CPMF: Requiescat in infernum, por Lungaretti

Por que a popularidade da presidenta Dilma Rousseff despencou a ponto de torná-la ainda mais malquista do que os calamitosos Sarney e Collor?

 

Creio que a já fracassada (o governo acaba de desistir) tentativa de recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira ajuda a equacionar a questão.

 

Até agora, eram vistos como vilões maiores a recessão econômica e o mar de lama que as investigações do mensalão e do petrolão escancararam. O estelionato eleitoral de 2014 parecia ter ficado para trás.

 

No entanto, a extrema repulsa com que foi unanimemente recebida a ideia de ressuscitar a CPMF dá o que pensarmos.

 

Em 1993, ela foi vendida como uma solução para o custeio da Saúde Pública, com o respeitável doutor Adib Jatene emprestando ingenuamente sua imagem ilibada para uma pilantragem a mais dos políticos, sempre à cata de novos pretextos para tosquiarem os cidadãos.

 

O povo engoliu de boa fé a patranha e ficou espumando de raiva quando lhe caiu a ficha de que o objetivo real da patifaria jamais fora o de melhorar a Previdência Social, mas sim o de rechear os cofres do governo.

 

Ainda assim, o mesmo peixe podre foi vendido novamente no período 1997/2007, só que ninguém mais o comprou por livre e espontânea vontade. Foi enfiado goela dos governados adentro.

 

Extinta para alívio geral, esta herança maldita do FHC continuou atraente para os governos petistas, que a quiseram exumar em 2008, 2011 e, agora, em 2015. Negativo. O povo não é bobo, acreditou uma vez e nunca mais! Detesta os que tentam engambelá-lo de novo.

 

Seria interessante uma pesquisa que avaliasse o quanto pesa, na rejeição de Dilma, o fato de ela haver vencido a eleição de 2014 fazendo alarmismo a respeito da política econômica dos seus dois principais rivais, tendo depois adotado exatamente o mesmo receituário neoliberal.

 

Quem votou contra o arrocho fiscal ao votar em Dilma, agora percebe que foi feito de bobo e jogou seu voto no lixo. Fustigado pela inflação, pelo aumento das tarifas, pelo desemprego, pela perda de poder aquisitivo, em quem há de colocar a culpa?

 

Na Dilma, claro, pois foi ela quem prometeu mantê-lo a salvo de todos esses fantasmas.

 

Cujo arrastar de correntes é cada vez mais insuportável.

 

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Redação

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