Espanha – elevado desemprego e a proximidade da greve geral

De acordo com o El Mundo, o governo espanhol reviu, para cima, a previsão de desemprego para 2011. O país, que já possui uma das mais altas taxas de desemprego da Europa, estima que a taxa fique em 19,3% no ano que vem, superando as expectativas de antes da aprovação da “reforma laboral”.

Reforma, aliás, bastante criticada pela UGT (Unión General de Trabajadores), porque, como se nota, não resolve o problema do desemprego e ainda aumenta o poder do empresariado nas relações de trabalho, “barateando” e facilitando as demissões e desobrigando-o do respeito aos acordos e negociações coletivas. (para quem se interessar, há um documento com os argumentos da UGT aqui)

Curioso notar que, tal qual acontecia nos anos neoliberais do governo FHC no Brasil, os setores conservadores da Espanha (a grande imprensa, principalmente) também alimentam um clima de inevitabilidade das reformas, o qual impõe aos países em crise as manjadas e desastrosas políticas de austeridade do gasto público e social e a desregulamentação do mercado de trabalho a fim de tranqüilizar os mercados.

É dessa forma que o economista Vicenç Navarro, acertadamente, avalia o determinismo neoliberal que se impõe sobre o país: “nos dizem que não entender esta realidade e ser contrário à estas políticas, tal como fazem os sindicatos na União Européia (também na Espanha) e os partidos à esquerda dos partidos governantes, é ser estúpido.” (para o texto completo do Navarro, clique aqui). A sensação de déjà vu é inevitável.

Mas o determinismo neoliberal e a “inevitabilidade” das reformas não convencem a todos. Está programada para o dia 29 de setembro, na Espanha, uma greve geral (Huelga General) que promete parar o país e levar os trabalhadores e a sociedade às ruas. Será a primeira desde a greve geral de 2002.

Para o En Lucha, “29 de setembro é uma data tremendamente importante, dado que uma greve massiva significará que a classe trabalhadora está disposta a defender suas conquistas e coloca suas esperanças na luta. Um êxito da greve geral permitirá articular um plano de luta ao curso dos anos de 2010-2011.”

Os trabalhadores espanhóis se orgulham de terem derrotado o “decretazo” do governo Aznar em 2002 (leia mais aqui). Que tenham êxito novamente.

Redação

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