Como as FFAAs se enredaram com o governo mais desastrado da história, comentário de José

Pergunte aos militares se eles aceitariam que um profissional da saúde assumisse o posto de marechal durante uma guerra e se aceitariam a boa vontade dele como desculpa para a tragédia que se sucederia...

Por José
comentário no post As críticas de Gilmar Mendes e os desastres à vista das Forças Armadas, por Luis Nassif

Perfeita análise, Nassif.

Complementaria ainda que as Forças Armadas se deixaram ser arrastadas e confundidas (por interesse, ingenuidade ou deslumbramento) com o governo mais desastrado, despreparado e irresponsável da história por:

a) ter diversos generais e demais oficiais compondo além da vice-presidencia e da cúpula do governo os seus primeiros e segundo escalão;

b) O ex-comandante do exército, gen. Villas Boas, ter atuado politicamente, inclusive durante a campanha, em favor do governo;

c) as forças armadas não estabelecerem uma diferenciação clara e intransponível em relação a este agrupamento político, sobretudo quando reiteradamente o governo apoiou (se não organizou) atos reivindicando intervenção das forças sob o comando do presidente; e

d) quando não censuraram seus ex-dirigentes (dois ex-generais, Heleno e Azevedo) que compõem a cúpula deste governo quando em duas ocasiões manifestaram, implicitamente, que as forças armadas não aceitariam que os outros poderes limitassem as loucuras do governo (colocando em risco a democracia)

No meio disso, em meio à maior crise econômica, de saúde pública e ambiental do país o governo que faz a gestão mais desastrada, destrutiva e vergonhosa da nossa história coloca militares no comando da saúde e do meio ambiente, como bem apontado por você, enquanto a floresta queima e população morre na maior tragédia da nossa história.

Pergunte aos militares se eles aceitariam que um profissional da saúde assumisse o posto de marechal durante uma guerra e se aceitariam a boa vontade dele como desculpa para a tragédia que se sucederia…

Luis Nassif

6 Comentários

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  1. Não precisa perguntar nada para os milicos. Eles são tão ridículos que se acham o máximo. Não tem a menor auto-crítica. Gente de última,como dizia minha avó.

  2. Forças Armadas são estruturas de Estado, não de governo. Ainda se trata isto como engano, equívoco das Forças Armadas, mas a cúpula caiu de cabeça e os outros dois poderes não parecem atuar de modo manifesto para subordiná-las. Trata-se como se fosse uma força política qualquer chamada a participar. Ainda se pensa em forma de golpe de Estado em “modelos clássicos”, o golpe, ao meu ver, já foi dado.

  3. Cala boca, por fora, boquinha, um extra, arranjo, ação entre amigos, compra da segurança, e outros. Eu imagino que qualquer das opções poderia servir para traduzir a participação das FFAAs no desgoverno Bolsonaro.

  4. Penso que, se restar algo que se assemelhe a um país depois da ocupação de milhares de cargos administrativos por esses militares incompetentes e parasitas, as Forças Armadas ficarão desmoralizadas por décadas e décadas. Nepotismo, usurpação de funções técnicas como as do Ministério da Saúde, previdência privilegiada etc.; apenas alguns exemplos do chamado patriotismo desses cidadãos fadados.
    Essa desgraça só se abateu sobre nós por conta do baixo nível de educação da grande massa de nosso povo. Sociedade civilizada nenhuma aceitaria esse horror. Infelizmente há nas mentes de muitos aquilo que a jornalista Eliane Brum chamou de “fetiche da farda”; e agora eles voltaram para terminar o serviço que realizaram na ditadura: a destruição da Amazônia, o extermínio dos índios, e se deixarmos, vão voltar a legalizar a escravidão.

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