Dia da Memória Transgênerx: homenagem e luta contra a transfobia

Sugerido por Gunter Zibell – SP
 
Da revista Samuel
 
 
terça-feira, 19 de novembro de 2013
 
Desde 1999, o mês de novembro marca as homenagens às pessoas transgêneras mortas em crimes motivados pela transfobia, o ódio contra pessoas transgêneras, no Dia da Memória Transgênerx. Esse ano a data será observada no dia 20 de novembro, que no Brasil marca também a resistência contra outro tipo de ódio, o racismo, no Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.
 
O Transgender Day of Rememberance ou TDoR surgiu a partir da morte de Rita Hester, uma mulher transgênera negra assassinada nos Estados Unidos em 28 de novembro de 1998. Sua morte marcou o início da reação da comunidade trans* contra a violência transfóbica no projeto “Remembering our dead” (Lembrando nossxs mortxs), que homenageia as pessoas assassinadas por intolerância e ódio devido a suas identidades e expressões de gênero.

 
O aterrador aspecto global da transfobia tem sido divulgado anualmente pelo projeto Trans Murder Monitoring, que monitora os homicídios de pessoas transgêneras em todo o mundo. Desde 2008, foram registrados 1374 assassinatos de pessoas trans* em 60 países. O Brasil apresenta dados assustadores, sendo responsável por 539 dessas ocorrências, ou 39% do total. O mapa interativo realizado pelo TMM mostra a distribuição dos assassinatos registrados entre janeiro de 2008 e outubro de 2013, com os detalhes de cada caso.
 
No último ano, entre 20 de novembro de 2012 e 31 de outubro de 2013, foram 238 homicídios; 95 somente no Brasil. É importante ressaltar que esses números provavelmente são somente uma parcela desse tipo de crime, já que nem todas as ocorrências são registradas e divulgadas. Outro aspecto considerável é que os números maiores são registrados justamente nos países onde há comunidades LGBTQ bem estabelecidas, fortes e atuantes, como aqui, nos EUA e no México – as Américas são a região mais bem documentada, segundo o relatório do TMM. Ou seja, nesses lugares há uma atenção maior a esses crimes do que na Índia, por exemplo, onde o projeto só teve acesso a oito registros de homicídios motivados por transfobia no último ano. Outros países, como Honduras (12) e El Salvador (5), apresentaram menos ocorrências, mas suas populações são consideravelmente menores do que a brasileira ou a mexicana, o que faz com que proporcionalmente a situação se mostre ainda mais grave do que no Brasil ou no México (40).
 
No Rio de Janeiro, a gente bonita do Grupo Trans Revolução, do Laboratório de Direitos Humanos da UFRJ (LADIH) e do Coletivo Transfeminista BeijATO realiza hoje, 19 de novembro, o evento TDOR – Basta de Ódio e de Violência contra pessoas Trans*, um seminário ”contra a transfobia e contra a invisibilidade trans* e a sua exclusão e dificuldade de acesso a espaços públicos e privados”, na Faculdade Nacional de Direito (FND/UFRJ) (Rua Moncorvo Filho, 08 – Centro do Rio, do ladinho da Central do Brasil e do Campo de Santana) às 17:00. Transfóbicxs não passarão, minha gente. Tamo junto.
 
*
– Sobre o X como alternativa à dicotomia de gênero na língua portuguesa, Transtudo recomenda o belo texto “Minimanual dx guerrilheirx linguísticx”, de Marcos Visnadi, na amada revista Geni.
 
– Sobre o asterisco que acompanha o termo trans*: “O termo trans pode ser a abreviação de várias palavras que expressam diferentes identidades, como transexual ou transgênero, ou até mesmo travesti.  Por isso, para evitar classificações que correm o risco de serem excludentes, o asterisco é adicionado ao final da palavra transformando o termo trans em um termo guarda-chuva [umbrella term] – um termo englobador que estaria incluindo qualquer identidade trans ’embaixo do guarda-chuva’”. Do blog Transfeminismo.
Redação

11 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Transsexual não é mulher!.

    TRANSSEXUAL NÃO É MULHER!.
    Nossa próxima luta será pela nossa feminilidade.

    Protesto: ‘Organizadores do Miss Bumbum: Na Bahia tem mulher bonita, não precisa de transexual’

     

    Seminuas e com os popozões à mostra, um grupo de mulheres baianas protestou contra a presença da transexual Amanda Sampaio no concurso Miss Bumbum, na tarde desta quinta-feira, 23, na Praça Municipal Elevador Lacerda, em Salvador.

    Durante o “auê”, elas exigiam representantes da Bahia na competição que escolhe o bumbum mais bonito do país. Durante a manifestação, o grupo carregava um cartaz com a frase:
”Organizadores do Miss Bumbum:Na Bahia tem mulher bonita, não precisa de transexual”.

    Amanda Sampaio, de 27, fez a operação de troca de sexo na Tailândia, em 2007. Ela participará da segunda edição do concurso, em novembro. ‘Sou mais mulher do que elas’
, disse a transexual. Procurada, Amanda disse que desde que fez a cirurgia, se considera mulher.

    E garantiu que não está nem um pouco disposta a abandonar a competição.

”Eu fiz a seleção e passei no concurso. Na hora em que troquei de sexo, me senti como mulher. Me considero muito mais mulher do que elas (as baianas do protesto). Não vou desistir do concurso e vou lutar até o fim para ganhar o Miss Bumbum”, avisou Amanda.

  2. Ser mulher!.

    Ser mulher é ter cólicas, mestruar, dá a luz,ter TPM, ser uma completa incertaza….esfolar um pênis, não faz ninguém de mulher!.  

    1. Dúvida cruel

      Na minha terra, em Minas, vive a Conceição. Tem 78 anos. Não menstrua, não dá à luz, não tem TPM. Não sabe ao certo se tem incertezas. Perguntada sobre esfolar um pênis, ri e desconversa.

      Dúvida cruel: Conceição é mulher? Ou já foi?

        1. Sr. Joselacerda, pergunte
          Sr. Joselacerda, pergunte para Conceição se ele sabe o que é  a dor de um parto, os sintomas depois de um parto, mesmo sendo casaria, o inchaço do corpo, a depressão pós parto,a dor de dar as primeira mamadas para o bebê; o incomodo  e o odor de uma menstruação, a dor de uma cólica, a loucura de uma TPM,  as dores e os incômodos de um seis em desenvolvimento!….A natureza para nos tornar mulher nos deu dor do início ao fim, ai vem UM VIADO, ESFOLA UM PÊNIS E DIZ QUE É MULHER!. 

          1. Desculpe a demora

            Bem, fiz todas as suas perguntas para a Conceição. Vamos às respostas dela:

            1. Dor do parto. Ela diz ter passado por três partos. Nenhum deles com dor. Segundo nossa sábia septuagenária, as dores do parto nas mulheres são decorrentes não da natureza, mas do estilo de vida que elas têm adotado nos últimos 10 mil anos.

            2. Sintomas após o parto. Bem, ela riu dessa pergunta.

            3. Inchaço do corpo. Sim, ela afirma ter passado por isso, mas em decorrência de problemas renais.

            4. Depressão pós-parto. Nunca tinha ouvido falar disso.

            5. A dor no bico dos seios nas primeiras mamadas do nenê. Ela afirma não se lembrar de ter passado por isso.

            6. Incômodo e odor da menstruação. Ela diz que sempre usou os famosos paninhos. E confessa ter sentido alívio quando veio a menopausa. Quanto ao odor, não tem queixas.

            7. Cólicas e outras dores provenientes especificamente de sua condição de mulher: ela diz nunca ter sofrido disso.

            Continuo em dúvida se, de fato, Conceição é mulher.

  3. A natureza para nos tornar
    A natureza para nos tornar mulher nos deu dor do início ao fim, dor de um parto, os sintomas depois de um parto, mesmo sendo casaria, o inchaço do corpo, a depressão pós parto,o peso da gravidez, a dor  das primeiras  mamadas; o incomodo  e o odor de uma menstruação, a dor de uma cólica, a loucura de uma TPM,  as dores e os incômodos dos seios em desenvolvimento!.., ai vem UM VIADO, ESFOLA UM PÊNIS E DIZ QUE É MULHER!. 

  4. ativismo do contra

    me cheira mais um post diver/sionista revi/sionista pra desviar o foco de atenção comemorativa no dia da consciência negra…uma coisa de cada vez, senão a cabeça consciente da gente fica confusa embaralhada por demais da conta!

  5. Transsexual não é mulher!.
    TRANSEXUAL NÃO É MULHER!.
    A natureza para nos tornar mulher nos deu dor do início ao fim, a dor dos seios em desenvolvimento, o incomodo  e o odor de uma menstruação, a dor de uma cólica, a loucura de uma TPM,a dor de um parto, os sintomas depois de um parto, mesmo sendo casaria, o inchaço do corpo, a depressão pós parto,a dor de dar as primeira mamadas para o bebê…aí vem um HOMEM, ESFOLA UM PÊNIS E DIZ QUE É MULHER!.  

  6. Não poderia ser escolhido um

    Não poderia ser escolhido um outro dia para homenegear a castração voluntária de machos?  E mesmo cortando e fazendo uma vagina transgenerica, o macho, continua(rá) sendo macho. Mulher não será  nunca. 

    Ademais, Zumbi,  ou o Dia da Consicência Negra, não tem nada a ver com transgenero.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador