Com ingressos a R$ 8,5 mil, palestra de Moro gera protesto em Coimbra

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Moro e o procurador Roberto Pozzobon – que enviou a Rodrigo Tacla Duran o acordo de delação supostamente melhorado por Carlos Zucolotto – foram convidados para o mesmo evento em Portugal

Jornal GGN – Estudantes brasileiros e portugueses protestaram contra a participação de Sergio Moro em uma palestra sobre combate à corrupção promovida pela Universidade de Coimbra na segunda (4). Segundo relatos da Folha, “muros da instituição amanheceram pichados com mensagens contra o magistrado”.
 
Moro, e o procurador de Curitiba Roberto Pozzobon, foram convidados a participar de um evento cujo ingresso saiu pela bagatela de “10 parcelas de R$ 850,00”, com direito a “uma série de jantares paralelos”.
 
Pozzobon é o procurador que aparece nas denúncias de Rodrigo Tacla Duran, assim como o amigo pessoal e compadre de Sergio Moro, o advogado Carlos Zucolotto.
 
Segundo Duran, Zucolotto cobrou 5 milhões de dólares em propina para melhorar a proposta de delação premiada que o ex-advogado da Odebrecht negociava com a força-tarefa da Lava Jato. Dois dias após conversar com Zucolotto, Pozzobon enviou a Duran um e-mail com a minuta do termo de colaboração. O GGN divulgou o conteúdo da mensagem com exclusividade nesta matéria aqui.
 
Ainda de acordo com a Folha, a Apeb (Associação de Pesquisadores e Estudantes Brasileiros em Coimbra) disse que o protesto contra Moro teve como motivação seus “métodos de atuação” na Lava Jato, questionados por Lula na ONU.
 
“Tendo em vista que os métodos de atuação no processo judicial adotados por Sergio Moro são contestados justamente no Comitê de Direitos Humanos das Organizações das Nações Unidas, a Apeb/Coimbra manifesta a sua perplexidade com a escolha desse personagem para participar no evento que trate de tais temáticas na qualidade de conferencista”, diz o texto.
 
Procurado, Moro ainda não foi localizado pela reportagem.
 
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

17 Comentários

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  1. Prezados Camaradas
    Esta

    Prezados Camaradas

    Esta notícia leva a algumas questões:

    1 – Já começou o recesso (os 30 dias que estes caras ficam coçando além de suas férias) ou foram passear e deixaram o trabalho para trás (estão prevaricando, certo?)

    2 – Vão cobrar diárias para falar asneira em Portugal?

    3 – Quem paga as passgens destes sujeitos?

    4 – Estes sujeitos, se aparecerem perguntas sobre suas relações mal-cheirosas de seus trambiques revelados pelo Tacla Durán, vão responder  as perguntas ou vão ficar de mimimi?

    5 – Não vem ao caso os passeios de moro e seues cúmplices?

  2. Pichar a universidade

    é patético e demosntra o espirito de porco do brasileiro, esse tipo de comportamento da esquerda da não para apoiar.

     

    Tem que se protestar mesmo contra Sergio Moro e haveria mtas formas de fazer, mas pichar a universidade em Portugal ai não.

  3. O mercador de Curitiba

    8 mil e 500 reais ou euros? Em todo caso esse valor cobrado de estudantes [?] para assistir à essa palestra indica que os palestrates estão cobrando muito caro por suas participações. Como diz o dito, tem bobo para tudo neste mundo, logo tem que pague por isso. Se fossem juristas europeus, jamais cobrariam somas volumosas para falarem a estudantes. Alias na Europa, juizes não cobram e nem fazem palestras pagas. Não entendo porque que aula para estudantes tornou-se uma vil mercadoria.

    1. Comparativo…….

      Salarios de Juizes/Promotores(são tambem juizes no sistema francês)

      Juizes top de linha(algo como o STF, STJ e PGR e são poucos e no fin da carreira) 8.864,10 euros liquido ja com os penduricalhos embutidos.

      Juizes de de 2.269,27(começo de carreira) à 3.655,48(fin de carreira) ja com os penduricalhos embutidos……..

      Salario minimo francês 1.149,07 liquido sem penduricalho algum….por 35 horas por semana sem hora extra,sem insalubridade,periculosidade ou trabalho noturno, nesses casos tem adicional.

      Um juiz françes de primeira instância em começo de carreira ganha o equivalente a +ou- 2 salararios minimos….Queria ver o Dallagnol comprar aps minha casa minha vida para especular recebendo 2 salarios por mês……

      1. Judiciário no Brasil tem um

        Judiciário no Brasil tem um milhão de problemas. Esse tipo de comparação não chega perto de tratar nenhum deles. A não ser que você ache que achatar salário de juiz seja parte da solução… De repente se fizermos concurso pagando R$ 2k pra juiz iríamos contratar gente melhor, né? Improvável…

        O problema de salário no judiciário são os penduricalhos que extrapolam o teto constitucional e a despesa com pessoal sem ser juiz, que é a mais alta do mundo. A relação juízes/habitantes no Brasil é compatível com o resto do mundo, o problema é que gastamos muito mais com o restante dos cargos do judiciário.

  4. golpe, golpistas, acordos…

    movimentos contra direitos humanos, perseguições políticas

    tudo está à venda como mercadoria de fácil aceitação

  5. Googlando por 5 minutos

    Googlando por 5 minutos descobri que se trata de um curso com carga horária de 130h, que está rolando desde meados do ano e cujos primeiros módulos foram em Recife. A equipe do Jornal GGN colocou de uma forma que parece que o Moro tá cobrando 8k pra dar uma palestra e posar pra fotos num jantar.

    Sugiro melhorar a qualidade da reportagem. Aí talvez os envolvidos passem a retornar as ligações.

  6. Sergio Moro é alvo de protestos na Universidade de Coimbra

    Do Yahoo notícias

    Folhapress 6 horas atrás
     Divulgação Divulgação

    GIULIANA MIRANDA

    LISBOA, PORTUGAL (FOLHAPRESS) – A passagem do juiz federal Sergio Moro pela Universidade de Coimbra, uma das mais tradicionais de Portugal, foi marcada por protestos. Muros da instituição amanheceram pichados com mensagens contra o magistrado.

    Coimbra é considerada a universidade com a maior quantidade de alunos brasileiros fora do país. São cerca de 2.000 entre alunos de graduação e pós-graduação.

    Estudantes brasileiros, e também portugueses, reuniram-se para criticar a presença do juiz da Lava Jato em um seminário sobre combate à corrupção na instituição. A palestra estava marcada para a tarde de segunda (4).

    Batizado de “Transparência, Accountability, Compliance, Boa Governança e Princípio Anticorrupção”, o evento sai por “dez parcelas de R$ 850,00” e dá direito também a uma série de jantares paralelos.

    Além de Moro, o procurador Roberto Pozzobon, membro da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, também participa do encontro.

    JUSTIFICATIVA

    Em nota, a Apeb (Associação de Pesquisadores e Estudantes Brasileiros em Coimbra) justificou as manifestações.

    “Tendo em vista que os métodos de atuação no processo judicial adotados por Sergio Moro são contestados justamente no Comitê de Direitos Humanos das Organizações das Nações Unidas, a Apeb/Coimbra manifesta a sua perplexidade com a escolha desse personagem para participar no evento que trate de tais temáticas na qualidade de conferencista”, diz o texto.

    Procurado, Moro ainda não foi localizado pela reportagem.

     

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