Diálogo amplo e irrestrito para garantir as Diretas Já, por Carlos Zarattini

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Diálogo amplo e irrestrito para garantir as Diretas Já

por Carlos Zarattini

A condição para o Brasil superar a profunda crise econômica, política e social em que está imerso passa, primeiramente, pela saída do presidente ilegítimo Michel Temer, responsável direto pelo aprofundamento da turbulência que está levando o país para o abismo. Em seguida, pela convocação de eleições diretas, ainda neste ano, para os cargos de presidente da República, vice-presidente, senadores e deputados federais.

Para curar uma democracia enferma, nada mais saudável do que eleições diretas. A única fonte real de legitimidade na democracia vem do voto popular. É o povo que tem de eleger um presidente da República para ter a legitimidade de implementar políticas públicas que possam fazer o Brasil voltar a crescer de forma autossustentável e com justiça social.

O governo Temer é antipopular, executa um plano antinacional e não tem mais condições de governar diante de denúncias gravíssimas e por ser controlado por uma gang que tomou de assalto o Palácio do Planalto. É uma quadrilha que executa um programa econômico que aumenta a exploração do povo e retira direitos sociais, trabalhistas e previdenciários duramente conquistados ao longo de décadas.

 É um governo que leva o Brasil para o fundo do poço na economia e na área social, com o objetivo exclusivo de atender aos interesses da elite brasileira, do mercado financeiro e  do capital estrangeiro de olho nas riquezas nacionais.  O Brasil espera um ato de grande de Temer, com sua renúncia ao cargo.

PEC DAS DIRETAS– Eleições diretas ainda em 2017 vão colocar o Brasil no trilho da democracia. O Partido dos Trabalhadores, em seu VI Congresso, tomou decisões nesta linha e estamos  apresentando uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que antecipa para este ano as eleições presidenciais e para o Congresso Nacional, enquanto a de governadores e assembleias legislativas seriam feitas normalmente no ano que vem.

Trata-se de uma PEC com caráter de excepcionalidade dada a crise sem precedentes em curso no Brasil. É uma iniciativa legítima que vai ao encontro do sentimento popular de rejeição ao governo Temer e  à maioria parlamentar.

Os mandatos de cinco anos para presidente, vice, senadores e deputados federais seriam válidos até 2022, voltando a coincidir com as eleições para governadores e deputados estaduais.

No campo progressista e democrático, há unidade para os entendimentos em torno das Diretas Já. No Parlamento, o PT, PSB, PCdoB, PDT e PSOL , junto com parlamentares avulsos de outras agremiações, já criaram a Frente Parlamentar pelas Diretas Já. Na sociedade civil, surgiu a Frente Ampla Nacional pelas Diretas Já, com mais de 50 entidades envolvidas na mobilização por eleições diretas. 

Diferentes atores percebem que este é o caminho mais legítimo para o Brasil dar  um salto e superar o golpe realizado há um ano, com a retirada da presidenta legítima Dilma Rousseff sob o pretexto de ter cometido ”pedalada fiscal”.

DIÁLOGO – Nessa perspectiva, cabe ao PT e aos outros partidos envolvidos com as Diretas Já conversar com todos os segmentos da sociedade.

Assim, surpreendeu positivamente a posição anunciada semana passada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em defesa da renúncia do ilegítimo Michel Temer e da realização de eleições diretas já. A adesão de Fernando Henrique a este movimento que o PT e outros partidos têm estimulado há tempos demonstra que a resistência popular  ao golpe e às reformas vem provocando fissuras no bloco governista. Cabe a todos os que defendem a democracia dialogar e articular uma saída democrática. Sairemos do atoleiro institucional, político e econômico por intermédio das urnas e pelo voto popular.

O governo comandado por Michel Temer e Henrique Meirelles não tem nenhuma condição de atender aos interesses do País. Não só porque nunca teve legitimidade dada pelo voto popular, bem como nunca teve compromisso com a maioria da população. Temer e seus apoiadores agem em nome de um projeto de tornar o Brasil uma mera republiqueta sem nenhuma importância no cenário mundial.

A única saída é a convocação de eleições diretas. Por meio de um processo democrático, o povo escolhe o projeto que achar melhor para Brasil.  É com eleições livre e democráticas  que vamos criar condições para gerar empregos, renda e trazer de volta a autoestima dos brasileiros.

Carlos Zarattini – Deputado federal (PT-SP) e líder do partido na Câmara 

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Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

9 Comentários

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  1. FALANDO SERIO

    O deputado sabe que não se deve ficar mudando a constituição a cada crise. Fossemos uma democracia solidificada não existiram essas crises, provocadas quase sempre pela corrupção.

    Assim inisisto na minha proposta: ANTECIPAÇÃO DAS ELEIÇÕES (GERAIS) DE OUT/2018 PARA JANEIRO DE 2018, com voto distrital para baixar os custos de campanha eleitoral.

    1. Eleições com defasagem de tempo

      Um exemplo da França é a eleição do parlamento  após a eleição presidencial, que daria importância a necessidade do presidente com maioria no Congresso.

  2. Não contem comigo. Diretas já
    Não contem comigo. Diretas já teve! Não temos que ceder a pressão de setores do Psol, Rede e outros golpistas

  3. Não custa perguntar.

    Será que o Zarattini  já perguntou para o invejoso do FHC,  se o mesmo admite a candidatura do Lula e qual a sua opinião sobre a perseguição ao futuro candidato?

    Para fazer o acordo, o Zarattini está oferecendo o quê?

    Corre informações de que ele já concorda com a absolvição do Aécio…..

    Síndrome de Estocolmo?

  4. Não há previsão

    Não há previsão constitucional e politica para aventuras eleitorais, o caminho menos ruim em crises é sempre a Constituição.

    1. não….

      Democracia Direta? Diretas Já? 4 décadas para enfim, de forma escrachada, descobrirmos estar nas mãos de aventureiros, medíocres e hipócritas. Diretas Já, agora? Quando vocês descobriram que a opinião soberana do povo brasileiro deve ser o início e o fim de todas politicas? Em reuniões na Inglaterra ou EUA, junto à sociedade destes países? 

  5. Zaratini: oportunista da velha política

    Penso que Carlos Zaratini é um oportunista. Precisa ser observado com muita desconfiança.

    Zaratini defendeu que o PT votasse no golpista Rodrigo Maia para a presidência da Câmara Federal em troca de um carguinho na Mesa Diretora. Ele acha normal dar apoio a quem ajudou a enfiar uma faca nas costas de Dilma !

    Quando ele fala em “Diálogo Amplo e Irrestrito”, entendo que ele está pretendento negociar uma “Anistia Ampla e Irrestrita” a todos os golpistas. Aposto que ele ajudaria a blindar Aécio e Temer em troca de eleições diretas. Continuaria tratando a Globo como se fosse uma respeitável empresa jornalística.

    Sua política de conciliação com os inimigos da Democracia possibilitará uma saída que os golpistas estão precisando neste momento. E possibilitará, também, que os golpistas se preparem para dar no futuro um novo golpe.

    O golpe fracassou. Os democratas verdadeiros devem se unir numa frente para derrotar os golpistas e construir uma verdadeira República Democrática. Só traidores aceitam conciliar com os inimigos.

  6. Desconfio desta pressa toda
    Desconfio desta pressa toda para um diálogo agora,ano q vem tem eleições e a esquerda vai se fortalecer,a solução é Dilma voltar,não tem conversa,o povo paneleiro merece mais um sofrimento,deixa eles paralisarem,retrocederem mais o país,o povo se vira,os “grandões”,estão desesperados pq agora é q vão começar a quebrar, a depressão já está aí, comércios em bairros movimentados e bons de sp não estão vendendo nada,aí vem CONGRESSO MÍOPE e quer aprovar estas “reformas”,não entendem q vai tirar a segurança e o poder aquisitivo daqueles q sustentam as empresas,q burros,medíocres,deixa,deixa eles fazerem isso,ano q vem já já tá aí !!
    Obs:Lula,Gleisi precisam fazer uma limpa no pt,tem gente q defende os dois lados,e tem mais,é preciso fazer uma política sem política,é possível?Sei lá,tempos excepcionais estes né!
    Obs2:Sem moral Zaratini,Aécio defendeu a extinção do PT e ele não quer a cassação do Aécio,estranho isso,acorda Lula !

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