Jornal GGN – A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) não foi consultada pelo governo federal e sequer avaliou a elaboração da recomendação do Ministério da Saúde sobre o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento da covid-19.
Em maio, o Ministério da Saúde divulgou uma orientação para que a cloroquina e a hidroxicloroquina fossem adotadas em todas as fases da covid-19 – até então, a recomendação era que o uso fosse feito nos casos considerados graves. Tal posicionamento foi alvo de críticas tanto da comunidade científica como por parte da comunidade médica, por conta da falta de evidências científicas sobre a eficácia dos medicamentos no tratamento da doença.
Segundo informações do jornal O Globo, a Anvisa declarou em junho que não participou da recomendação feita pelo Ministério da Saúde, e que o chamado uso off-label (quando um medicamento é usado para uma indicação não prevista na bula) não foi avaliado pela agência.
A agência também foi questionada sobre algum pedido de autorização por indústrias para a venda da cloroquina ou hidroxicloroquina para o tratamento da Covid-19 – a Anvisa respondeu que, até junho, nenhum pedido formal havia sido feito e que, por isso, não tinha qualquer avaliação sobre os riscos e eficácia do uso das substâncias no tratamento da doença.
As empresas que queiram vender um medicamento para uma nova aplicação precisam realizar estudos e submetê-los à Anvisa, e apenas após a análise da agência é que esse novo poderá ser incluso na bula.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) admitiu a falta de estudos expressivos a respeito da eficiência da cloroquina no tratamento da doença, mas autorizou médicos a prescreverem o medicamento a pacientes com Covid-19.
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