da Câmara dos Deputados
Comissões da Câmara recebem informações sobre cocaína em avião da FAB
por Pedro Calvi, da CDHM
Nesta quarta-feira (10), as Comissões de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) e a de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados, ouviram, em audiência pública, representantes Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), da FAB e do Ministério da Defesa.
O general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, ministro do GSI, afirmou que “isso não acontecerá de novo, as medidas de prevenção serão reforçadas, o fato vai ser devidamente apurado e quem estiver envolvido vai responder pela irregularidade que cometeu”. Questionado sobre a capacitação das tripulações, o general afirmou que os profissionais “são escolhidos a dedo e são militares diferenciados pela atitude, formação e dedicação às tarefas que desenvolvem”. Augusto Heleno informou ainda que tanto o inquérito administrativo como o militar vão apurar se houve a participação de mais pessoas, assim como investigará o padrão de vida do sargento Rodrigues. Há 80 anos o GSI é responsável pela segurança de presidentes da república e, ainda de acordo com Augusto Heleno, nunca houve um incidente. “Então não procedem as acusações de incompetência. O sargento não tinha antecedentes, era um militar exemplar e avaliado constantemente, por algum motivo foi desviado para esse ilícito”. O general informa que as investigações têm prazo de 40 dias para terminar e que o caso deve ser enviado ao Superior Tribunal Militar.
Arlindo Chinaglia (PT/SP) ressalta que “houve uma grande falha no esquema de segurança e isso é inadmissível”. O parlamentar questionou a falta de exames que comprovem o uso de drogas pelas tripulações da FAB.
Além dos inquéritos abertos no GSI e na Aeronáutica, o sargento Manoel Silva Rodrigues responde a um inquérito aberto pela Polícia Federal para saber se alguém financiou o transporte da cocaína e se o sargento tem ligações com outras pessoas nesse crime.
O representante do Ministério da Defesa, tenente-brigadeiro do ar Carlos Almeida Júnior, afirma que o caso é uma “exceção aos nossos valores e princípios, inaceitável em nosso meio e não seremos complacentes com qualquer desvio de conduta como este”. Almeida Júnior informou que, quando o fato aconteceu, todo o comando da Aeronáutica estava reunido e decidiu pela mudança de rota do segundo avião, que levava o presidente Jair Bolsonaro, para evitar mais constrangimentos. O avião da presidência também faria escala em Sevilha, mas foi para Lisboa, Portugal.
A pedido da Aeronáutica, o Ministério da Justiça solicitou hoje cooperação jurídica internacional à Espanha. É um pedido formal do Brasil às autoridades espanholas para acesso a depoimentos e provas colhidos na investigação aberta naquele país.
“Conheço a seriedade das forças armadas e como trata assuntos desta gravidade, com certeza haverá responsabilização e a apuração rigorosa, além de melhorias dos procedimentos de segurança das comitivas”, destaca Coronel Armando (PSL/SC).
Carlos Amaral Oliveira e o representante do comandante da Aeronáutica, Antônio Moretti Bermudez, explicam que a escolha de Sevilha para a escala técnica foi por questões operacionais como a capacidade de abastecimento da aeronave. Ele ressalta que o inquérito militar deve apurar também se a droga apreendida tinha como destino a Espanha ou o Japão. “Sempre adotamos os procedimentos administrativos necessários e o julgamento será à altura da confiança depositada pela sociedade nas Forças Armadas”.
Érika Kokay (PT/DF) considera que o caso foi “de uma gravidade institucional sem tamanho, e temos que responsabilizar quem tem responsabilidade institucional para impedir que o Brasil passe cada vez mais vergonha”. Para a parlamentar, “estamos vivenciando uma série de absurdos que afrontam a lógica de um estado democrático de direito”.
A audiência foi solicitada por Arlindo Chinaglia (PT/SP), Perpétua Almeida (PCdoB/AC), David Miranda (PSOL/RJ), Glauber Braga (PSOL/RJ) e Érika Kokay (PT/DF). Presidiram o debate os presidentes da CDHM, Helder Salomão (PT/ES) e da CREDN, Eduardo Bolsonaro (PSL/RJ).
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Ninguém viu, só que desviaram a rota.
Sociedade só tem a dizer o seguinte…
nenhuma confiança, porque com 39 quilos levados numa mala de um agente oficial e sem qualquer preocupação em esconder, todo nariz é suspeito
Dizer que é exceção, que nunca havia acontecido ou que jamais as forças armadas e nada, em si, a mesma coisa. Afinal, essa foi a primeira vez em que o tráfico-oficialesco foi pego em flagrante. Sabe-se lá quantas “carreiras” já não foram “aportadas”. Jamais, é dizer sobre tempo além da imaginação burocrática. Então, houve, sim, falha grotesca na segurança da comitiva presidencial em todos os níveis. Querer sacrificar administrativamente o “mula” não resolve o problema entranhado entre militares ditos de “escol”. Estaria tudo dominado? Seria bom o general parar de mimimis e levar a sério a investigação: com certeza, aí “tem truta”.
Pior, conforme li, ainda hoje, em entrevista, o jornalista espanhol que acompanha o caso declarou que a troca de itinerário da comitiva, para Lisboa, caiu na Espanha como declaração de incompetência ou coisa pior…
Fome, miséria, doenças…
e estas consciências bem alimentadas e patrióticas a reclamar da vida e do que ganham
parasitismo cruel
Hummm… Será que “tentaram” incriminar também o Aécio e aquela “pacoteira” do mesmo produto!?
Nassif,
Caso este fato tivesse ocorrido com o avião de um petista, é bem possível que chegasse à população o que realmente ocorreu. Já neste caso, a chance de conhecer a verdade, saber quem são os donos dos 39 kg.; quem, da base aérea, poderia estar participando da operação, etc…, a chance é zero.
E o “mulo” ? Deve ser melhor pra ele ficar na Espanha, pois é arquivo vivo. Esta é uma fase em que a promiscuidade vem tomando conta do país, é juiz achincalhando a Justiça, é o STF achando pouco, o que já se tem deste material vergonhoso publicado por GGreenwald, é ministro do STF trocando figurinha com procurador notoriamente venal para prejudicar um político de peso, é a PGR, aliás, cadê a PGR?, é o Congresso exercitando um pavoroso “toma lá, dá cá” para aprovar uma proposta que é inteiramente lesiva aos mais simples, aos que hoje estão abaixo dos 30 anos de idade, serão milhões de brazucas a não conseguirem uma aposentadoria daqui há uns anos, isto aqui se transformará num país de zumbis.
Agora, o andar de cima, aquele que provoca tudo isto sem dó nem piedade, o pior andar de cima, o mais racista, o mais preconceituoso, o mais falso de todos neste planeta, este andar de cima continuará protegido pela Justiça como sempre foi, sempre a criticar um país que não esconde quase detestar, reclamando de pobre e preto dormir nas calçadas, reclamando de corrupção quando boa parte da tropa rouba até não poder mais, mas como faz parte do andar de cima, vista grossa por favor.
Mais e mais absurdos ocorrerão sem que haja qualquer tipo de consequência, haja vista o futuro ministro do STF que, segundo bolsonaro, será pessoa terrivelmente evangélica, tudo a ver.