Déficit de parcerias prejudica Turismo Ecológico

A falta de parcerias pelo resgate da valorização dos recursos naturais e baixos investimentos na educação ecológica, estão entre os principais fatores que prejudicam o desempenho do turismo ecológico/rural, avalia estudo de caso na comunidade agropecuária de Penedo, Alagoas.

O turismo ecológico movimentou, em 2008, R$ 480 milhões no país, segundo dados do Ministério do Turismo. O incentivo a ações de caráter sustentável é uma forma de minimizar os impactos ambientais ocasionados pelo chamado ‘turismo de massa’: destruição de paisagens, desenvolvimento desenfreado de redes rodoviárias, e deslocamento da expansão imobiliária para o campo, destaca a autora do trabalho realizado à Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia “Turismo rural cooperativo – abrindo a porteiro para a sustentabilidade”, Andréa Barbosa.

Além de reduzir os impactos ambientais, o turismo ecológico/rural passou a ser considerado como oportunidade na diversificação produtiva e complemento da renda familiar. A pesquisadora acompanhou a proposta desenvolvida por produtores rurais da Cooperativa de Colonização Agropecuária e de Piscicultura de Penedo (Coopenedo), cidade localizada no extremo sul de Alagoas, nas margens do Rio São Francisco a 157 quilômetros da capital do estado, Maceió.

Segundo Barbosa, a Coopenedo trabalha com base no Programa de Turismo Rural Cooperativo, lançado em 2002, pelo governo federal. Na apresentação das Diretrizes do Programa, o então ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, destacava a dificuldade das iniciativas públicas e privadas em promover a atividade:

“O Turismo Rural propicia o contato direto do consumidor com o produtor que consegue vender, além dos serviços de hospedagem, alimentação e entretenimento, produtos in natura (frutas, ovos e verduras) ou beneficiados (compotas, queijos, artesanatos). Assim, obtém-se melhor preço e qualidade de produtos para o turista e maior renda para o produtor. Entretanto, as iniciativas públicas e privadas têm se mostrado insuficientes no sentido de promover e fomentar o desenvolvimento dessa atividade”.

Na pesquisa realizada em Penedo, Barbosa ressalta os impactos positivos dessa atividade na diminuição do êxodo às cidades. A Coopenedo é formada por terras divididas em 156 parcelas individuais que somam 1.558 hectares agrupados em dois núcleos habitacionais – do total desse espaço, 79 hectares são de áreas preservadas.

Além da necessidade de fortalecer ações voltadas à educação ecológica e de parcerias, a pesquisadora constata também a falta de palestras de conscientização sobre os cuidados ambientais e relacionados à cidadania.

“Até fevereiro de 2008, essa cooperativa contava com 185 cooperados. Porém, até esse mesmo período apenas 18 pessoas marcavam presença nas reuniões do turismo rural”, diz. Barbosa conta que quando a proposta (turismo rural) foi apresentada à comunidade em 2006, todos os cooperados concordaram com a implantação da atividade de modelo sustentável.

Segundo o Ministério do Turismo, o Brasil tem atualmente um mercado de quase 100 milhões de consumidores – em 2008, 20% dos turistas estrangeiros vieram ao país em busca de natureza, ecoturismo e aventura.

Para acessar o estudo na íntegra, clique aqui.

Redação

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