Contra redução de ciclovias, ciclistas fazem ato na casa de João Doria

Jornal GGN – Ontem (5), cerca de 50 ciclistas pedalaram até a casa de João Doria (PSDB), na região dos Jardins, para realizar o primeiro protesto contra medidas que serão adotados pelo prefeito eleito.

Com o mote “nem um metro a menos”, eles reivindicaram que Doria não suspenda a ampliação de ciclovias e que não altere a velocidade máxima permitida nas marginais.

Durante sua campanha, a coligação de Doria se chamava “Acelera SP” e ele adotou um discurso contrário à redução das velocidades adotada pela gestão de Fernando Haddad (PT). Após o resultado do último domingo, ele disse que o aumento da velocidade permitida nas marginais será uma de suas primeiras medidas.

Doria também afirmou que não fará novos trechos de ciclovias e que “não serão continuadas em calçadas nem onde não são utilizadas”. A um segurança do tucano, os manifestantes entregaram uma carta-compromisso pedindo que ele não acabe com as ciclovias existentes e que mantenha o projeto para chegar a 1500 quilômetros de ciclovias até 2030.

Leia abaixo a carta entregue para João Doria:

CARTA DE COMPROMISSO PARA O NOVO PREFEITO DE SÃO PAULO

Excelentíssimo Senhor Prefeito eleito João Agripino da Costa Dória Jr,

Gostaríamos de parabenizar sua vitória, neste último pleito municipal, que, de forma democrática e incontestável em 1º Turno, o colocou a frente da administração da maior cidade brasileira, para um mandato a ser exercido no período entre 2017 a 2020.

Por meio desta, também gostaríamos de ressaltar que contamos com sua preocupação inerente e incondicional com a vida de seus futuros munícipes, enquanto prefeito desta metrópole, hoje, a maior da América Latina. Vidas estas que contam com sua proteção e condução para um futuro melhor.

Para que possamos confirmar sua preocupação e compromisso com a vida de todos os cidadãos da capital paulista, em nome dos ciclistas aqui presentes, nesta data, 05 de Outubro de 2016, viemos solicitar o cumprimento dos seguintes compromissos propostos pela parta da população desta cidade, que utiliza suas ciclovias / ciclofaixas / ciclorrotas:

• A não exclusão de nenhuma parte das ciclovias atuais e manutenção das mesmas vias criadas nos governos anteriores, além de futura ampliação visando o benefício de toda a população das regiões abrangidas.

• A continuidade do Plano de Mobilidade, acordado entre diversos setores da sociedade, especialistas, ONGs e ciclistas, aprimorado, inclusive, em gestões anteriores, que prevê uma malha de quase 1.500 Km pela capital até o ano de 2030 que pouco representa perante à malha viária total da cidade, não totalizando nem um décimo perante esta no total comparativo.

• Divulgação e declaração pública a favor das ciclovias e ciclofaixas, como integrantes de um sistema de mobilidade urbana, não somente utilizadas como lazer, mas como deslocamento do dia-a-dia de milhares de trabalhadores, estudantes ou transeuntes por todas as regiões da capital;

• Não à “privatização”, nos moldes que firam a Lei da Cidade Limpa, vigente na cidade, e que tornou nossa cidade mais visível para todos os cidadãos e visitantes que aqui transitam;

Firmando este compromisso, o futuro prefeito conseguirá diminuir a quantidade de mortes junto aos ciclistas no trânsito.

Para corroborar nosso pedido temos pesquisas recentes apontam que a população da cidade aprova em mais de 90% a iniciativa cicloviária, bem como urbanistas ao redor do mundo incentivam a criação cicloviária e cidades com ciclovias tendem a ter o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) maior.

Também, ainda que óbvio, é válido lembrar que do ponto de vista médico, o exercício físico garante uma vida mais saudável, afastando diversas moléstias, o que, a longo prazo, gera uma economia aos cofres públicos, posto que a população passa a demandar menos os serviços de saúdes, bem como se mantém economicamente produtiva por mais tempo, garantindo a circulação de renda no município.

Ainda no campo médico, quaisquer acidente envolvendo um veículo motorizado e um não motorizado implica em custos enormes aos cofres públicos, posto que quase sempre todo o atendimento médico é realizado pelo sistema público.

Caso ainda não tenha sido convencido por estes argumentos e insista que “ciclovias sem ciclistas devem ser removidas”, considere que uma calçada vazia, sem pedestres constantes também deverá ser retirada.

Ainda, a Lei Federal que regula a Política Nacional de Mobilidade Urbana (Lei 12.587/12), que tem como diretriz (Art. 6, II) a prioridade dos modos de transportes não motorizados sobre os motorizados e dos serviços de transporte público coletivo sobre o transporte individual motorizado, sendo as ciclovias uma das melhores formas de atender tal diploma legal.

Já em relação à velocidade nas vias da cidade o Código de Trânsito Brasieliro dispõe o seguinte:

Art. 61. A velocidade máxima permitida para a via será indicada por meio de sinalização, obedecidas suas características técnicas e as condições de trânsito.

§ 1º Onde não existir sinalização regulamentadora, a velocidade máxima será de:

I – nas vias urbanas:

a) oitenta quilômetros por hora, nas vias de trânsito rápido:

b) sessenta quilômetros por hora, nas vias arteriais;

c) quarenta quilômetros por hora, nas vias coletoras;

d) trinta quilômetros por hora, nas vias locais;

O simples retorno das velocidades anteriormente estabelecidas é extremamente é extremamente prejudicial a toda a população, seja no aumento dos engarrafamentos, seja no aumento da letalidade dos acidentes!

Em relação à segurança dos ciclistas, o mesmo diploma legal dispõe:

Art. 21. Compete aos órgãos e entidades executivos rodoviários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, no âmbito de sua circunscrição:

I – cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito de suas atribuições;

II – planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veículos, de pedestres e de animais, e promover o desenvolvimento da circulação e da segurança de ciclistas;

Ao firmar este compromisso, V. Excelência não estará somente garantindo a existência de usuários de um sistema de transporte não motorizado, estará salvando vidas de inúmeros cidadãos que utilizam este modal de transporte para se deslocar pela cidade!

Ou seja, caso tenha algum compromisso com a vida de seus semelhantes, assinará o presente compromisso!

Atenciosamente,

Ciclistas presentes na 1ª Pedalada Pacífica para a casa do Excelentíssimo Prefeito Eleito do Município de São Paulo João Doria

 

Redação

11 Comentários

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  1. Ontem fiquei sabendo que um

    Ontem fiquei sabendo que um bando de retardados estava na Av. Paulista agredindo os ciclistas que ali passavam. Diziam para alguns que “vocês já eram”, “a cidade não é mais de vocês” e coisas do tipo. A idiotice de algumas pessoas no Brasil está atingindo níveis inimagináveis. E o pior, essa gente agora está tendo voz. 

  2. Francamente….Eu não vou

    Francamente….

    Eu não vou reclamar do almofadinha que, tendo sido eleito com o dinheiro dos amigos ricos que usam helicópteros, aumentará a velocidade do transito para matar seus eleitores de classe mérdia em acidentes de tráfego.

    Os paulistas merecem Doria. Merecem também morrer na Marginal e enterrar seus filhinhos marginais que se entopem de drogas na Vila Madalena e morrem espatifados imitando o Toretto da série Velozes e Furiosos.

    A classe mérdia escolheu… foda-se. 

  3. Jeito de fazer política

    Não li a matéria, mas vou comentar apenas pelo título que resume o texto.

    Isso, é um novo jeito de exercer a política.

    Se esse povo vai até a casa do vencedor para manter um programa do candidato derrotado, não seria mais fácil se tivessem reelegido Haddad?

  4. Gestor irresponsável

    Desde o começo da implantação das ciclovias, Haddad fazia questão de esclarecer que as experiências de todos os países que fizeram isto mostravam que o movimento nas ciclovias não se realiza de forma automática.

    Elas mudam uma cultura impregnada. Disse várias vezes que primeiro era necessário implantá-las, para que a população se sentisse incentivada a utilizá-las, e que depois de um período iriam sendo aprimoradas e revistas caso a caso, se necessário. Mas que era necessário num primeiro momento implantar uma malha mais ampla, única forma de incentivar o uso, para depois aperfeiçoar essa malha. E que todo eventual aprimoramento deveria estar embasada em estudos técnicos.

    A mídia (sempre ela) nunca deu destaque a esse processo de implantação e aprimoramento da malha cicloviária, focada que sempre esteve em criticar o governo do Haddad, fosse a que custo fosse.

    Durante a campanha, Dória, colocando-se como gestor, falou em revê-las, sem condicionar isto a uma avaliação criteriosa. Falou apenas para politizar uma questão que, como todas as outras, demanda seriedade no trato.

    Mesma coisa no caso da velocidade das marginais. Além de a redução de velocidade na área urbana ser uma medida civilizatória, adotada por quase todas as cidades européias, estudos sérios embasaram as ações da prefeitura nesse sentido, mostrando a diminuição de acidentes e mortes como resultado disso. E os índices de acidentes e mortes nesses estudos é escalonado, varia de acordo com a velocidade de estudo. E também aí Dória fala em revisão sem nenhum embasamento mais sério.

    Os coxinhas são desinformados, compram a narrativa da mídia tradicional. E seu representante eleito é um “gestor” irresponsável.

    1. Ciclovias tem sucesso em

      Ciclovias tem sucesso em cidades menores e planas, a topografia de São Paulo é completamente inadequada a andar de bicicleta, o modelo da cidade leva as pessoas a longos deslocamentos, os trabalhadores moram muito longe do trabalho,

      as cilovias de São Paulo tem erros absurdos de locais escolhidos, há ciclovias onde não passam ciclistas em horas de observação, a esmagadora maioria dos ciclistas são de LAZER e da classe media alta, operario nem se vê.

      Ao mesmo tempo em que pensou nas ciclovias Haddad combateu o uso do automovel, através de um explosão de multas, 13 milhões em 2015, dificultação do uso de ruas, a Praça 14 Bis é um exemplo, existe um excelente viaduro por cima da Praça,  os carros foram proibidos de usar, só onibus e taxis, o trajeto que sempre foi bom está hoje congestionado e o viaduto vazio, por outro lado as ciclovias tiraram uma faixa de muitas ruas estreitas que viraram funil, os carros ficam parados e as ciclovias vazias, o motorista olha e fica com raiva, descarrega no voto.

      Parecem decisões voluntariosas, tudo saiu da cabeça do Prefeito por “achismo” sem estudos serios, essa é a imprssão que a população de São Paulo tem, real ou não.

      Mas o maior problema do Prefeito foi a impressão consolidada de não sair do gabinete, tradicionalmente Prefeitos de São Paulo rodam a cidade, trabalhei com tres, todos circulavam muito, Janio almoçou em casa de corregilionarios da periferia 400 vezes no seu ultimo mandato, almoçava e pedia uma cama para uma sesta de 20 minutos, isso duas vezes por semana, esteve em todos os cafundós do Municipio. Maluf estava as 7 horas na rua vistoriando obras, cumprimentava e abraçava gente todos os dias, esse contato com o povão é FUNDAMENTAL para um Prefeito

      1. Haddad não era voluntarioso não

        Engana-se, André.

        Haddad sempre teve contatos com a academia. Conversou com vários, e solicitou diversos estudos técnicos ainda na época em que estava montando seu plano de governo, antes da eleição de 2012. Os de mobilidade urbana foi um desses vários estudos.

        Sou engenheiro, e por isto tenho vários amigos e colegas de profissão que trabalham na CET. Neste caso específico de mobilidade urbana, a imensa maioria dos com quem conversei, mesmo os que não têm nenhuma proximidade com o PT, desde o início se mostraram impressionados pela forma como Haddad era responsável na abordagem dos problemas da cidade. Essas pessoas me afirmaram que ele sempre se pautava por esses estudos técnicos, e mais: tinha absoluto respeito pelas ponderações técnicas dos egenheiros que trabalham na CET, e defendia suas posições técnicas de forma absolutamente compromissada com achar as melhores soluções para a cidade, mesmo quando eles propunham algo diferente dos estudos iniciais, desde que com argumentos sólidos. Um deles chegou a me dizer que Haddad apoiou uma sugestão técnica dele que era contrária à posição defendida pelo Jilmar Tatto, secretário municipal de transportes. Fez isto numa reunião fechada, óbvio.

        Um desses amigos me mostrou fotos em que Haddad estava em campo, juntamente com técnicos, para discutir soluções. Esse amigo que me mostrou as fotos estava pessoalmente presente.

        Ou seja, essas pessoas presenciaram, mais de uma vez, exemplos de um prefeito comprometido com o melhor para a cidade, que não tomava decisões voluntariosas não. 

        Obs: se ele visitava pessoas da população, nessas ocasiões, honestamente não sei dizer. Mesmo porque não perguntei isso a eles.

  5. Esses protestinhos da
    Esses protestinhos da “ESQUERDA” CAVIAR não dão em Boss… Nenhuma… Para deter esse avanço da Direita só a Radicalização TOTAL das Esquerdas…
    Protestinho sem Verg… Assim só para aparecer em uma chamada de 5 segundos da TV Golpe…e disse tipo de protesto ainda serve para a TV Golpe argumentar que é democrática e mostra os protestos tb…

  6. A continuar assim, o “Jestor”

    A continuar assim, o “Jestor” fará com que a população se arrependa de ter votado nele antes de tomar posse.

    Mas, os paulistas merecem tudo de ruim. Bem feito. 

  7. Aja saco

    – Carissimo João Agninaldo de Freitas Barros Doria, sua Excelência, antes de mais nada beijo seus pés nesta maravilhosa vitória que conseguiste com seu suor e trabalho duro, contra tudo e contra todos…

    Vão cagar!!!!!!

    Estão merecendo uma cidade pior, é muita coxanice

    vão la dialogar com o cacete da policia tucana, vão!

     

     

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