Embraer espera resposta do governo Temer para negociar sua venda à Boeing

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Antônio Milena/ABr 
 
Jornal GGN – Como parte das estratégias de interesse nacional dos Estados Unidos sobre o mercado mundial, a fabricante norte-americana de aviões Boeing tenta há anos derrubar a sua principal competidora, a Airbus. E peça central nessa disputa é a aquisição da brasileira Embraer, terceira fabricante área do mundo.
 
Além de ficar atrás apenas das gigantes Boeing e Airbus, a Embraer fechou a cartela de vendas de 2016 com mais de R$ 21 bilhões de receita, grande parte com as vendas de pedidos firmes e com uma meta ainda maior: o chamado Desafio 200.
 
Neste ano, apesar dos cenários de crises econômicas no Brasil e no mundo, e de ter sido alvo das investigações da Justiça norte-americana e pela Comissão de Valores Mobiliários do país, chamada de Securities and Exchange Commission-SEC, a Embraer fechou o terceiro trimestre de 2017 com US$ 18,8 bilhões na carteira, superior ao segundo trimestre. 
 
Na bolsa de Nova York, a Embraer não registrou resultados satisfatórios, com Lucro por ação de R$ 0,4773 no terceiro trimestre deste ano. Mas não atrapalhou o interesse das concorrentes. Foi na  Dow Jones que surgiu o anúncio, divulgado nesta quinta-feira (21), de que a Boeing mantinha negociações mais intensas com a Embraer para a compra da empresa brasileira.
 
“Se concretizada, a aquisição fortaleceria a participação da Boeing no mercado nacional de jatos e também impediria que a Airbus tentasse a mesma medida”, informou a publicação Dow Jones Newswires, em quase tom de comemoração.
 
A publicação não trouxe muitos detalhes sobre a negociação, que ocorreria de forma cautelosa. Mas em meio às suspeitas da transação, a resposta para o seguimento das tratativas partia do governo federal, atualmente sob o comando de Michel Temer, que vem adotando uma política de abertura do mercado nacional.
 
A Embraer precisaria da confirmação do governo, uma vez que este possui a chamada “golden share”, que dá ao governo federal o poder de vetar transações como esta. 
 
A reportagem da Dow Jones informou com base em fontes não identificadas. O GGN apurou diretamente com a assessoria de imprensa da Embraer, que confirmou o andamento das conversas junto à Boeing. “A Boeing e a Embraer confirmaram hoje que as empresas estão em conversações a respeito de uma potencial combinação, cujas bases ainda estão em discussão”, informou, em comunicado.
 
“Não há garantias de que estas discussões resultarão em uma transação. Boeing e Embraer não pretendem fazer comentários adicionais a respeito das discussões. Qualquer transação estaria sujeita à aprovação do governo brasileiro e das agências reguladoras do Brasil, bem como dos respectivos conselhos e dos acionistas da Embraer”, esclareceu a fabricante brasileira ao GGN.
 
O comunicado tfoi cauteloso, ressaltando que as informações eram referentes a “perspectivas futuras”, que “podem estar sujeitas a Risco e Incerteza”. “A Boeing e a Embraer não podem garantir que essas perspectivas futuras se revelem corretas. O leitor não deve confiar totalmente em tais declarações futuras, pois informações aqui contidas referem-se apenas ao material divulgado neste release”, ainda pontuou. 
 
De acordo com apurações feitas pelo GGN junto a interlocutores da companhia, a entrega da fabricante de aviões representa um risco direto não apenas aos negócios estimulados dentro do país, como também a um setor estratégico de Defesa do Brasil, uma vez que é responsável pela fabricação de aeronaves militares.
 
Apesar da falta de justificativas para a intenção das negociações no comunicado, o relatório do 3º trimestre de 2017 da fabricante brasileira de aviões revelou algumas preocupações: em comparação ao ano passado, houve uma queda de 16% na receita líquida dos meses de Julho a Setembro.
 
Ainda, com as perspectivas de operação do primeiro jato bimotor de médio alcance da linha E-Jets E2 no próximo ano, e consequente aumento dos custos de fabricação destas aeronaves, a expectativa para 2018 não era de um salto em receita líquida da empresa nacional.
 
“A Embraer espera que 2018 seja um ano de transição, com a entrada em operação do primeiro modelo E2, o E190-E2, aliada a um mercado ainda estável nos segmentos de Aviação Executiva e de Defesa & Segurança. Nesse cenário de transição e de aumento de custos com as primeiras entregas do E2, a Companhia estima que em 2018 sua Receita líquida seja de US$ 5,3 a US$ 6,0 bilhões, com 85 a 95 jatos entregues pela Aviação Comercial e 105 a 125 jatos entregues pela Aviação Executiva”, informou, no relatório.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

35 Comentários

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  1. Ja disseram que um dos

    Ja disseram que um dos objetivos dos estadunidenses seria solapar empresas nacionais para as comprarem na bacia das almas, um dos exemplos citados foi a própria boing, dito isso, não consigo acreditar que sabendo do enredo dessa palhaçada os seguimos bovinamente. È estarrecedor…..

  2. Governo Temer em mais um ato

    Governo Temer em mais um ato de TRAIÇÃO. Querendo estabelecer a famosa PARCERIA CARACU. Os americanos entram com a CARA os brasileiros com o C*****

    1. Mais que uma jóia da coroa. A

      Mais que uma jóia da coroa. A esperança de termos no futuro uma indústria aeronáutica se escól, com tecnologia própria. Inclusive para fabricação de aeronaves militares de alta tecnologia.

  3. Primeiro, a marinha assistiu

    Primeiro, a marinha assistiu passivamente a destruição do programa do submarino nuclear a prisão de um almirante atendendo a interesses gringos; depois, o exército foi brincar de soldado na selva junto com “observadores” ianques; e agora, a aeronáutica vai ficar alheia à entrega da EMBRAER? Com forças armadas assim para defender a soberania nacional, quem precisaa de inimigo externo?

  4. Embra(ja)era

    A maior parte dos avioes hoje sao feitas na China e EUA , desde os tempos de Collor . 

    michel, o pequeno , ha tempos solicitou estudos juridicos para se livrar das Golden share que o governo brasileiro ainda detem.

    A diretoria da Embraer ve com preocupaçao a entrada no mercado de concoreentes chinesas alem da Honda , mais seguro darem a Cia em troca de açoes da Boeing , nao foram eles que prometeram que a cia nunca seria vendida a estrangeiros .

    Ontem mesmo as açoes da  Embraer foram retiradas das bolsas .

    Portanto Ozires Silva e todas as equipes que voaram de bandeirante nos primordios da empresa devem estar bem felizes !

    1. Embra(ja)era…..

      Ainda bem que nos comentários percebe-se que o Brasileiro acordou. A mesma Boeing, que não aceitou repassar tecnologia estratégica dos seus aviões. Transferência tecnológica que será conseguida pelo negócio efetuado com os Gripen Suecos. Võos regionais são o filão deste século. E a marca e reconhecimentos brasileiro tem muito mais capilaridade e aceitação na maioria dos países. Mulçumanos, africanos , latino americanos, antigas repúblicas comunistas que tem certa aversão ao imperialismo norte -americano. A Bombardier já estava falida. A preocupação de Boeing e Airbus é com os chineses e russos. Querem enxugar mercado, nos tirando da concorrência. Dois Dinossauros subsidiados, é o que são. Será que começaremos a enxergar a Potencia Comercial e Industrial ao qual nos negamos? A Azul trabalhando com aviões Embraer, mostra o potencial que nos aguarda. Será que finalmente percebemos a revolução possível através da industrialização nacional ou seguiremos implodindo Empresas Brasileiras, como Odebrecht ou JBs, em sabotagens como ‘Carne Fraca”? Acordemos Brasil.    

  5. Os abutres

    Da REDE BRASIL ATUAL

     

    “VOO BAIXO

    ‘Desigualdade existe porque o capital é a prioridade, não os direitos humanos’

    Vinte e cinco anos após a descoberta dos Arquivos do Terror, que denunciaram a existência da Operação Condor, o advogado paraguaio Martin Almada diz que seus princípios da ação continuam vigentespor Sarah Fernandes, para a RBA publicado 22/12/2017 08p6, última modificação 22/12/2017 08p7

    São Paulo – Em 22 de dezembro de 1992, há exatos 25 anos, ocorria um fato que mudaria para sempre a história política da América Latina: o advogado paraguaio Martín Almada, acompanhado pelo juiz José Agustín Fernández, encontrava quatro toneladas de documentos sobre atividades da polícia secreta paraguaia na ditadura de Alfredo Stroessner, que governou o país por 35 anos (de 1954 a 1989). Os papéis ficaram conhecidos como Arquivos do Terror e denunciaram ao mundo à existência da Operação Condor, uma aliança política entre os vários governos militares da América Latina, com respaldo da CIA (Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos), para coordenar a repressão a opositores e eliminar seus líderes.

    Dias antes, Almada havia recebido uma ligação de uma testemunha que o orientou onde estariam os arquivos: em uma pequena delegacia no interior do país. O advogado apenas buscava provas de que ele próprio havia sido torturado e que sua mulher, Celestina Pérez de Almada, fora assassinada. Porém, comprovou a existência de uma aliança multinacional para aniquilar opositores políticos. Anos depois, restabelecida a normalidade democrática naqueles países, os mesmos documentos serviram de base para a atuação das respectivas Comissões da Verdade, que por sua vez levaram à punição de diversos militares.

    A descoberta rendeu a Almada o Prêmio Nobel Alternativo em 2002 e marcou sua trajetória de décadas de luta pelos direitos humanos.

    Em entrevista à RBA, Almada, 80 anos, defende que parte dos interesses da Operação Condor continua vigente na América Latina, interferindo em governos populares para fortalecer grandes grupos econômicos estrangeiros e neoliberais. “Essa é a característica da nova fase do Condor: permitir que grandes empresas ocupem as ruas e os meios de comunicação de massa”, diz o advogado, que publicou em 2015 seu último livro sobre o tema, chamado O Condor Segue Voando. “Impera uma concepção econômica e neoliberal vinculada ao endividamento externo”, explica.

    A atual crise política de Honduras, o golpe parlamentar contra o presidente paraguaio Fernando Lugo, em 2012, e o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff em 2016 são, para Almada, “golpes brancos” com interesse de devolver a América Latina à posição de colônia. “Os governos atuais do Brasil e da Argentina estão alinhados com grandes empresários”, diz. “Fundações dos Estados Unidos se articulam para enfraquecer governos de esquerda e abrir espaço para empresários defensores do livre mercado. A derrubada de Dilma foi apoiada por organizações como o Instituto Millenium, que recebe recursos do Bank of América Merrill Linch.”

    Confira a entrevista:

    Como esta descoberta (sobre os Arquivos do Terror) influenciou o desenvolvimento da democracia nestes países?

    A Argentina foi o país que até pouco tempo atrás liderou a defesa dos direitos humanos na América Latina. Outros países do Cone Sul seguiram com militares nostálgicos da ditadura e promoveram uma transição de regimes supostamente democrática, gradual e segura. Apesar do descobrimento dos Arquivos do Terror e da Operação Condor, que comprometem os genocidas da região, impera em muitos países um pacto de silêncio, que na prática significa um pacto de impunidade. O descobrimento dos Arquivos do Terror deu lugar a uma democracia de fachada.

    Em muitos países da América Latina o Judiciário acaba dando suporte ao Poder Executivo e ao Congresso Nacional e criando brechas jurídicas, algumas inclusive para atender interesses estrangeiros, sobretudo dos Estados Unidos. O Poder Judiciário no Cone Sul é o mais caro do mundo, apesar de não ser um dos mais eficientes e de não ter promovido o desenvolvimento esperado da democracia.

    O senhor afirma em seu livro que a Operação Condor não acabou. De que forma ela segue atuando na América Latina hoje em dia?

     

    ARQUIVOMartin Almada 1.jpgO advogado Martín Almada, que descobriu documentos que comprovaram a existência da repressão coordenada entre países da América Latina

     

    Uma das provas de que o “Condor segue voando” são os sucessivos ataques à democracia na região. Entre eles estão o golpe militar em Honduras em 2009 contra o então presidente Manuel Zelaya, o golpe parlamentar contra o governo constitucional de Fernando Lugo no Paraguai em 2012 e, nas últimas três semanas, a vitória contestável do conservador Juan Orlando Hernández para a presidência de Honduras, um candidato apoiado pelo governo norte-americano que se impôs provocando repressão e mortes.

    A cada dois anos, exércitos de pelo menos 20 países das Américas se reúnem na Conferência de Exércitos Americanos (CEA). Há fortes indícios de que na 21ª edição, ocorrida em 1995, em Bariloche (Argentina), os participantes trocaram listas de nomes de pessoas de toda a América Latina consideradas subversivas. Esteve presente o ditador chileno Augusto Pinochet, que foi o único a não apoiar a democracia, com o argumento que o comunismo poderia se esconder atrás dela. A conferência se apresenta publicamente como uma ação para levar apoio aos mais necessitados, mas se omite totalmente da reparação de pessoas vítimas de terrorismo de Estado.

    Outro indício de que os interesses da Operação Condor persistem é o funcionamento da Escola das Américas (instituição fundada em 1946, no Panamá, para treinar soldados latino-americanos em técnicas de guerra e contra insurgências. O centro funciona na Geórgia, nos Estados Unidos, desde 1984 e atualmente foi rebatizada de Instituto de Cooperação e Segurança do Hemisfério Ocidental). O padre católico norte-americano Roy Bourgeois – que há 25 anos montou um movimento contra a instituição, a chama de “Escola de Assassinos” – e defende que diversos torturadores e violadores de direitos humanos se formaram ali.

    Que tipo de interferência os Estados Unidos exercem sobre a América Latina hoje e como ela se alterou desde a Operação Condor?

    Algumas fundações norte-americanas se articulam para enfraquecer a permanência de governos de esquerda na América Latina, para abrir espaço para empresários reacionários defensores do livre mercado. A derrubada da ex-presidenta Dilma Rousseff, por exemplo, foi apoiada por organizações não governamentais como o Instituto Millenium, do Rio de Janeiro, que desde 2006 recebe apoios financeiros de grandes corporações, como o Bank of América Merrill Linch, Grupo RBS e Grupo Gerdau.

    Ainda no Brasil, foi fundado o Instituto Liberal pelo magnata Donald Steward, cuja fortuna se deve em parte a contratos firmados com governos ditatoriais. Vale recordar que a General Motors facilitou a Stroessner, os centros móveis de tortura, com carros do modelo Chevrolet Custom. Foi lá que me acusaram de organizar um atentado contra a vida do ditador e de sequestrar seus colaboradores para prendê-los em uma suposta prisão. Essa é a característica da nova fase do Condor: permitir que grandes empresas ocupem as ruas e os meios de comunicação de massa.

    Em seu livro, o senhor cita os trabalhos dos ciberativistas Edward Snowden e Julian Assange. Qual seria a relação de seu trabalho com o deles?

    Tanto eu como Assange e Snowden nadamos contra a corrente imperial e nos propusemos a defender a privacidade das pessoas e suas liberdades básicas, como o uso de telefone e e-mail. Entre 1972 e 1974 desenvolvi minha tese de doutorado na Universidade argentina de La Plata, chamada Paraguai: Educação e Dependência, na qual denunciei um processo de vigilância massiva dos Estados Unidos no Paraguai para espionagem política, a fim de evitar explosões sociais e a derrubada da ordem política e econômica. Tratava-se do Plano Camelot, uma ação norte-americana desenhada para evitar revoltas sociais e supostamente garantir a paz. Como resultado da denúncia foi constituído, entre 26 de novembro de 1974 e 26 de dezembro do mesmo ano, em Assunção, um tribunal militar que incluía representantes da Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai.

    Edward Snowden, em julho de 2013, utilizando alta tecnologia e por meio dos jornais The Guardian e Washington Post, tornou público documentos considerados altamente secretos da Agência de Segurança Nacional (NSA) norte-americana sobre vigilância. Com provas, ele demonstrou como os Estados Unidos espionam o mundo. O programador Assange é especialista em filtrar documentos secretos em nível mundial e é o criador do site Wikileaks, um farol de transparência a serviço da humanidade. De alguma forma, ele e Snowden confirmaram o descobrimento realizado várias décadas antes por mim.

    Essas denúncias tiveram um preço, não?

    A ousadia foi paga com o exílio: o meu, em Paris, em 1980, o de Assange, em Londres, em 2012, e de Snowden. em Moscou, em 2013. A mim a denúncia custou também 30 dias em uma sala secreta, o assassinato da minha primeira esposa, Celestina Perez Almada, e o confisco de nossos bens. Passei meses em condições sub-humanas em delegacias e no campo de concentração “Emboscada”, que ficava a 45 quilômetros de Assunção, junto com minha filha Celeste, então com seis anos. Sofri um exílio de pelo menos 15 anos, primeiro no Panamá e depois, na França.

    Minha detenção e tortura ocorreram em 26 de dezembro de 1974. O tribunal militar classificou meu delito como terrorismo intelectual. Na época, parte da Igreja Católica lutava contra a ditadura e o tribunal responsabilizou a Universidade Católica de ter me facilitado o acesso aos livros de Paulo Freire, que pregava um modelo de educação que eu aplicava na escola Instituto Juan B. Alberdi, no Paraguai, onde era diretor. Nunca denunciei ninguém, nem durante a tortura com choques elétricos.

    Como você vê a ascensão de movimentos de direita e extrema-direita na América Latina?

    É evidente que o futuro da humanidade está ameaçado, assim como a própria democracia. Existe um domínio absoluto dos mercados sobre o Estado e o dinheiro passou a ser um valor supremo sem princípio ético e sem respeito à dignidade humana. Vivemos em uma democracia de baixa intensidade, em uma sociedade manejada por escravocratas que enganam o povo. São exemplos Carlos Menem e Mauricio Macri, na Argentina, Ricardo Lagos e Michelle Bachelet (Chile), Juan Manuel Santos (Colômbia), Enrique Peña Nieto (México), que se mantiveram no poder com apoio dos Estados Unidos.

    Concordo com o pesquisador argentino Atilio Boron, que defende que o objetivo estratégico de Washington, com seus “golpes brancos”, é fazer com que a América Latina regresse à sua condição neocolonial. Esta desigualdade vem de um sistema que tem o capital como prioridade e não os direitos humanos. Já não é tempo de impérios coloniais, nem colônias, nem ditadura de grandes empresas multinacionais. É tempo de povos livres e de dignidade.

    Que cicatrizes nos deixou a Operação Condor?

    São muitas. Os detidos desaparecidos fazem falta a todos. Tentamos aceitar a ausência e sentimos uma dor que se dissemina no mundo como um pecado. A vida continua, mas com um vazio enorme e um dano permanente. Os desaparecimentos e as torturas nunca foram um fim em si mesmos, mas sim uma ferrenha medida para disciplinar. O esquecimento é como uma estranha morte que nos ausenta da história.

    Há muita memória, mas pouca história sobre a Operação Condor. É preciso ter claro que o Condor de ontem e de hoje são uma obra coletiva. Altos funcionários dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além das empresas multinacionais, são responsáveis pelas violações de direitos humanos na América Latina. Os que estão mais próximos ao poder são ainda mais responsáveis.

    Os governos da Argentina e do Brasil estão fazendo reformas sociais muito criticadas por sindicatos, movimentos sociais e pela população em geral. Como o senhor avalia esse tipo de retirada de direitos e essa sinalização de retorno ao neoliberalismo?

    Lamentavelmente, ambos os países estão sofrendo uma involução de suas conquistas sociais e econômicas porque seus governos atuais estão alinhamos com grandes empresários e grandes proprietários. Impera uma concepção econômica e neoliberal vinculada à lógica financeira e ao endividamento externo, escravo dos interesses das metrópoles estrangeiras. Tudo isso nos obriga a sair e tomar as ruas, como na época das ditaduras militares. A rebeldia dos oprimidos e explorados não é um delito, mas sim um legítimo protesto por justiça.

    No Brasil tivemos o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, que muitos consideram ter sido um golpe. O senhor acredita que os novos golpes se darão por meios jurídicos e pela imprensa?

    Hoje enfrentamos um inimigo diferente: não são os militares, mas sim os grupos multinacionais e os grandes meios de comunicação social que foram desenvolvendo diferentes formas de violar a Constituição nacional e a Declaração Universal de Direitos Humanos.

    Vivemos em uma época difícil porque muitas mentes se renderam ou simplesmente estão a venda pelo melhor preço. Repressores da ditadura passaram a ser, no Brasil e no Cone Sul, funcionários da suposta democracia. Por isso, não mudou a natureza corrupta do Estado e das grandes empresas privadas, mesmo que o regime tenha mudado. Eles seguem legitimando a violência que vivemos desde a década de 1960. Devemos globalizar a luta contra a Operação Condor. Devemos globalizar a esperança. “

    (http://www.redebrasilatual.com.br/mundo/2017/12/desigualdade-existe-porque-o-capital-e-a-prioridade-nao-os-direitos-humanos)

    SP, 22/12/2017 – 19:23

  6. Bode na sala

    Isso tudo é cascata do governo para se cacifar e dizer para a platéia: Jamais venderemos a Embraer. O famoso bode na sala para encobrir  entrega do Pré-Sal e a reforma da previdência. É isso. Aliás os desmentidos já começaram.

  7. Liberalismo: só tomamos no c*… quando vem a parte boa???

    1-As empresas multinacionais já entraram aqui e arremataram nossas reservas de Petróleo, conseguiram isenção de 1 trilhão em impostos…

    -ALGUMA EMPRESA BRASILEIRA ARREMATOU ALGUMA RESERVA DE PETRÓLEO NO IRAQUE, NOS USA, NA INGLATERRA, NA NORUEGA???

    -ALGUMA EMPRESA BRASILEIRA CONSEGUIU INSENÇÃO DE IMPOSTOS NOS USA OU INGLATERRA???

     

    2-Empresas multinacionais participaram do esquema de corrupção na Lava-Jato:

    -ALGUMA EMPRESA BRASILEIRA FOI ROUBAR LÁ NOS USA OU INGLATERRA E SAIU SEM SER INVESTIGADA???

     

    3-Vão levar a Embraer…

    -QUE EMPRESA BRASILEIRA ESTÁ ARREMATANDO OUTRAS GRANDES EMPRESAS ESTRANGEIRAS???

     

    4-Destruiram a indústria naval brasileira

    -QUANDO O BRASIL VAI INVADIR OUTROS PAÍSES E DESTRUIR A INDÚSTRIA LOCAL DELES… COM NOSSO LIBERALISMO SUPER AVANÇADO???

  8. Para preparar a compra da

    Para preparar a compra da EMBRAER pela Boeing, a empresa brasileira foi acusada de corrupção no Departamento de Justiça dos EUA, foi obrigada a fechar um acordo pagando US$180 milhões ao  DofJ e aceitar ser monitorada por dois fiscais do governo americano que ficam dentro de seus escritorios. Dai para ser vendida e desaparecer é um passo.

      1. O Aurélio

        Comentou sobre a venda subfaturada de aviões da Bombardier ao mercado “Americano”???. A Bombardier vai se submeter as leis americanas no Canadá como foi com a Embraer aqui no Brasil?

  9. Faltou alguma coisa.

    O motivo da venda da embraer foi o governo golpista não ter pago a parte que lhe cabia do projeto do jato militar o k-90, ou coisa parecida. Como já havia feito um contrato com a Boeing para distribuição do avião e  sem dinheiro,  ou vende ou quebra. O tal do meireles não tinha pedido para vender esta tal de “golden share”? Ainda não entrou no caixa único para cobrir o rombo de 160 bi e as faturas para manter o mandato.

  10. Wow bonitinho.
    Alguem se

    Wow bonitinho.

    Alguem se lembrou de informar pra Boeing que quem evitou 500 mortes do acidente com o aviao gigante poucas semanas depois da morte de Eduardo Campos foi Ivan Moraes?  E agora eles vao comprar compania nacional ROUBADA do povo brasileiro????????

    Minha vinganca sera de li ci o sa.

    Podem marcar no relogio, viu?

  11. judas Temer

     Só uma coisa, se realmente o governo cachorro brasileiro esta vendendo a Embraer, as Forças Armadas precisa tomar providencias.

  12. Provocações: argumentos EM FAVOR do caso

    Alguns argumentos favoráveis acerca da operação Embraer-Boeing, a partir de uma conversa com um colega do mercado financeiro:

    1) É preciso relativizarmos um pouco os excessos nacionalistas que tomaram conta das discussões e pensarmos mais friamente;

    2) A Boeing busca na Embraer (e vice-versa) uma forma de galvanizar a sua competitividade frente à agora mega concorrente Airbus-Bombardier/Bombardier-Airbus;

    2) Não se trata uma compra da Embraer pela Boeing. Trata-se de uma proposta de fusão;

    3) Por se tratar de uma fusão, o governo brasileiro pode-se tornar um acionista da Boeing;

    4) Em sendo acionista da Boeing, o Brasil poderia ter acesso privilegiado a uma infinidade de tecnologias, que, em condições normais, São José dos Campos (ITA, CTA, o corpo de engenharia da própria empresa) demoraria anos, senão décadas, para fornecer à Embraer;

    5) É preciso ser pragmático: o mercado de aviação comercial mudou e vai se tornar um desafio incomensurável, onde prevalecerão somente os gigantes, ainda mais com a entrada de chineses, japoneses e russos; 

    6) Nesse sentido, se, de um lado, é compreensível a reação nacionalista face à história e à importância estratégica da empresa,  por outro lado, é preciso FALAR ABERTAMENTE: a Embraer precisa de uma parceria forte para sobreviver.

    Ademais, posição do ex-ministro Ozires Silva: https://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/tendencia-e-de-crescimento-diz-fundador-da-embraer-sobre-possivel-fusao-com-a-boieing.ghtml

    Aberto às discussões.

     

     

    1. A EMBRAER não tem problema

      A EMBRAER não tem problema algum de SOBREVIVENCIA, esta solida financeiramente e tem quase 20 bilhões de dolares de encomendas. Não era o caso da BOMBARDIER que estava em má situação financeira.

      Fusão com a BOEING? Nada disso. A BOEING e oito vezs maior que a EMBRAER, quer comprar a EMBRAER pagando em ações, o Governo brasileiro NÃO é acionista  da EMBRAER, não vai receber ações da Boeing e mesmo se recebesse seria INSIGNIFICANTE o volume. Não é FUSÃO, é compra pagando em ações, o pior negocio que existe, a EMBRAER sera engolida pela BOEING e desaparecerá assim como desapareceram SETE empresas importantes compradas pela BOEING nos ultimos anos: De Havilland Australia, Hughes Aircraft, McDonell Douglas, North American Aviation, Piasecki Helicopter, RocketDyne, Stemann Aircraft.

      Qualquer pessoa minimamente experiente sabe que empresa absorvida por multinacional americana MUDA a cultura COMPLETAMENTE em seis meses, não fica nada igual, é preciso se ADAPTAR aos padrões da matriz em tudo, a EMBRAER vai perder completamente sua independencia, originalidade, cultura e bandeira, vai virar uma filial do Citibank.

      Muitos clientes da EMBRAER só compram porque a EMBRAER é brasileira, não comprariam se fosse americana, especialmente os aviões TUCANOS que tem uso militar.  Os EUA impõe condições de reserva tecnologica nas suas vendas aeronauticas e muitos paises não aceitam isso, a EMBRAER tem a simpatia de muitos clientes por NÃO ser americana.

      Simplesmente não é verdade que vender para a BOEING é o unico caminho para a EMBRAER, isso é mito de mercado.

      Quando a EMBRAER nasceu muitos disseram que era uma loucura, inviavel, o Brasil não tinha capacidade para fazer avião.

      É impressionante o complexo de inferioridade dos chamados “moços do mercado” no Brasil, esses que falam ingles com seus proprios filhos e se orgulham disso, achando que o Brasil é um lixo.

       

       

      1. A-29 Super Tucano

            Caro Andre.

            Os A-29 caso comercializados pela Embraer – Gavião Peixoto ( Brasil ), dependem de prévia anuencia do governo norte-americano para que se efetive a venda, pois muitos sistemas e peças são de origem e/ou patente americana, portanto sujeitas a regras do DoD, o caso da venda direta a Nigéria – embargada por Obama – explica a situação, assim como outras vendas diretas perdidas, e outras vencidas, como a para as Filipinas, que foram aprovadas.

             No KC-390 ocorrerá a mesma situação, tanto que no recente road show, após Dubai, a aeronave somente circulou por paises ( Forças Aereas ) constantes das “listas” 1 e 2 do DoD/DoS/NATO, ou seja : sem restrições.

             O jargão do mercado para o A-29 e para o KC-390 : no ITAR-free

             www.pmddtc.state.gov/regulations_laws/itar.html

        1. Não importa

          Os aviões brasileiros tem um enorme potencial de venda para os países associados ou ligados a esfera de influência americana. Os custos de adaptar um motor ou equipamento eletrônico são infinitamente menores que o custo de desenvolvimento de todo o avião. A Embraer ganha no valor agregado. E o ganho de tecnologia da engenharia Brasileira? Coma fusão o que acontecerá com a engenharia aeronáutica? Vai ser sucateada como a petrolífera e a civil brasileira?

      2. a….

        aureliojunior….. citando este ambargo do Obama sobre as vendas da Embraer, para países africanos com os quais temos muito mais influência e aceitação que os americanos, já mostra a tal da ‘parceria’ proposta por americanos. Parecria que ‘ontem’ não servia. Acora Terra da Inocência !!!

    2. O que você chamou de “Argumentos” são só divagações inúteis

      1) É preciso relativizarmos um pouco os excessos nacionalistas que tomaram conta das discussões e pensarmos mais friamente; [ISSO NÃO É ARGUMENTO]

      2) A Boeing busca na Embraer (e vice-versa) uma forma de galvanizar a sua competitividade frente à agora mega concorrente Airbus-Bombardier/Bombardier-Airbus; [ISSO NÃO É ARGUMENTO]

      2) Não se trata uma compra da Embraer pela Boeing. Trata-se de uma proposta de fusão; [QUANTA INGENUIDADE… COMO ESSE PESSOAL DO “MERCADO FINANCEIRO” É BOBINHO… QUE DÓ GENTE… É UMA FUSÃO… AINDA BEM… O NOME FAZ TODA A DIFERENÇA!]

      3) Por se tratar de uma fusão, o governo brasileiro pode-se tornar um acionista da Boeing; [QUAL SERIA O INTERESSE NISSO??? ABRIR MÃO DE UMA EMPRESA NACIONAL DE IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA PARA VIRAR ACIONISTA MINORITÁRIO DE UMA MULTINACIONAL… SE ALGUÉM TE CONVENCEU QUE ESSE É UM BOM NEGÓCIO VOCÊ É UM TROUXA. POR QUE NÃO FAZEMOS O OPOSTO??? A EMBRAER “FUNDI” A BOEING E DEPOIS ELA PASSA A SER ACIONISTA DA EMBRAER. LEMBRANDO QUE PRIVATIZAR NÃO É PARA ENTREGAR A EMPRESA À INICIATIVA PRIVADA??? COM ISSO O GOVERNO BRASILEIRO SERIA ACIONISTA DE UMA MULTINACIONAL… NÃO FAZ SENTIDO NENHUM ESSA JOGADA! O QUE IMPEDIRIA O GOVERNO BRASILEIRO DE SER ACIONISTA DA BOEING SEM PRECISAR ENTREGAR A EMBRAER???]

      4) Em sendo acionista da Boeing, o Brasil poderia ter acesso privilegiado a uma infinidade de tecnologias, que, em condições normais, São José dos Campos (ITA, CTA, o corpo de engenharia da própria empresa) demoraria anos, senão décadas, para fornecer à Embraer;[QUE TIPO DE AÇÃO DARIA DIREITO A REPASSAR TECOLOGIA???? E REPASSAR PRA QUEM??? A EMBRAER SERIA DELES!!! OU VOCÊ PENSA EM VENDER A EMBRAER PARA MONTAR OUTRA EMPRESA QUE RECEBERIA A TECNOLOGIA??? SIMPLESMENTE NÃO FAZ SENTIDO NENHUM!!! VENDER A TV PARA COMPRAR O VÍDEOGAME… DA PRÓXIMA VEZ QUE COMPRAR AÇÕES DA APPLE EU VOU PEDIR REPASSE DA TECNOLOGIA DO IPHONE.]

      5) É preciso ser pragmático: o mercado de aviação comercial mudou e vai se tornar um desafio incomensurável, onde prevalecerão somente os gigantes, ainda mais com a entrada de chineses, japoneses e russos;[QUANTA ASNEIRA… NÃO HÁ NENHUM TIPO DE AMEAÇA À EMBRAER… A EMPRESA VIVE UMA BOA FASE… NÃO EXISTE ABSOLUTAMENTE NENHUM INTERESSE EM FAZER ESSA FUSÃO POR PARTE DA EMBRAER… A EMPRESA ESTÁ NO SETOR DE AVIÕES MÉDIOS, NÃO TEM INTERESSE EM ENTRAR NESSE MERCADO E DISPUTAR COM OS GIGANTES… “VAI SE TORNAR UM DESAFIO INCOMENSURÁVEL”??? SEGUNDO QUEM??? ONDE VOCÊ VIU ISSO??? ] 

      6) Nesse sentido, se, de um lado, é compreensível a reação nacionalista face à história e à importância estratégica da empresa,  por outro lado, é preciso FALAR ABERTAMENTE: a Embraer precisa de uma parceria forte para sobreviver.[SOBREVIVER A QUE??? A EMPRESA ESTÁ EM BOA FASE… QUE AMEAÇA É ESSA??? ]

       

      1-VOCÊ INVENTOU O ESPANTALHO DA “AMEAÇA INTERNACIONAL” PARA JUSTIFICAR A VENDA DA EMBRAER

      2-VOCÊ INVENTOU UM TAL “REPASSE DE TECNOLOGIA” INEXISTENTE E QUE NÃO TERIA UTILIDADE ALGUMA

      ACHO QUE NÃO SOBROU NADA DOS SEUS “ARGUMENTOS”.

    3. Provocações: argumentos EM FAVOR do caso

      AH AH AH AH…..O governo brasileiro acionista da Boeing???…acesso a tecnologia e informações privilegiadas??O americano deixando páis de fora dar pitaco em assuntos de segurança nacional deles?? AHAHAHAHAHA

      papai noel existe

      olha….nao existe verdade alem desta…

      a embraer JÁ ESTÁ FATURANDO HORRORES ANO APOS ANO….

      MAS QUE MANIA DE FICAR DIZENDO QUE “EMBRAER NAO SOBREVIVERIA MUITO TEMPO”…..COMO NÃO?…

      ESTÁ EM CRISE POR ACASO?…ORA ORA…..PARECE ATE MANIA DE CARTOLA DO BOTAFOGO…QUE SEMPRE VENDE O TIME TODO QUANDO O TIME ESTA GANHANDO

  13. Consolidação

          A aproximação da Boeing – Embraer é de mais de 5 anos, as negociações a respeito de parcerias estratégicas entre as empresas, foram lançadas quando o KC-390 foi definido para produção, e um “acordo de mercado” foi estabelecido, tanto que hoje, o KC-390 faz parte do portfólio da Boeing para mercados a ela cativos.

           Já quanto a negociação da parceria em jatos comerciais regionais, a base para o acordo será semelhante a recentemente exercida pelo Airbus Group quando da aquisição do Programa C-Series da Bombardier canadense, gerando outra empresa na qual a Aibus é majoritária, uma tremenda jogada dos europeus, que deixou a Boeing puta da vida.

          Por que ?  A Bombardier há 2 anos vendeu para a Delta Airlines 125 unidades de jatos série C, a preços – segundo a Boeing e o mercado – absurdamente baixos, subsidiados ilegalmente pelos governos tanto do Canadá como do Reino Unido, a Boeing queixou-se ao governo americano, o qual recentemente arbitrou uma taxa de imposição de importação a Bombardier de até 300% , melando os negócios da canadense no mercado americano, MAS agora de acrdo com o contrato Airbus – Bombardier, os C-series irão evitar esta sobretaxa, pois serão “buy american”, com a linha final de montagem nas instalações da Airbus no Alabama ( Nova empresa : C-Series Aircraft Limited Partnership in Mobile )

           A consolidação no mercado mundial de jatos regionais ( 80 – 130 pax ) já era aguardada por quem vê o ramo sem ideologismos baratos ou nacionalismos de almanaque – tipo considerar a Embraer “brasileira” – as movimentações eram claras, a Airbus com a Bombardier e a Boeing “noivando” com a Embraer, era a lógica entre as empresas de base ocidental, incluindo nos bastidores seus fornecedores prime ( a global chain delas são as mesmas ), principalmente visando o combate a novos concorrentes que estão se aggiornando, como as chinesas COMAC e CAVIC, a russo – italiana Sukhoy e a Mitsubishi (MRJ )

           Quanto a parte relativa a “defesa” um acordo ou parceira divisional é relativamente simples de ser feito, aliás a unidade de negócios EDS ( Embraer Defesa & Segurança ) já funciona há muito tempo separada da Embraer Jatos regionais, assim como da Embraer jatos executivos, podendo perfeitamente ser separada na negociação.

            Quanto a Boeing – Embraer Florida – Jacksonville Partnership : Um abraço

          

    1. Não há fusão

      Com distribuição de comando. Vai ser mesmo compra da Boing com 100% de qualquer decisão americana. E quanto aos investimentos?

      Tanto o Grippen modernizado quando o KC390 foram todos desenvolvidos com recursos do governo Brasileiros e da FAB. A Boing vai ganhar de graça um avião de transporte militar para ser comercializado no mundo assim como foi com a Petrobras que entregou de graça a tecnologia de exploração de águas profundas do pré-sal e o mapeamento da região? E os aparelhos vendidos a FAB, vão sair pelo preço acordeado compensado os cusgtos de incvestimentos ou a BOING vai vender pelo preço de mercado? Pensando na petrobras o Brasil vai pagar tanto quanto qualquer outro país. Isto se a Boing não empurrar o obsoleto Hercules modernizado e sucatear de vez o KC390;

      Quanto ao Grippen? Vai continuar seu desenvolvimento em benefício somente da Suécia ou vão cancelar o programa, entregar todo o desenvolvimento de graça para eles e empurrar ao Brasil o F18 sem transferência de tecnologia?

      O T29 será deles e também neste avião o Brasil investiu, não foi só da Embraer.

      Quanto a dizer que motores, suíte eletrônica e mais alguma ser deles e sua venda controlada, isto vale para aviões militares. Os civis são vendidos no mundo todo, até na China e Rússia. Mas o Brasil ganha em valor agregado, Os custo de desenvolvimento de um avião é muito caro e avenda do avião paga estes custos.

      1. C-130 J é da Lockheed Martin

            Estão todos confundindo parceria em unidades de negócio com uma fusão inexistente.

             Quanto ao Gripen a enfermaria é outra, já está congelado e em produção, alem do que a SAAB esta “casada” com a Boeing, concorrendo com um produto unico na concorrencia T-X da USAF, um negócio de mais de US$ 17 Bilhões.

              Vc. em tese, só em tese, esta correto em afrimar que as restrições ITAR são apenas sobre produtos militares, o problema é que na realidade do mercado tal fato não se comprova, pois as restrições são estendidas ao mercado civil, ainda mais de alguns anos para cá, quando as listas do DoS/DoC agregaram sistemas “dual use “e pressionam empresas norte-americanas a não comercializarem tais itens, elas até conseguem, se quiserem vender, mas ………. não se arriscam.

        1. Falei do Hércules de gozação

          Assim como do F18 sucateado. A Boing produz o C 18 Globemaster e ele é inviável financeiramente ao Brasil. 

          O TX é um programa para desenvolvimento de um avião de treinamento avançado com capacidade de substituir o T 38 Talon com mais de 50 anos de uso, não tem nada haver com o Grippen, caça de ultima geraçãoe agora evoluído as custas do governo brasileiro.

          Se a restrição pode ser expandida a aviação civil por que a Embraer montou fábrica na China e comercializa seus aviões de média distância EMB 195 e executivo Phenom 300 lider de venda em todo o mundo?

          Ainda acho que vai ser fusão, a Embraer fundida a Boing e fatalmente extinta. O Brasil quer vender é a ação que dá poder de decisão a empresa Americana. A partir daí quem decide são eles

    2. Que interesse a Embraer e o Brasil teria nessa “consolidação”???

      Mais um “espertão” vem tentar explicar o óbvio: que a Boeing tem enorme interesse em aumentar seu monopólio sobre o mercado… falou e explicou o que todo mundo aqui já sabe… 

      Como se a Boeing anexar a outras empresas fosse inevitável e uma coisa normal… esqueceu de citar o que a Embraer e o Brasil ganham com isso.

      Esse seu discurso ingênuo coloca os interesses da Boeing em primeiro lugar… o que é um idiotisse. É melhor o Brasil e a Embraer ser um representante relevante no mercado de aviação do que a Boeing “consolidar” seu domínio…

      Sinceramente… que se foda essa “consolidação”… quem além da própria Boeing ganha com isso???

  14. Indignação.
    A quadrilha no governo do Brasil esgotou minha capacidade de indignação . Isoladamente a desnacionalização da Embraer seria muito motivo para tal. Espantoso o descaso com tudo que temos de maior importância para o país . Foi assim com a indústria naval, com a indústria nuclear, com a construção pesada , com o petróleo e outras fontes de energia ou insumos básicos . No momento estão valendo mais para atender interesses estrangeiros e virão comprometer nosso futuro. Fora temer.

  15. Indignação.
    A quadrilha no governo do Brasil esgotou minha capacidade de indignação . Isoladamente a desnacionalização da Embraer seria muito motivo para tal. Espantoso o descaso com tudo que temos de maior importância para o país . Foi assim com a indústria naval, com a indústria nuclear, com a construção pesada , com o petróleo e outras fontes de energia ou insumos básicos . No momento estão valendo mais para atender interesses estrangeiros e virão comprometer nosso futuro. Fora temer.

  16. Essa venda seria ato de alta
    Essa venda seria ato de alta traição. A Embraer viraria fumaça em menos de 1 ano, fusão é conversa pra boi dormir, o
    elefante se fundindo com o camundongo. A boeing vai engolir a embraer e digerir rapidinho, vai tranferir todas as operações de valor tecnológico para solo americano e deixar aqui só o bagaço seco. E todo pessoal que ficar “ocioso” leva um pé na bunda.

  17. O curioso exército de realistas do mercado.

    Impressionante como as palavras se repetem defendendo a venda da EMBRAER. Alguns comentaristas dizem que é inevitável, pois é assim o mercado. Nas palavras deles , isto é  quase natural, quase uma lei da natureza. Em cima desta lei dizem que qualquer critica é ideologismo barato ou nacionalismo retrógrado. Acham completamente natural que uma empresa criada a partir dos esforços do estado com muito dinheiro público, pode ser simplesmente entregue. A grande desculpa é que parte já havia sido entregue, e portanto segundo eles a EMBRAER sequer é nacional.   E assim vão tergiversando em defesa do mercado e da entrega de nossas riquezas e soberania e provavelmente de interesses bem próprios.  Se a negociação vem de tantos assim, porque só agora, é tornada publica. Uns vão dizer, necessidade de segredos de mercado. Curiosamente já se sabia o interesse da Air bus sobre a Bombardier há muito tempo, e não era segredo de mercado. 

    No meio da catilinária existem sempre os que terminam confirmando o velho ditado: quem desdenha quer comprar.  A associação ao mercado de ações, é apenas uma arma de dominação. O velho PSDB,abriu  várias companhias brasileiras e estatais  às ações na bolsa de Nova York e,  apesar disto causar orgasmos em Sardemberg e Waack, estas açoes tem sido usadas de forma bem descrita por André Araujo, acima. Isto é várias companhias estrangeiras subitamente respondem judicialmente nos Estados Unidos.  E os juizes de lá como os de cá adoram a palavra Compliance. Curiosamente ninguem em Wall Street ( nenhum CEO) foi jamais punido pela crise internacional, mas hoje em dia até a FIFA é julgada em Nova York, cidade dos Yankees e onde futebol se joga com as mãos.

    Portanto  dentro deste curioso exercito de comentaristas existem aqueles que são puramente ideológicos  ( um ideologismo barato que nos custa caro) e outros que trabalham explicitamente para o mercado mesmo. Em comum o discurso da inevitabilidade natural da submissão.

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