Direto de Beirute, jornalista Ali Farhat fala ao GGN sobre a megaexplosão e a tirania dos EUA

Jornal GGN – Ali Farhat é jornalista e trabalha para um canal russo a partir de Beirute, no Líbano. Na tarde desta quarta (5), ele falou com exclusividade ao jornalista Luis Nassif sobre o impacto e os desdobramentos da explosão que ocorreu no dia anterior, em um porto libanês, deixando quase metade da cidade destruída, mais de 100 mortos e outras 4 mil pessoas feridas.

“Foi mais que a destruição da cidade, foi a destruição [de uma reserva de seis meses]  da comida e dos medicamentos das pessoas”, disse Ali.

“Depois de uma noite sofrida, a cidade está destruída. A população, sem casa. Você pode imaginar mulheres correndo nas ruas, perguntando aos jornalistas: ‘Você viu o meu filho em algum lugar?’ É um sentimento que nunca vivi na minha vida profissional”, relatou.

Ali informou que as autoridades anunciaram uma investigação para descobrir os responsáveis pela explosão e por concentrar a reserva de alimentos e insumos no espaço que explodiu. “A cidade está destruída por quê? A gente não está numa guerra, num enfrentamento! Uma causa é corrupção, uma irresponsabilidade que pode destruir o País”, comentou.

Ele também destacou o conflito político com os Estados Unidos, que tem prejudicado a economia do País nos últimos anos.

Segundo Ali, o Líbano vive uma “crise profunda”. Sua moeda, a libra libanesa, perdeu mais de 500% de seu valor.

“Um dos motivos dessa crise, em primeiro lugar, é a punição que os Estados Unidos fez sobre o Líbano. Impediu todas as transferências [transações internacionais] para o Líbano, impediu que países europeus e árabes ajudassem. Está castigando o Líbano por ter enfrentado Israel. Em segundo lugar, a corrupção. Durante 30 anos, os políticos libaneses dividirem as riquezas entre eles e hoje o Líbano se considera falido, sem nenhuma reserva.”

“A gente precisa de uma decisão internacional para tirar essa tirania americana e deixar o povo libanês escolher as autoridades e os políticos que ele quer. Nós não precisamos de ajuda humanitária, nós precisamos libertar o Líbano da repressão e tirania.”

Assista à integra.

 

 

Redação

Redação

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  • Onde houver um povo sofrendo, passando privações, por trás estarão os EUA com seu poder e sua máquina de destruição.

  • Coitado, ele acredita em uma decisão internacional libertadora para o seu povo. EUA são a desgraça do mundo, a mais eficiente tirania internacional.

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