A agricultura é uma atividade que depende, necessariamente, dos recursos naturais e dos processos ecológicos e, na mesma medida, dos desenvolvimentos técnicos humanos e do trabalho. Na tomada de decisões na agricultura, influem tanto condicionantes internos às explorações como as políticas impostas no âmbito local, nacional ou internacional.
A sustentabilidade ambiental dos agroecossistemas está relacionada com os efeitos, positivos ou negativos, sobre a biosfera. Isto é, os efeitos que os agroecossistemas têm sobre as condições de sobrevivência de outros agroecossistemas, ao longo do tempo. Existem problemas ambientais globais, como o efeito estufa e a mudança climática, que são gerados na atualidade, mas que somente vão ser sofridos por outras gerações. Assim, um agroecossistema sustentável, desde uma perspectiva global, será aquele que tenha impacto nulo sobre agroecossistemas futuros.
Esse artigo discute modelos de desenvolvimento rural que sejam sustentáveis, economicamente viáveis e socialmente aceitáveis, reafirmando, entretanto, que para o estabelecimento de agroecossistemas sustentáveis, não é possível separar os componentes do problema agrário, o socioeconômico e o ecológico, que evidenciam complicações sociais e políticas e nem sempre técnicas. Isso, porque, de acordo com o trabalho, não são estas questões as que estabelecem limites e obstáculos na transição de um modelo agrícola de altos insumos, provenientes de recursos naturais não-renováveis, como o atual, a outro sistema de produção que se fundamenta na utilização de recursos naturais localmente disponíveis.