Entenda: o trabalho de Harvard que está dando o que falar no mundo científico

Em todos os cenários, houve um ressurgimento da infecção quando as medidas simuladas de distanciamento social foram levantadas. Mas quando o distanciamento social era muito eficaz praticamente nenhuma imunidade populacional foi construída.

Quanto tempo durará a pandemia do Covid-19? Esta é a grande questão que atormenta o mundo todo. O futuro da economia mundial, os impactos sobre empresas e emprego, riqueza e miséria, democracia e autocracia dependem de uma resposta a essa questão. Aqui, um estudo da Universidade de Harvard trazendo elementos de discussão, com uma afirmação polêmica: a necessidade de isolamento até 2022.

O trabalho mostra o que pode acontecer se a capacidade de cuidados extensivos são excedidas e qual a eficácia de hospitais de campanha e aumento na fabricação e distribuição de ventiladores. Analisa também a sazonalidade do vírus – propagando-se mais no inverno.

Sobre as dúvidas acerca da gripe pandêmica

O SARS-CoV-1 pôde ser erradicado por medidas intensivas de saúde pública após causar uma epidemia breve, mas intensa. No entanto, cada vez mais as autoridades de saúde pública consideram esse cenário improvável. Há a possibilidade do SARS-CoV-2 se assemelhar à da gripe pandêmica, circulando sazonalmente após causar uma onda global inicial de infecção. 

Sobre distanciamento social

Em todos os cenários, houve um ressurgimento da infecção quando as medidas simuladas de distanciamento social foram levantadas. Mas quando o distanciamento social era muito eficaz praticamente nenhuma imunidade populacional foi construída. Nos cenários de distanciamento temporário, o distanciamento social de longo prazo (20 semanas), moderadamente eficaz (20% a 40%) produz o menor pico geral e tamanho total de surto.

Sobre distanciamento social e sazonalidade

A observação de que um distanciamento social temporário forte pode levar a ressurgimentos especialmente grandes concorda com os dados da pandemia de gripe de 1918 nos Estados Unidos , na qual o tamanho do pico de infecção do outono de 1918 foi inversamente associado ao de um inverno subsequente pico após intervenções não estavam mais no local.

Ou seja, se o distanciamento social no outono reduzir a auto-imunização, poderá surgir uma onda maior no inverno.

Sobre autoimunização

No entanto, há dúvidas de monta sobre o prazo de imunidade de quem adquiriu o Covid-19: cinco ou dois anos? Ainda não há resposta para essa questão fundamental.

O trabalho assumiu a hipótese que a infecção por SARS-CoV-2 induz imunidade que dura pelo menos dois anos, mas medidas de distanciamento social podem precisar ser estendidas se a imunidade de SARS-CoV-2 diminuir mais rapidamente .

Aqui, a íntegra do trabalho, publicado na revista  Science e traduzido pelo Google Tradutor.

Projetar a dinâmica de transmissão do SARS-CoV-2 durante o período pós-pandemia – Ciência
Luis Nassif

5 Comentários

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  1. III – Jornal – embuste – da USP: «A gente pode ter problema com isso? Os dados podem cair em mãos erradas? Sim.»
    «Uma estratégia com limitações. “Você tem erros da casa de 50 metros ou, dependendo do celular, até mais.»
    «Para obter dados mais exatos da proximidade de uma pessoa contaminada com outra não contaminada, é necessário utilizar o Bluetooth, que possibilita a conexão sem fio do celular com outros dispositivos eletrônicos, e só funciona se as pessoas estiverem perto umas das outras.»
    *** Sobre distanciamento social Byoblu24 entrevistou um dos maiores analistas politicos italianos, Manlio Dinucci, geógrafo e jornalista. Aterrorizante. Ele analisa e esclarece citando fontes importantes. O distanciamento social irá muito além do período de pandemia. E cita um artigo publicado na revista do Massachusetts Institute of Technology, MIT Technology Review, edição de 17 de março com o titulo WE’RE NOT GOING BACK TO NORMAL. Os pesquisadores do MIT abrem o jogo: é inútil iludir-se. As medidas de distanciamento não são provisórias. São uma norma permanente. E acrecentam: vão mexer com o nosso modo de vida. O pessoal do MIT cita um estudo do grupo Covid-19 Response Team do Imperial College de Londres, publicado no dia anterior, onde aparece um modelo no qual o distanciamento social é norma permanente.
    Diante disso Dinucci pergunta: trata-se de um modelo médico, necessário, para enfrentar a atual pandemia ou tem mais coisa? Ele teme que seja muito mais que uma medida de segurança contra o vírus porque é evidente um novo modelo soacial, sem precedentes na história da humanidade. Essa novidade favoreceu estreita colaboração entre dois colossos que até ontem se combatiam com faca nos dentes – NEW YORK TIMES: APPLE AND GOOGLE TEAM UP TO “CONTACT TRACE” TO CORONAVIRUS – para desenvolver um App de controle a distância (far-ranging).

  2. Ponto problemático: a maioria dos vírus antecedentes ao convid19 não trouxeram a elevada taxa de letalidade deste. Talvez a dita “gripe espanhola” tenha sido tão ou até maior em sua virulência. Também, os demais foram combatidos rapidamente com remédios e vacinas, o que também não está acontecendo agora. Então, expor a população para se obter a tal “imunidade de rebanho” implicaria em altíssimo risco de mortes em números descontrolados. No Brasil, por exemplo, teriam de ser infectados cerca de 140 milhões de habitantes; se considerarmos um taxa de letalidade de 2,6% (conservadoras e muito menor do que estamos assistindo), poderíamos ter mais de 3,6 milhões de mortes. Quem encararia tal situação?

  3. Deve-se ressaltar novamente que tudo pode ser alterado com o eventual sucesso na descoberta de vacinas ou remédios eficazes.
    O sarampo em si é uma doença com alta contaminação e letalidade (142 mil mortes no mundo em 2018).
    Mas existe vacina.

  4. O desenvolvimento de imunidade natural pelos recuperados da infeccão pelo covid nao é certa, nem um pouco certa. Por isso não apostem na imunidade de rebanho. A melhor chance está na imunidade produzida por uma vacina.

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