Decisões de Bolsonaro e Pazuello são traição contra o povo, diz Jânio de Freitas

Em artigo, jornalista afirma que presidente e ministro deixaram tempo correr, e população brasileira segue sem seringas e sem vacinas

Eduardo Pazuello (esq.), ministro da Saúde, e o presidente Jair Bolsonaro. Foto: Erasmo Salomão/MS (via fotospublicas.com)

Jornal GGN – O contraste visto entre o trabalho do pessoal da saúde e a sabotagem do governo de Jair Bolsonaro é um exemplo claro da “falta de caráter coletivo das classes e categorias que dominam o Brasil”, como afirma o jornalista Jânio de Freitas.

Em artigo publicado no jornal Folha de São Paulo, o articulista usa o caso da compra de seringas como um exemplo, explicando que a compra dos insumos era discutida há mais de oito meses, quando Henrique Mandetta ainda estava na pasta, mas a imobilidade federal só foi rompida nas últimas duas semanas, onde o Ministério da Saúde só conseguiu comprar 24 em cada das 1000 seringas cogitadas em pregão.

“O alheamento dessa porção poderosa, historicamente ativa na fermentação dos golpes de Estado e, com menor necessidade, contra reduções das desigualdades, oferece o alicerce para uma traição que passa de presumida a demonstrada”, afirma o articulista, pontando que é impossível admitir que levassem tanto tempo para perceber uma necessidade tão óbvia.

“Nada os moveu. Além de entupidos nos canais da inteligência e da audição, estavam cegos para a ação do mundo todo”, diz Freitas.

 

 

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Redação

3 Comentários

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  1. Sobre como se pensa a pandemia em Brasília, duas falas do presidente da República que indicam que, por algum déficit cognitivo ou outro motivo, ela está sendo pensada como questão de mercado consumidor, não de saúde:

    Em 26 de outubro de 2020, ele rejeita a ideia de vacina porque “é mais barato” gastar tratando a doença com medicamentos que já estão no mercado. Simples assim. Veja o vídeo: https://noticias.uol.com.br/videos/index.htm?id=nao-seria-mais-facil-investir-na-cura-do-que-na-vacina-diz-bolsonaro-04024E1C336ECCC16326

    Em 28 de dezembro, ao ser cobrado pelo atraso na aplicação de vacinas, ele diz que os laboratórios é que estão perdendo uma grande chance: “O Brasil tem 210 milhões de habitantes. Um mercado consumidor, de qualquer coisa, enorme. Os laboratórios não tinham que estar interessados em vender para a gente?” Veja em https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2020/12/28/para-bolsonaro-laboratorios-devem-ir-atras-para-vender-vacina-ao-brasil.htm

    Então, amigos seres humanos, no entendimento do presidente, o que ele governa são consumidores que 1) não podem dar despesa, mas sim lucro; e 2) podem se virar por aí. É isso.

  2. Essas falas, carregadas de escancarado cinismo, bem poderiam ser tomadas continuamente como o cerne de acusação das irresponsabilidades que o elemento na Presidência não para de cometer no ‘trato’ da emergência de saúde nacional; mas tem de ser martelado quase todo dia a partir de agora – após algum tempo da vacinação em andamento será mais fácil para o Koiso tomar para si qualquer sucesso (mesmo que parcial) na imunização da população – não se deve deixar que consigam obscurecer e fazer esquecermos do número catastrófico de vítimas fatais (e também ressaltar as tragédias seguintes à infecção, das sequelas graves em muitos dos ditos ‘recuperados’); esse governo assumiu tentar gerir o desastre por ‘modo’ militar , mas o número crescente e constante de vítimas nos mostra é uma muito baixa capacidade de atuação nas batalhas dessa guerra.

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