Covid-19: Bolsonaro ironiza eficácia da Coronavac e ignora sua proteção definitiva sobre casos fatais

Apesar da constante campanha antivacina e da guerra política envolvendo a Coronavac, Bolsonaro também afirmou que governo comprará qualquer vacina que tenha o registro da Anvisa.

Foto: Reuters/Adriano Machado

Jornal GGN – Dando continuidade a sua campanha antivacina, Jair Bolsonaro (sem partido) ironizou nesta quarta-feira, 13, a eficácia global da CoronaVac. Ontem, o Instituto Butantan e o governo de São Paulo anunciaram que os testes realizados no país com o imunizante, desenvolvido pelo laboratório chinês Sinovac, apresentaram proteção geral de 50,38% contra a Covid-19. 

Bolsonaro conversava com apoiadores no Palácio da Alvorada, em Brasília, quando um homem falou sobre a importância da vacina contra a doença, que já fez mais de 200 mil vítimas fatais no país. Em resposta, o mandatário disse, rindo: “Essa de 50% é uma boa?’. 

“O que eu apanhei por causa disso… Agora estão vendo a verdade. Estou (há) quatro meses apanhando por causa da vacina. Entre eu e a vacina tem a Anvisa. Não sou irresponsável. Não estou a fim de agradar quem quer que seja’, continuou Bolsonaro. 

Na semana passada, os dados secundários da Coronavac apontaram a eficácia de 100% na prevenção de casos graves e moderados de Covid-19 e de 78% na prevenção de casos graves e moderados. Ontem, a taxa global divulgada foi de 50,38%.

Diferente dos outros testes, a taxa de eficácia geral da vacina é calculada a partir da comparação de quantas pessoas ficaram doentes entre os grupos de vacinados e daqueles que apenas receberam o placebo, medindo, assim, a capacidade do imunizante de proteger em todos os casos da doença: leves, moderados ou graves. 

Em entrevista ao GGN a epidemiologista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Dra. Margareth Dalcolmo, afirmou que qualquer “vacina com mais de 50% de eficácia acaba com a pandemia”.

Apesar da constante campanha antivacina e da guerra política envolvendo a Coronavac, Bolsonaro também afirmou que governo comprará qualquer vacina que tenha o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O Ministério de Saúde já firmou para comprar 46 milhões de doses da vacina chinesa.

Na sexta-feira, 8, o Instituto Butantan pediu à Anvisa a concessão para uso emergencial do imunizante no país. A Diretoria Colegiada da reguladora irá realizar reunião no próximo domingo, 17, para deliberar o pedido da Coronavac e também da vacina de Oxford, desenvolvida pela britânica AstraZeneca e produzida no Brasil pela Fiocruz. 

Ainda, diante da afirmação de um apoiador de que o melhor imunizante é o feito pela AstraZeneca, Bolsonaro retrucou dizendo que melhor é o que “passar pela Anvisa”. “É a vacina que passar pela Anvisa. Seja qual for. Passou por lá…Já assinei um crédito de 20 bilhões (para comprar)”, disse.

Vale lembrar, ainda, que a porcentagem de eficácia geral da Coronavac está acima dos 50% requeridos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para liberação do imunizante.

Com informações de O Globo.

Redação

2 Comentários

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  1. A maldade já está entranhada no caráter do irresponsável. Ingenuidade demais é acreditar que o “acaso vai nos proteger”, se o natural é que o ingênuo é sempre um desprotegido, ainda mais diante dos maldosos.

  2. Uma total nulidade, um zero a esquerda, um (des)governante ineficaz, que dificilmente saberia explicar o porquê do cabrito defecar sempre igual, quer falar sobre eficácia?
    Ou seja: Nao entende de merda e quer entender de abrangencia da proteção de uma vacina?
    Tá, vamos desenhar para ver se o asno e o sequito entendem..
    https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/videos-perguntas-e-respostas/playlist/videos-coronavirus-perguntas-e-respostas.ghtml#video-9146958-id

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