Desembargador do TRF1 sempre dá canetada a favor de Temer, diz Bernardo Mello Franco

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: TRF1

Jornal GGN – Toda vez que a Advocacia-Geral da União precisa salvar a pele de Michel Temer ou de alguém de seu governo, entra em cena o desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, Hilton Queiroz. “A caneta de Queiroz virou uma tábua de salvação para Michel Temer”, disparou nesta terça (05) o colunista da Folha, Bernardo Mello Franco.

Segundo Franco, são vários os casos em que Queiroz beneficiou o governo Temer derrubando decisões de algum juiz federal. Foi ele quem suspendeu a ordem que tirou as propogandas da reforma da Previdência do ar. Queiroz também liberou a venda do pré-sal e o aumento de impostos sobre os combustíveis, em decisões relâmpagos. Da mesma forma, devolveu o foro privilegiado a Moreira Franco, ministro de Temer, e também ajudou Rodrigo Maia a se candidatar à reeleição para presidente da Câmara.

Por Bernardo Mello Franco

A caneta salvadora
 
Na Folha
 
Caía a noite de sexta quando o desembargador Hilton Queiroz deu o último autógrafo da semana. Às 20h26, ele derrubou a liminar que suspendia a propaganda da Reforma da Previdência. Mais uma vez, o presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região retirava uma pedra do caminho do governo.
 
A caneta de Queiroz virou uma tábua de salvação para Michel Temer. A cada vez que um juiz federal toma uma decisão contrária aos interesses do Planalto, os advogados da União vão procurar o desembargador.
 
Na quinta passada, a juíza Rosimayre Gonçalves de Carvalho suspendeu a campanha a favor da mudança nas aposentadorias. Ela considerou que a propaganda usava informações “inverídicas” e apelava à “desinformação” para induzir a população a aceitar a reforma.
 
No dia seguinte, o presidente do TRF-1 anulou a decisão, alegando “grave violação à ordem pública”. O governo festejou, e os anúncios voltaram aos meios de comunicação.
 
A lista de casos semelhantes impressiona. Em outubro, o juiz Ricardo de Sales suspendeu os novos leilões da ANP. Poucas horas depois, Queiroz deu sinal verde à venda do pré-sal. Em julho, o juiz Renato Borelli proibiu o aumento de impostos sobre combustíveis. No dia seguinte, Queiroz validou o tarifaço.
 
Em fevereiro, três juízes anularam a medida provisória que deu foro privilegiado a Moreira Franco. Queiroz derrubou as decisões e salvou o peemedebista. No mês anterior, o juiz Eduardo Ribeiro de Oliveira proibiu que Rodrigo Maia se candidatasse à reeleição na Câmara. Queiroz cassou a liminar e ajudou o governista.
 
Uma lei de 1992 transformou os presidentes de tribunais em superjuízes, permitindo que eles derrubem liminares “em caso de manifesto interesse público ou de flagrante ilegitimidade, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas”. Na maioria dos casos acima, as decisões só contrariavam os interesses de Temer. 
 
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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