Corra Temer, Corra.

Corra Temer, Corra.

Almir Forte

 

Tudo aquilo que não tem um bom inicio dificilmente terá um bom final, um governo fruto de um golpe contra a democracia certamente leva a outro e assim sucessivamente, a partir do momento em que o prometido aos seus cúmplices não é entregue completamente. E o governante de plantão, que chegou ao poder por meios não muito ortodoxos, jamais passará de um fantoche.

E assim, a vida muitas vezes imita a arte, os fantoches não tem personalidade própria, assim são comandados por bons ventríloquos, que sem muita capacidade de produzir um bom roteiro, um script minimamente razoável, se vê obrigado a plagiar algum filme que tenha feito sucesso. E assim, o fantoche Temer tenta repetir aquele famoso filme alemão, de 1998, “Corra Lola, Corra”, título em português.

Nesse filme, Manni, o coletor de uma quadrilha de contrabandistas, esquece no metrô uma sacola com 100.000 marcos. Ele só tem 20 minutos para recuperar o dinheiro ou irá confrontar a ira do seu chefe, Ronni, um perigoso criminoso. Desesperado, Manni telefona para Lola, sua namorada, que vê como única solução pedir ajuda para seu pai, que é presidente de um banco. Assim, Lola corre através das ruas de Berlim, sendo apresentados três possíveis finais da louca corrida de Lola para salvar o namorado.

Aqui, o Presidente Temer com a ajuda da grande mídia e a pressão do chamado “Mercado”, corre desesperadamente para entregar o que prometeu e cumprir as ordens de elaborar, encaminhar ao Congresso e fazer aprovar a Reforma da Previdência, a Reforma Trabalhista, a terceirização geral e a venda da Petrobras, em uma grande liquidação, para atender as exigências do famoso “mercado” e do patronato.

Enquanto isso, já se discute quem assumirá o país no pós Temer, caso ele consiga completar a corrida para salvar os interesses dos comandantes ventríloquos. Pois, tudo que essa quadrilha governista faz, por mais estapafúrdia que seja, como fazer o Brasil voltar a ser colônia ou viver no século passado é visto como “normal” e não incomoda aos batedores de panelas, aos usuários de camisas verde e amarela e aos lideres da marcha em nome de Deus, da família e da propriedade.

E nesse ritmo, vai construindo o governo da desmoralização nacional e internacional, cujo lider no senado classificou como “suruba geral”, para demostrar que tudo segue conforme o roteiro pré-definido, com o objetivo de completar o trabalho de destruir o sonho de uma geração, que ao chegar ao poder, se comporta como mediador entre o capital e o trabalho, sem pensar que essa conciliação possa de repente chegar ao fim.

E ao final dessa corrida, o que restará serão apenas ruínas de uma construção inacabada, de sonhos violados, de vidas destruídas, de muitos vencidos e poucos vencedores. Pois, se houvesse um pouco de dignidade nesse corredor chamado Temer, sua renúncia poderia ser o inicio da reconstrução democrática através de novas eleições livres e diretas, onde a população indicaria um novo caminho a seguir.

Redação

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