Coronavírus: Complexo da Papuda tem 234 casos confirmados

Jornal GGN – Como já era previsto pelos especialistas, a propagação do novo coronavírus está tomando o sistema prisional rapidamente. O complexo da Papuda, no Distrito Federal, contabilizou 234 casos da doença, de acordo com o boletim da Subsecretaria do Sistema Penitenciário do Distrito Federal (Sesipe) divulgado nesta quarta-feira à noite, 29 de abril. De um dia para o outro 11 novos casos foram confirmados.

Segundo o Sesipe, além de 163 presos infectados, 71 policiais penais também testaram positivo à Covid-19. A pasta também informa que seis presos estão internados no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), sendo que “dois deles têm comorbidades e necessitam de cuidados especiais”. 

Os casos estão divididos entre o Centro de Detenção Provisória (CDP), Penitenciária do Distrito Federal I (PDF I), Penitenciária do Distrito Federal II (PDF-II), Diretoria Penitenciária de Operações Especiais (DPOE), Penitenciária Feminina do Distrito Federal (PFDF) e Centro de Progressão Penitenciária (CPP).

Como medida de contenção na transmissão do vírus, foi realizada na terça-feira a limpeza de alas do PDF I, local com maior número de infectados, 65 detentos e 28 policiais. Com isso, 60 celas foram higienizadas, além de banheiros, salas, departamentos, a administração e o pátio onde os internos tomam banho de sol.

Vale lembrar, que o colapso do sistema prisional não se restringe aos muros das cadeias, como alertou a advogada criminal e membra da Rede Feminista de Juristas, Maira Pinheiro, durante debate da segunda edição do projeto Mais Vozes

“Nós estamos vivendo uma crise sanitária. Com a catástrofe humana que é o sistema carcerário, os efeitos disso [novo coronavírus] não se restringem ao sistema carcerário. A partir do momento que essa pandemia chega em um local, que tem todas as condições para se disseminar massivamente, isso terá repercussões extra-muros. É uma ingenuidade achar que a crise de saúde pública que os presídios representam em um contexto de pandemia se restringem a dentro dos muros [das cadeias]”, explicou a jurista.

Redação

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