Cristiano Ronaldo é eleito o melhor jogador de 2013

Da BBC

Cristiano Ronaldo quebra hegemonia de Messi e é o melhor do mundo pela 2ª vez

O atacante do Real Madrid e da seleção portuguesa Cristiano Ronaldo quebrou a hegemonia de quatro anos do rival argentino Lionel Messi e conquistou o prêmio Bola de Ouro de melhor jogador do mundo em 2013.
 
A premiação aconteceu em Zurique nesta segunda-feira. O português havia conquistado o troféu em 2008. Nos anos seguintes, porém, mesmo estando entre os finalistas a maioria das vezes, havia perdido a premiação para Messi, craque do Barcelona.
 
Ao ser escolhido para ficar com o troféu, o jogador do Real Madrid chorou.

“Primeiramente, tenho que dizer obrigado para todos os meus companheiros no Real Madrid e na seleção portuguesa. Sem os esforços deles, isso não seria possível. Queria agradecer à milha família também”, discursou. “Todos sabem o quão difícil foi conquistar esse prêmio. Estou muito feliz.”

Grande rival de Ronaldo em campo, Messi ficou sem o prêmio após quatro anos consecutivos conquistando a Bola de Ouro – desde 2009. O argentino sofreu com as lesões no ano passado e desfalcou o Barcelona em momentos importantes na temporada europeia.

Já o atacante francês Franck Ribéry, também finalista, foi o grande vitorioso de 2013. O atacante do Bayern de Munique conquistou a tríplice coroa (Campeonato Alemão, Copa da Alemanha e Liga dos Campeões da Europa) pelo seu clube e foi o principal destaque da equipe bávara no ano passado.

Mas, mesmo sem ter conquistado nenhum título importante em 2013 – levantou apenas a taça da Supercopa da Espanha -, Cristiano Ronaldo desbancou os dois rivais e ficou com o prêmio após uma temporada marcante no futebol europeu.

O português fez 66 gols nos 56 jogos que disputou e foi decisivo para a classificação de Portugal à Copa do Mundo, marcando todos os gols dos dois jogos na repescagem contra a Suécia, do craque Zlatan Ibrahimovic.

Assim, Cristiano Ronaldo foi o mais votado pelos 184 técnicos e 184 capitães de seleções e pelos 173 representantes da mídia do futebol mundial. Com 27,99% dos votos, o português levou a melhor sobre Messi (24,72%) e Ribéry (23,36%).

Homenagem a Pelé
 

Considerado o melhor jogador de todos os tempos, Pelé nunca havia recebido um prêmio Bola de Ouro em sua carreira. Isso porque, na época em que jogava, a premiação era apenas para jogadores que atuavam na Europa.

Na entrega do prêmio de 2013, porém, a Fifa e a revista France Football homenagearam o ex-jogador brasileiro com um troféu da Bola de Ouro para “corrigir esse erro histórico”.

Único atleta a conquistar três Copas do Mundo na carreira, Pelé disse que jogou “quase 30 anos, mais de 20 anos pelo Santos e pelo New York Cosmos depois”.

“Eu ficava com ciúmes, todo mundo recebe a Bola de Ouro, menos eu”, admitiu o ex-jogador, com lágrimas nos olhos. “Na época, eu não jogava na Europa, o prêmio não era concedido a jogadores sul-americanos. Mas agora agradeço a Deus por ter minha sala de troféus completa.”

Prêmio Puskas

O Brasil tinha Neymar como representante entre os finalistas do prêmio Puskas 2013 (gol mais bonito do ano). Mas o atacante do Barcelona, que chegou pela quarta vez à final, acabou perdendo o troféu para o sueco Ibrahimovic.

Neymar competia com o gol que marcou pela seleção brasileira contra o Japão na abertura da Copa das Confederações. O brasileiro já havia levado o prêmio Puskas em 2011, pelo gol que fez pelo Santos no Campeonato Brasileiro daquele ano contra o Flamengo, na vitória santista por 4 a 3.

Mas Ibrahimovic acabou levantando o troféu de 2013 pelo gol que marcou em novembro de 2012, em um amistoso contra a Inglaterra. A Suécia venceu os ingleses naquele dia com direito a um golaço do atacante – uma bicicleta de fora da área.

Melhor jogadora do mundo

A brasileira Marta ficou mais uma vez entre as finalistas da Bola de Ouro para melhor jogadora do mundo, mas não conseguiu levantar o troféu pela sexta vez. A goleira alemã Nadine Angerer ficou com o prêmio.

Marta foi considerada a melhor do mundo nos anos de 2006, 2007, 2008, 2009 e 2010 e sempre é lembrada entre as finalistas do prêmio. Ao lado dela, a americana Abby Wambach também estava na disputa e foi a segunda mais votada, atrás da alemã.

 

Redação

3 Comentários

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  1. Correção: Não houve vitória

    Correção: Não houve vitória santista contra o flamengo na oportunidade em que Neymar fez aquele golaço. O flamengo venceu por 4 a 3.

  2. Um abraço para Cristiano Ronaldo

    Ricardo Araújo Pereira.
    publicado originalmente em 17 de Novembro de 2011.

    Cristiano Ronaldo acaba de ganhar mais um prémio importante e, no entanto (ou por causa disso), muitos estrangeiros odeiam-no, e alguns portugueses toleram-no com aquele desprezo manso que se dedica aos rústicos. Dizem “Cristiano Ronaldo” articulando todas as sílabas com escárnio, sublinhando toda a cristianoronaldice do nome. Essa gente maldosa sabe o que faz: o nome foi a única vantagem com que Cristiano Ronaldo nasceu. É um nome que indica ao seu proprietário a carreira que deve seguir. Um nome psicotécnico: um arquitecto Cristiano Ronaldo sabe que nunca vencerá o Pritzker, e um engenheiro Cristiano Ronaldo nunca será quadro de topo da Mota-Engil – a menos que tenha sido ministro das Obras Públicas, mas infelizmente o cargo de ministro também está vedado a Cristianos Ronaldos, como é óbvio. Não, assim que um miúdo recebe o nome de Cristiano Ronaldo, pode começar a engraxar as chuteiras: já sabe que vai ser jogador de futebol.

    Foi a única vantagem com que Cristiano Ronaldo nasceu. Tudo o resto foi conseguido por ele. É por isso que, ao contrário do que parece ser a opinião geral, considero que Cristiano Ronaldo é modesto e casto. Modesto e casto, digo bem. E justifico: Ronaldo nasceu, há 26 anos, num lugarejo esquecido da Madeira. À custa exclusivamente do seu esforço, conseguiu ser considerado o melhor do mundo no seu ofício. É isso que faz dele modesto. No lugar dele, tendo feito os sacrifícios que ele fez e obtido o que ele obteve, eu teria mandado fazer um cartaz, todo em néon, com os dizeres “Eu sou o grande Cristiano Ronaldo” e uma seta fluorescente a apontar para mim, pendurava-o ao pescoço e não saía de casa sem ele. Que ele, de vez em quando, dê uma entrevista em que arrisca um tímido elogio a si mesmo, para mim, é sinal de humildade.

    Além disso, recordo que Ronaldo tem 26 anos. Parece que se dedicou em exclusivo a uma russa quando tem 400 russas, 650 suecas, 890 finlandesas – e por aí adiante, por esse atlas afora – a baterem-lhe à porta. Qualquer rapaz normal de 26 anos que já tivesse ganho o suficiente para nunca mais precisar de trabalhar na vida faria uma curta interrupção sabática de 40 anos no futebol para se dedicar em exclusivo às estrangeiras e ao álcool, como muitos antes dele tiveram o discernimento de fazer. Entre a pândega e o trabalho, Cristiano Ronaldo optou por meter na cabeça que vai bater todos os recordes anteriormente estabelecidos pelos melhores jogadores da história, e parece bem lançado para o fazer. Escolheu mal, evidentemente, até porque aos 26 anos não temos ainda a maturidade para distinguir aquilo que é mais importante na vida, e os cantos de sereia da ética do trabalho conseguem fazer com que muito jovem imaturo abandone uma vida de libertinagem para cair tragicamente nos braços da competência profissional. Comparado com o que podia ser, Cristiano Ronaldo é um monge. Há padres mais devassos do que ele. Felizmente, eu sou capaz de perdoar as falhas de carácter mais graves, e não o admiro menos por causa disso.

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