Emprapa e o tomate sem agrotóxico

Nassif, onde vai parar a EMBRAPA?
Sensacional.
Abraço geral, Gustavo Cherubine.

http://www.ecodebate.com.br/2011/10/19/tecnologia-da-embrapa-solos-permite-a-producao-de-tomates-sem-residuos-de-agrotoxicos/

Tecnologia da Embrapa Solos permite a produção de tomates sem resíduos de agrotóxicos

Publicado em outubro 19, 2011 por HC

Tags: agricultura, agrotóxicos

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A Embrapa Solos, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária no Rio, apresentou ontem (18), no município de São Sebastião do Alto, na região serrana do estado, o tomatec. Trata-se de uma tecnologia desenvolvida pela empresa para a produção de tomates sem resíduos de agrotóxicos.

No Sítio Rio Negro, onde foi efetuada a apresentação, estão plantados 2 mil pés de tomates, cultivados pelos pequenos produtores locais. O evento reunirá técnicos da Embrapa Solos e agricultores das regiões serrana, norte e noroeste do estado.

Segundo o engenheiro agrônomo José Ronaldo Macedo, pesquisador da Embrapa Solos, o tomatec é um sistema de produção que permite utilizar qualquer cultivar ou variedade de tomate. Ele se caracteriza pelo ensacamento das pencas, que garante que o fruto não fique contaminado por pragas nem por resíduos de agrotóxicos.

Não se trata, contudo, de produção orgânica, uma vez que existe, quando necessária, embora em escala reduzida, a aplicação de produtos químicos contra pragas, como defensivos agrícolas ou fungicidas, esclareceu.

Macedo explicou ainda que a tecnologia permite reduzir o custo dos produtores em cerca de 10%, ampliando a produtividade em até 30%. Ele avaliou que a redução no custo é um grande ganho, porque haverá aumento de produtividade e porque a ideia no futuro é que o produtor tenha esse produto valorizado.

A tecnologia desenvolvida pela Embrapa Solos baseia-se em pontos que podem ser adotados por qualquer agricultor. Um deles é a introdução do sistema de plantio direto, que envolve rotação de culturas, para o solo não ficar contaminado por pragas e doenças que atingem o tomate.

A condução do tomate, ou tutoramento, é feita nessa tecnologia de forma vertical e não inclinada, como ocorre tradicionalmente, o que favorece a criação de um microambiente muito úmido próximo às plantas. Pelo tomatec, o tutoramento é feito com fitilhos que são usados uma vez e, depois, entram na rotação de culturas, como, por exemplo, a ervilha ou o feijão de corda.

Outro ponto reúne o uso da irrigação por gotejamento com a adubação. A essa técnica dá-se o nome de fertirrigação. Na produção tradicional de tomate, os produtores usam mangueira de duas polegadas. “É um sistema muito arcaico. Na fertirrigação, o produtor fica com o tempo de irrigar e adubar liberado para fazer outros tratamentos”.

Em seguida, vem o manejo integrado de pragas. Duas vezes por semana, o agricultor percorre a lavoura, analisando um número pequeno de plantas. Ele anota as doenças encontradas e, ao final do monitoramento, quantifica as pragas. “Se houver necessidade, aplica o inseticida ou fungicida”. O agrônomo da Embrapa Solos destacou que como as pencas deverão estar ensacadas nessa etapa do plantio, os sacos protegem contra a aplicação de defensivos.

“E os produtores têm a garantia de que vão colher 100% dos frutos, que não são atacados pelas brocas, praga que, nos tomates, causa prejuízo de mais de 50% do plantio se não houver o tratamento adequado”, explicou. Segundo Macedo, o agricultor ganha em termos de produtividade com o ensacamento, pelo fato de o inseto não conseguir atingir o fruto. Sem o ensacamento, a perda da lavoura atinge, em média, de 20% a 30%.

No fim de novembro, a Embrapa Solos realizará um dia de campo em Nova Friburgo para a apresentação do tomatec.

Reportagem de Alana Gandra, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 19/10/2011

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Luis Nassif

1 Comentário

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  1. Parabéns a Embrapa e aos

    Parabéns a Embrapa e aos pesquisadores responsáveis por esta evolução no manejo fitossanitario do Tomate. Sou Agronomo a 14 anos. Sempre trabalhei com culturas que envolvem grandes quantidades de veneno. Quando se fala em produzir sem agrotoxicos, é possivel, se fizer uma quantidade pequena no fundo do quintal. Eu mesmo faço isso, pois minha filha adora tomate. Entretanto, se dispensassemos os defensivos agricolas nas grandes lavouras, 80 % das pessoas seriam presas, por atentado ao pudor, por exemplo, pois não é possivel colher algodao em grande escala e com custo que viabilize vender uma calça Jeans a R$ 50,00, sem o auxilio de defensivos. Então, vamos ser maduros antes de criticar esta evolução no rumo do sonho de uma agricultura sem veneno. Se nao conseguirmos produzir sem veneno, pelo menos vamos aplaudir os que conseguem diminuir as quantidades que sao utilizadas atualmente. 

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