Com delações na PGR, vazamento é questão de tempo

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – A Procuradoria Geral da República já recebeu os mais de 900 depoimentos que compõem o pacote de delações da Odebrecht, homologado nesta segunda (30) pela presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia. Segundo informações de Helena Chagas, Rodrigo Janot, o chefe do Ministério Público Federal, guarda os documentos em uma sala-cofre, e só procuradores que têm um cartão com senha e identificação digital podem ter acesso.

A ministra Cármen Lúcia não quis levantar o sigilo das delações nesta fase, deixando a ação para o próximo relator da Lava Jato, que pode ser deinifo definido nesta quarta (1/3). A despeito disso, segundo Helena Chagas, “dez entre dez advogados” apostam que as delações vão vazar, a exemplo do que ocorreu com o material fornecido por Cláudio Mello Filho, ex-funcionário da Odebrecht que implicou a cúpula do PMDB em seus depoimentos.

Como “cada réu tem acesso a sua [delação], junto com seus advogados, que são amigos de outros advogados…”, as chances de esse material cair nas mãos de jornalistas, de forma seletiva, são grandes. O expediente, aliás, é o que vem sendo adotado até aqui quando o assunto é Lava Jato. “A turma dos tribunais costuma trocar informações com os colegas. Daqui a pouco, tem delação rolando na internet. O vazamento pode ser uma questão de (pouco) tempo”, acrescentou Chagas. Para ler o artigo dela, clique aqui.

Segundo informações de O Globo, Janot não quis comentar a homologação do pacote Odebrecht por Cármen Lúcia. O PGR havia prometido solicitar o levantamento do sigilo tão logo essa fase fosse concluída, a bem da transparência. Mas Janot, agora, diz que não há nada a comentar sobre esses assuntos.

Caberá ao MPF, agora, decidir quais delações podem embasar denúncias oferecidas ao Supremo e quais irão para a gaveta da Procuradoria Geral da República. Sem o levantamento do sigilo, conforme prometeu Janot, a sociedade pode não vir a saber o que é joio e o que é trigo, na visão dos procuradores.

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

7 Comentários

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  1. Vinho azedo

    Nem todo vinho antigo é bom, não é, monsieur Janot?

    Apreciador da iguaria, o senhor sonha com seu terceiro mandato, e até com algo mais, passando por cima dos escrúpulos da função a que foi delegado. Claro, colaborou com o Golpe, então merece qualquer coisa que julgue justo.

    Em matéria de vazamento seletivo, é um somelier.

    Noel Rosa perguntaria: onde está a Justiça?

    PS: repararam como foi a declaração do procurador para a imprensa de que não se manifestaria, citada acima, como sendo do (a) Globo? Se não, vos digo: ‘não vou falar nada não”, disse, simpatícissimo, à saída de um prédio que não dá para identificar, mexendo no celular. Realmente, um lord. Francês.

  2. Vazamentos serão direcionados contra adversários.

    Prezados leitores,

    Já não há mais NENHUMA dúvida de que as verdadeiras ORCRIMs são as que patrocinaram o golpe de Estado. Sem a ORCRIM da Fraude a Jato, o golpe não poderia ser apresentado com o verniz da institucionalidade, que lhe dão o MPF e o PJ.  A PGR vaza mais do que peneira de malha grossa. Mas os vazamentos são sempre seletivos, de modo a prejudicar adversários e inimigos políticos (O PT e a Esquerda) e beneficiar os amigos e aliados (PSDB e satélites). Outra ORCRIM, o PIG/PPV, trabalha com o mesmo objetivo da PGR e do Gilmar Mendes.

    A quadrilha política que têm a benção do alto comando internacional do golpe, que fica nos EEUU, não é a do PMDB, de Michel Temer e seus comparsas, mas do PSDB, dos entreguistas FHC e JS-Tarja-Preta, do ‘mineirinho’ da lista de Furnas, do ‘santo’ da opus dei paulista e quejandos.

     No PJ o capitão Sérgio Moro é preposto direto dos EUA, como está claro para 10 entre 10 barsileiros de boa índole e boa vontade. Michel Temer e seus comparsas do PMDB estão sendo cozidos em fogo brando, enquanto realizam as tarefas da agenda imunda que lhe deram o ACI e o ACN; não há garantias de que serão preservados, apesar do esforço de GM de outros pusilânimes golpistas encastelados no STF.

    O golpe desavergonhado (que seus mentores e operadores consideram sofisticado pelo fato de ser multi-institucional) está escancarado, com as pútridas e fétidas entranhas expostas. A parcela mais bem informada, observadora e  crítica da população (a maioria dos acadêmicos, intelectuais, estudantes, Jornalistas que assim podem ser chamados, analistas) não deu chances ao golpe de se cristalizar.

    Na imprensa internacional a narrativa do golpe foi perdida pelos que o conduzem. A pilhagem e o desmonte do Estado Brasileiro são evidentes e os criminosos que os promovem sabem disso; eles acreditam que, pelo fato das FFAA lhes darem apoio, ficarão eternamente impunes; é por isso que fazem tudo o que estamos vendo à luz do dia, sem nenhum pudor.

    Mas pode ser que a ficha caia e a canoa  venha a virar. E para quem acredita que isso nunca irá acontecer e que o entreguismo é irreversível, digo: irreversível só a morte. Qualquer decissão política ou de aegentes do Esatdo é passível de reversão. O resto é conversa de derrotista e conformista.

     

  3. Vazadouro

    Até o mundo mineral sabe que a PGR é a maior fonte de vazamentos contra acusados do PT. Já quanto aos do PSDB, provavelmente vão ser blindados, protegidos e as denúncias arquivadas tal é a falta de vergonha que impera em nosso sistema judicial.

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