Com Temer adeus Miami, Disney, Nova Iorque, I-phone para sempre…

Mesmo sem ser Economista penso comigo no efeito cascata do Golpe de Estado na degradação socioeconômica de todos nós brasileiros, de qualquer classe social, excetuando o topo da classe médio-alta e a Burguesia.

Justifico através de fatos concretos do cotidiano das eras pré e pós LULA/DILMA e, associando com os parceiros na sociedade da empreitada Golpista liderada por Michel Temer, Eduardo Cunha e PSDB: meios de comunicação hegemônicos capitaneados, internamente, pela Rede Globo, FIESP e outras Federações de indústrias. E, externamente, pelo Mercado Financeiro Mundial e o Imperialismo.

A turma política do Golpe é a turma que olha o Brasil pequeno, aquele que existia e que com o Golpe voltará a existir dos tempos de FHC para trás.

Voltará o olhar Político do País colonizado. E que se contenta em governar para o grande capital nacional e internacional.

Governo Golpista que troca migalhas de Poder (por exemplo: a faixa Presidencial) e de dinheiro (por exemplo: com a aprovação de projetos de lei e venda de patrimônio público) visando a entrega dos rumos e patrimônio econômico e natural coletivo da Nação para usufruto e pelos interesses exclusivos do grande empresariado, banqueiros e das poucas famílias oligopolizadas da mídia nacional, mesclados aos interesses do Imperialismo e do mercado financeiro internacional (por exemplo: Petrobrás e Pré-Sal nas mãos das petroleiras estrangeiras, a Chevron americana em primeiro lugar, sob controle acionário de megainvestidores), porque os políticos golpistas olham o dinheiro das negociatas com os bilionários do Mundo acima do Brasil e do seu povo.

Será o Governo golpista, um Governo ilegítimo, patrocinado o Golpe de Estado pela plutocracia em benefício exclusivo da própria plutocracia.

Até 2005 mais ou menos o brasileiro quase que vivia numa condição de estagnado, explico. (Excetuando o topo da alta classe-média e a Burguesia).

Quem era pobre pouco consumia, tinha baladas muito precárias, não viajava, não utilizava avião, não tinha computador e não acessava a Internet, não tinha TV por assinatura, não tinha celular e os produtos de sua cesta básica eram, geralmente, o básico do básico.

A classe média tradicional trabalhava o dia todo, quando estava empregada. Comprava seu carrinho modelo quase popular (modelos mais equipados eram escassos no mercado e pros ricos), os filhos estudavam em uma escola particular paga com o suor de horas e horas de trabalho, e nas férias iam todos para o Litoral passar férias. O salário pagava as contas do mês, se tanto.

Às vezes surgia a oportunidade de uma viagem para um hotel fazenda e, muito raramente, com um esforço sobrenatural no orçamento, se via algum conhecido ir para a Disney. Viagem para o exterior? Não eram, quase nunca, em família, e sim, individuais, de algum filho/filha solteiro (a). O orçamento não comportava uma viagem para o exterior em família.

Pobres e classe média tradicional realizavam movimentos cotidianos que assumem ações idênticas (exclusivos de sua classe e estagnados nela) na quase totalidade dos dias do ano.

Veio a Era Lula e a classe trabalhadora foi tendo outros direitos, muito além de sempre fazer as mesmas coisas.

De forma paulatina, todavia, crescente, pobre passou a andar de avião, a fazer cruzeiro em navios incríveis, a frequentar shoppings e lotar as praças de alimentação, a ir ao cinema, a comprar smartphone, a adentrar no mundo da Internet, a comprar seu carro popular, a lotar carrinhos de supermercado, etc.

A classe média tradicional passou a ir frequentemente para Miami, Nova Iorque, a comprar um carro mais luxuoso (as potentes SUV), a ir para shoppings com lojas mais chiques, a comprar o último I-Phone, a ir para baladas mais caras e a ter dinheiro no bolso para gastar; foi além de só viver de manter o status social, se diferenciando do pobre pela escola particular, pelo plano de saúde, pelo bairro onde mora e a casa na praia.

A Política de incentivo ao investimento produtivo e ao crescimento acelerado da economia através da geração de empregos, das obras de infraestrutura espalhadas pelo Brasil com o PAC I e II, a valorização da indústria civil, da indústria de defesa, da indústria naval, a valorização de obras com a presença de 60% de conteúdo nacional na Petrobrás com a valorização da cadeia produtiva do petróleo a partir dos seus mais de 3000 derivados, o investimento em energia hidroelétrica, termoelétrica e eólica, o Luz Para Todos, o Minha Casa Minha Vida, o investimento em Universidades Públicas e escolas técnicas espalhadas pelo interior do País, em Ciência e Tecnologia, o Pronatec, o Programa Jovem Aprendiz, o Simples, etc. deram passos largos para a construção de um Brasil diferente, que culminou com o aumento real dos salários, um número recorde de trabalhadores com carteira assinada, um desemprego baixo, culminou, ainda, com direitos trabalhistas novos, com a formalização do mercado de trabalho e com a criação crescente de empregos com qualificação técnica dentro do País.

E, o dado incontestável, o PIB brasileiro 5 vezes maior do que era em dezembro de 2002, no final do Governo neoliberal de FHC, em pouco mais de 10 anos.

Reativando um pouco mais a memória da classe média tradicional.

Muita gente foi inserida na sociedade de consumo, muita gente ascendeu socialmente e a classe média tradicional passou a ter salários até 3 a 4 vezes maiores do que nos anos 90 com os governos neoliberais de Collor, Itamar e FHC e a trabalhar de forma mais racional, sem a desculpa de que as coisas estão difíceis e que, portanto, devo trabalhar mais e realizar o serviço de três pessoas ao mesmo tempo por causa das “dificuldades”, como aconteceu de forma acentuada no segundo mandato de FHC.

Ninguém perdeu.

E, infelizmente, muitos destes brasileiros não valorizaram estes fatos reais.

Preferiram acreditar ou foram levados a acreditar na Rede Globo & Cia. e a votar naqueles congressistas que odeiam a classe trabalhadora e que não fazem nada de concreto pelo desenvolvimento tecnológico e soberano do Brasil, por sua Justiça Social e pela emancipação do País, criando uma sociedade desenvolvida e autônoma no cenário mundial. E, que possam lhes dar o que vai além de viver do básico, ou seja, de pagar contas.

Preferiram ou foram levados a enveredar num ódio doentio ao PT, justamente o Partido Político que lhes proporcionou sair do imobilismo social e alargar horizontes no cotidiano e a se aventurar a conhecer outras culturas e histórias.

A narrativa do PT corrupto: “a maior corrupção da História”, mote habitual da Direita, quando fora do Governo, colou na população média brasileira (narrativa produzida numa aliança mídia oligopólica, oposição de direita e partes do Judiciário, através do noticiário exaustivo de dois processos fabricados propositadamente para apear o PT do Poder: Mensalão, nunca provado, e Lava-Jato) e as classes média e médio-alta tradicionais saíram às ruas para protestar e pedir o fim da corrupção e querendo o Impeachment da Presidenta Dilma.

Muitos preferiram acreditar ou foram levados a acreditar no pato da FIESP, na turma dos industriais que o que menos importa são juros baixos e o risco que é produzir e preferem a segurança do mercado financeiro ao investimento. Turma do lucro fácil acima de produzir, de gerar empregos de qualidade e especializados e de dar movimentação à economia.

Infelizmente, a força do Mensalão e da Lava-Jato no imaginário coletivo dos brasileiros fez estragos eleitorais em 2014.

Desembocou na dicotomia: venceu Dilma no Executivo, resultado das políticas sociais de inclusão efetivas e vitoriosas, mas, venceu o anti-petismo no Legislativo e se abriu espaço (no Poder Legislativo) para que os golpistas desistissem do Brasil e partissem para a usurpação do Poder.

Quanto Poder tem um Presidente da Câmara dos Deputados, não é verdade? Decidir pela abertura de cassação de mandato de uma Presidenta com 54 milhões de votos é inimaginável. O Impeachment sem crime de responsabilidade se tornou possível pela oposição formada através do voto parlamentar em 2014.

Temer vem ai, a partir do Golpe de Estado, para restaurar o modelo de desenvolvimento neoliberal que levou o Brasil a quebrar 3 vezes no final dos anos 90 e que empobrece países, outrora ricos, como os da Europa Ocidental (Espanha, Itália, Grécia, etc.) e a Argentina, atualmente. Um modelo excludente e que só interessa aos 0,1% mais ricos do Brasil e ao Capitalismo Financeiro Internacional e ao Imperialismo do Norte.

Uma crise econômica do capitalismo mundial mesclada com a cantilena da corrupção foi capitalizada pela oposição golpista e seus patrocinadores para tomar o Poder sem votos.

Lembremos.

Praticamente todos os atos e todos os projetos do Governo Dilma, em seu segundo mandato foram boicotados. Nenhuma medida econômica proposta por Dilma Rousseff era aprovada, só se dedicavam os congressistas a criar pautas bombas para inviabilizar o Governo Federal.

O Legislativo mais anti-petista que se pôde criar boicotou cada ação proposta pela Presidenta Dilma e sua equipe de Governo.

Fizeram do quanto pior melhor a bandeira do Golpe de Estado e o realizam hoje.

Em nada ajudaram o Governo Dilma a dar uma solução breve, para o corte de gastos públicos, que se tornou necessário em 2015 com a queda de arrecadação do Governo decorrente das desonerações do setor produtivo em 2013 e 2014, desonerações implementadas para o Brasil manter sua economia em movimento e o desemprego baixo, frente a uma crise mundial iniciada em 2008 e de proporções igualáveis ao Crash da Bolsa de Nova Iorque em 1929.

Apostaram que a inviabilização total do Governo da presidenta Dilma lhes faria cair o Poder nas mãos. E, a crise econômica veio com tudo, ferrando a classe trabalhadora sem dó nem pena.

O Golpe vem ai. Ao que tudo indica quinta-feira começa.

As medidas socioeconômicas que os golpistas prometem implantar no País ferem de morte a classe trabalhadora.

Só desindexações e cortes e mais cortes nos programas sociais, nos salários, na CLT, nos benefícios dos aposentados, nos investimentos produtivos, na Saúde e Educação, menos cortes nos juros pagos a banqueiros e nenhuma Política econômico-social que retome o crescimento com distribuição de renda.

E, assim, com a sanha imediatista de acabar com a política de aumento real do salário mínimo, de rasgar a CLT com a terceirização irrestrita, até a loucura da prevalência do acordado sobre o legislado nas negociações salariais, de vender todas as estatais, incluindo os bancos públicos, a Petrobrás e o Pré-sal e seus trilhões de dólares em valor por preços irrisórios, como já sabemos, de não valorizar a indústria nacional de ponta e o investimento em Ciência e Tecnologia e o desenvolvimento intelectual (capacitação técnica) dos estudantes brasileiros voltaremos aos tempos da rodoviária e do Guarujá.

E, por quê?

Simples.

Sem um salário digno não se tem demanda por serviços, além dos básicos: moradia, alimentação, vestuário, saúde, educação e transporte.

E, uma economia que não privilegia o setor produtivo, o desenvolvimento tecnológico, a valorização da classe trabalhadora e do emprego com carteira assinada e os salários do trabalhador, que não valoriza as empresas nacionais e os empregos qualificados dentro do Brasil produzirá uma diminuição significativa da procura por aeroportos, viagens, hotéis fazenda, shoppings para comprar o último I-Phone e roupas de marca, o Laptop novo, etc.

O preço destes produtos, que vão além das necessidades básicas, tenderá a aumentar.

A economia para.

Sobram poucas pessoas com dinheiro para comprar bens de segunda ou terceira necessidades. Sobram poucas opções de compras e lazer de qualidade e todas com preços inacessíveis para a classe trabalhadora e, até, para a classe média tradicional.

Lembro que no início dos anos 2000 uma passagem de avião de São Paulo para Manaus era 2500, nos tempos de benesses de Lula e Dilma dava para comprar por 500 reais ou menos.

O que propiciou o barateamento do preço da passagem foi a criação de um mercado consumidor ampliado, nascido por uma Política Governamental de criação de empregos e a crescente presença de trabalhadores com carteira assinada e com salários valorizados.

Imaginemos, por exemplo, a destruição das grandes empreiteiras nacionais, players mundiais, a venda da Petrobrás ao estrangeiro, o não investimento em Ciência e Tecnologia e nas indústrias do Petróleo, Naval e de Defesa, como pretende esta turma do Golpe, se haverá empregos de alta qualificação no Brasil, que estavam se tornando habituais em território brasileiro, claro que não! Vão ser ofertados em países que valorizem o desenvolvimentismo e a Ciência e Tecnologia de ponta local. E os salários tenderão a serem, na maioria, baixos por aqui, até mesmo para os filhos da classe média tradicional. Trabalho sem necessidade de qualificação não gera salário maior. Pouca oferta de um trabalho qualificado para muita procura idem, certo?

Alguém mais desesperado/necessitado aceitará ganhar o mínimo para trabalhar o máximo. Filme bem conhecido da Era FHC.

A passagem de São Paulo para Manaus voltará a custar o olho da cara, como diz a gíria popular.

Nas ruas já vejo, novamente, os produtos falsificados sendo vendidos. Nike falsificado na Rua 25 de março virou comum, vendido no meio da calçada, infelizmente, como nos tempos de FHC, onde o povo não tinha crediário sem juros escorchantes, nem cartão de crédito, milhões e milhões nem conta bancária e nem dinheiro para supérfluos e era caro ter um Nike, pois, era produto de Elite. Vai começar a rarear as vendas a prazo? Vamos voltar aos tempos de FHC para trás, em que compras a prazo acabavam fazendo o produto custar até mais que o dobro do Preço?

Pelo histórico da turma golpista que assumirá o Poder sem o sufrágio universal do voto golpeando os 54 milhões de votos da Presidenta Dilma e a Democracia brasileira e pelo modelo de desenvolvimento econômico praticado por eles: o neoliberalismo, voltaremos a ser um País pobre, só que agora para sempre, mesmo quando a crise financeira do Capitalismo arrefecer.

Acabará, para sempre, a compra de enxoval em Nova Iorque, a Disney para os filhos, o I-Phone último modelo como uma prática possível e habitual.

O que seria uma fase passageira, a crise econômica atual e mundial do Capitalismo, se tornará um processo de empobrecimento e estagnação social, permanente.

Nada de Governo desenvolvimentista e nacionalista que consiga tornar o Brasil primeiro mundo e pudesse tornar o Real forte, mais próximo ao Dólar seu valor de mercado, o que possibilitaria viagens com certa ou boa frequência ao exterior, aos países mais desejados de se conhecer dos brasileiros.

Com o modelo econômico dos golpistas o Real será para sempre moeda desvalorizada e teremos um salário desvalorizado, uma situação de subemprego e já seremos trabalhadores terceirizados.

É o que se aponta no horizonte e não teremos a chance de retornar ao natural dos tempos de Lula e Dilma. Estaremos sob a égide dos Golpistas, e seu desejo de querer ferrar com todo o Brasil e toda a sua classe trabalhadora e os pobres por migalhas doadas por baixo dos panos pelos bilionários da iniciativa privada nacional e, de preferência, internacional.

Triste demais.

Alguém vê mexicanos, colombianos*** viajando pelas belezas naturais do Brasil? A gente vê americano, europeu ocidental, neozelandês, australiano, canadense, já, os quintais dos Estados Unidos, México, Colômbia não exportam turistas para o mundo, só a elite da elite deles viaja para o exterior, e vai ser igual para nós.

Seremos um novo México. Um novo quintal dos Estados Unidos. Um País de segunda-classe. Decidido, o rebaixamento de classe permanente do Brasil, por gente que não foi eleita pelo voto popular para implementar este programa de retrocesso econômico e social definitivo.

E, com a perversa e triste constatação.

Perderemos nossa soberania e altivez, diante da Globalização! Seremos um País agrário-exportador de comodities, de recursos naturais e de biodiversidade (pirateada pelas grandes potências capitalistas e com vistas grossas pelo Governo Golpista).

*** Eu falo de mexicanos e colombianos porque costumo viajar pelo Brasil e não os vejo, os tais sujeitos dos modelos de desenvolvimento que a Direita golpista brasileira considera o ideal para nós e alinhados com os EUA da forma mais servil possível.

 

Redação

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