Conmebol vai apurar atos racistas contra Tinga

A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) anunciou ontem (15) que abriu investigação preliminar para apurar as manifestações racistas da torcida do time peruano Real Garcilaso contra o jogador brasileiro Tinga, na última quarta-feira (12), em Huancayo, no Peru.

A Unidade Disciplinar da Confederação Sul-Americana de Futebol divulgou nota na qual diz que procedeu a abertura da investigação para apurar denúncia recebida ontem (13) por parte do Cruzeiro Esporte Clube. O clube brasileiro alega que, no jogo contra o Real Atlético Garcilaso, torcedores do clube local mostraram conduta racista contra o jogador Paulo César Fonseca do Nascimento, “Tinga”

Na noite de quarta-feira, o jogador Tinga, do Cruzeiro, sofreu ofensas racistas da torcida do Real Garcilaso, durante partida válida pela Copa Libertadores da América, que terminou com a derrota do Cruzeiro por 2 a 1. Torcedores imitavam sons de macaco quando Tinga tocava na bola.

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também divulgou nota hoje, manifestando “repulsa” ao comportamento da torcida peruana, e pedindo à Conmebol que tome providências contra os responsáveis. A CBF conclama os órgãos com poderes disciplinares na Conmebol a “sancionarem energicamente os responsáveis pelo triste e lamentável evento, de modo a servir de exemplo que evite a reprodução de tais atos, rigorosamente punidos pelos regulamentos da Fifa” [Federação Internacional de Futebol], diz a nota.

O regulamento disciplinar da Conmebol prevê uma série de punições para clubes e torcidas que tenham atitudes racistas. O Artigo 12 diz que agremiações ou clubes cujos torcedores se comportem de forma discriminatória – seja por motivos de cor da pele, raça, etnia, idioma, credo ou origem – podem ser multados em no mínimo US$ 3 mil.

O mesmo artigo acrescenta que o clube poderá ser julgado pelo órgão disciplinar da entidade, que tem competência para impor sanções adicionais. Entre as medidas estão jogos com portões fechados, perda de mando de campo, concessão da vitória ao time cujo jogador foi vítima do ato, perda de pontos e até a eliminação da competição.

A própria CBF já havia se manifestado ontem (13) contra o racismo, publicando uma imagem em preto e branco de seu escudo com os dizeres “somos iguais”. Além da entidade, jogadores de futebol, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, a presidenta Dilma Rousseff, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e o presidente da Fifa, Joseph Blatter, condenaram o racismo no futebol. O presidente peruano, Ollanta Humala, usou o Twitter para lamentar o ocorrido. “Um país tão diverso como o nosso, que fortalece sua identidade, com todas suas culturas, não deve admitir reações racistas de nenhum tipo”, escreveu Humala.

 

Redação

3 Comentários

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  1. Vai apurar como ?
    O estádio

    Vai apurar como ?

    O estádio lotado.

    Vai indagar um por um e perguntar  :O sr fez gesto racista contra o jogador Tinga ?

    -Ah ! não , muito obrigado.

    O próximo !

    Faça-me um favor !

    A sociedade tem que tomar vergonha na cara e deixar de ser racista.

    Agora, que bom ! nunca ví tanta solidariedade com um jogador por causa do preconceito racial.

    Será que essa “comoção nacional” contra o preconceito foi porque partiu do Peru ?

    E se o mesmo fato ocorrece na Suécia, todos aqui ficariam indignados como ficaram ?

    Até os racista brasileiros ficaram solidários com o jogador. Eles querem exclusividade.

     

  2. José Argote, o covarde árbitro venezuelano

       

    El presidente del Tribunal Disciplinario de la Conmebol, César Rocha, declaró, que Argote, no reportó en su informe final estos actos que han generado el rechazo del mundo futbolístico y de la clase política de Brasil y Perú.

    “La notificación que llegó a la Conmebol fue que el arbitraje no describió el caso de racismo en el acta. En esta situación, sin embargo, con las imágenes de vídeos reales puede bastar. No sé si de pronto (el referí) no se dio cuenta de los gritos durante el juego.”, indicó Rocha. 

    “El ensayo de estas imágenes se llevará a cabo dentro de dos semanas.”, añadió. el presidente del Tribunal Disciplinario de la Conmebol, César Rocha, declaró, que Argote, no reportó en su informe final estos actos que han generado el rechazo del mundo futbolístico y de la clase política de Brasil y Perú.

    Reprodução Conmebol tinga cruzeiro racismo (Foto: Reprodução / Conmebol)
    “La notificación que llegó a la Conmebol fue que el arbitraje no describió el caso de racismo en el acta. En esta situación, sin embargo, con las imágenes de vídeos reales puede bastar. No sé si de pronto (el referí) no se dio cuenta de los gritos durante el juego.”, indicó Rocha. 

    “El ensayo de estas imágenes se llevará a cabo dentro de dos semanas.”, añadió.

    http://www.cronicaviva.com.pe/index.php/mundo/america/87639-conmebol-abrira-proceso-al-garcilaso-por-actos-racistas

    ***

    COSME RÍMOLI

    O árbitro venezuelano deve considerar normal pessoas chamarem negros de macacos. Por isso não relatou na súmula o racismo contra Tinga no Peru.

    News Photo: Venezuelan referee Jose Argote gestures during the 2013…

    (…)

    E a vergonha das vergonhas vem agora.

    O juiz venezuelano José Argote mostrou a sua fraqueza.

    A absurda conivência ao preconceito, à estupidez humana.

    Revelou de vez o quanto é covarde.

    Não teve coragem de relatar os insultos raciais a Tinga.

    Fingiu ser surdo.

    E não ouvir centenas de peruanos imitando macaco assim que o jogador pegava na bola.

    O árbitro já deveria ter parado o jogo.

    Não permitido que aquela agressão continuasse.

    Mas teve medo.

    É revoltante.

    Tudo fica ainda mais constrangedor porque Argote é tão negro quanto Tinga.

    A América do Sul assume ao mundo o quanto é atrasada.

    Um ser humano por causa da cor de sua pele foi comparado a um macaco.

    E todos se mostram sem atitude.

    (…)

    A covardia de José Argote complica a situação.

    A Conmebol terá de punir o Real Garcilaso por tudo que observou na tevê.

    Para o amedrontado árbitro, seu maior representante, nada aconteceu.

    É de se imaginar que ele considere normal um negro ser chamado de ‘macaco’.

    Talvez seja tratado assim no trabalho, na família.

    Seus amigos o cumprimente urrando, imitando símios.

    Talvez essa seja a rotina que Jose Argote quer que todos imaginem viver.

    Mas o que fez ao fingir não perceber as ofensas a Tinga foi terrível.

    Uma agressão até maior ao jogador brasileiro.

    Que espécie de pessoa é esse árbitro venezuelano?

    Talvez alguém que para continuar apitando preferiu se omitir.

    Simbólico demais.

    (…)

    Tinga revelou que seu filho chorou muito ao perceber a situação.

    E não quis ontem à escola por vergonha dos seus colegas de classe.

    O jogador de 36 anos foi calmo, comedido ao falar sobre o que sofreu.

    Disse que o problema não é racial.

    “É social. As pessoas não têm educação nas suas casas.

    Não ensinam seus filhos a viver em sociedade.

    O problema está no convívio com a família, com os amigos.

    Estou triste, mas entendo o que aconteceu…”

     

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