Desemprego bate recorde e atinge 13,8 milhões de pessoas

Jornal GGN – O número de desempregados no mercado de trabalho brasileiro chegou a 13,8 milhões, alta de 8,5% frente ao trimestre anterior – o que representa que cerca de 1,1 milhão de pessoas a mais estão à procura de trabalho, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Em termos percentuais, a taxa chegou a 1,4%, um aumento de 1,6 ponto percentual frente ao período fechado em maio (12,9%) e a maior taxa apurada na série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012.

O número de pessoas ocupadas no país caiu 5% na comparação com o trimestre encerrado em maio, totalizando 81,7 milhões. Com essa retração de 4,3 milhões de pessoas, esse é o menor contingente já registrado na série da pesquisa. Quando comparado ao mesmo trimestre do ano anterior, a queda é de 12,8%, o que representa 12 milhões de pessoas a menos no mercado de trabalho.

Segundo a pesquisa, o nível de ocupação foi de 46,8%, também o mais baixo da série histórica, com queda de 2,7 pontos percentuais ante o trimestre anterior (49,5%), quando, pela primeira vez na história da pesquisa, o índice ficou abaixo de 50%. Já o número de empregados com carteira assinada caiu 6,5%, chegando a 29,1 milhões de pessoas, o menor contingente da série – o que corresponde a uma retração de dois milhões de pessoas com trabalhos formais.

A taxa de informalidade no trimestre encerrado em agosto foi de 38%, o que equivale a 31 milhões de trabalhadores que trabalham por conta própria ou que não têm carteira assinada. Já no trimestre anterior, esse percentual foi 37,6%.

Apenas um dos dez grupamentos de atividade pesquisados registrou aumento na população ocupada: o total de pessoas ocupadas em Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura aumentou 2,9% no trimestre, o que representa 228 mil pessoas a mais trabalhando no setor.

No mesmo período, a população ocupada da Indústria caiu 3,9%, perdendo 427 mil trabalhadores, enquanto Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas teve retração de 4,7%, ou menos 754 mil pessoas. Já na Construção, o cenário foi de estabilidade.

O contingente da força de trabalho, que soma pessoas ocupadas e desocupadas, caiu 3,2% em relação ao trimestre anterior, chegando a 95,5 milhões de pessoas. No mesmo período, houve um aumento de 4,2 milhões de pessoas na população fora da força de trabalho, que agora é estimada em 79,1 milhões.

Já a força de trabalho potencial, que inclui pessoas que não estavam nem ocupadas nem desocupadas, mas que possuíam potencial para se transformar em força de trabalho, aumentou 14,2%, totalizando 13,6 milhões de pessoas.

O número de pessoas desalentadas – aquelas que não procuraram trabalho, mas que gostariam de trabalhar e estavam disponíveis – aumentou 8,1%, totalizando 5,9 milhões, o maior número já registrado na série histórica. Em relação ao mesmo trimestre do ano passado (4,7 milhões de desalentados), o aumento foi de 24,2%.

Na visão da analista da pesquisa, Adriana Beringuy, o aumento na taxa de desemprego é um reflexo da flexibilização das medidas de isolamento social para controle da pandemia de Covid-19. “No meio do ano, havia um isolamento maior, com maiores restrições no comércio, e muitas pessoas tinham parado de procurar trabalho por causa desse contexto. Agora, a gente percebe um maior movimento no mercado de trabalho em relação ao trimestre móvel encerrado em maio”, explica.

 

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Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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