Crianças brasileiras são torturadas em prisões nos EUA, e o Itamaraty se cala

ARQUIVO 13/02/2020 INTERNACIONAL / EXCLUSIVO EMBARGADO – Fotos de imigrante brasileiro deportado pelos EUA e detido em Ciudad Juárez, México (personagens pediram para não mostrar o rosto). Crédito: Gabriela Minjares

Jornal GGNReportagem de Gabriela Minjáres, para o Estadão, mostra crianças brasileiras sendo torturadas em prisões americanas para imigrantes ilegais.

Entre os brasileiros na Casa do Migrante, uma narrativa é comum: todos se queixaram de maus-tratos na semana que passaram trancafiados na prisão americana. Segundo Juliana, quem mais sofreu foram as crianças. Quando elas faziam barulho nas celas, diz a mulher, os agentes da Patrulha de Fronteira se irritavam e puniam todos, suspendendo a comida.

“Em celas para cinco pessoas, os agentes enfiavam mais de 20 presos”, diz Valmir Elias, mineiro de Carmo do Paranaíba – único que se identificou. “As crianças foram maltratadas, sofreram uma tortura psicológica que será difícil de apagar da memória. Elas estão traumatizadas. Havia meninos de 7 anos em celas superlotadas.”

Em celas para cinco pessoas, os agentes enfiavam mais de 20 presos. As crianças foram maltratadas, sofreram uma tortura psicológica que será difícil de apagar da memória.

Em janeiro a Casa Branca decidiu expulsar brasileiros para o México.

“Angustiados e confusos, os brasileiros relataram ter sido maltratados na prisão americana, passaram frio, fome e se apertaram em celas superlotadas. O número de brasileiros detidos na fronteira sul dos EUA disparou de 1.504, no ano fiscal de 2018 (de 1.º de outubro de 2017 a 30 de setembro de 2018), para 17.893, no ano fiscal de 2019, quase 12 vezes mais – um recorde”.

São 28 mil brasileiros com ordem de deportação, dos quais 983 já foram condenados.

A única manifestação do governo brasileiro sobre o tema, foi o apoio do presidente Jair Bolsonaro às medidas de Donald Trump. Em qualquer país civilizado, governos e diplomacia zelam pela segurança de seus cidadãos no exterior.

Redação

2 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador