Entrevista ao vivo: Alcântara volta a ameaçar territórios quilombolas

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Entrevista com antropólogos que traçaram o histórico da disputa territorial no livro "A Dois Graus do Equador - O Estado brasileiro contra quilombolas de Alcântara"

Foto: Agência Senado

Jornal GGN – O projeto de ampliação do Centro de Lançamento de Alcântara, exposto em resolução publicada no dia 27 de março deste ano, assinada pelo ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, se apropriará de uma área de mais de 12 mil hectares além do que já é ocupado pela base espacial de Alcântara, á revelia de cerca de 800 famílias quilombolas que vivem na região, que serão reassentadas.

O impacto do projeto preparado pelo governo de Jair Bolsonaro para a base de Alcântara, além das particularidades técnicas e críticas sobre a perda de soberania nacional em território brasileiro, sem obter os esperados ganhos de desenvolvimento tecnológico em troca, reascende uma luta de quase 4 décadas dos povos originários de Alcântara, cujos territórios se viram ameaçados desde 1983, quando foi criado o Centro de Lançamento, expulsando 312 famílias quilombolas.

Depois de 37 anos, a tragédia histórica para os quilombolas da região pode se repetir, em um nível duas vezes maior do que o ocorrido a fins da ditadura brasileira. Recheado de polêmicas e embates contra e a favor do projeto que prometeu tornar o Brasil o epicentro do desenvolvimento tecnológico espacial, o histórico da base de Alcântara também versa sobre outras contradições menos discutidas quando o tema é levantado: a retirada forçada de centenas de famílias quilombolas de seus territórios.

E é este outro lado da história que os antropólogos Benedito Souza Filho e Maristela de Paula Andrade detalharam no livro “A Dois Graus do Equador – O Estado brasileiro contra os quilombolas de Alcântara”, em edição digital publicada neste ano, trazendo o contexto, cronologia e impactos da disputa territorial a que os quilombolas foram submetidos e seguem, até hoje, ameaçados pela nova resolução editada pelo governo Bolsonaro.

Para entender essa disputa territorial, o GGN conversa ao vivo com os autores do livro, em entrevista que será transmitida às 16h desta segunda-feira, na TV GGN.

Aqui disponibilizamos a edição digital do livro.

 

 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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