Cresce temor de Bolsonaro com perda de mandato

Processos no TSE com o acréscimo dos inquéritos das fake news acenderam alerta no Planalto; presidente aponta perseguição do Judiciário

Foto: Reprodução

Jornal GGN – A decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) na última semana sobre o inquérito das fake news aumentou a preocupação do governo Jair Bolsonaro sobre os processos que pedem a cassação da chapa que o elegeu no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Atualmente, Bolsonaro e seu vice-presidente, Hamilton Mourão, são alvo de oito ações na corte eleitoral pedindo pela perda do mandato e, nesta semana, o STF decidiu por 10 votos a 1 pela legalidade da investigação que apura ameaças aos integrantes da corte e a disseminação de fake news.

Segundo informações do jornal Folha de São Paulo, as ações que mais preocupam o governo são aquelas que estão relacionadas ao impulsionamento de fake news e que tramitam em conjunto no TSE. Elas tiveram um pedido de anexação das provas do inquérito sobre as fake news feito pelo autor, o PT.

As que mais preocupam o governo, com mais chances de avançar, são as quatro que tratam do impulsionamento de notícias falsas por meio de redes sociais, caso revelado por reportagens da Folha em 2018, durante as eleições.

Todas tramitam conjuntamente no TSE. Ainda em fase inicial, de instrução, tiveram um pedido de anexação das provas do inquérito sobre as fake news feito pelo autor, o PT.

No dia 9 de junho, o vice-procurador-geral eleitoral, Renato Brill de Góes, deu parecer favorável ao compartilhamento das provas produzidas no Supremo. A investigação no STF tem o ministro Alexandre de Moraes como relator.

Em meio às preocupações com o avanço das ações no TSE, Bolsonaro chamou os pedidos de cassação de seu mandato de tapetão e que a análise dos casos poderia indicar que o Judiciário irá “começar a esticar a corda” contra o governo.

 

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Redação

2 Comentários

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  1. Mario Sergio Conti
    Com estouro do cafofo de Atibaia, novos verbetes para as Forças Armadas
    Ficou difícil entender a diferença entre quadrilha e esquadrilha, briga de rua e brigada na rua
    19.jun.2020 às 23h15

    O estouro do mocó de Queiroz-Bolsonaro em Atibaia botou os milicos no olho do pancadão. Ficou difícil entender a diferença entre quadrilha e esquadrilha, briga de rua e brigada na rua. É urgente atualizar o “Almanaque do Exército”, que na ditadura informava quem era quem na caserna e nos porões. A seguir, alguns novos verbetes, adequados às novas aventuras e desventuras da força armada.

    Ilustração de um tanque de guerra apontado para uma urna eletrônica. A urna está quebrada em vários pedaços e pode-se ler FIM na tela

    Armas. Millôr Fernandes dizia que o voto era a arma do cidadão. Dava uma paradinha e completava: e o tanque de guerra é o voto do Exército. A arma do voto fez com que os tanques recobrassem o direito de voto. Agora eles são chamados a votar pelo sagrado direito à rachadinha.

    Artigo 142. Juristas liberais dizem que esse item da Constituição impede o golpe. Mas José Murilo de Carvalho, grande estudioso do assunto, prova em “Forças Armadas e Política no Brasil” que a Constituição confere, sim, papel moderador aos militares —por obra e graça dos civis, inclusive de esquerda.

    Ele escreve: “Parece haver um acordo tácito em torno da ideia de que a República ainda precisa dessa bengala. Não por acaso, chefes militares repetem sistematicamente que é seu dever constitucional intervir quando julgarem que as instituições correm risco”. É sintomático, diz, que em 31 anos de Constituição cidadã, os cidadãos nunca tenham tentado alterar o artigo 142.

    Boquinhas. Comandante do Exército em 2018, o general Villas Bôas pressionou o Supremo a proibir que Lula concorresse à Presidência. Amparou o Cavalão, ganhou uma escrivaninha no Planalto e sua filha abiscoitou um cargo de confiança. O presidente, que não dá ponto sem nó, botou 3.000 milicos na Esplanada. Boquinhas prefiguram rachadinhas?

    Braço forte e mão amiga. O lema do Exército resume suas funções: pau nos inimigos e afago nos amigos. Logo, deveria ajudar os brasileiros na pandemia. Mas o general que ocupou o Ministério da Saúde logo ocultou o número de vítimas e sabotou o confinamento. Não tem estratégia para o caso de desabastecimento ou vacinação em massa.

    Curió, major. Bolsonaro lhe jogou confetes por ter assassinado guerrilheiros desarmados no Araguaia. Vice-rei de Serra Pelada, comandou a maior mina de ouro a céu aberto do mundo e virou estandarte do empreendedorismo milico-amazônico. Vide Mourão, Hamilton.

    Estátuas fora do lugar. Como não houve revolução na Alemanha, seus filósofos suavizaram o 1789 francês. Da mesma forma, comentaristas brasileiros condenam a derrubada de estátuas de escravocratas nos Estados Unidos e na Europa. Acham imprudente que uma revolta popular derrube Bolsonaro.

    Estátuas no lugar. O cronista Lourenço Diaféria escreveu na Folha, em 1977, que o povo urinava ao pé de estátuas de heróis como o Duque de Caxias, patrono do Exército. A ditadura o prendeu e ameaçou fechar o jornal. A estátua do dono de escravos continua lá —na cracolândia.

    Lynn, Vera. Cantora britânica que morreu na quarta-feira, aos 103 anos. Era chamada de “namorada das Forças Armadas” porque ia às frentes de batalha e cantava para os soldados em guerra contra o fascismo:

    “Don’t know where
    Don’t know when
    But I know
    We’ll meet again
    Some sunny day”.

    Milhões morreram até que a gente pudesse se reencontrar num dia de sol. A pandemia não é a Segunda Guerra Mundial, mas o caminho será longo e difícil. Já são quase 50 mil os brasileiros mortos.
    Haiti. Se o PT não tivesse mandado as Forças Armadas ocuparem o Haiti por 13 anos, a um custo de R$ 3 bilhões, os militares não teriam ficado tão saidinhos —a ponto de reocuparem o Planalto. O
    partido hoje evita o assunto.

    Mourão, Hamilton. Vice-presidente, foi ungido marechal da Amazônia. Numa live com o cientista político Renato Lessa, o filósofo Paulo Arantes disse que a região é relevante porque, devido à sua diversidade ambiental, está fadada a ser um berço de pandemias. Se for presidente, Mourão —que rima com porão— tem tudo para revitalizar o empreendedorismo amazônico linha-dura.

    Queiroz, Fabrício. Elo entre Bolsonaro, milicianos, PMs e funcionários-fantasma, é um pobre diabo que, contudo, expressa uma configuração contemporânea —o Estado mafioso. Exemplos: a Rússia de Putin, cleptocracias africanas, oligarquias das ex-repúblicas soviéticas, o Chile da Escola de Chicago e do general Pinochet, corrupto e assassino.

    Retroescavadeira. Foi pilotada por Cid Gomes, coronel de Sobral, para atacar um motim de PMs bolsonaristas. Levou dois tiros e abriu uma nova fase na política nacional.

    Mario Sergio Conti
    Jornalista, é autor de “Notícias do Planalto”.

  2. O Judiciário tá errado?
    Se Bolsonaro quer moleza, que tome sopa de minhoca.
    É deplorável, ridículo e vergonhoso ver um valentão fanfarrão e cagador de goma se fazendo de vítima! Tá merecendo uns bons tapas naquela cara sem vergonha.

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