Jornal GGN – O ex-secretário estadual de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, confirmou à CPI da Pandemia que o primeiro contato feito com o Ministério da Saúde a respeito do problema de abastecimento de oxigênio em Manaus foi feito em 07 de janeiro de 2021.
Questionado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Campêlo afirmou que a primeira reunião com a equipe do governo federal foi feita no dia 11, e nos dias 13 e 14 – auge da falta de oxigênio na cidade de Manaus – as equipes já estavam na cidade. Sobre as imagens de pessoas correndo para comprar oxigênio, Campêlo disse que “eles já estavam providenciando transporte junto à White Martins”.
Embora a primeira comunicação com a White Martins tenha sido feita em 07 de janeiro, no dia 08 o Amazonas recebeu 150 cilindros de oxigênio hospitalar, o que “de forma alguma” foi suficiente para atender a demanda, segundo o ex-secretário de Saúde.
Sobre o apoio dado pelo Ministério da Saúde, Campêlo insistiu que “eles estavam apoiando transportando cilindros, ajudando a White Martins”, mesmo sabendo da dimensão da crise gerada pela falta de oxigênio – inclusive no Hospital Getúlio Vargas, administrado pelo Ministério da Educação por ser um hospital universitário.
No final de dezembro, o governo estadual emitiu o decreto 43234, que abordava a adoção de medidas restritivas, que foi revogada pelo governador Wilson Lima (PSC). Segundo Marcellus Campêlo, a secretaria foi contra tal revogação.
Segundo Omar Aziz, no dia 26 de dezembro – quando o governador Wilson Lima decretou lockdown – “houve uma movimentação nacional (…) e as pessoas, naquele momento, ‘ah, já passou a pandemia, pra que isso?’”
“Nesse mesmo momento, quando o governador revoga o decreto que vossa senhoria diz que a opinião da Secretaria de Saúde foi contrária, vários membros do gabinete paralelo – primeiro, o senhor Osmar Terra faz manifestações do Twitter dizendo ‘embora o noticiário alarmista, Manaus tem queda importante de óbitos desde julho’”, disse Randolfe. “Outros parlamentares, inclusive o filho do senhor presidente da República, dizem o seguinte: ‘primeiro Búzios, e agora Manaus. Todo poder emana do povo’. Outros parlamentares da base de apoio do presidente Jair Bolsonaro também celebram isso”.
Segundo Marcellus, ele não tem informações sobre quem estimulou as manifestações ocorridas em Manaus contra o lockdown, mas sabe que muitas pessoas – inclusive parlamentares e autoridades“o governador foi pressionado pela manifestação popular, inclusive em relação à segurança pública no estado do Amazonas. Houve uma revolta generalizada, que inclusive com ateamento de fogo, que as equipes de segurança tiveram que enfrentar os manifestantes”.
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