Do que morre a minha geração?

 

Do que morre a minha geração?

 

Não morremos na guerra, não morremos na prisão.

Morremos do prazer pequeno e da sua ilusão.

 

Quando meninos, morríamos de “desaceleração”

contra o poste, dentro do túnel, na contramão.

Nossos ídolos morreram de amores vãos,

de compartilhar corpos e agulhas de injeção.

 

Do que morre minha geração?

 

Morre de pequenos vícios.

Não pulamos de edifícios,

em desencanto,

não abrimos o gás do fogão.

 

Morremos de prazer barato e inconsequente

do fígado deliquescente

e de câncer no pulmão.

 

PS: as exéquias coletivas terão lugar na oficina de concertos gerais e poesia.

 

Redação

1 Comentário

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  1. Morrer

    Que bonito, Bardo!  Lúgubre, triste, fatalista.

    De Amor; eu diria – e desejaria – de Amor …

    Morrer feliz, com o sabor da vida ainda na boca e nas mãos; nas coxas.

     

    Lindo.

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