria, ações afirmativas, políticas de enfrentamento da violência contra a mulher e uma série de outras coisas que não estavam na pauta política nacional. Isso tem alguma coisa a ver com marxismo? Não tem nada a ver. Está mais para uma agenda social-democrata, de ampliação do Estado democrático de direito para setores que, historicamente, ficaram de fora. Foi isso o que aconteceu no Brasil.

    Dentro da universidade existem, sim, pessoas e grupos que têm afinidade com o que foi feito neste período e que se contrapõem a uma forma de fazer oposição ao governo que é muito pouco democrática, não aceitando o resultado das eleições de 2014. Desde os resultados eleitorais, se tenta, de alguma forma, derrubar o governo, seja por pedidos de recontagem de votos, por impeachment por pedaladas, impeachment por financiamento de campanha. Os argumentos vão mudando ao longo do tempo, mas o objetivo é o mesmo. É isso que unifica e dá uma lógica para a oposição, só que essa lógica é muito perigosa para a democracia. Além de não respeitar o resultado do voto popular, ela deu proeminência para grupos que não têm nenhum compromisso com a democracia. São grupos fascistas, de negação do outro, ligados a movimentos como o Vem Pra Rua, Revoltados Online, Movimento Brasil Livre, Banda Loka Liberal, entre outros.

    A universidade brasileira avançou muito nas últimas décadas a partir de critérios de produção científica. Isso deu um status à produção acadêmica brasileira que ela não tinha no mundo. Esse discurso de uma suposta doutrinação marxista dentro da universidade é totalmente descolado da realidade, mas está vinculado a uma forma de fazer política, que pretende produzir, esse sim, um pensamento único. Segundo esse pensamento, não se pode defender o governo porque ele é criminoso, tudo o que está ligado ao governo está ligado a um pensamento marxista, bolivariano, comunista, seja lá o que for, e isso tem que ser derrubado pois esta é a única maneira de o Brasil se manter dentro de uma perspectiva liberal capitalista. É esse discurso ideológico que foi sendo construído ao longo dos últimos anos, a partir de uma ideia falsa tanto em relação à academia quanto em relação ao governo.

    A esquerda latino-americana tem experiências mais ou menos democráticas. Poucas são tão democráticas como o que o PT fez neste período, sendo, aliás, criticado por não ter entrado no debate sobre o controle da mídia, por ter colocado no Supremo Tribunal Federal pessoas que não têm um alinhamento ideológico com o governo, pelo contrário, e também por ter implementado essa ideia de um pacto, o que está muito ligado ao pensamento do lulismo. O PT fez muitas concessões e ninguém pode falar que o governo foi autoritário ou totalitário. O problema é que, para construir a narrativa do impeachment, se bateu repetidamente sobre essa tecla de um suposto “totalitarismo” petista.

    Várias revistas, jornais, televisões e outros meios de comunicação desempenharam um papel fundamental neste processo ao longo dos últimos anos, minimizando os pontos positivos do governo e maximizando a visibilidade da crítica. O Jornal Nacional não exibiu, por exemplo, o vídeo com o discurso da Janaína Paschoal, que mostraria quem é a pessoa que está defendendo o impeachment no Congresso. Imagine se a Dilma, que inclusive foi chamada de perturbada e desequilibrada pela revista Isto É, fizesse um discurso como aquele… Eles estão com uma espécie de carta branca para agir. É uma guerra suja, uma forma de atuação política que a gente já conhece porque a direita brasileira, historicamente, faz esse tipo de coisa, e que tem tido uma tolerância e até uma adesão por parte da mídia e, eu diria até, por parte das instituições.

    "É uma guerra suja, uma forma de atuação política que a gente já conhece porque a direita brasileira, historicamente, faz esse tipo de coisa". (Foto: Joana Berwanger/Sul21)

    “É uma guerra suja, uma forma de atuação política que a gente já conhece porque a direita brasileira, historicamente, faz esse tipo de coisa”. (Foto: Joana Berwanger/Sul21)

    Trabalho com pesquisas sobre a Polícia e o Poder Judiciário e sei que dentro dessas instituições existem grupos que estão vinculados a essa ideologia de que é preciso derrubar o governo a qualquer preço, o que tem gerado conexões entre todas essas estruturas que se movimentam em torno dessa proposta. Isso é grave porque, num estado democrático de direito, quando uma coisa dessas acontece, as instituições têm que funcionar para proteger o cidadão que está sofrendo esse tipo de ameaça. Hoje, não há confiança de que isso vá acontecer. Estamos entrando numa espécie de vale tudo, que precisa ser evitado por quem tem compromisso com a democracia.

    Sul21: No último grande ato no Parcão, realizando por esses movimentos que defendem a derrubada do governo, as referências políticas e teóricas exibidas no caminhão que servia de palanque para a manifestação eram nomes como Ronald Reagan, Margaret Thatcher e Von Mises, que a maioria dos que estavam ali não deveria saber quem era. Temos um fenômeno social e político novo aí, com uma pequena vanguarda de extrema-direita dirigindo expressivos setores da classe média?

    Rodrigo Ghiringhelli de Azevedo: Acredito que sim e isso está muito próximo do debate político norte-americano, onde os democratas e o Obama especialmente são chamados de comunistas pelo Tea Party. Esse grupo dentro do Partido Republicano tem, hoje, os principais candidatos que disputam a indicação para concorrer à Casa Branca. O deputado Marcel van Hattem participou de eventos deste grupo nos Estados Unidos. Recentemente, foi divulgado um vídeo nas redes sociais mostrando o deputado fazendo uma pergunta em um desses encontros. Os grupos que tem liderado as manifestações contra o governo no Brasil estão se negando a informar de onde vem os recursos que estão recebendo, dizendo que se trata apenas de contribuições voluntárias. Então, há de fato uma direita mais orgânica, com articulações internacionais, se organizando no Brasil e em outros países da América Latina.

    Esse grupo ainda não tem uma organicidade política. O PSDB não é a referência para eles, até porque consideram os tucanos culpados pela ascensão do PT e incapazes de fazer uma oposição sólida. Eles querem outra coisa e já há inclusive iniciativas neste sentido. A própria situação do Van Hattem é desconfortável dentro do PP, porque como ele pode sustentar esse discurso de combate à corrupção quando o seu partido é um dos que tem mais envolvidos nas denúncias da Lava Jato?

    Sul21: Voltando ao ambiente universitário, você referiu que já há um certo receio de alguns professores de conversar a sós com estudantes, por temer coisas como gravações clandestinas ou denúncias de assédio feitas nas redes sociais. Na sua opinião, há um crescimento deste clima de desconfiança dentro da academia?

    Rodrigo Ghiringhelli de Azevedo: Eu não sei qual é a realidade em outras instituições. Aqui na PUC eu não posso dizer que tenha havido qualquer tipo de respaldo a atitudes como esta que relatei. Pelo contrário, a PUC tem hoje uma forma de ação acadêmica totalmente isenta, no sentido de que os professores têm total autonomia desde que respeitem os critérios científicos estabelecidos pela Capes. Mas, sim, entre os professores têm crescido a preocupação por causa de condutas como a que relatei. Gravações feitas sem o conhecimento do professor e divulgadas nas redes sociais, falas que são retiradas de contexto e coisas desse tipo. Que haja preocupação com o que é dito em sala, e que os alunos se mobilizem para cobrar da instituição critérios claros de relacionamento acadêmico, evitando constrangimentos, assédio ou falta de critérios por parte dos professores é uma coisa. Por isso mesmo temos um código de ética na instituição que estabelece regras para os seus integrantes. Outra coisa é a caça às bruxas dirigida contra um tipo de pensamento (de esquerda), como se ele fosse inaceitável. Quando esse fato aconteceu aqui na PUC os meus colegas ficaram muito preocupados. Por mais que a gravação feita pelo aluno não tivesse nada que pudesse ser usado contra mim ou contra a instituição, ela causa um constrangimento. Para as pessoas que não gostam de mim, que acham que eu sou um esquerdista defensor de criminosos, é mais um argumento. Não interessa se é verdadeiro ou não, ele vai ser julgado nas redes sociais.

    O clima é muito preocupante porque neste momento há um movimento organizado para a deslegitimação de professores que têm posição política. Eu não faço doutrinação ou política partidária em sala de aula. Quando aparece um tema da atualidade, eu procuro mostrar as diferentes visões que existem sobre esse tema. Acho importante que o professor não suba no palanque quando está em sala de aula, mas isso não impede que eu use outros espaços na minha condição de cidadão. O objetivo deles é justamente criar esse tipo de constrangimento. Professores horistas, que não estão na pós-graduação, estão em início de carreira e ainda não tem uma produção acadêmica tão reconhecida, estão numa situação de maior fragilidade e já manifestam bastante receio neste momento. Isso envolve também professores de segundo grau. Há algum tempo, a revista Veja fez uma matéria contra um professor de história de uma escola tradicional de Porto Alegre, acusando-o de “doutrinação marxista”. A situação é realmente muito preocupante pelo crescimento desses casos.

    http://www.sul21.com.br/jornal/clima-de-caca-as-bruxas-contra-ideias-de-esquerda-e-muito-preocupante-alerta-sociologo/

  8. Em meio a pressões e crise

    Em meio a pressões e crise política, primeiro-ministro da Ucrânia renuncia ao cargo

    Redação | São Paulo – 10/04/2016 – 14p9Decisão anunciada por Arseniy Yatsenyuk neste domingo (10/04) abre caminho para a formação de um novo governo no país, que enfrenta recessão e conflitosImprimir 

    O primeiro-ministro da Ucrânia, Arseniy Yatsenyuk, anunciou sua renúncia neste domingo (10/04), depois de pressões para que se afastasse do cargo. A decisão abre caminho para a formação de um novo governo no país.

    Agência Efe

    Primeiro-ministro da Ucrânia, Arseniy Yatsenyuk, durante uma coletiva de imprensa na cidade de Kiev em 2015

    “Tomei a decisão de renunciar ao cargo de primeiro-ministro da Ucrânia. Na terça-feira, 12 de abril, meu pedido será submetido ao Parlamento”, disse Yatsenyuk no programa “Dez minutos com o primeiro-ministro”, transmitido por vários canais da televisão ucraniana.

     

    Yatsenyuk afirmou que o partido do presidente ucraniano, Petro Poroshenko, já designou o presidente do Parlamento, Volodymyr Groysman, para a posição.

    “Há uma coisa que não se pode permitir: a desestabilização do poder Executivo em tempos de guerra. E essa perspectiva será inevitável, pois após a renúncia não se elege imediatamente um novo governo”, declarou.

    O afastamento ocorre após dois meses de pressão dos integrantes da coalizão parlamentar para que Yatsenyuk fosse destituído da liderança do governo.

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    Em fevereiro, Yatsenyuk superou uma moção de não-confiança no Parlamento, que não conseguiu os votos necessários para afastá-lo, apesar de pedidos do presidente para que deixasse o cargo.

    O Bloco Petro Poroshenko – que leva o nome do mandatário do país – foi o último a abandonar a coalizão para forçar a saída de Yatseniuk.

    A maioria dos deputados diz que o agora ex-líder de governo, que estava no poder desde 2014, foi incapaz de combater a corrupção e de introduzir as reformas estruturais cobradas pela comunidade internacional.

    O FMI (Fundo Monetário Internacional) afirmou que não liberaria ajuda financeira para o país se não fossem realizadas reformas.

    Além de uma grave recessão econômica, a Ucrânia tenta retomar o controle total das regiões orientais de Lugansk e Donetsk, dominadas por movimentos separatistas pró-Rússia. Uma trégua está em vigor desde 2015, mas há denúncias constantes de violações de cessar-fogo.

    http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/43748/em+meio+a+pressoes+e+crise+politica+primeiro-ministro+da+ucrania+renuncia+ao+cargo+.shtml

     

  9. EUA CONTRA OS BRICS:

    EUA CONTRA OS BRICS: CORRUPÇÃO COMO ARMA DE PROPAGANDA

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    Share Buttonvladimir-putin-ukraine-speech-300x200 (1) Robert Parry, Consortium News

    “Ano passado, a USAID distribuiu um documento (fact sheet) no qual resume os próprios serviços de pagar jornalistas amigáveis em todo o mundo, inclusive para“formação e treinamento de jornalistas, desenvolvimento de negócios de mídia-empresa, construção de capacidade para instituições de apoio e reforço de ambientes legal-regulatórios para a livre empresa de comunicações em geral.”
    ____________________________________

    Infelizmente, alguns dos importantes deveres do jornalismo, como aplicar padrões equilibrados aos abusos de direitos humanos e de corrupção financeira, já foram tão pervertidos e corrompidos, pelas demandas da propaganda, de governos e de empresas – e pelo carreirismo de tantos, incontáveis jornalistas –, que já desconfio muito, sempre que a mídia-empresa comercial dominante põe-se a trombetear alguma história suposta ‘sensacional’, cujo protagonista sempre é algum “vilão da hora”, selecionado para a ocasião.”

    Incontáveis vezes esse tipo de ‘jornalismo’ não passa de abre-alas para o ataque de “mudança de regime” que logo aparece, para cobrir de lama ou deslegitimar algum governante estrangeiro, antes do inevitável advento de uma “revolução colorida” sempre organizada por ONGs de ‘promoção da democracia’, praticamente sempre com dinheiro de organizações do governo dos EUA, como National Endowment for Democracy [Dotação Nacional para a Democracia] ou de algum financista neoliberal feito George Soros [ou todas as anteriores].
    O que vemos agora tem todas as características de mais uma fase preparatória para a próxima rodada de “mudança de regime”, cujo abre-alas é uma enxurrada de acusações de corrupção, sem provas, contra o ex-presidente do Brasil, Luiz Ignacio Lula da Silva e o presidente da Rússia, Vladimir Putin. As mais recentes acusações contra Putin – espalhafatosamente ‘repercutidas’ pelo Guardian do Reino Unido e outros veículos – viraram especialmente ‘midiáticas’ por causa dos chamadosPanama Papers, que supostamente implicariam o presidente russo em negócios financeiros com empresas offshore, mesmo que o nome de Putin não apareça em nenhum daquele mar de ‘documentos’.

    Ou, como o Guardian escreve:

    “Embora o nome do presidente não apareça em nenhum dos documentos, os dados mostram um padrão – amigos dele ganharam milhões em negócios que, aparentemente, não poderiam ter sido feitos sem o patrocínio de Putin. Os documentos sugerem que a família de Putin beneficiou-se desse dinheiro – a fortuna dos amigos é como se pertencesse ao presidente russo.”

    Impossível não perceber que nada nessa ‘notícia’ é específico, e que tudo aí é castelo erguido sobre especulações: “um padrão”, “aparentemente”, “sugerem”, “é como se”. De fato, se Putin já não fosse a figura mais demonizada na/pela mídia-empresa ocidental, tal fraseado jamais passaria sem correção pela tela do computador de qualquer editor de jornal de bairro. A única informação que pode ser verificada e eventualmente confirmada em todo esse parágrafo é “o nome do presidente não aparece em nenhum dos documentos”.

    Uma publicação britânica de supervisão crítica do que publica a grande mídia-empresa no Reino Unido, Off-Guardian, que critica praticamente tudo que oGuardian oferece ao público, publicou, como título/manchete do artigo sobre Putin: “Colapso:Guardian e a autoparódia nos Panama Papers“.

    Mas, seja qual for a verdade sobre alguma “corrupção” de Putin ou de Lula, o aspecto relevante para o jornalismo sério é que qualquer noção de objetividade já foi há muito esquecida, para favorecer o que mais diretamente favoreça interesses ‘ocidentais’ e lhes pareça útil como propaganda de ativa desdemocratização.

    Atualmente, alguns daqueles interesses ‘ocidentais’ dão sinais de extrema preocupação com o crescimento do sistema econômico conhecido como BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – como reais concorrentes do G-7 e do Fundo Monetário Internacional ‘ocidentais’. Afinal, controlar completamente o sistema financeiro global sempre foi o alicerce central do qual depende o poder dos EUA no mundo pós-2ª Guerra Mundial. Nenhum rival que ameace o monopólio chamado ‘ocidental’, mas monopólio que é, de fato, dos EUA, será jamais bem-vindo.

    O viés contra esses e outros governos pouco “amistosos” significa, na prática, que se aplica um determinado padrão a Rússia ou Brasil; mas outro, completamente diferente, muito mais laxo e condescendente, se o acusado de corrupção for líder político nos EUA ou na Europa.

    Considere-se, por exemplo, os milhões de dólares que a ex-secretária de Estado Hillary Clinton recebeu como pagamento por conferências que fez/faz, pagos por interesses especiais de alguns muito ricos que sempre souberam que ela teria boa probabilidade de vir a ser presidenta dos EUA. [VideConsortiumnews.com, “Clinton Stalls on Goldman-Sachs Speeches” (Clinton empacou nas palestras para Goldman-Sachs)].

    Ou, do mesmo modo, os milhões e mais milhões de dólares investidos nos super-PACS para Clinton, Sen. Ted Cruz e outros candidatos ainda cheios de esperanças. Pode bem parecer corrupção, se se aplica aí um padrão objetivo de análise; mas é tratado como mero aspecto ‘desagradável’ do processo político nos EUA.

    Mas imagine só por um instante que Putin recebesse milhões de dólares por algumas rápidas palavras dirigidas a corporações poderosas, bancos, grupos de interesse que estivessem fazendo negócios com o Kremlin. Qualquer coisa que aparecesse seria imediatamente ostentada na mídia-empresa, como alguma espécie de prova de facto de corrupção e ganância.[1]

    Jornalismo -noção

    Assim também, se se trata de demonizar governante de país não ‘amistoso’, vale qualquer “corrupção”, mínima ou inventada que seja.

    Por exemplo, nos anos 1980s, o presidente Ronald Reagan ‘denunciou’ o presidente da Nicarágua Daniel Ortega, por causa dos óculos: “O ditador de óculos degriffe” – disse Reagan, no mesmo momento em que Nancy Reagan aceitava vestidos grátis de costureiros ‘da moda’ e mobiliário novo para a Casa Branca, tudo grátis, pagos por interesses do Big Petróleo & Gás.

    De fato, a “corrupção”, quando se trata de demonizar governante ‘oposto’, como o presidente Viktor Yanukovych da Ucrânia, pode ser qualquer coisa, inclusive uma sauna na casa dele, ‘assunto’ que mereceu manchete de primeira página no New York Times e em outros veículos da grande mídia-empresa ocidental, todas empenhadas em justificar o golpe injustificável que derrubou Yanukovych, em fevereiro de 2014.

    Vale anotar que ambos, Ortega e Yanukovych, foram eleitos. Mas não interessavam ao governo dos EUA e, portanto, viraram alvo de Washington e seus beleguins, que montaram contra eles violentas campanhas de desestabilização. Nos anos 1980s, a guerra chamada “dos Contra”, que a CIA organizou na Nicarágua, matou 30 mil pessoas; e a ‘mudança de regime’ que os EUA orquestraram na Ucrânia desencadeou uma guerra civil que fez 10 mil mortos. Evidentemente, nos dois casos a Washington Oficial culpou Moscou por todas essas desgraças.

    Nesses dois casos também, os políticos e beleguins que se autoempoderaram por efeito dos conflitos eram, praticamente com total certeza, muito mais corruptos que os Sandinistas da Nicarágua ou o governo de Yanukovych. Os Contras nicaraguenses, cuja violência ajudou a pavimentar o caminho para a eleição, em 1990, da candidata patrocinada pelos EUA, Violeta Chamorro, estavam profundamente implicados no tráfico de cocaína. [VideConsortiumnews.com, “The Sordid Contra-Cocaine Saga.“]

    Hoje, o governo ucraniano que os EUA acobertam está naufragado em corrupção tão profunda, que a corrupção já provocou OUTRA crise política. [VideConsortiumnews’com, “Reality Peeks Through in Ucrânia.“]

    Por ironia, um dos políticos cujo nome realmenteaparece nos Panama Papers por ter conta clandestina num paraíso fiscal offshore é o presidente que os EUA instalaram no governo da Ucrânia, Petro Poroshenko, que imediatamente ‘terceirizou’ sua culpa para Putin (Poroshenko negou que haja qualquer coisa imprópria em suas finanças mantidas offshore.)

    Duplifalar, duplos padrões

    O jornalismo que as mídia-empresas dominantes no ocidente vendem aos cidadãos consumidores já nem tenta fingir, que fosse, que usa padrões claros e estáveis no que tenha a ver com noticiário sobre corrupção. Se você é governo ‘favorecido’, o que mais se ouve são lamúrias sobre a necessidade de mais “reformas” – o que sempre significa cortar aposentadorias e pensões para idosos e cortar programas sociais de apoio aos mais pobres. – Mas se você é governante a ser demonizado, nesse caso só se admite condenação, mesmo sem provas; e/ou ‘mudança de regime’.

    Exemplo notável desses duplos padrões é a atitude não-há-crime-algum que hoje acoberta a corrupção da ministra de Finanças da Ucrânia, Natalie Jaresko, citada incansavelmente nos veículos da mídia-empresa ‘ocidental’ como exemplo de boa governança e reformadora sábia na Ucrânia. A verdade fartamente documentada, contudo, é que Jaresko enriqueceu graças ao controle que teve sobre um fundo de investimento mantido por contribuintes norte-americanos, que todos esperavam que ajudasse os cidadãos ucranianos, não a ministra de Finanças.

    Conforme os termos do fundo de investimento de $150 milhões criado pela Agência dos EUA para Desenvolvimento Internacional [ing. USAID], a retirada de Jaresko não poderia ultrapassar os $150 mil dólares anuais, ‘salário’ que muitos norte-americanos invejariam. Mas não satisfez Jaresko: primeiro ela simplesmente estourou o limite dos próprios salários e ‘retirou’ centenas de milhares de dólares a mais; depois fez desaparecer os próprios ‘salários’ das prestações oficiais de contas, quando já inventara para ela mesma ‘salários’ de $2 milhões ou mais.

    Há vasta documentação que comprova tudo isso. Eu mesmo publiquei várias matérias sobre as provas de que ela recolhia para si ‘salários’ ilegais e, também, sobre as estratégias ‘legais’ de que se servia para encobrir qualquer prova de malversação de dinheiro público [Vide Consortiumnews.com “How Uckraine’s Finance Minister Got Rich” e “Carpetbagging Crony Capitalism in Uckraine.”]

    Pois apesar de todas as provas, nenhum único jornalista de qualquer único veículo de notícias da mídia-empresa ‘ocidental’ jamais seguiu as ‘pistas’ que recolhi e divulguei, sequer hoje, quando a mesma Jaresko já aparece incensada como candidata “das reformas”, ao posto de primeira-ministra da Ucrânia.

    Esse desinteresse assemelha-se muitos aos imensos antolhos em que se metem The New York Times e outros grandes veículos da mídia-empresa dominante, quando têm de ‘noticiar’ ou ‘comentar’ se o presidente Yanukovych da Ucrânia foi deposto por golpe em fevereiro de 2014, ou se só saiu para um passeio e esqueceu-se de voltar ao governo.

    Em grande matéria dita “investigativa”, o Timesresolveu que não houve golpe na Ucrânia (resolveu também que não houve o telefonema interceptado entre Victoria Nuland, vice-secretária de Estado dos EUA para Assuntos Europeus e Asiáticos, e o embaixador dos EUA na Ucrânia, Geoffrey Pyatt [que entrou para a história como “o telefonema do Foda-se-a-União-Europeia” (NTs)], no qual Nuland informa o embaixador de que “Yats é o cara” e – surpresa, surpresa – Arseniy Yatsenyuk logo apareceu já primeiro-ministro).

    O Times também ignorou a observação de George Friedman, presidente da firma global de inteligência privada, Stratfor, que avaliou que o golpe na Ucrânia foi “o mais escancarado golpe da história”. [VideConsortiumnews.com “NYT Still Pretends No Coup in Ucrânia.“]

    A propaganda como arma (de desdemocratização)

    Outra vantagem da “corrupção” como arma de propaganda para desacreditar alguns líderes não amigáveis, é que em todos os governos há sempre muita corrupção, bem como em todos os setores privados, em todo o mundo. Acusar qualquer um de corrupção é fácil como fisgar peixe gordo apertado em barril pequeno. Claro, alguns barris são mais apertados que outros e, claro, há muita gente honesta. O xis da questão é o barril que cada um escolhe para pescar, de cada vez.

    Essa precisamente é a razão pela qual o governo dos EUA gasta centenas de milhões de dólares em todo o planeta para financiar mídia-empresas de ‘jornalismos’ e ‘jornalistas’; para treinar ativistas políticos e apoiar com dinheiro e profissionais as tais “organizações não governamentais”, ONGs que promovem as políticas dos EUA dentro da sociedade dos países atacados. Por exemplo, antes do golpe de 22/2/2014 na Ucrânia, havia lá incontáveis organizações desse tipo financiadas e protegidas pela National Endowment for Democracy (NED), cujo orçamento é previsto no orçamento do Congresso dos EUA e ultrapassa $100 milhões anuais.

    Mas essa NED, presidida desde a fundação, em 1983, pelo neoconservador Carl Gershman, é apenas parte do quadro. Há outras frentes de propaganda operantes sob o guarda-chuva do Departamento de Estado e da USAID.[2] Ano passado, a USAIDdistribuiu um documento, um fact sheet no qual resume os próprios serviços de pagar jornalistas amigáveis em todo o mundo, inclusive para “formação e treinamento de jornalistas, desenvolvimento de negócios de mídia-empresa, construção de capacidade para instituições de apoio e reforço de ambientes legal-regulatórios para a livre empresa de comunicações em geral.”

    A USAID estimava o próprio orçamento para programas de “fortalecimento da mídia-empresa em mais de 30 países” em mais de $40 milhões anuais, incluindo ajuda financeira a “organizações de mídia-empresa independente e blogueiros, em mais de 12 países”.

    Na Ucrânia antes do golpe, a USAID oferecia treinamento em “segurança para comunicação por telefones celulares e para websites” – expressões que soam muito semelhantes a “operação para burlar os serviços de inteligência dos governos locais”, posição muito suspeita, no caso dos EUA e sua obsessão nacional com vigilância e criminalização e acusações criminais contra vazadores de informação, baseadas, não raras vezes, em ‘provas’ de que teriam falado com jornalistas.

    A USAID, trabalhando com a ONG Open Society [Sociedade Aberta] do bilionário George Soros, também financia e promove o Projeto de Jornalismo contra o Crime Organizado e a Corrupção [sigla ing.OCCRP], que reúne e paga “jornalistas investigativos” que vivem de caluniar e perseguir governos que não se ‘comportem’ como reza a cartilha dos EUA, e os quais, sempre, são ‘denunciados’, nos veículos da mídia-empresa comercial por prática de ‘corrupção’. OOCCRP que é mantido pela USAID também colaboracom Bellingcat, website de “jornalismo investigativo” fundado pelo blogueiro Eliot Higgins.

    Higgins já várias vezes distribuiu informação falsa pela Internet, inclusive ‘notícias’ – hoje já desmentidas – que envolviam o governo sírio no ataque com gás sarin em 2013; foi também quem desencaminhou uma equipe da TV australiana para um local onde ‘filmaram’ uma bateria BUK antiaérea que supostamente estaria voltando para a Rússia, depois de ‘ter derrubado’ o avião da Malaysia Airlines, dia 17/7/2004.

    Mas apesar desse duvidoso currículo de confiabilidade, Higgins rapidamente caiu nas graças da mídia-empresa dominante, em parte porque seus “furos” sempre combinam bem com o tema da propaganda que o governo dos EUA e seus aliados ocidentais estejam promovendo. Enquanto blogueiros genuinamente independentes são ignorados pela empresas que dominam o mercado da comunicação, Higgins já teve seus serviços elogiados pelo New York Times e pelo The Washington Post.

    Em outras palavras, o governo dos EUA tem estratégia robusta para distribuir e fazer agir seus agentes diretos e indiretos para influenciar a opinião pública.

    Verdade é que já durante a primeira Guerra Fria, aCIA e a velha Agência de Informação dos EUA cuidavam de refinar a arte da “guerra de informação”: são pioneiras de várias práticas que utilizam até hoje, como sustentar financeiramente entidades e ONGs, divulgadas como se tivessem “opinião independente”, e cuja missão é distribuir propaganda dos EUA para um público ao qual a mídia-empresa comercial ensinou a não acreditar no que digam os próprios governos, e a confiar cegamente em “jornalistas cidadãos” e “blogueiros” de aluguel.

    Mas o maior perigo que advém dessa perversão do jornalismo, entregue a jornalistas pervertidos, é que ela prepara o cenário para “mudanças de regime” que desestabilizam países inteiros, pervertem a democracia (pela qual se manifesta o desejo do povo) e os mecanismos de democratização, e sempre põem os países atacados sob ameaça de guerra civil. Hoje, o sonho dos neoconservadores, de promover uma “mudança de regime” em Moscou [e no Brasil (NTs)] é especialmente perigoso para o futuro da Rússia, dos EUA e de todo o mundo.

    Independente do que cada um pense sobre o presidente Putin, não há como negar que é líder político racional, cujo sangue frio já legendário blinda-o quase totalmente contra decisões emocionais. O tipo de liderança do presidente Putin agrada ao povo russo, que o apoia em amplas maiorias, como mostra pesquisas de opinião pública.

    Por mais que os neoconservadores norte-americanos fantasiem que sejam capazes de gerar suficientes dor econômica e dissenção política dentro da Rússia, que levariam à derrubada de Putin, o sonho deles – de que Putin seria substituído por governante ‘dócil’ como o ex-presidente Boris Yeltsin, que deixou que operadores dos EUA voltassem à Rússia, onde puderam continuar a saquear riquezas russas – não passa de fantasia.

    Muitíssimo mais provável – no caso de os EUA conseguirem armar, sabe-se-lá como, uma “mudança de regime” – é que Putin fosse substituído por um nacionalista linha-dura que pode, sim, considerar seriamente abrir as portas do arsenal nuclear russo, no caso de os EUA aparecerem por lá com ares de quem quer humilhar a Mãe Russa. Na minha avaliação, Putin não é motivo de preocupações; mas, sim, quem surja depois dele, no caso de golpe que o derrube.

    Assim sendo, claro que devem prosseguir investigações legítimas que por acaso haja sobre a “corrupção” de Putin – e de qualquer outra figura pública. Mas não se deve admitir que sejam rebaixados os padrões de comprovação e devido processo que a lei impõe.

    Nenhum crime se tornaria ‘justificável’ apenas porque o ‘ocidente’ ordenou que Putin [ou o ex-presidente Lula do Brasil] seja(m) tratado como ‘o perigo’ da hora. É indispensável manter padrões únicos e coerentes de investigação, não padrões arranjáveis, dúbios, duplos, conforme o freguês.

    Os ares de ultraje extremo que a mídia-empresa comercial ocidental alardeia contra a “corrupção” dos outros, deve-se manifestar com igual eloquência também contra agentes políticos e empresariais dos EUA, de outros países do G-7, não exclusivamente contra os agentes políticos eleitos nos países BRICS.*****

    [1] É exatamente o tipo de golpe ‘jornalístico’ que está sendo construído contra a presidenta Dilma e o ex-presidente Lula, já candidato a reeleição, no Brasil. O UOL News, um dos braços mais militantes do desjornalismo que opera no Brasil-2016, ‘noticia’, absolutamente sem prova alguma de coisa alguma:
    “Segundo o procurador da República Carlos Fernando Lima, 60% (R$ 20 milhões) das doações ao Instituto Lula e 47% (R$ 10 milhões) dos valores pagos a LILS Palestras, Eventos e Publicações (empresa que tem o ex-presidente como sócio) vieram das maiores empreiteiras envolvidas na Lava Jato – Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez e UTC. – É o núcleo duro do cartel que dilapidou o patrimônio da Petrobras”, afirmou o procurador”.
    Tudo isso é, no mínimo, com certeza, suposição. Para começar, aquelas empreiteiras são tradicionais doadoras para as campanhas de TODOS os candidatos com chances de vencer. E, além disso, o patrimônio da Petrobrás absolutamente NÃO FOI ‘DILAPIDADO’. E não há nem fiapo de prova de coisa alguma disso que UOL ‘noticia’ que o Procurador “afirmou”. Houvesse cuidado de encontrar provas, antes de espalhar ‘notícias’, o mais provável é que “afirmações” e “detalhamentos” feitos pelo Procurador já estivessem saudavelmente desmentidos [NTs].

    [2] A USAID [sigla em ing. de Agência dos EUA para Desenvolvimento Internacional] teve destacado e macabro papel no golpe de 1964-68 no Brasil, sobretudo no que tivesse a ver com a ‘reforma’ da educação brasileira feita do bojo dos“Acordos MEC-USAID”, de sinistra memória e consequências que perduram até hoje [NTs].

    http://www.patrialatina.com.br/eua-contra-os-brics-corrupcao-como-arma-de-propaganda/

     

  10. No mais

    11/04/2016 07p8 – Atualizado em 11/04/2016 07p8

    Trens novos da SuperVia não possuem sistema automático de freio

    Sistema aumenta a segurança e deixa os intervalos mais precisos.
    Dez dos 70 novos trens permaneceram três meses parados.

     

    Do G1 Rio

    Parte da frota antiga da SuperVia não possui o sistema automático de freios, o que gera atrasos e insegurança nas viagens. O Governo do Estado do Rio adquiriu 10 trens novos, que ficaram parados cerca de três meses no pátio para ser submetido a testes. As novas composições possuem ar condicionado, mas também estão sem o sistema automático de freio, como mostrou o Bom Dia Rio.

    Há trens circulando atualmente com quase 70 anos e por serem feitos de aço carbono, retêm mais calor deixa a viagem do passageiro desagradável. Mas enquanto o passageiro viaja em composições velhas, da década de 50, os 10 trens novinhos, recentemente comprados, estão parados na oficina da supervia. O problema começou há 4 anos, quando o governo do estado foi até a China para comprar novos trens.

    A fábrica, em Chang Chung, que venceu a licitação, entregou os 70 trens sem um item que faria toda a diferença no dia a dia dos passageiros, que é o sistema automático de freios. Mas o erro não foi dos chineses, pois a licitação não previa a instalação deste equipamento.

    Os primeiros 60 trens vieram pro Rio e começaram a rodar assim mesmo. O ATP é um sistema de sinalização que funciona por meio de sensores instalados na cabine do maquinista e nos trilhos. O equipamento envia dados ao centro de controle da Supervia.  Ele aumenta a segurança e deixa os intervalos mais precisos entre um trem e outro.

    A supervia disse que o sistema já foi instalado nos 225 quilômetros de trilhos, que que só funciona se tiver comunicação com o trem. Em janeiro do ano passado, um grave acidente entre duas composições deixou 220 pessoas feridas, em Mesquita, na Baixada Fluminense. Especialistas afirmam que o sistema de freio poderia ter evitado a batida.

    Há cerca de 10 dias, depois de três meses parados, os últimos 10 trens começaram a ser testados. Mas Supervia e governo do estado ainda não tem uma solução para a instalação do sistema automático de freios nos 70 trens chineses.

    A concessionária disse que encaminhou um projeto à fábrica, em Chang Chung, para instalar equipamentos de outras marcas, sem que isso prejudique a garantia dos trens, mas até agora, nada foi definido.

    A secretaria estadual de Transportes disse que está acompanhando o processo, mas não deu um prazo para a instalação dos equipamentos. Enquanto governo e Supervia não chegam a uma definição, o passageiro espera mais, viaja no calor e depende da sorte pra pegar o trem no horário.

    (http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2016/04/trens-novos-da-supervia-nao-possuem-sistema-automatico-de-freio.html)

     

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