Combate às fake news pode levar à censura da mídia livre, dizem especialistas

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Da Revista Forum
 
Especialistas apontam que combate às fake news pode levar à censura da mídia livre
 
Reportagem especial da #fórumweek, newsletter semanal da Fórum, explica os riscos da batalha contra notícias falsas para a liberdade de expressão e o impacto para as mídias livres. Surgidas nas últimas décadas, diversas iniciativas independentes a grandes grupos econômicos ampliaram a diversidade informativa no país, onde ainda hoje há um cenário grave de concentração midiática, segundo o Media Ownership Monitor
 
Por Dri Delorenzo   
 
O combate às fake news se tornou o grande tema dos veículos de comunicação tradicional que, com apoio do Google, Facebook e fundações internacionais, têm incentivado iniciativas no Congresso Nacional e na justiça eleitoral que podem recriar um perigoso sistema de censura no país. Uma censura diferente da época da ditadura militar, porque organizada também pelo mercado de mídia, mas mais perigosa do que a anterior, porque tende a calar um campo informativo. O que se organizou a partir do advento da web e que se contrapôs ao discurso monolítico da mídia tradicional brasileira.
 
Em recente entrevista, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luiz Fux, afirmou que neste ano eleitoral contará com o apoio de “veículos de imprensa confiáveis” para acabar com as fake news. Ao mesmo tempo, o Senado realizou um debate sobre o tema e convidou apenas jornalistas da mídia tradicional (Globo e Folha) para debater o assunto.
 
Essa divisão entre um suposto “jornalismo profissional”, representado pela velha mídia e alguns novos veículos financiados por fundações internacionais, e o resto, que seria um jornalismo baseado em fake news, independente da linha editorial, tem um único objetivo, a reserva do mercado da informação para poucos. E isso se dá de muitas maneiras.
 
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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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  1. Vendo os atores que estão por

    Vendo os atores que estão por trás dessa luta contra fake news fica claro que o objetivo é a censura da mídia crítica. Só que uma censura maquiada, que finge ter objetivos nobres e bases cientificas.

  2. Nos últimos oito anos ficou

    Nos últimos oito anos ficou evidente que os blogs e redes sociais transformaram a sociedade. Eles abalaram a hegemonia e o lucro financeiro das velhas empresas de mídia. Desmascararam formadores de opinião que eram só ventríloquos dos patrões. Meteram medo em antigos caciques políticos. Mas ninguém se iluda. Segundo especialistas, o poder econômico e de censura tecnológica que pode ser exercido através do chamado GAFAM (Google, Apple, Facebook, Amazon e Microsoft) é de estarrecer.

  3. Cantei essa bola faz algum

    Cantei essa bola faz algum tempo. O processo em curso visa censurar e dificultar a existência de blogs independentes, seria a última etapa do controle quase total das informações. O grande capital, as grandes corporações e os Estados militarizados trabalham em conjunto para materializar esse objetivo.   

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