Desmistificando a redução da velocidade nas vias de São Paulo

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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“O carro parece ser um objeto intocável na nossa sociedade”, diz Lúcio Gregori. “Em nenhum lugar no mundo a redução da velocidade foi problema”, diz Ronaldo Balassiano

Jornal GGN – É matemática. A redução na velocidade das marginais em São Paulo, adotada há duas semanas pela prefeitura da cidade, diminui os riscos de acidentes. Na teoria, a energia cinética em veículos varia com o quadrado da velocidade. Na prática, reduzir a velocidade de 90 para 70 km/h representa uma diminuição de 22% na velocidade, mas o impacto do choque cai para 40%.

“A gravidade de um acidente não é uma relação linear com a velocidade, mas sim exponencial. Ou seja, a energia cinética aumenta muito mais do que a variação de velocidade. E é a energia do choque que provoca a gravidade maior ou menor no acidente”, disse Lúcio Gregori, ex-secretário municipal de transportes de São Paulo, em entrevista ao Jornal GGN.

Gregori explicou que no exemplo de um acidente com um carro seguindo a velocidade de 32 km/h, dos pedestres atingidos 5% morrem, 65% sofrem lesão e 30% sobrevivem ilesos. Se a velocidade aumenta para 48 km/h, 45% morrem, 50% sofrem lesão e 5% sobrevivem. Com o dobro da velocidade inicial, a 64 km/h, quando morriam 5%, agora são 85% de mortos e 15% sofrem algum tipo de lesão. “Ou seja, quando a velocidade dobra, os acidentes ultrapassam. Tem um efeito imenso na realidade”.

O professor de engenharia de transportes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ronaldo Balassiano, lembrou que a redução da velocidade afeta diretamente na frenagem do automóvel.

“Se reduz a velocidade dos veículos, a distância de frenagem necessária é menor e, com isso, você tem mais facilidade de parar o carro e não causar um acidente. Com certeza, com a redução de velocidade, acidentes fatais devem diminuir, e diminuir bastante”, alertou Balassiano ao GGN.

Contudo, o professor lembrou que os dados de acidentes causados alteram com as condições das pistas. “Varia com o tipo de pavimento, se tem asfalto em boa qualidade, boa manutenção, se o asfalto está molhado, se é um dia de chuva. Existe uma relação entre a redução da velocidade e o número de acidentes. O que a gente não pode garantir é que esse número é preciso”, ressaltou.

Os especialistas descartaram a tese de aumento do congestionamento na cidade de São Paulo com a mudança nas Marginais Pinheiros e Tietê. Agora, os novos limites para o tráfego foram reduzidos de 90 para 70 km/h nas pistas expressas, de 70 para 60 km/h nas centrais e de 70 para 50 km/h nas vias locais.

“Parece que esse assunto virou alvo da fundamental importância dos paulistanos. Eu vou dizer, a grosso modo, o seguinte: a diminuição de velocidade não tem a ver, necessariamente, com congestionamento. Congestionamento é um fenômeno, velocidade máxima permitida é outro. Congestionamento não decorre da velocidade baixa ou alta, mas do excesso de veículos em relação à capacidade de uma via”, afirmou Gregori.

De acordo com o engenheiro, que foi secretário municipal de Serviços e Obras e de Transportes, na gestão Erundina (1989-1992), e criador da proposta de tarifa zero para transportes coletivos, a velocidade alta que pode, inclusive, aumentar a probabilidade de um congestionamento. De acordo com ele, quando um automóvel trafega em velocidade superior, introduz o que denominam de “perturbação” que, dependendo da capacidade da via, pode resultar em congestionamento.

O suposto “caos no trânsito” foi o motivo utilizado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que havia entrado com um pedido de liminar na Justiça para cassar a mudança da prefeitura. Para Lúcio Gregori, é “lamentável” a postura da entidade. “Uma OAB que se preocupava com a democracia do Brasil, agora se preocupa com esse tipo de coisa que não tem o menor fundamento”, disse.

“Se você estiver na confluência do Cebolão com o rio Pinheiros, na pista expressa da Marginal Tietê, em direção ao Rio de Janeiro e quer pegar a via Dutra, saindo a 90 km/h e mantendo a velocidade, você leva 15 minutos. Se você for a 70 km/h, vai levar 18 minutos. Ou seja, três minutos de diferença”, exemplificou, também descartando que a decisão seria uma forma de desestimular o uso do automóvel na cidade.

Já o especialista Ronaldo Balassiano acredita que a mudança promove uma introdução de consciência de coletividade e nos transportes alternativos.

“A redução de velocidade não vai desestimular o uso do automóvel. Mas, por exemplo, se eu uso a Marginal Tietê, que antes se andava a 90 km/h, para ir a um bairro a vizinho em uma distância de 3 km, nessa distância, eu posso ir por dentro dos bairros, e eu posso até viajar a pé, de bicicleta”, disse. “Esse tipo de migração pode se dar não por conta da redução da velocidade, mas por uma conscientização de que eu posso fazer a mesma viagem, sem engarrafamento e com um modo de transporte muito mais saudável”, completou.

“Até hoje, no mundo, em nenhum lugar, a redução da velocidade foi problema”, disse o engenheiro Ronaldo Balassiano.

Para a garantia dessa transição, é preciso que o transporte coletivo seja uma opção viável, lembrou Balassiano, “que atenda a demanda com o mínimo de segurança, mínimo de pontualidade e com um custo que as pessoas possam realmente pagar”. “Uma pessoa de maior poder aquisitivo que não se preocupa com o que gasta com o carro não vai entrar em um ônibus ou metrô super lotado, em um sistema que não se sinta seguro. Mais do que isso, se não souber quanto tempo vai levar a sua viagem”, defendeu.

De acordo com o engenheiro, a garantia do tempo de percurso e de condições mínimas do transporte é “um grande estímulo para deixar o carro em casa”. Somado a isso, outras iniciativas como a oferta de um sistema de táxis confiáveis e, por parte da gestão pública, medidas coercitivas auxiliares, como a redução no número de vagas de estacionamento em vias públicas, são necessárias para trabalhar a consciência. “É vantagem para todo mundo e é preciso derrubar alguns mitos, falácias que não condizem com a realidade”, declarou.

A ausência de estrutura dentro de um pacote de iniciativas para abandonar o carro não é o único desfalque. Lúcio Gregori também apontou o erro de comunicação com os paulistanos, antes de se implantar a mudança.

Para ele, a grande propagação negativa poderia ser facilmente evitada. “A prefeitura não deu uma demonstração de habilidade, de preocupação com isso. Se tivesse feito quinze dias de inserção de pequenos vídeos na televisão explicando o significado, a repercussão não teria sido essa. Foi um problema de comunicação da prefeitura”, comentou.

Por além das faltas levantadas, os especialistas acreditam que a mudança foi um passo necessário para o processo de continuidade estrutural de São Paulo.

“Existe algum viés nessa discussão [negativa] da velocidade da Marginal. Não estou acreditando que as pessoas estejam tão empenhadas na democratização e na participação, mas muito mais viciadas na discussão do carro, que parece ser um objeto intocável na nossa sociedade. Não se pode fazer nada com ele, se tiver ciclovias, reclama-se, se diminuir velocidade, reclama-se. E tudo com repercussão gigantesca. Estranho, não?”, questionou Gregori.

“As vias não comportam mais o número de veículos que são lançados todo ano pela indústria automobilística. Isso quer dizer que as pessoas não precisam deixar de comprar carro, mas usar de uma forma mais racional”, disse Balassiano.

Por fim, o engenheiro professor da UFRJ lembrou que “o número de horas perdidas no trabalho com o trânsito gera um custo gigantesco para o país”. Para ele, a discussão vai além. “Até na questão de saúde, pessoas que sofrem com estresse no trânsito é um número muito grande. Temos que olhar as coisas de uma forma mais ampla, mais abrangente e procurando mais o bem estar da comunidade”, alertou.

22 Comentários

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  1. Vamos limitar a velocidade em toda a cidade a 30 km/h

    Baseada nesta tese, devemos baixar o limite para 30 km/h assim somente 5% dos pedestres atingidos morreriam. 

    Francamente, me poupem destes malucos, do Haddad, e dos que tentam justificar o injustificavel…

    1. Não, vamos fazer o contrário,

      Não, vamos fazer o contrário, vamos fazer do SEU jeito.

      Tiramos o limite de velocidade de toda a cidade. Cada um dirige na velocidade que quiser. Se eu quiser ir a 120 Km/h na rua da minha casa o problema é meu. Chega desses malucos do Haddad (sim, porque antes não tinha limite de velocidade em lugar ennhum e os prefeitos anteriores nunca diminuiram a velocidade máxima de nenhuma rua) e vamos partir para a liberdade total.

      Aliás para quê mão de rua? Que absurdo ter lugar com estacionamento proibido… Esses malucos do Haddad estão limitando minha liberdade. Que Absurdo! Para! Chega!

      Liberdade total…

      Chega de justificar o injustificável.

      Afinal de contas VOCÊ é que sabe de tudo, o resto do mundo inteiro não sabe de nada.

      1. Deixe o peleguismo de

        Deixe o peleguismo de lado.

         

        Ninguém criticou a “zona 40”, pois no centro da cidade é para andar devagar mesmo. Estabelecer limites excessivamente baixos numa via como a marginal é para arrecadar, pura e simplesmente. Pudera, a cidade está quebrada.

        E, em relação ao comentarista acima, muitas vezes é mais perigoso dirigir a 50km/h que a 70km/h no mesmo trecho. Numa velocidade excessivamente baixa para a via, aumenta-se a distração e, por consequencia, a possibilidade de acidentes.

        Já que o sr. ama toda e qualquer medida adotada por governos petistas, pesquise aí no google. Um trecho de BR, no Rio Grande do Sul, teve o limite da via AUMENTADO, e os acidentes foram reduzidos.

        Aliás, cadê o Jilmar “máfia das peruas” tatto, hein? Depois daquela asneira de querer fechar as marginais, ele sumiu.

        Neste mesmo blog, me lembro bem quando na administração do Kassab (que o haddad tem conseguido ser pior) os limites começaram a ser reduzidos, o próprio Nassif criticou, mencionou inclusive o conceito de “velocidade natural da via” (algo que você já demonstrou completo desconhecimento). Agora, fica reproduzindo esses textos da prefeitura. Pura conveniência política.

         

        E aí, já pagou a DARE?

         

         

      2. Ledo enganno

        Zé Serra diminuiu a velocidade da 23 de maio de 90 para 80 Km/h. A velocidade da Radial Leste era 80 km/h caiu para 70 km/h.

        Apos isso Kassab reduziu ambas, a 70 km/h a 23 de maio e a 60km/h a Radial.

        O argumento é sempre segurança. Mas o aumento da arredação via multas interressa, é muito.

        E com um bonus no caso da 23 de maio que foi o adensamento das pista, saindo do padrão internacional que era seguido nesta, e mascarando os números de congestionamento medido linearmente, permitindo um maior nº de veículos por metro linear.

        No fundo é tudo um engodo.  Tem que educar os futuros usuários do sistema pois os atuais rasgam quaisquer regras de civilidade.

        E vamos falar sério: via expressa não é lugar de pedestre, isso não só no Brasil mas no mundo inteiro. Até os cachorros evitam essas vias!

        1. Não são os pedestres

          Os pedestres são dados como exemplo porque os dados são mais chocantes (mortes). Acidentes com motociclistas são similares aos com pedestres, por outro lado. E acidentes entre carros também são mais graves a velocidades maiores, inclusive com maior mortalidade.

      3. Não adianta discutir esse

        Não adianta discutir esse assunto. Tem gente que só pensa no direito dela dirigir da forma que ELA acha correta. Dane-se os outros. Daí vem o mote “industria de multas”, sim com essa matéria prima farta, por que não arrecadar um pouquinho mais? Agora, daqui a pouco veremos que a velocidade média das marginais aumentou! Pois com menos velocidade, menos acidentes graves, esses sim capazes de parar uma cidade, sem contar o fato de se salvar vidas e não deixarpessoas para-tetra plégicas.

        1. Indústria das multas

          Sou a favor de mudar mesmo esta história de multas. Se colocássemos pena de prisão para as infrações graves e gravíssimas, o efeito seria bem melhor, sem reclamações sobre “multas arrecadatórias”… Algo como uma semana de cana para infrações graves e um mês para gravíssimas, dobrando com a reincidência. Expropriação de veículo e seis meses na cadeia na terceira vez, talvez. Algum dos teoristas da “indústria das multas” apoiaria?

           

    2. Apoiado, é uma tendência mundial: menos velocidade, mais vida

      Até o fim do ano de 2015, 30% das ruas de Paris terão velocidade máxima de 30km/h, a meta é que em 2020 toda a cidade circule dentro desse limite.

      O governo espanhol estuda limitar a velocidade máxima em zonas urbanas a 30km/h. A justificativa para introduzir o novo limite é que uma pessoa tem 95% de chances de sobrevivência em caso de atropelamento de um veículo a 30 km/h. As chances caem para 55% quando o veículo trafega a 50 km/h e para zero –morte quase certa—quando o veículo atropelante vai a 70 km/h ou mais.

      Em Setembro de 2011, o Parlamento Europeu fez a recomendação para que todas as cidades aderissem ao projeto limitando a velocidade máxima em 30km/h e, em 2012, uma iniciativa popular pediu que a União Europeia instituísse como lei, em todo seu território, a Zona 30. No ano de 2012, o Parlamento Europeu adotou uma resolução pedindo que autoridades locais impusessem limites de 30 km/h como meio de cortar as 31.000 mortes por ano em ruas européias. Acredita-se que o limite poderia reduzir as fatalidades em até 40%.

      Em Nova York, o limite de velocidade passou a ser de 40km/h em 2014. “Mortes no trânsito não são inevitáveis e não podemos aceitá-las”. Esse é o lema do programa ambicioso que está sendo implantando em Nova York e que pretende zerar o número de mortes no trânsito até 2024. O foco inicial é reduzir os atropelamentos, que matam, principalmente, idosos e crianças.

       

       

  2. Reconstrução de um acidente: a diferença que faz 5 km/h a menos.

    Enviado por Francisco Ladaim:

    “O Sgt. Peter Bellion é um veterano investigador da Unidade de Investigação de Acidentes da Polícia de Victoria — Austrália e é responsável por avaliar muitas centenas de acidentes de trânsito com vítimas fatais. Ele foi consultor de uma série de campanhas da TAC.

    Nesta ocasião, ele reforça a campanha de “Reduza 5 km/h” com uma demonstração gráfica de como um carro a apenas 5 km/h mais rápido aumenta sensivelmente a gravidade das lesões sofridas por um pedestre.

    Vídeo original: http://www.youtube.com/watch?v=5Z23Cz
    http://www.tac.vic.gov.au/jsp/corpora

    Vídeo traduzido e legendado por Francisco E. Ladaim e Rômulo Ladaim. 
    Esse vídeo tem somente propósitos educacionais”.

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=BwvuDWfW0Ns%5D

    Veja mais em:

    Para um trânsito troglodita, imagens fortes por prevenção

    Luto em Luta.

     

  3. por que tiraram os guardas das marginais?

    Durante 20 anos, de 1986 a 2006, atravessava a marginal  Tiête de Guarulhos a Osasco , 32 quilometros, para trabalho. Às 2hs da manhã efetuar este percurso a 70 Km/h é um convite a dormir no volante. Era raro um acidente na marginal que não envolvesse caminhões ,assim como era comum encontra-los trafegando na pista da esquerda a mais de 100Km/h. Estabelecer 70 Km/h em horário de rush na marginal é redundante, pois a velocidade média é bem menor . Nunca houve respeito dos motoristas relativamente a velocidade das faixas de trânsito. Era comum encontrar motoristas dirigindo a 60 Km/h na faixa da esquerda e motoristas dirigindo a 100 Km/h na faixa da direita. Sempre pensei que a civilidade do trânsito nas marginais passava pela educação dos motoristas , a fiscalização dos veiculos de grande porte. Houve um tempo em haviam guardas de trânsito espalhados por cabines nas marginais e as coisas andavam bem. Esta medida dos 70 Km/h transfere a máquinas um serviço que guardas poderiam efetuar com mais eficiencia. Elimina empregos e engorda a industria das multas. Com o tempo os motoristas vão descobrindo os locais dos radares e aprendem a burlar as regras. Nada substitui um motorista bem educado. 

    1. Impressionante!

      Pelo que eu entendi do seu comentário você acha que é mais fácil dormir ao volante dirigindo a 70 Km/h do que a 90 Km/h, por que motivo seria? Tem um despertador no seu carro que só liga a 90 Km/h?

      O raciocínio seria o contrário, se há perigo de dormir ao volante é necessário dirigir mais devagar pois com sono seus reflexos já estão comprometidos.

      Outro ponto que você afirma é que não adianta estabelecer limite de velocidade, já que tem quem burle o limite. Então não adianta ter uma lei proibindo o assassinato, já que tem gente que mata outras pessoas mesmo tendo a lei que proíbe.

      E essa história de que o radar gera desemprego!!!! Vamops esquecer que a tecnologia existe e colocar guardas com cronômetros na marginal?!

      Tudo bem, são suas opiniões e eu concordo que é seu direito expressá-las, mas não ví nem coerência nem procedência em nenhuma delas.

      1. ironias a parte

        Ruy, não sei se você é motorista. mas no meu caso e na maioria dos motoristas que conheço o aumento da velocidade obriga a uma maior exigencia sensorial e tem como consequencia uma atitude mais desperta no trânsito. Eu não suportaria fazer uma viagem de 400 Km (São Paulo – Rio) a 70 Km/h. Por experiência própria, a melhor fase de trânsito que conheci nas marginais foi quando haviam guardas espalhados em cabines pelas marginais. E quando afirmo que a melhor solução é um motorista educado, é que porque este respeitará o limite de velocidade para o local. 

        1. Fiscalização eletrônica

          Marcelo, havia muito menos carros na época dos CET nas cabines das marginais (mesmo na época em que foram substituídos pelos bonecos chamados “Ricardões”). Situações diferentes pedem soluções diferentes.

          Não digo que a fiscalização eletrônica é a melhor solução; garanto, entretanto, que o trabalho de fiscal de trânsito nas marginais é extremamente insalubre (poluições sonora e do ar, stress) e, talvez, não seja solução para o aumento na taxa de desemprego (pois são poucos os funcionários envolvidos).

          Sobre a dificuldade em manter a concentração com velocidades mais baixas, garanto que é passageira. Morei em São Paulo durante 19 anos, mas há um ano mudei-me para Brasília. Com a exceção da via L4, de velocidade mais alta (limite de 80 Km/h), as vias urbanas daqui têm limites entre 40 e 60 Km/h. Achei ruim no começo, depois acostumei-me e não sinto sono nem tédio. Se houver carros ao redor, mesmo o “viciado em adrenalina” (como eu era, talvez ainda seja, em menor grau) consegue manter-se alerta. A divisão da marginal em três vias, com a inclusão da pista central, aumentou a quantidade de informação de referência (muretas ao redor) diminuindo a sensação de “não estar andando” e preparou a mudança de velocidade que está sendo feita agora. O processo começou na administração anterior, portanto.

           

  4. Segurança ou arrecadação?

    A industria de multas não enfrentará crise de arrecadação… Com a mudança da velocidade nas marginais a arrecadação tem tudo para dobrar! Já experimentou andar a 50 km  quando há pouco transito? É praticamente impossível, qualquer descuido… Verdadeiro absurdo essa mudança de velocidade em nome da segurança. Os motoristas vão dançar e a prefeitura arrecadar… Parece que o prefeito não se preocupa com a popularidade, acho que se espelha em Jânio Quadros, adora medidas polemicas.

      1. Li o texto. Acho louvável a

        Li o texto. Acho louvável a preocupação com a segurança. A forma abrupta da alteração, bem como as famosas pegadinhas com mudanças de velocidade na mesma pista de 50 km para 40 km etc, parece  uma forma de arrecadar mais através da multa. 

  5. Salvar vidas deveria ser a preocupação número um de todos

    Moro em Campinas e aqui já reduziram a velocidade em várias vias de 60 para 50 km/h! Tem trechos onde a velocidade é 70 e depois cai para 60! Quando estamos numa rodovia à 80, 100 ou 110 km/h, quando vamos entrar numa rotatória a velocidade cai para 50 e bem na curva só podemos andar à 40 km/h! Já pensaram por quê os técnicos escolheram estas velocidades ? Não é para fazer você motorista que gosta de andar à 200 km/h no seu “possante”, mas é que numa curva você jamais vai conseguir fazê-la à 200 km/h! Dirijo há mais de 17 anos e nunca tinha levado uma multa por excesso de velocidade! Indústria de multas é só para quem não quer respeitar as leis e placas de sinalização! Andei de noite num túnel que de dia eu não andava mais do que 40 km/h e de noite, sem trânsito, sozinho no túnel me distraí e pisei um pouco mais fundo e passei dos 50 km/h! Levei uma multa de 85,00 depois de 17 anos! Agora dirijo com muito mais cuidado e procuro respeitar as placas de sinalização, obrigação de todo motorista ao tirar carta, lembram-se ? Placas que foram estudadas por técnicos que sabem o que estão fazendo, tem estudos completos, não é o “achismo” de nós leigos motoristas que achamos que a liberdade é andar na velocidade que queremos sem respeitar a sinalização, as leis de trânsito, os outros motoristas, motos e pedestres ! Salvar vidas, se a redução da velocidade, segundo a matéria, diminuir o número dos acidentes e consequentemente evitar muitas mortes, deveria ser a nossa preocupação número um ao sairmos com o nosso carro e não chegar em casa três minutos mais cedo!

  6. Não quer ser multado? Obedeça

    Não quer ser multado? Obedeça as regras.No ano passado Nova York reduziu a velocidade máxima para 25 milhas por hora (40 km/h) com o objetivo de salvar vidas. Mas isso é coisa de norte-americano maluco. Perguntem ao Ivan como funcionam as regras de trânsito nos USA.

  7. Caça-Placas
    Há muita mística sobre a bronca dos motoristas com a Prefeitura. Em certos aspectos ela se justifica, noutros não. Fomos transformados em seres Caça-Placas em São Paulo: a Prefeitura precisa evitar que em vias com características semelhantes (as vezes numa mesma via) em seus vários trechos, o limite de velocidade seja uniformizado, o que não ocorre hoje, onde ele pode variar de 40 para 50, de 50 para 60 ou de 60 para 70 km/h nas Vias Marginais. Os limites mudam subitamente, sem nenhum motivo aparente que justifique. Nos tornamos todos Motoristas Caça-Placas – uma paranóia. Do jeito que está a coisa, é muito desconforto! Isso é contrário à melhor prática da engenharia de tráfego, simplesmente inaceitável. Além disso, não haveria problema nenhum em ter limites diferenciados maiores das 22hs até as 06hs da manhã. Tem que ter bom senso para administrar. 

  8. Brinquedinhos.

    Todos querem usar seus brinquedinhos no maximo e quem pagou mais caro exigi previlegios.

    A sua Ferrari vai andar igual a um carro popular, esse é o principal incomodo.

  9. tudo muito bonito, o cara

    tudo muito bonito, o cara estudioso e tudo mais, não desmereço o seu valor

    marginal é via expressa, como as auto-pistas europeias, onde o foco é tráfego, ou seja, numero de carros por minuto, e lá existem placas claras do que pode circular, moto? acima de 250cc, nada de bicicletas, carroças e muito menos pedrestes, lá é cada macaco no seu galho.

    e, alguem já leu sobre velocidade natural, aquela que o carro está em sua condição normal e economica de torque/rotação, voce se sente seguro com tudo ao redor e não precisa consultar a cada 15 segundos o velocimetro com medo de ser multado? ai fica olhando  o painel e toma uma fechada de uma moto circulando no corredor, e não adianta nada estar devagar, o camarada vai para o chão e….mais um acidente. 

    Na Suissa algumas vias rapidas tem sua velocidade determinada em função do fluxo/tipo de veiculos, ou seja, em horas de menos movimento ela pode ser aumentada para diminuir o tempo de viagem (não se esqueçam que tempo também é dinheiro). Estes 3 minutinhos no final do ano são horas, que nos custam muito. Se os custos de acidentes fossem debitados de quem realmente os provocou, todos sairiam no lucro, pois, muitos não recolhem impostos, pagam seguro, fazem manutenção, e não estão nem ai se algo acontecer, a sociedade paga o seu conserto no SUS (o mesmo vale para quem bebe a vida toda e ocupa leitos e leitos nos hospitais publicos).

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