Entre a previsão econômica e mau-humor político

O boletim Focus, do Banco Central, na edição divulgada ontem (22/02) mostra que, como se antecipara semana passada, que não existe nenhuma impossibilidade de que a inflação de 2012, como prevê o Banco Central, se aproxime do centro da meta, ou 4,5% ao ano.
O “núcleo” do mercado financeiro, a esta altura, já sabe disso, embora os economistas e, sobretudo, a mídia ligada a ele ainda relute em admitir.
Embora, como toda previsão, ela só adquira consistência à medida em que se consolida uma linha de tendência, o mercado já a demonstra nas previsões das “top 5″, as instituições que costumam “cravar” com mais exatidão os resultados de suas estimativas de índices.
A linha pontilhada representa um exercício de projeção logarítimica sobre os resultados dos últimos 60 dias, uma tendência que, a partir do mês que vem, pode até mesmo acentuar-se, dependendo da única grande incógnita – há outras, de influência menor – dos grandes indicadores de preços mundiais: o combustível.
Não é à toa que se intensificam as pressões sobre a Petrobras para que ela reajuste o preço da gasolina: por conta das tensões políticas com o Irã, o preço do barril no mercado “spot” sofreu uma brutal elevação.
Fora daí, nada faz crer que o IPCA de fevereiro se afaste muito dos 0,4%. Também aí – e agora já com os dados do IPCA-15 e dos IGP e IGP-M da Fundação Getúlio Vargas como balizadores, o mercado já baixou suas previsões para 0,44%, dos 0,68% previstos para fevereiro, há um mês.
Com a queda da inflação, o mau-humor, agora, vai se concentrar na baixa expectativa de crescimento econômico. Mas, também aí, o tempo vai separar o que é previsão econômica do que é mau-humor político.

 

Por: Fernando Brito

Redação

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