Jornal GGN – O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta afirmou que o governo federal tem estudos sobre a pandemia de coronavírus e sabe que o País ainda enfrentará mais três meses de ascensão de casos e mortes por covid-19 antes de ver a situação ficar mais “amena”.
“(…) Disse uma vez que teríamos 20 semanas muito duras pela frente. Esses dois meses que passaram são 8 semanas. Para as outras 12, são mais 3 meses. Estamos vivendo o primeiro terço disso, temos o segundo e o terceiro para concluir”, disse Mandetta em entrevista à Folha desta segunda (18).
Segundo ele, o Brasil vai aumentar a curva de disseminação em abril, maio, junho. “Em julho vamos estabilizar, quando deve ser o ápice da curva, e aí vai entrar em um platô para que, em agosto, comece a reduzir o número de casos e setembro a gente volte no ponto mais próximo de uma coisa mais amena.”
“Nunca falei e nem vou falar quais, mas tínhamos nos nossos estudos cenários de número de casos e óbitos. Nada do que está acontecendo hoje é surpresa para o governo federal”, disse o ex-ministro. O Brasil já passou dos 242 mil casos positivos e 16 mil mortes.
CLOROQUINA
Sobre o protocolo de liberação da cloroquina adotado pelo governo Bolsonaro – motivo de demissão de Nelson Teich na semana passada – Mandetta disse que é uma “solução política” do presidente para fazer as pessoas saírem de casa sem tanto medo.
O problema é que não há estudos que provem a eficácia da cloroquina contra coronavírus. Ao contrário disso, as pesquisas iniciais viram um aumento de casos de arritmia que pode ser fatal se o remédio é mal administrado ou simplesmente não recomendado para o paciente.
“O que o presidente quer é que o ministério faça como se fosse uma prescrição, para que em todas as unidades de saúde, mesmo sem confirmação da Covid, seja entregue a cloroquina.” Com isso, pessoas podem morrer em casa, por danos no coração.
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O Cavaleiro do Apocalipse que havia alertado para mais de 20 mil mortes até a Páscoa? Só não avisou a Pascoa de qual ano. Ou de qual século, não é mesmo?