Custos da Copa na Rússia devem ser três vezes maior que no Brasil

Estádio de Rostov-on-don deverá ter capacidade para 43 mil pessoas

Jornal GGN – A próxima edição do mundial de futebol, que será realizado na Rússia, deve custar mais de três vezes que o torneio realizado no Brasil e poderá ser o mais caro de toda a história. Segundo o ministro de Esportes do país, a previsão atual é de cerca de R$ 90 bilhões de reais, contra R$ 26 bilhões gastos no Brasil. A Copa do Mundo será o segundo grande evento esportivo que a Rússia irá sediar em quatro anos. Os custos das Olimpíadas de Inverno de Sochi, realizada no começo do ano, superaram os gastos previstos para a Copa e as Olimpíadas no Brasil.  

Enviado por Jorge Luis 

Do Terra

Copa na Rússia deve custar o triplo da realizada no Brasil

A Copa do Mundo de 2018, na Rússia, deve custar mais de três vezes que a do Brasil. Além disto, tem tudo para ser o Mundial mais caro da história. No Brasil, o orçamento da Copa ficou em cerca de R$ 26 bilhões. Na Rússia, a previsão atual é de quase R$ 90 bilhões (US$ 40 bilhões), segundo o ministro russo dos Esportes, Vitaly Mutko.
Além dos altos custos, a Rússia enfrenta tensões com outros países e pode sofrer com estádios sem público, racismo e violência no futebol. Ainda não é possível dizer se as questões políticas – problemas na fronteira com a Ucrânia e a relação de Putin com o Ocidente, que se deteriorou ainda mais após a queda do voo MH17 – terão impacto sobre a realização do torneio.

Porém, as insatisfações internas crescem na medida em que os custos aumentam. A previsão de gastos para as 11 cidades-sede já dobrou: antes, era de US$ 19 bilhões (cerca de R$ 42 bilhões). Críticos também destacam que a capacidade mínima para estádios de Copa do Mundo é de 45 mil lugares, enquanto que a média de público do campeonato russo é de 11,5 mil.

Fifa vai pressionar Rússia para evitar “elefantes brancos”

“Estádios têm uma função, mas eles não devem ficar vazios”, disse Nikolay Levshits, ativista em Moscou. “Os custos de construção podem ser reduzidos com investimento privado e patrocinadores. Eu apoio a Copa do Mundo na Rússia, mas não às custas de retirar dinheiro de escolas, hospitais ou do bolso dos aposentados”, acrescentou.

Exemplo do Brasil

O jornalista russo Igor Rabiner disse que os organizadores do país precisam aprender com o exemplo do Brasil. “Quanto mais confortável é o estádio, mais as pessoas vão aos jogos”, afirmou. “Mas uma cidade como Saransk (uma das cidades-sede da Copa de 2018, com uma população de 300 mil habitantes) realmente não precisa de uma arena de 40 mil assentos Por isso, precisamos seguir o exemplo de Arena Corinthians em São Paulo, onde algumas arquibancadas serão parcialmente desmontadas após a Copa”, acrescentou.

A Copa do Mundo será o segundo grande evento esportivo que Rússia sediará em quatro anos, após os Jogos Olímpicos de Inverno em Sochi neste ano. Os custos da Olimpíada de Inverno, sozinhos, superaram os gastos previstos da Copa e da Olimpíada de 2016 no Brasil. A tocha olímpica chegou a ser enviada ao Pólo Norte e ao espaço.

Apesar dos enormes custos envolvidos, Levshits, um participante ativo em manifestações da oposição, diz que não espera ver protestos como os que ocorreram no Brasil antes do Mundial e, em menor escala, também durante.

“Esse tipo de protesto, aqui, prejudicaria aqueles que participam, pois a TV estatal tentaria retratar os manifestantes como pessoas que tentar estragar uma festa do esporte”, disse ele. “Só podemos expressar nossas preocupações ou oposição por meio de um esforço de compartilhamento de informações calmo e razoável”, concluiu.

Racismo

Na final da Copa no Maracanã, no dia 13, o presidente russo, Vladimir Putin, disse esperar que a Copa ajude a Rússia a combater o racismo, um dos maiores problemas enfrentados pelo país nos preparativos para o Mundial.

“O presidente (da Fifa, Joseph) Blatter faz um esforço pessoal para lidar com as questões sociais e esperamos que os preparativos para a Copa do Mundo na Rússia também contribuam para causas como a luta contra as drogas, racismo e outros desafios que enfrentamos hoje “, disse Putin.

O ex-lateral brasileiro Roberto Carlos e seu ex-colega no clube russo Anzhi Makhachkala, o congolês Christopher Samba, assim como o meia marfinense do Manchester City Yaya Touré, estão entre os que sofreram ataques racistas na Rússia nos últimos anos.

Vandalismo e violência nos estádios também são grandes problemas do país, com torcedores que entram em conflito com a polícia e atrapalham os jogos.

O Zenit – um dos maiores da liga russa – foi punido em maio depois que seus fãs invadiram o campo durante um jogo em São Petersburgo contra o Dynamo de Moscou. O capitão do Dynamo, Vladimir Granat, levou um soco na cabeça de um torcedor do Zenit. O clube foi obrigado a jogar seus próximos dois jogos em casa a portas fechadas e multado em US$ 28 mil.

O jornalista Igor Rabiner, do site de futebol russo Championat, diz que as autoridades precisam lançar uma campanha contra o racismo e o vandalismo ao longo dos próximos quatro anos para evitar que essas cenas se repitam na Copa.

“Hooligans na Rússia sempre ficam impunes”, disse ele. “Eu não entendo como alguém não é processado por bater em um jogador em campo. Mais importante, isso incentiva outros a repetir esse tipo de comportamento”, explicou.

Desde que a Rússia foi escolhida para sediar a Copa, em dezembro de 2010, nenhuma das 12 arenas teve futebol de grande importância no cenário mundial. Os estádios em Kazan, Sochi e Moscou devem ser inaugurados em breve. Um dos dois estádios da capital – a nova casa do Spartak Moscou – deve ser aberto no dia 5 de setembro.

O segundo estádio da capital, o Luzhniki – que vai sediar a final – está passando por uma enorme reforma e foi fechado após sediar o Campeonato Mundial de Atletismo de 2013. Também foram prometidas melhorias em aeroportos, estações de trem e novos hotéis nas 11 cidades-sede. Espera-se que, como aconteceu com os Jogos Olímpicos de Inverno, os custos sejam pagos por fundos estatais e investidores privados.

Menos sedes

Moscou, São Petersburgo, Sochi e Kazan também irão sediar a Copa das Confederações em 2017, e a infraestrutura nessas cidades já é melhor do que nas outras sete.

O governo russo só escolheu em março deste ano as empreiteiras para a construção de estádios em outros sete locais: Nizhny Novgorod, Volgogrado, Samara, Yekaterinburg, Kaliningrado, Saransk e Rostov.

Joseph Blatter disse na semana passada, no Brasil, que a Fifa ainda pode decidir reduzir o número de estádios na Rússia de 12 para 10. Isso pode acontecer, principalmente, devido a preocupações sobre os prazos de construção e a futura utilização dos estádios.
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Os comentários vêm causando confusão na Rússia: o governo russo disse logo em seguida que era muito cedo para falar sobre alterações nas cidades-sede. Uma delegação da Fifa vai visitar a Rússia em setembro para discutir os planos com os organizadores locais.

Quanto à segurança, Rabiner diz que o Brasil mostrou que é possível organizar um torneio seguro mesmo em um país com uma elevada taxa de criminalidade. O desafio, segundo ele, é a mudança de atitude.

“A Rússia é um país bastante fechado e não muito multicultural, por isso precisamos aprender muito. Os russos deve ser amigáveis e hospitaleiros com pessoas de todas as raças e etnias”, decretou.

Redação

10 Comentários

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  1. Copa 2018

    Nassif,

    Se na Rússia, as  Olimpíada de Inverno em Sochi custou cerca de U$ 26 bi, R$ 58 bilhões de reais, isto numa só cidade, quanto querem que custe por lá uma Copa do Mundo com dez cidades a participar diretamente do evento ?

    E ainda tem a visibilidade, tempo nas mídias, algo sempre muito importante para aquele país e não apenas para VPutin. Além do mais, com crise ou sem crise, U$ 40 bi não é lá grande coisa para aquele governo.

    Esta discussão chinfrim de mais ou menos tantos bilhões não passa de conversa fiada, diante da significância do maior evento do planeta, com mais de 4 bilhoes de pessoas diante de uma telinha a torcer por algum time.

    O pós-Copa confirmou isto, ninguém mais tocou no assunto..

     

  2. E o superfaturamento das obras da copa no Brasil?

    Mentem

    deslavadamente

    e alguns ainda acreditam.

    Copa na Rússia 2018: US$ 40 bilhões

    Copa no Brasil 2014: US$ 11,6 bilhões**

    Sochi 2014: US$ 51 bilhões

    Pequim 2008: US$ 43 bilhões

    Rio 2016: US$ 14,4 bilhões*

    Londres 2012: US$ 13,9 bilhões

    Vancouver 2010: US$ 7 bilhões

    * Valores de 2009.
    ** R$ 25,6 bilhões. Câmbio de julho de 2014.

    http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/07/140723_copa_russia_lab.shtml

  3. Na marra

    Não me surpreende nada a Rússia gastar mais, estão no ranking da corrupção em 28º lugar, nós em 72º (Bra sil sil sil), sem falar que lá as coisas ainda são feitas conforme a vontade Putin e ai de quem ficar contra

    O problema dos estádios aqui, como dito, são os elefantes brancos – leia-se Arena Amazônia e Pantanal – onde o futebol local tem uma média de público pífia

     

     

  4. #naovaitercopanarussia

    Vai começar o #naovaitercopanarussia

    Assim como no Brasil, vai começar (já começou) a pressão americana e da união europeia. Afinal o objetivo é atingir os BRICS.

    Quem financiou a tentativa de golpe na Ucrânia  no quintal dos russos?

  5. Discurso vazio

    Também fui contra a realização de Copa do Mundo no Brasil, por achar que tínhamos outras prioridades. Mas desde o início ficava claro que o discurso contra a copa era vazio e mal conduzido. A oposição obtusa apostava firmemente no fracasso da realização do evento. Como ? O futebol aqui existe há mais de cem anos, organiza-se Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil, Libertadores, campeonatos regionais, e não conseguiríamos organizar um torneio com duração de um mês ? Com o nível de interesse que o Brasil desperta no turismo ? Com o interesse que o futebol desperta ? E agora que a bobagem do discurso único se esvaiu, procuram outra coisa para criticar de forma boçal, em vez de discutir questões que interessam à sociedade e ao país. Estupidez !

  6. nao vai ter copa na russia

    coxinhas e vira-latas do Brasil, uni-vos,  vão pra Russia, façam protestos, quebra-quebra….ainda tem 3 anos e 10 meses………não vai ter copa na russia!!!

  7. Copa do mundo

    “O jornalista russo Igor Rabiner disse que os organizadores do país precisam aprender com o exemplo do Brasil”. Interessante esta colocação. Agora somos “Benchmarking” em copa do mundo. Cadê a cachorrada vira-lata que achava que tudo daria errado? Este país tem muito de bom a mostrar. eu acredito nisto.

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