Diversificação da matriz energética movimenta setor elétrico

Da Abeeólica

A matriz energética brasileira, de acordo com o Plano Decenal de Energia do Ministério de Minas e Energia (MME), apresentará grandes modificações nos próximos dez anos. A tendência é que predomine a fonte hídrica, além da eólica e das termelétricas a bagaço de cana.
 
Segundo o ministério, estas três fontes representarão 80% da matriz. “Esta diversificação pode ocorrer por várias razões. A principal delas está no fato de que a fonte hidrelétrica de porte, que tem os melhores preços finais para a energia e é renovável, encontra dificuldades para sua expansão”, afirma Walfrido Ávila, presidente da Trade Energy.
 
O executivo acrescenta que os custos para a implantação do sistema eólico continuam cada vez menores, em decorrência de fatores como: desenvolvimento da indústria nacional de equipamentos e a crise mundial que afetou os Estados Unidos e a Europa. “Já as termelétricas prosseguem com importante papel para a complementação hidrelétrica, principalmente, a partir da adoção de critérios mais rígidos de segurança no suprimento com a Resolução CNPE nº 3, quando foi introduzido um mecanismo de aversão ao risco”, declara Ávila. As fontes novas de energia são majoritariamente bancadas pelo mercado cativo com preços crescentes.
 
“Já o mercado livre, que corresponde a 27% da fatia energética, tem acesso ao excedente comercializado com preços competitivos, o que pode ser considerado o motor propulsor para sua expansão”, enfatiza o executivo. Grande parte deste crescimento energético é suportada pela realização de leilões regulados de compra de energia, que contam com a bancabilidade garantida pelos contratos de compra, responsáveis por transmitir condições favoráveis de investimento.
 
“Os demais agentes do setor, incluindo as comercializadoras de energia, estão realizando um trabalho, junto ao governo e ao BNDES, para estender esta garantia ao mercado livre”, diz o especialista. Segundo o presidente, ainda há incertezas em relação à disponibilidade do gás natural para geração de energia elétrica. “O preço competitivo deste combustível assegura inserção estável desta geração na matriz.  
 
A licitação de novas áreas para exploração de gás natural e shale gas cria a expectativa de aumento da oferta desse energético”. Atualmente, o setor trabalha com excedentes de segurança. “Este cenário indica que a garantia física disponível, em sua totalidade, é superior à demanda. O que assegura um mercado competitivo do lado da oferta, possibilitando acesso à energia com preços módicos”, finaliza Walfrido Ávila.
 

 

 
Redação

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador