Em defesa da Venezuela, por Boaventura Sousa Santos

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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no Publico.pt

Em defesa da Venezuela

Estou chocado com a parcialidade da comunicação social europeia, incluindo a portuguesa, sobre a crise da Venezuela.

por Boaventura Sousa Santos

A Venezuela vive um dos momentos mais críticos da sua história. Acompanho crítica e solidariamente a revolução bolivariana desde o início. As conquistas sociais das últimas duas décadas são indiscutíveis. Para o provar basta consultar o relatório da ONU de 2016 sobre a evolução do índice de desenvolvimento humano. Diz o relatório: “O índice de desenvolvimento humano (IDH) da Venezuela em 2015 foi de 0.767 — o que colocou o país na categoria de elevado desenvolvimento humano —, posicionando-o em 71.º de entre 188 países e territórios. Tal classificação é partilhada com a Turquia.” De 1990 a 2015, o IDH da Venezuela aumentou de 0.634 para 0.767, um aumento de 20.9%. Entre 1990 e 2015, a esperança de vida ao nascer subiu 4,6 anos, o período médio de escolaridade aumentou 4,8 anos e os anos de escolaridade média geral aumentaram 3,8 anos. O rendimento nacional bruto (RNB) per capita aumentou cerca de 5,4% entre 1990 e 2015. De notar que estes progressos foram obtidos em democracia, apenas momentaneamente interrompida pela tentativa de golpe de Estado em 2002 protagonizada pela oposição com o apoio ativo dos EUA.

A morte prematura de Hugo Chávez em 2013 e a queda do preço do petróleo em 2014 causou um abalo profundo nos processos de transformação social então em curso. A liderança carismática de Chávez não tinha sucessor, a vitória de Nicolás Maduro nas eleições que se seguiram foi por escassa margem, o novo Presidente não estava preparado para tão complexas tarefas de governo e a oposição (internamente muito dividida) sentiu que o seu momento tinha chegado, no que foi, mais uma vez, apoiada pelos EUA, sobretudo quando em 2015 e de novo em 2017 o Presidente Obama considerou a Venezuela como uma “ameaça à segurança nacional dos EUA”, uma declaração que muita gente considerou exagerada, se não mesmo ridícula, mas que, como explico adiante, tinha toda a lógica (do ponto de vista dos EUA, claro). A situação foi-se deteriorando até que, em dezembro de 2015, a oposição conquistou a maioria na Assembleia Nacional. O Tribunal Supremo suspendeu quatro deputados por alegada fraude eleitoral, a Assembleia Nacional desobedeceu, e a partir daí a confrontação institucional agravou-se e foi progressivamente alastrando para a rua, alimentada também pela grave crise económica e de abastecimentos que entretanto explodiu. Mais de cem mortos, uma situação caótica. Entretanto, o Presidente Maduro tomou a iniciativa de convocar uma Assembleia Constituinte (AC) para o dia 30 de Julho e os EUA ameaçam com mais sanções se as eleições ocorrerem. É sabido que esta iniciativa visa ultrapassar a obstrução da Assembleia Nacional dominada pela oposição.

Em 26 de maio passado assinei um manifesto elaborado por intelectuais e políticos venezuelanos de várias tendências políticas, apelando aos partidos e grupos sociais em confronto para parar a violência nas ruas e iniciar um debate que permitisse uma saída não violenta, democrática e sem ingerência dos EUA. Decidi então não voltar a pronunciar-me sobre a crise venezuelana. Por que o faço hoje? Porque estou chocado com a parcialidade da comunicação social europeia, incluindo a portuguesa, sobre a crise da Venezuela, um enviesamento que recorre a todos os meios para demonizar um governo legitimamente eleito, atiçar o incêndio social e político e legitimar uma intervenção estrangeira de consequências incalculáveis. A imprensa espanhola vai ao ponto de embarcar na pós-verdade, difundindo notícias falsas a respeito da posição do Governo português. Pronuncio-me animado pelo bom senso e equilíbrio que o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, tem revelado sobre este tema. A história recente diz-nos que as sanções económicas afetam mais os cidadãos inocentes que os governos. Basta recordar as mais de 500.000 crianças que, segundo o relatório da ONU de 1995, morreram no Iraque em resultado das sanções impostas depois da guerra do Golfo Pérsico. Lembremos também que vive na Venezuela meio milhão de portugueses ou lusodescendentes. A história recente também nos diz que nenhuma democracia sai fortalecida de uma intervenção estrangeira.

Os desacertos de um governo democrático resolvem-se por via democrática, e ela será tanto mais consistente quanto menos interferência externa sofrer. O governo da revolução bolivariana é democraticamente legítimo e ao longo de muitas eleições nos últimos 20 anos nunca deu sinais de não respeitar os resultados destas. Perdeu várias e pode perder a próxima, e só será de criticar se não respeitar os resultados. Mas não se pode negar que o Presidente Maduro tem legitimidade constitucional para convocar a Assembleia Constituinte. Claro que os venezuelanos (incluindo muitos chavistas críticos) podem legitimamente questionar a sua oportunidade, sobretudo tendo em mente que dispõem da Constituição de 1999, promovida pelo Presidente Chávez, e têm meios democráticos para manifestar esse questionamento no próximo domingo. Mas nada disso justifica o clima insurrecional que a oposição radicalizou nas últimas semanas e que tem por objetivo, não corrigir os erros da revolução bolivariana, mas sim pôr-lhe fim e impor as receitas neoliberais (como está a acontecer no Brasil e na Argentina), com tudo o que isso significará para as maiorias pobres da Venezuela. O que deve preocupar os democratas, embora tal não preocupe os media globais que já tomaram partido pela oposição, é o modo como estão a ser selecionados os candidatos. Se, como se suspeita, os aparelhos burocráticos do partido do governo sequestrarem o impulso participativo das classes populares, o objetivo da AC de ampliar democraticamente a força política da base social de apoio à revolução terá sido frustrado.

Para compreendermos por que provavelmente não haverá saída não violenta para a crise da Venezuela temos de saber o que está em causa no plano geoestratégico global. O que está em causa são as maiores reservas de petróleo do mundo existentes na Venezuela. Para os EUA, é crucial para o seu domínio global manter o controlo das reservas de petróleo do mundo. Qualquer país, por mais democrático, que tenha este recurso estratégico e não o torne acessível às multinacionais petrolíferas, na maioria, norte-americanas, põe-se na mira de uma intervenção imperial. A ameaça à segurança nacional, de que fala o Presidente dos EUA, não está sequer apenas no acesso ao petróleo, está sobretudo no facto de o comércio mundial do petróleo ser denominado em dólares, o verdadeiro núcleo do poder dos EUA, já que nenhum outro país tem o privilégio de imprimir as notas que bem entender sem isso afetar significativamente o seu valor monetário. Foi por esta razão que o Iraque foi invadido e o Médio Oriente e a Líbia arrasados (neste último caso, com a cumplicidade ativa da França de Sarkozy). Pela mesma razão, houve ingerência, hoje documentada, na crise brasileira, pois a exploração do petróleo do pré-sal estava nas mãos dos brasileiros. Pela mesma razão, o Irão voltou a estar em perigo. Pela mesma razão, a revolução bolivariana tem de cair sem ter tido a oportunidade de corrigir democraticamente os graves erros que os seus dirigentes cometeram nos últimos anos. Sem ingerência externa, estou seguro de que a Venezuela saberia encontrar uma solução não violenta e democrática. Infelizmente, o que está no terreno é usar todos os meios para virar os pobres contra o chavismo, a base social da revolução bolivariana e os que mais beneficiaram com ela. E, concomitantemente com isso, provocar uma ruptura nas Forças Armadas e um consequente golpe militar que deponha Maduro. A política externa da Europa (se de tal se pode falar) podia ser uma força moderadora se, entretanto, não tivesse perdido a alma.

 
Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

25 Comentários

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  1. Se Stalin fosse vivo mandaria

    Se Stalin fosse vivo mandaria liquidar Maduro por incompetencia, como fez com os anarquistas catalães do POUM de Andrés Nin em 1938. Como intelectuais e lideres politicos ainda defendem esse simulacro de regime nos seus estertores?

    E ainda qurem achar realizações em um governo que não consegue mais governar? É preciso ser cego e burro.

    Cuba, Bolivia e Equador são regimes com alinhamento de esquerda MAS funcionam, tem um trilho e seguem o rumo.

    A Venezuela de Maduro não tem mais rumo, é apenas o caos, em um dos paises que deveria ser dos mais ricos do mundo.

    Alias Cuba e Lula, que são entes racionais, não defendem mais o regime Maduro.

    Não importa a ideologia, o realismo deve vir em primeiro lugar, o camarada Stalin sabia disso perfeitamente.

    1. Não concordo com tudo que escreveu!

      O governo Maduro não foi uma continuação do governo Chaves, pois não foi preparado para isto, porem a sua confusão e caos está centrada naquestão do país ter as maiores reservas de petroleo do mundo e como sempre os Usa querem o controle total. Os usa sonham em dominar o mundo controlando TODAS AS RESERVAS DE PETRÓLEO EXISTENTE NO PLANETA!

      ESTA É A RAZÃO DE TODAS AS GUERRAS NO ORIENTE MÉDIO, SEM PRAZOS PARA TERMINAREM E CARACTERIZAREM-SE EM OCUPAÇÃO CONTÍNUA DESTES PAÍSES! Tambem foram tomadas providencias para que países como o Brasil, que apesar de não estar em guerra, pois não foi necessário, pois possue uma elite canalha, que vendeu o país a troco de 30 moedas de prata, pois o nosso preço sempre foi barato. Venderam-nos a trôco de morar em Miami! Os crápulas maiores, tipo do pessoal do plano real, já desfizeram-se de seus patrimônios aqui no Brasil, trocando pela usa e europa. E o Itaú compra tudo! No momento atual estão trocando os saques que aqui fizeram e levando para fora!

      O Maduro pode não ser “o cara”, mas que os usa estão desestabilizando a Venezuela, sim estão!

      1. Concordo.
        Qual é o país do

        Concordo.

        Qual é o país do mundo que tem grandes reservas de petróleo e não são aporrinhados 24 horas por dia pelos EUA?

        A Arábia Saudita onde um punhado de filhos da puta explora o povo e vive nababescamente com o apoio dos EUA que já controlam as reservas daquele país.

        NO Brasil, foi só o pré-sal se confirmar para nossos problemas começarem, e com apoio dos empresários vassalos dos eua que existem no brasil.

    2. Concordo com você, André,

      Concordo com você, André, infelizmente. O projeto do Chavismo, em que pesem alguns bons resultados iniciais, entrou em colapso devido à má gestão e à corrupção.  É verdade que existe uma manobra de desstabilização em andamento, mas o que torna a Venezuela vulnerável a esse tipo de manobra é exatamente a má gestão da economia, que leva o governo a perder sua base de apoio. Em escala menor foi o que aconteceu no Brasil. Agora, na Venezuela existe um problema adicional que é a total desmoralização da oposição “democrática”, que é incapaz de propor um projeto alternativo e tem um longo histórico de ações extra legais para derrubar o governo. Também a população se encontra muito dividida, o popularidade do Maduro é baixa, mas o prestígio do chavismo ainda é relativamente alto, enquanto que existe uma grande desconfiança da população com relação aos oposicionistas. É possível que o Brasil venha a evoluir para um quadro similar nos próximos anos, em consequência da polarização política da população e da fragilidade das instituições democráticas. 

      1. Venezuela

        “… o que torna a Venezuela vulnerável a esse tipo de manobra é exatamente a má gestão da economia, que leva o governo a perder sua base de apoio. Em escala menor foi o que aconteceu no Brasil.” O trecho destacado exemplifica nossa ignorância em temas políticos. Enquanto não aprendermos que o que nos torna vulneráveis é a nossa condição de país periférico, semicolonial, subdesenvolvido etc. não poderemos modificar nossa situação. Fazer com que a ment do ser “colonizado” enxergue sua própia condição é X da questão. Mas o comentário comete outra barberagem na seguinte afirmação: “Agora, na Venezuela existe um problema adicional que é a total desmoralização da oposição ‘democrática’, que é incapaz de propor um projeto alternativo e tem um longo histórico de ações extra legais para derrubar o governo.” Como assim? O que nos diferencia da Venezuela nesse aspecto? A desmoralização, a falta de projeto alternativo ou o longo histórico de ações extralegais? Penso que nenhum.

        1. São dois questionamentos que

          São dois questionamentos que fazem sentido.

          No que se refere ao primeiro, concordo parcialmente, a situação de país periférico nos torna vulneráveis a campanhas de desetabilização, tudo bem até aqui. Mas uma campanha dessas só funciona se a economia estiver sendo mal administada. O tio SAM gostaria muito de destabilizar a Bolívia ou o Equador. No entanto, a economia desses países é melhor administrada, a Bolívia, por exemplo, tem uma das maiores reservas cambiais do mundo, em relação ao PIB, enquanto que a Venezuela não se preocupou em criar essas reservas durante o período do bonança. Da mesma forma, a Venezuela estatizou um número absurdo de empresas, sem nenhuma preocuação com gestão ou eficiência, enquanto que a Bolívia estatizou somente setores estratégicos e, em alguns casos, optou-se por NÃO ESTATIZAR a empresa, deixando-a falir e criando outra (caso da aviação civil). A estatização sem critério realizada na Venezuela não só piorou a produtividade mas também causou aumento da dívida. Da mesma forma, a Venezuela colocou em prática uma política cambial absurda, que matou o pouco que havia de indústria local ao baratear exatamente as importações de produtos essenciais.

           

          Quanto ao segundo comentário, acredito que você deva se informar melhor sobre a história de Venezuela. Em que pese a ilegitimidade do atual governo, o golpe de estado foi dado através das instituições existentes, e, aliás, o Congresso que derrubou a Dilma foi eleito pelo voto popular. Evidentemente o governo atual é ilegítimo, mas não se trata de um Pinochet. Da mesma forma, o PT, enquanto esteve no poder, não se desviou nenhum milímetro dos princípios básicos da democracia, apesar dos ataques brutais a que foi submetido pela imprensa. Na Venezuela, tanto o chavismo quanto a oposição tem demonstrado um grau crescente de radicalismo e de desrespeito à soberania popular, e ambos vem recorrendo à violência em escala impensável, mesmo no Brasil de hoje. A oposição tentou tirar o chavismo do poder pela força em 2002 (com um golpe de estado), 2003(com um lock out), 2013 (manifestações de rua violentas após a eleção de Maduro) e agora de novo. As manifestações da direita são muitas vezes violentas e uma parte substancial dos mortos na Venezuela são da responsabilidade dos manifestantes.  A oposição coxinha no Brasil é um primor de bom comportamento se comparada à oposição de direita da Venezuela. O chavismo também foi se tornando mais intolerante com a oposição a partir de 2006-07, com prisões de líderes oposicionistas e com o uso intensivo do lawfare que nós tanto criticamos. Então, ainda há uma grande diferença entre a situação nos dois países. Por outro lado, sou o primeiro a reconhecer que a situação no Brasil pode degenerar para um tipo de polarização similar ao da Venezuela. Democracia precisa da existência de esquerda e direita e precisa também que todas as tendências reconheçam a expressão da vontade popular, através das eleições. Na Venezuela, a última coisa que chavistas e oposicionsistas querem  saber é de soberania popular. No Brasil a situação é um pouco mais complexa, a direita me parece algo hesitante em fazer a transição para um regime de força, e as liberdades individuais permanecem, não sei por quanto tempo. Eu não sei também até que ponto a direita está disposta a aceitar uma eleção limpa e um eventual resultado adverso em 2018, mas também não vejo a direita preparada para uma ditadura estilo Pinochet, mas só Deus sabe qual vai ser o efeito dessas reformas sobre a classe média, e, sobretudo, a classe trabalhadora.

           

          1. Os EUA não só não tem nenhum

            Os EUA não só não tem nenhum interesse em desestabilizar a economia do Equador como colaboram com essa economia

            pela circulação de dolares americanos como moeda nacional do Equador, por força de acordos bilaterais.

            Isso só é possivel por acordos de cooperação entre o Banco Central do Equador e o Federal Reserve Bank of Nw York.

            Em 2013 foi realizada uma conferencia entre o Fed e o Banco Central do Equador, em Quito, com grande sucesso.

            A maior parte da produção de petroleo do Equador, maior fornte de exportação do Pais, vai para os EUA.

    3. Venezuela

      “…em um dos paises que deveria ser dos mais ricos do mundo.” A frase destacada tem duplo sentido e o comentário, talvez involuntária ou inconscientemente, sinaliza nesse caminho. A esta altura, derrotar Maduro e o que resta do chavismo é, de fato, entregar a Venezuela e seus recursos naturais aos “mais ricos do mundo”.

    4. Posso estar enganado, mas

      Posso estar enganado, mas qual é o tamanho das reservas de petróleo de Cuba, Bolívia e Equador? Será que juntando os três chega a 5% das reservas da Venezuela?

      O Brasil era aquele negócio que não cheirava nem fedia até quando não tinha petróleo, foi só o pré-sal se confirmar para não termos mais sossego. Penso que seremos a Venezuela amanhã.

      Talvez pior porque lá parece que os caras tem mais sangue nas veias do que aqui, até fecharam a globo de lá. 

       

    5. Não sou profundo conhecedor

      Não sou profundo conhecedor da realidade da Venezuela, mas sempre tive a forte impressão que as coisas não andaram bem por lá desde muito tempo. Antes do chavismo, quem ocupava o poder somente se preocupava em encher os próprios bolsos e se lixava para colocar em prática um projeto nacional para o país. Vejo que com o chavismo isso não mudou. Um fato ocorrido alguns anos atrás sempre me lembra disso: em linhas gerais, os veículos blindados do exército venezuelano foram modernizados (ou reformados?) pela indústria local; quando começaram a entregar as primeiras unidades, descobriu-se, que, as torretas (onde estão instalados o armamento mais pesado), não giravam da forma que deveriam, tinha movimentação limitada! Inacreditável não é mesmo? E bem observado pelo Sr André, o posicionamento de Lula e do governo cubano, é esclarecedor. 

  2. Quando quer atacar alguém por

    Quando quer atacar alguém por qualquer motivo os EUA propõe uma Resolução na ONU e, dependendo do caso, requisita tropas de outros Estados.

    A Venezuela está sendo atacada pelos agentes norte-americanos. Portanto, Nicolas Maduro deveria requisitar uma Resolução e tropas de outros Estados para atacar os EUA.

    Simples assim.

  3. EUA, piece of shit do mundo

    Os EUA acabam de anunciar sanções pessoais contra Maduro em represália à criação da Assembleia Nacional Constituinte.

    Inadimissível a interferência da superpotência militar em um país soberano, que é militarmente mais fraco, inofensivo e economicamente falido. Os caras precisam de guerra só pra gastar bala.

    Todo apoio à Venezuela nesse transe absurdo contra o arbítrio.

    1. As sanções são dentro dos

      As sanções são dentro dos EUA, é materia soberana de qualquer Pais, não há invasão ou interferencia dentro da Venezuela.

  4. Como a esquerda na AL pôs os ganhos sociais a perder…

    …por meio de intervenções econômicas voluntaristas. Basta ver que países governados pela esquerda e que não promoveram arrasos econômicos, como Bolívia e Equador, permaneceram governados pela esquerda, ao passo que países nos quais a esquerda afundou a economia, como Brasil, Argentina e Venezuela, acabaram voltando a ser governados pela direita (ou então entraram em convulsão, como nesse último país). Não há programas sociais que bastem quando se destrói a economia de um país. No caso venezuelano, a aposta de todas as fichas no petróleo – enquanto os demais setores econômicos que não dependiam do governo eram sufocados – foi um suicídio inexplicável para o país. É possível SIM implementar bons programas sociais sem adotar políticas econômicas irresponsáveis: vide o primeiro mandato de Lula. Infelizmente, a falsa, artificial e nociva oposição entre política social e política econômica responsável conduziu a América Latina, mais uma vez, ao atraso.

    1. Diziam que era só tirar a

      Diziam que era só tirar a Dilma e o PT que nossos problemas estariam resolvidos. Penso que você acreditou.

      Depois que tiraram a Dilma o PIB caiu mais uns 5%, no mínimo, e o rombo da dilma que era de R$ 95 bi virou R$ 170 bi e se mantém em R$ 170 bi, se não subir mais, em 2017. E já estão aumentando os impostos.

      Então, pare com esta lenga lenga de que a esquerda destruiu economia.

      1. Jossimar, destruir é mais fácil que reconstruir

        Quanto tempo você demora juntando dinheiro para comprar um apartamento e quanto tempo leva para gastar tudo em uma esbórnia desenfreada? São lições da vida que deveriam valer para qualquer governo. O governo Temer é uma grande porcaria, mas não se esqueça quem nos guiou para o buraco.

  5. Só pessoas muito doentes

    Só pessoas muito doentes evocam Stalin, um paranoico assassino, responsável por milhoes de mortes de cidadãos soviéticos durante seu reinado de terror.

    Em Cuba houve uma revolução. Na Bolívia uma ruptura democrática profunda. Na Venezuela não houve revolução e o regime de Maduro é um desastre completo e é o principal responsável pelas tremendas necessidades que passam a maioria da população venezuelana. A Venezuela era um país rico, e o regime chavista melhorou a situação de desigualdade social característica de muitos anos de dominação de uma direita muito lacaia dos interesses da industria petrolífera americana. Mas a desigualdade na Venezuela era menor que no BRasil, nas décadas de 50 a 70.

    Hoje é o caos. Um regime muito mais autocrático e corrupto que democrático. Um culto à personalidade horroroso, já no tempo do Chaves, que falava na rádio 5 horas por dia no mínimo, em cadeia nacional. Eu sei porque estive várias vezes na Venezuela. A tal da Assembleia Constituinte é uma alternativa golpista à própria constituição aprovada democraticamente na década chavista.

    Uma tragédia e mais nojento é a defesa de uma certa esquerda do regime de Maduro. Que só sobrevive porque as Forças Armadas e suas famílias têm privilégios vários, o primeiro dos quais é alimentar-se 3 vezes ao dia, ao contrário da maioria dos demais civis. Comunistas, PT, PSOL são uma desgraça ao apoiar um regime tão desastroso e autocrático.

    A crise da esquerda é uma realidade. Uma outra tragédia, haja visto a falta de resistência popular à tragédia brasileira do governo temer.

    Que tristeza!

     

    1. Os militares mandam na Venezuela hoje

      Assim como esses mesmos militares mandavam na Venezuela antes de Chavez. O que mudou foi apenas o rótulo, de ‘direita’ para ‘esquerda’. Basta mudar de rótulo que os mesmos crimes antes denunciados passam a ser aceitos.

    2. Deixa de exagero e pieguice,

      Deixa de exagero e pieguice, rapaz. Stálin foi um dos dos maiores figuras do século XX. Teu histrionismo não tem o condão de alterar essa realidade. 

      Antecipando-me ao que é comum nas tréplicas quando faço esse tipo de ressalva, aviso que tal reconhecimento não significa a negação dos seus crimes. Crimes que de resto em menor ou igual escala foram cometidos por outras personalidades desse conturbado século XX. 

      Também se faz necessário realçar que ele teve seus méritos, sim. O principal liderar elevar um país multifacetado em termos etnicos e culturais, além da face semi-feudal, ao nível de potência rival dos EUA. Isso após a derrota infringida à Alemanha nazista ao custo de mais de 20 milhões de vitimas. 

      1. Stalin foi uma das maiores

        Stalin foi uma das maiores figuras do século xx, assim como Hitler, apenas porque foram importantes no contexto da história do século. Mas como você mesmo afirmou, Stalin cometeu CRIMES contra a humanidade exatamente iguais aos de Hitler.

        Ambos foram criminosos da pior espécie. Um praticou barbáries por ideologia e o outro por etnia. Em suma, dois psicopatas.

      2. Sua defesa de Stalin

        Em primeiro lugar, quem é o Sr. para me chamar de rapaz? Se calhar sou mais velho que si e acho que todos os comentadores aqui devem dar um tratamento formal uns aos outros, para que se debatam ideias.

        Para mim, que fui e sou militante de esquerda desde os 16 anos (e tenho 66) mas já não partidário, Stalin é a personificação da destruição trágica da utopia comunista. Seu regime, que confirmou a previsão pessimista de Rosa Luxemburgo, está na base do desmoronamento de um idela pelo qual tantos lutaram.

        Muitos dos mortos soviéticos na 2ª guerra mundial devem-se à sua paranóia e inépcia como comandante supremo, e também como chefe de governo, ao implementar o indefensável pacto com Hitler em 1939 e ao acreditar neste pacto, desprezando as informações fidedignas dos espiões soviéticos ( depois fuzilados para não desmentirem o líder supremo) da iminente invasão alemá em 41.

        É triste ainda ver que persistem, mas já poucos, é verdade, os defensores de um líder comunista tão culpado do desastre do ideal que dizia defender.

        Mas a verdade é que já na concepção de partido em Que Fazer? e na destruição da democracia soviética nos primeiros anos da revolução, o modelo stalinista já ia se impondo.

        Enfim, isto já é outra discussão.

        Cumprimentos aos leitores

         

         

        1. Em primeiro lugar, esse

          Em primeiro lugar, esse tratamento de “rapaz” nada tem a ver com a idade cronológica, e sim,  aum vocativo, ou seja, uma invocação.

          Segundo, tratamento formal entre comentaristas por quê e para quê? Pedindo vênia a V.Exª:  isso seria frescura. 

          Terceiro: ser ou não ser ou ter sido militante de Esquerda não te faz o dono da verdade. Idem para a idade. Esta nos dá , sim, a temperança(ou deveria dar) e um cabedal de experiências que se bem utilizadas podem fazer alguma diferença.

          Quarto: onde defendi o regime de Stálin? Onde enalteci-o como ser humano, ou seja, dissociado do personagem? Tu não leste a ressalva : aviso que tal reconhecimento não significa a negação dos seus crimes?

          Quinto: é inegável, sim, que cometeu erros crassos como líder e condutor da URSS na II Guerra. Agora, o Pacto Molotov-Ribbentrop tinha sua lógica, sim. Stálin esperava a quaquer tempo uma agressão do ocidente(se era paranóia ou não, isso é outra história) e o acordo buscava criar uma zona “tampão” à custas da metade oriental da Polônia. Seu erro foi confiar em Hitler ignorando as já claras intenções expansionistas do mesmo. 

          Quinto: esses erros, incluindo os relacionados com a condução da guerra, não eclipsam sua capacidade de liderança, coragem pessoal( em especial a tenacidade) e a sagacidade devidamente reconhecida tanto por Roosevelt como por Churchill. 

          Sexto: sobrelevar o registro histórico não pode ser confundido com defesa ou justificações. De forma criminosa ou não o certo é que levou um país semi-feudal e desacreditado à condição de potência durante mais de quarenta anos.

          PS: apesar de irrelevante informo: tenho 62 anos, 5 meses e 6 dias.

           

           

           

           

    3. eheheheh, bom mesmo é o

      eheheheh, bom mesmo é o brasil.

      Só gostaria de saber qual é a diferença entre o Brasil e a Venezuela.

      Deve ser porque o governo Maduro foi eleito e o nosso chegou a presidência através de golpe de estado.

      Penso que o povo venezuelano tem muito mais culhão do que os brasileiros. por isto, temos o governo que merecemos.

      povo bandido com governo bandido.

  6. Não tenho nenhuma credencial

    Não tenho nenhuma credencial para discutir a crise venezuelana. Aliás, poucos tem. Os que dependem do noticiário das mídias locais, em especial as da Organizações Globo, se submetem a um processo de lavagem cerebral tal o nível de comprometimento das mesmas. Não são só parciais: são escandalosamente tendenciosas. 

    Agora o patético e risível é um governo usurpador-golpista-corrupto como é o do Brasil querer dar lições de moral a Venezuela. 

     

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