Doria gerou “desconforto” nos demais governadores por sair na frente com a Coronavac

"Todo o controle do plano de vacinação será do Ministério da Saúde e não do governador A ou B", diz o governador de Goiás após reunião com Pazuello

Jornal GGN – O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, afirmou na tarde desta terça (8) que João Doria, governador de São Paulo, provocou “desconforto” nos demais governadores ao anunciar, na segunda-feira (7), que pretende começar a imunização dos brasileiros em solo paulista, com a Coronavac, a partir de 25 de janeiro de 2021.

À imprensa, Caiado disse que Doria colocou a credibilidade dos demais governadores em xeque, fazendo com que a capacidade deles seja questionada pela população. Ele disse que no encontro desta terça, com o ministro da Saúde Eduardo Pazuello, houve cobrança para que a Pasta lidere o programa nacional de imunização e garanta que não haverá diferenciação entre vacinas e entre estados.

“Não posso admitir que amanhã eu seja rotulado de omisso e que o governador de São Paulo seja o único que agiu no intuito de poder fazer a imunização”, disse Caiado. “Todo o controle do plano de vacinação será do Ministério da Saúde, e não do governador A ou B, escolhendo quem possa ser cadastrado para receber a vacina Sinovac. Isso causou desconforto enorme.”

O governador Wellington Dias, do Piauí, endossou a fala de Caiado: “Não é razoável que São Paulo tenha vacina em 25 de janeiro e outros estados, não.” Segundo ele, o Ministério se comprometeu a adquirir 100% de todas as vacinas que forem aprovadas no Brasil e distribuir proporcionalmente a cada Estado. “Demorou, mas voltamos ao eixo.”

Caiado afirmou que era “preocupante” que Doria queira sair na frente com a vacina. “Isto é algo que coloca em jogo a credibilidade dos demais governadores. Esta função de plano nacional de imunização, isto não é responsabilidade de governador. É do governo federal. E o ministro deixou claro hoje que vai adquirir toda e qualquer vacina desde que tenha certificação daquelas agências internacionais, conforme interpretação na lei. Lógico, o uso emergencial não é generalizado, mas a Anvisa tem até 60 dias para autorizar o uso no plano nacional.”

Dias acrescentou que a judicialização da vacina não é desejada, pois nem todos os estados terão condições de competir em pé de igualdade pelo imunizante. O ideal, portanto, é o Ministério da Saúde coordenar a operação. A pasta teria se comprometido, ainda, a adquirir a vacina da Pfizer.

Pazuello ainda se comprometeu a avaliar uma mudança no plano provisório de imunização, para inserir profissionais de educação e de transporte público na lista de prioridades.

Redação

4 Comentários

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  1. O marketeiro deu tiro no pé. Corre pelo menos dois riscos de se tornar desacreditado. Se em 25 de janeiro não tiver início de vacinação em SP, afeta a sua imagem de “jestor” no estado. E numa possível campanha presidencial no futuro, vai ter este fato de não pensar nacionalmente, usado pelos adversários.

  2. Ele ofereceu a união, e a mesma, não quis. Então o que ele faz se tiver as vacinas aptas a serem aplicadas até o dia 25/01? Joga fora e espera a união ter a boa vontade de vir aqui pegar?

  3. Caso aconteça de Bolsonaro impedir o início da vacinação dia 25/01/2021 no Estado de São Paulo, Bolsonaro será crucificado pelos paulistas.

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