Jornal GGN – O líder indígena Bep’kororoti, conhecido como Paulinho Payakan, morreu nesta quarta-feira vítima de coronavírus, após um período de dez dias internado no Hospital Regional Público do Araguaia, localizado na região sudeste do Pará.
Paulinho Payakan trabalhou como grande defensor da demarcação das terras indígenas e da expulsão de garimpeiros e madeireiros. Ao lado de lideranças como Mario Juruna, Tuíra Kayapó e Raoni Metuktire, Payakan teve papel fundamental no processo da Constituição Federal de 1988, que consagrou o direito ao território aos povos indígenas.
O líder da tribo kayapó também era conhecido como defensor da exploração sustentável da Amazônia, e atuou contra a construção de usinas hidrelétricas no Xingu.
Em 1998, o cacique foi condenado a seis anos de prisão pela 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Pará pelo estupro, em 1992, da estudante Sílvia Letícia Ferreira. A esposa de Payakan, Irekran, foi condenada a quatro anos acusada de ter agredido Letícia para facilitar a ação do marido.
Segundo informações do portal G1, a família se comprometeu a não realizar o ritual de pinturas no corpo do indígena para evitar o contágio da doença. “O Dsei está dando apoio à família. Nos termos da Covid, ele deveria ser enterrado imediatamente, mas entendendo que ele é uma liderança Kayapó, nós articulamos com a família que ele fosse enterrado na aldeia Ulkré, que é a aldeia de origem dele”, disse o coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) na região Kayapó, Lázaro Marinho.
(com informações da Folha de São Paulo)