“É como ir ao enterro da esposa de um líder do PCC”: a crítica da procuradora Danelon

Uma crítica que beira a hipocrisia, quando analisada à luz de outros fatos revelados pelo Intercept Brasil, e de episódios que marcaram a Lava Jato sob Sergio Moro

Jornal GGN – Em uma das mensagens disparadas no Telegram sobre a morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia, consta uma crítica da procuradora da República Thaméa Danelon, da Lava Jato em São Paulo, à ex-presidente da Comissão de Mortos e Desaparecidos Política, procuradora Eugênia Gonzaga, por ter participado do velório.

Uma crítica que beira a hipocrisia, quando analisada à luz de outros fatos revelados pelo Intercept Brasil, e de episódios que marcaram a Lava Jato sob Sergio Moro.

Na visão de Danelon, Eugênia – que não tem qualquer atuação na Lava Jato – não poderia ter participado do velória da “ré” Marisa Letícia porque “é como um colega [de Ministério Público Federal] ir ao enterro da esposa do líder de uma facção do PCC. No mínimo inapropriado“, comparou.

A procuradora ainda acrescentou: “Acho um desrespeito ao [Rodrigo] Janot e a todos os colegas envolvidos na LJ. Além disso, demonstra partidarismo. Algo q temos q evitar Apenas isso. Abraços”.

Não há registro de críticas contundentes da Lava Jato quando, em outras ocasiões, seus membros tiveram condutas inapropriadas ou partidárias. Como no evento em que o sisudo Sergio Moro pousou sorridente ao lado de Aécio Neves e outros tucanos, enquanto era juiz da Lava Jato – para ficar em apenas um exemplo memorável.

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Outro ponto bem delineado pela mensagem de Danelon é o “respeito” que a força-tarefa da Lava Jato tem não pelo comando do Ministério Público Federal ou pela instituição em si, mas pessoalmente pela figura de Rodrigo Janot. Outras conversas já divulgadas pela série da Vaza Jato já indicaram que não há o mesmo respeito pela autoridade da atual procuradora-geral da República Raquel Dodge. Ao contrário disso.

As mensagens divulgadas pelo Intercept Brasil em parceria com UOL mostraram que os procuradores da Lava Jato ironizaram, fizeram ilações sobre as circunstâncias da morte de Marisa e até menosprezaram ou debocharam do momento difícil atravessado por Lula. Comparar o ex-presidente a um líder do PCC é a expressão mais bem acabada de todos os diálogos divulgados nesta terça (27).

Redação

13 Comentários

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  1. Não, eles não são monstros. São coisa muito, mas muito pior do que qualquer mostro real, da ficção ou da imaginação: são legítimos representantes da classe média brasileira….
    Essa mesma classe maldita da qual 90% pensam IGUAL que Bolsonaro.
    Essa mesma classe maldita que é PIOR do que o Bolsonaro.
    Eles pensam como 90% da classe média. Eles tudo fizeram para eleger Bolosonaro. Eles apoiam Bolsonaro. ELES SÃO Bolsonaro.
    No Judiciário temos milhares, milhões de Bolsonaros.

  2. Comentei sobre o fato de os procuradores da Lava Jato tratarem Lula sempre como bandido, sem conceder ao ex-presidente um minimo de humanidade. Fizeram isso com Fernando Henrique Cardoso? Aécio Neves? Alckmin ? Alvaro Dias? E espelho, não possuem? Nem exame de consciência? Como diria Sérgio Ricardo no governo FHC, os procuradores e Sergio Moro agiram no limite da irresponsabilidade. Ou ainda da arbitrarieade.

  3. Fim dos concurseiros.
    Demissão de TODOS que tiveram contato com lava jato do serviço público
    Processo e prisão de TODOS os lavajateiros sejam de qual instância forem.
    Se possível, fuzilamento sem dó.
    Sob ordens dos EUA estes traidores lesa pátria destruíram TODOS os projetos de desenvolvimento que o país tinha, destruíram TODAS as ações geopolíticas do país, destruíram milhões de empregos, destruíram a parca democracia de que tínhamos, destruíram relações entre pessoas, amigos e familiares.
    Para mim, não tem perdão. É FUZILAMENTO.

  4. Isso é bom prá quem achava que “populacho”, “bolsominion” só cabia para ignorantes, vândalos, bárbaros, pobres e outros adeptos do Jornal Nacional e da Globo News…

    Bem, apesar das calças vincadas, a turma do Capitalismo não é conhecida exatamente pela sua civilidade, né? Não se formos um milímetro além das aparências.

  5. O que fica claro é que esses funcionários públicos, tendo a base de conhecimento que têm, obviamente percebem que não há prova nem cabal nem circunstancial, que a condenação se deu por aderência ao anti-petismo, por preconceito. Mesmo quem não é formado em direito consegue entender a sentença de Moro e quando procura por alguma prova… cadê? É como perguntar ao anti-petista do vulgo qual foi o crime de Lula. A resposta é sempre algo como “Hein?! Você ainda pergunta? Não assiste à TV, não? Não viu o Power Point? Não ouviu ao Reinaldo Azevedo? Ao Villa, na Jovem Pan? É óbvio que Lula roubou!”

    Nem pense em perguntar o que foi que Lula roubou, que a resposta tá na ponta da língua: “Roubou da Petrobras”. E pronto. Não passa disso. Não pergunte como, quando, onde está o produto do roubo ou quanto… É a ignorância em sua mais plena expressão. Lula é ladrão porque é pobre.

    Pois bem, isso se admite do vulgo encantado pela mídia. Mas de procuradores? Da PGR? De quem conhece Direito?

    Que me desculpem os vira-latas mas essa não é a Justiça que o Brasil merece.

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