Desembargadora aponta “pandemia” de feminicídio no Brasil

Jornal GGN – O assassinato da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, cometido pelo ex-marido na frente das três filhas na tarde da véspera do Natal, gerou uma onda de manifestações por parte de juízas e magistradas em torno do repúdio ao feminicídio.

Viviane era juíza do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), e o crime levou sua colega, a desembargadora do TJRJ Regina Lucia Passos, diretora de Assistência e Previdência da Associação de Magistrados do Rio de Janeiro (Amaerj) e vice-presidente do Instituto dos Magistrados do Brasil (IMB), a liderar um movimento que gerou um manifesto com mais de 300 assinaturas.

Segundo laudo divulgado pelo Instituto Médico Legal (IML), Viviane Vieira do Amaral Arronenzi foi com 16 facadas nas véspera de Natal, na última quinta-feira, pelo seu ex-marido, o engenheiro Paulo José Arronenzi. A vítima tinha perfurações no rosto, barriga e pescoço.

Em entrevista ao jornal Correio Braziliense, Regina afirma que o crime não é o primeiro e nem será o último, por ser uma verdadeira epidemia em termos globais. “Entendemos que é uma grave violação aos direitos humanos, sobretudo quando essa pessoa, essa mulher que tem a vida retirada do contexto social, representa um baluarte, como é o caso de uma magistrada, uma promotora, uma agente da lei. Os crimes já são horrendos e devem ser coibidos”.

A desembargadora explica que o manifesto é um desabafo pela perda de um de seus pares – além de magistrada, uma mãe, irmã e filha como todas as que assinaram o documento.  “A iniciativa é geral. Começou com Maria Aglaé Tedesco Vilardo, mas posso falar em nome deste movimento, porque estou coletando e unificando as listas. As adesões estão vindo de todos os lugares. Também fora do Brasil. Espontaneamente. Está crescendo muito. O caso Viviane não pode ficar sem resposta (…) Que o manifesto sirva de farol para que outras Vivianes não padeçam desse mal. Todas as mulheres importam”.

 

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