Jornal GGN – Os indicadores econômicos e os números apresentados pelo mercado financeiro informam sobre um recorte da realidade, e nada mais do que isso. Não faz sentido criticar indicadores em termos éticos, pois eles não têm como medir a ética.
A afirmação é de Joel Pinheiro da Fonseca, economista e mestre em filosofia pela USP, em artigo publicado no jornal Folha de São Paulo. “Se a bolsa bate novos recordes, significa que os investidores estão otimistas com o desempenho futuro das empresas ali negociadas, não da seleção de futebol ou da democracia brasileira”, pontua.
“Em última análise, o desempenho das empresas depende do comportamento dos consumidores e outros participantes do mercado (…) Assim, por mais que a agenda cultural aponte para um retrocesso das artes, não há motivo evidente para que isso devesse gerar queda na bolsa ou alta da taxa de câmbio”, ressalta o economista.
Outro caso citado pelo economista está relacionado aos ataques que o presidente Jair Bolsonaro fez contra o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) – seu pronunciamento poderia afetar a reforma e, assim, as contas públicas como um todo. E foi esse potencial das falas do presidente que acabaram por afetar o câmbio.
Para o economista, indicadores econômicos não podem ser criticados em termos éticos, simplesmente porque eles não têm como medir a ética – o que faz sentido é criticá-los em termos econômicos. “O profissional do mercado financeiro é tão irracional quanto o restante da espécie humana, e dado aos mesmos vieses intelectuais – e não é segredo que muitos (não todos) dos que trabalham nesse mercado são fãs do governo Bolsonaro e de Paulo Guedes”, pontua Fonseca.
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Praticamente todos são bolsonaristas e praticamente todos são anti-éticos. Se puderem vender a própria mãe venderão. As exceções são raras, mas existe. Pra se ganhar nesse mercado não pode confiar em ninguém. Tem que seguir a intuição e saber surfar a onda. Poucos conseguem.
A ciências econômicas apresenta várias correntes. O poder econômico opta por difundir apenas a visão pró mercado. No entanto, a ciências econômicas é maior que a ideologia liberal do mercado.