Depois de campanha, Trump pode ir atrás de Wall Street para formar equipe

Jornal GGN – Durante sua campanha para a Casa Branca, o magnata Donald Trump adotou um tom crítico ao setor financeiro norte-americano, mas, agora, pode recorrer a Wall Street para formar sua nova equipe econômica.

De acordo com o The Wall Street Journal, o republicano pode indicar Steven Mnunchin para secretário do Tesouro. Mnuchin trabalhou por 17 anos no Goldman Sachs e foi responsável pelas finanças da campanha de Trump.

Se Mnunchin se tornar secretário do Tesouro, será o terceiro com passagem pelo banco a assumir o posto nas últimas duas décadas. Ainda de acordo com o jornal, o objetivo é indicar rapidamente os cargos de alto escalão para acalmar os mercados, que reagiram de maneira negativa à eleição de Trump.

Leia mais abaixo:

Do The Wall Street Journal

Trump pode recorrer a Wall Street para formar nova equipe econômica

Por ANUPREETA DAS e  NICK TIMIRAOS

Em sua investida para conquistar a Casa Branca, Donald Trump prometeu virar de cabeça para baixo uma estrutura global de poder que estaria beneficiando as grandes corporações. Agora, vários financistas de Wall Street e outros líderes empresariais de sucesso estão na fila para ocupar cargos de destaque no governo do novo presidente.

Pessoas próximas a Trump já disseram que, para secretário do Tesouro, ele está cogitando indicar Steven Mnuchin, um ex-executivo do banco Goldman Sachs Group Inc. que foi o responsável pelas finanças da campanha nacional do presidente eleito. Se for de fato escolhido, Mnuchin se tornará o terceiro executivo com passagem pelo Goldman a liderar o Tesouro nos últimos 20 anos, depois de Robert Rubin e Henry Paulson, que foram diretores-presidentes do banco.

Após uma carreira de 17 anos no Goldman, onde chefiou o departamento de operações com títulos lastreados em hipotecas e foi o diretor de informação, Mnuchin se tornou um investidor, trabalhando por um curto período num fundo de hedge ligado a George Soros, um grande doador do Partido Democrata, da candidata derrotada Hillary Clinton. A publicidade de encerramento da campanha de Trump apresentava tanto o Goldman quanto Soros como aqueles “que controlam as alavancas do poder em Washington”.

Os assessores de Trump haviam dito que fazer rapidamente as indicações para os cargos de alto escalão ajudaria a atenuar o nervosismo dos mercados, que viram a volatilidade disparar após se tornar aparente que Trump, um candidato de fora do meio político que rompeu com as filosofias que definiam os dois partidos, ganharia a eleição.

“Assim como ele acalmou muita gente quando escolheu Mike Pence como seu companheiro de chapa, eles ficarão muito mais confortáveis quando virem qual será a equipe”, previu o investidor de private equity Wilbur Ross, consultor de política econômica de Trump. Os líderes empresariais têm se “preocupado incorretamente com o que poderia acontecer” num governo Trump, disse Ross.

Além de seu papel de chefe das finanças de campanha, Mnuchin se tornou um dos principais conselheiro econômicos de Trump, juntamente com o senador republicano Jeff Sessions, do Alabama, e o ex-assessor dele, Stephen Miller, diretor de política da campanha.

Os consultores de campanha de Trump foram uma mistura eclética de empresários como Ross e Thomas Barrack, fundador e presidente executivo do conselho da empresa de investimentos Colony Capital Inc.

Trump também está recorrendo a economistas conservadores e líderes empresariais que há muito defendem impostos menores e menos regulamentação, como Stephen Moore, do grupo de estudos Fundação Heritage, e David Malpass, que já foi economista-chefe do Bear Stearns, o extinto banco de investimento, e está encarregado da transição presidencial para o Departamento do Tesouro e questões econômicas.

Paul Atkins, ex-comissário republicano da SEC, a comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos, e um crítico da regulamentação criada depois da crise financeira, está trabalhando com Malpass na revisão das regulações financeiras.

Críticos da política comercial americana, como Peter Navarro, professor de economia da Universidade da Califórnia, Irvine, e Dan DiMicco, ex-diretor-presidente da siderúrgica Nucor Corp., também se uniram à equipe de Trump.

As incertezas sobre as indicações executivas de Trump estão excepcionalmente elevadas, não apenas porque ele não é político e nunca participou de um governo, mas porque muitos formuladores de política e diretores-presidentes republicanos envolvidos em campanhas anteriores se afastaram de Trump.

O resultado foi a criação de um círculo fechado de conselheiros econômicos mais animados por sua fé em Trump do que por uma filosofia política ampla.

Navarro e Ross disseram, na terça-feira, que renovar o mercado de planos de saúde criados pelas novas leis implantadas pelo presidente Barack Obama, conhecidas como Obamacare, é a prioridade depois que Trump assumir. O Obamacare “é o alvo número 1 e teve uma grande importância em sua vitória”, disse Ross. Não está claro qual a prioridade da desregulamentação financeira no governo Trump.

Em agosto, Trump anunciou sua equipe de assessoria econômica, que incluía Barrack como o responsável por bancos, regulação e finanças internacionais.

John Paulson, bilionário e dono de um fundo de hedge, foi convidado para a equipe devido ao seu conhecimento do mercado imobiliário, disse um assessor. Paulson, que em 2007 ganhou fortunas com uma aposta notavelmente oportuna contra o mercado de hipotecas de risco, recentemente adquiriu fatias expressivas das empresas de financiamento de hipotecas Fannie Mae e Freddie Mac, que estão sob supervisão do governo desde a crise financeira de 2008.

Stephen Feinberg, um dos fundadores da firma de investimentos Cerberus Capital Management LP, ficou aliviado com a vitória de Trump, diz uma pessoa próxima a ele. Feinberg entrou na equipe como assessor econômico porque acredita que as propostas de Trump poderiam reverter o baixo investimento das empresas e levá-las a contratar mais funcionários e aumentar salários, diz a fonte.

A campanha de Trump recoreu a Feinberg por causa de sua experiência em recuperar múltiplas empresas na Cerberus, incluindo do setor automobilístico, dizem pessoas próximas à campanha. A Cerberus se tornou conhecida por comprar a Chrysler, em 2007, e depois ver as ações evaporarem na subsequente falência da montadora.

(Colaborou Sharon Terlep.)

Redação

6 Comentários

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  1. Esse é o Trump, campeão
    Esse é o Trump, campeão anti-establishment da plebe ignara. Vai cair no colo do establishment antes mesmo de mudar pra Casa Branca.

  2. Pode ser apenas

    Pode ser apenas impressão,reza a lenda,mas verdade seja dita,não tive mais plateia depois que fiz alguns comentários detonado a loira fajuta americana Hillary Cllinton.Sera que as feministas daqui,já que antiguidade aqui é posto,conseguiu minha cabeça junto a editoria do blog?A ver.

  3. Dimon ( CEO JP Morgan Chase )

       Até ontem este era o “nome” mais comentado no mercado, mas mesmo que não se confirme, a escolha para o Tesouro não irá fugir de algum peso-pesado ( tubarão ) oriundo de Wall Street .

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