Com camiseta manchada de óleo, Bahia entra em campo para cobrar medidas do Governo

Clube assina manifesto contra ineficiência de Jair Bolsonaro e sua corte sobre toneladas de óleo que tomaram as praias nordestinas

Foto: Reprodução/Esporte Clube Bahia

Jornal GGN – O governo de Jair Bolsonaro permanece inerte enquanto a população se mobiliza para dar um fim aos resíduos de óleo que invadiram o litoral do Nordeste, desde o último mês. Em ato viabilizando a mobilização e cobrando estratégias de redução de impacto do governo federal sobre a tragédia ambiental, o time do Bahia entre em campo contra Ceará, em Pituaçu (BA), com camisetas reproduzindo as manchas de óleo, nesta segunda-feira, 21 de outubro.

Um manifesto foi assinado pelo Clube e divulgado nas redes sociais no domingo, 20 de outubro. O texto cobra ações ambientais do governo e a punição dos autores dquilo que tem afetado trabalhadores, moradores e o turismo regional das praias atingidas. “Quem derramou esse óleo? Quem será punido por tamanha irresponsabilidade? Será que esse assunto vai ficar esquecido?”, questionou o Clube no manifesto. 

O Ibama informou neste domingo, dia 20, que a mancha de óleo atingiu 194 pontos do Nordeste. De acordo com a Marinha, foram retiradas 525 toneladas de óleo dos oceanos desde de setembro. Mas, a maior parte deste trabalho tem sido feito por voluntários e pescadores locais, que estão colocando a saúde em risco tirando o óleo das praias com as próprias mãos sem equipamentos adequados.

Voluntários gravaram diversos vídeos do trabalho na praias e postaram em suas redes sociais. A ação ocasionou o aumento do número de ajudantes em praias da Bahia, Pernambuco e Sergipe, mas as equipes ainda são insuficientes diante da dimensão do desastre ambiental. 

Cobrado, o governo federal disse que dois comitês e comissões do Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Água (PNC), extinto em abril, estão funcionando. Mas, segundo voluntários, isso não é visto nas áreas contaminadas.

Jair Bolsonaro (PSL) ainda acusou a Venezuela sobre a situação e falou em “crime premeditado”, mas nada fez para uma investigação efetiva e medidas para evitar que o óleo não se alastrasse pelas praias nordestinas. 

Neste cenário, o time do Bahia decidiu chamar atenção para o problema. “O que faz um ser humano atacar e destruir espaços sagrados? O lucro a qualquer custo pode ser capaz de destruir a ética e as leis que regem e viabilizam a humanidade?”, apontou o Clube no manifesto. 

Não é a primeira vez que o tricolor se manifesta sobre pautas sociais e no ano passado chegou reverenciar Marielle Franco e Moa do Katendê. No início deste mês, o Clube virou assunto após discurso do treinador Roger Machado sobre racismo dentro da comunidade do futebol.

“A barbárie deve ser tratada como tal, não como algo natural.”, completou o Bahia no manifesto. 

Com informações da Central Única dos Trabalhadores – CUT.

Redação

2 Comentários

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  1. Este Brasil é uma piada de 5 séculos, onde não conseguimos sequer falar “quinquagésima sexta DP”.
    Os que são do “ramo” falam “cinquenta e seis DP”. Isso porque são do ramo!
    Talvez nós comecemos a ter jeito quando pelo menos falarmos DP cinquenta e seis, que pelo menos está correto e resolve o problema do ordinal com o cardinal.
    Fora isso, vocês irão me perguntar aqui: “tá maluco”?
    Eu direi, com ironia: pacto neste país, entre o Senhores da Casa Grande e os da grande Nação Senzala?
    Infelizmente, nada a ver.
    Como meu (correto) comentário.

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