Desembargador que falou em “comer” juízas é intimado por Tribunal de Justiça

Após receber os esclarecimentos do desembargador que gravou vídeo ao lado do cantor Leonardo, o TJ de Santa Catarina vai avaliar a abertura de processo administrativo e eventuais sanções

Jornal GGN – O desembargador Jaime Machado Júnior, que gravou um vídeo ao lado do cantor Leonardo dizendo que iria “comer” umas colegas juízas – “Ele segura e eu como” – foi intimado a prestar esclarecimentos à Presidência do Tribunal de Justiça de Santa Catarina. A informação é do Estadão desta quinta (28).

De acordo com o Tribunal, o procedimento adotado neste caso envolve, primeiro, o esclarecimento à Presidência e, depois, será feita “uma análise preliminar a respeito do caso.” “A seguir, há deliberação sobre abertura de processo administrativo, que poderá resultar (ou não) em sanções ao magistrado por conta de sua conduta. Os procedimentos previstos na legislação já se iniciaram no âmbito do Tribunal de Justiça de Santa Catarina.”

Na noite de quarta (27), após o vídeo viralizar nas redes sociais, o Movimento Nacional das Mulheres do Ministério Público, que fala em nome de 500 promotoras e procuradoras de todo o país, e a Associação Brasileira de Mulheres de Carreiras Jurídicas, emitiram uma nota de repúdio às declarações do desembargador.

“Num país em que uma mulher é estuprada a cada 10 minutos, é inadmissível o comportamento sexista adotado pelo desembargador, que, ainda que em tom jocoso, expõe as magistradas destinatárias da mensagem como objetos sexuais e banaliza a conduta de violência sexual, atingindo todas as mulheres, reforçando uma cultura machista e misógina que, infelizmente, ainda insiste em violar os direitos mais basilares da população feminina diariamente”, assinalaram.

Após a repercussão, o desembargador disse em nota que “em nenhum momento” teve “a intenção de ofender, menosprezar e mesmo agredir as minhas colegas, nem as mulheres em geral”.

“Reconheço que as colocações foram inadequadas, infelizes e que, de fato, acabam por reforçar uma cultura machista que ainda é latente em nossa sociedade. Assumo os meus erros e com eles procuro aprender. Espero que este episódio sirva de lição não só para mim, mas para todos os homens que tratam um assunto muito sério como se fosse brincadeira”, declarou.

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Redação

9 Comentários

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  1. O perdido de desculpas do energúmeno dizendo que:
    “em nenhum momento” teve “a intenção de ofender, menosprezar e mesmo agredir as minhas colegas, nem as mulheres em geral”.
    é de uma tal ignorância e idiotice que não se pode qualificar, simplesmente raciocina como o Chaves do programa infantil, que tinha como bordão a seguinte frase.
    “Eu fiz sem querer, querendo”.
    Ou seja, o grau de inconsciência deste desembargador tira todo o crédito do Tribunal a que ele pertence, se a punição for menor do que a sua retirada do Tribunal, podemos simplesmente pensar que o bordão de Chaves serve para os demais membros da corte.

  2. Ou seja o desembargador faz apologia ao estrupo pede desculpas pela brincadeira e fica tudo por isso mesmo????? Cria-se uma situação que será usada por qq outro imbecil para justificar suas imbecilidades contra as mulheres!!!!!

  3. Não dará em nada! Agora, se eu chamasse uma juíza de feia, talvez fosse preso. O nosso Judi$$iàrio corrupto e inútil é uma das Instituições, entre outras, que teriam que ser zeradas, pois o que está aí não tem mais jeito. Infelizmente, para isso acontecer, só com uma revolta popular que, no Brasil, pelo visto, jamais acontecerá.

  4. Até acredito que em nenhum momento ele pensou em agredir,se acha tão superior que partindo dele não acha agressão,tamos lascado com essa justiça

  5. Esclarecer o que, seus Felas da Puta?

    O que diria Thomas Morus a respeito de esclarecer algo tão claro como a luz meridiana:

    “Outro ainda, enfim, aconselha ao monarca ter à disposição juizes sempre dispostos a sustentar, em todas as ocasiões, os direitos da coroa. Vossa Majestade, acrescenta ele, deveria chamá-los à corte, e persuadi-los a discutir, perante a vossa augusta pessoa, os próprios negócios reais. Por pior que seja uma causa, haverá sempre um juiz para julgá-la boa, seja pela mania da contradição, seja por amor da novidade e do paradoxo, seja para agradar o soberano. Então, uma discussão se trava; A MULTIPLICIDADE E O CONFLITO DE OPINIÕES EMBRULHAM UMA COISA DE SI MESMO MUITO CLARA, e A VERDADE É POSTA EM DÚVIDA. Vossa Majestade aproveita o momento para resolver a dificuldade, interpretando o direito em proveito próprio. Os dissidentes se submetem à opinião real por timidez ou por temor, e o julgamento é dado, segundo as formalidades, com franqueza e sem escrúpulo. Faltarão jamais ao juiz, que dá uma sentença a favor do príncipe, os necessários consideranda? Não há o texto da lei, a liberdade de interpretação, e, acima das leis, para um juiz religioso e fiel, a prerrogativa real?”.

    Há um brocardo latino segundo o qual ‘in claris cessat interpretatio’.

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